sexta-feira, 30 de novembro de 2007

ANTÓNIO MARTINS – SAUDADE E HOMENAGEM


Este meu Amigo de longa data faleceu no dia 28 de Novembro de 2007, vítima de doença prolongada e deixa uma profunda nostalgia a todos nós que o acompanhavam o seu dia-a-dia jornalístico.

António Fernandes da Silva Martins, de seu nome completo, jornalista da velha escola, colaborador do Record, onde prestou serviço durante 39 anos (era o mais antigo na sua profissão em Lisboa), pessoa muito popular, acompanhou como ninguém as ditas modalidades desportivas de menor destaque. Gostava de falar de arbitragem e dos Árbitros, sem nunca deixar de falar do seu Sporting (não era faccioso, era, sim, um gentleman). O popular CAC-Clube Atlético e Cultural, da Pontinha-Loures, organizador do prestigiado e famoso Torneio Internacional de Futebol Jovem, dedicou-lhe também uma das suas edições, como seu patrono. Outras reputadas entidades, que lhe reconheceram as suas elevadas capacidades humanas e profissionais, também consagraram o seu nome como padrinho de muitas das suas competições desportivas. Sem dúvida, um homem simples, sério e dedicado, adorado por todos pela sua humildade, saber e conhecimentos.

Nasceu no Seixal, em 4 de Agosto de 1928, e com vinte anos apenas começou na digna carreira que agora terminou. Registo uma das suas sentidas frases: Trabalhar para mim não é um sacrifício, é um dever e, às vezes, quando é feito com muita paixão, o trabalho acaba por ser um prazer…

Ainda fui vê-lo ao Hospital dos Capuchos, mas o seu estado de saúde, muito débil, não permitiu que chegássemos à fala. Cumprimentei-o somente e fiquei muito amargurado por vê-lo a extenuar-se e não poder fazer absolutamente nada.

António (como eu o tratava…), agradeço-te tudo o que fizeste pelo desporto amador. Um homem bom que se recorda com melancolia, um Amigo dos antigos, um dos nossos que se foi... Que descanses em paz!

O funeral realiza-se hoje, sexta-feira, em Lisboa, na Igreja de São João de Brito, onde às 10H30 será celebrada missa de corpo presente, saindo depois para o crematório do Cemitério do Alto de São João.

FOTO: No Torneio da Pontinha, edição de 2004, no centro, com os amigos comuns António Silva (AFL) e Vítor Peralta (FPF).

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

INCUMPRIDORES (III)


Dou conta que se encontram saldadas as verbas que me eram devidas (divulgadas em Agosto passado, dias 18 e 27), sem quaisquer juros de mora.

No caso 1 demoraram 90 dias para proceder ao pagamento, enquanto no segundo caso ficaram pelos 148 dias… Sem comentários.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

INÁCIO DE ALMEIDA – UMA REFERÊNCIA


O meu bom Amigo Joaquim Inácio de Almeida foi a primeira pessoa que, em 2006, ao saber da minha saída da APAF, me contactou para se reunir comigo num almoço de convívio, o que, desde logo, acedi pois conviver com um companheiro de longa data é um privilégio, uma honra. E assim aconteceu…

Recordámos, entre outras lembranças, o bom relacionamento que sempre mantivemos, desde quando fizemos parte do Conselho Fiscal da Associação de classe (1981), com o também comum colega e amigo José Carlos Firmino Amorim; a internacionalização do jantar de Natal do Núcleo de Confraternização dos Árbitros do Barreiro, quando acompanhei o Árbitro brasileiro Prof. Dr. Evandro Rogério Roman e sua esposa Janesca; um dia, numa festa do seu Núcleo, houve um jogo de futebol entre os associados e eu, convidado, dirige a partida: tive-o na minha equipa, como Árbitro Assistente! (Um luxo, direi eu, um Árbitro FIFA a auxiliar-me. Só a mim!). Falámos de outras imensas actividades e acontecimentos onde nos encontrávamos assiduamente. É bom evocar o passado!

Inácio de Almeida, filiado no Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Setúbal, atingiu o topo da carreira de Árbitro com a chegada a internacional em 1977/78. Pessoa de bem, sincero, simples, objectivo e solidário é uma referência para os novos árbitros que pretendam obter também a insígnia FIFA. As suas múltiplas actividades profissionais e desportivas que tem desenvolvido são a prova cabal das suas capacidades e responsabilidades, sempre presentes no forte e enérgico empenhamento que impõe nas causas a que se dedica.

Amigo Inácio de Almeida, agradeço-lhe as manifestações de amizade que sempre teve para comigo e que espero poder retribuir por muitos e bons anos. Saúdo-o com aquele meu abraço!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

MÁRCIO REZENDE DE FREITAS – CONDECORADO
















Este meu bom Amigo, antigo Árbitro FIFA, foi distinguido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Brasil), com a Medalha da Ordem do Mérito Legislativo, pelo contributo que tem dado a causas sociais, atitude que muito o enobrecem.

A cerimónia protocolar verificou-se com pompa e circunstância – face à solenidade que sintetiza – no passado dia 19 de Novembro (2ª feira), no Grande Teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, com a presença de cerca de 1.500 convivas e das mais altas personalidades do Estado brasileiro. Outras celebridades foram também galardoadas.

O Presidente daquela Assembleia, deputado Alberto Pinto Coelho, destacou que a outorga da condecoração é uma importante tradição do legislativo mineiro para homenagear personalidades que se destacam pela actuação de prol da comunidade. A propósito, proferiu: A insígnia que cada um passa a ostentar traz-lhe também o dever de fazer jus pela continuidade de uma atitude pública pautada pelo zelo e dignidade.

Márcio Rezende de Freitas nasceu no dia 22 de Dezembro de 1960, em Timóteo (MG) e dirigiu mais de 1100 jogos de futebol, sendo 269 do Brasileirão, entre 1989 e 2005. Destaque-se a sua presença no Campeonato do Mundo e nos Jogos Olímpicos. Em 2004 foi considerado um dos 10 melhores Árbitros do universo.

Foi uma honra para mim ter recebido o amável convite de Márcio para partilhar pessoalmente este momento único, mas tal não foi possível pelas razões conhecidas e divulgadas neste blog.

Felicíssimo, presto-lhe a minha homenagem, afirmando:

Os títulos não nos mudam os princípios que adoptámos como modelo da nossa vida, do nosso pensamento, da forma de agir e saber estar. Simplesmente são, e só, um reconhecimento que não é nosso mas sim daqueles com quem repartimos o que temos para lhes dar!
FOTO: Márcio Rezende com a senhora sua mãe, Dona Lindaura Rezende Freitas.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

FIGUEIRÓ VINHOS - UNIÃO SERRA (RETROSPECTIVA-XV)


Precisamente neste dia, mas há um ano, o passeio domingueiro foi até ao Distrito de Leiria, para ver o encontro entre a turma da Associação Desportiva de Figueiró dos Vinhos e União Desportiva da Serra, realizado no Estádio Municipal Afonso Lacerda, onde detectei alguns problemas, tais como o pouco aproveitamento do espaço térreo (as cabinas são subterrâneas e quando chove imenso sujeitam-se a ter as dependências inundadas, com os consequentes prejuízos), quer a conclusão da pista de atletismo.

Contudo, devo dizer que as instalações sanitárias rivalizam com a qualidade de qualquer Hotel de 5 estrelas, pelo equipamento, pelo asseio, pela apresentação. Um mimo!

O resultado do desafio foi desfavorável aos da casa por 0-4.

Equipa de arbitragem: Hugo Miguel Vala Pires (Árbitro), Flávio Manuel Pereira Ferreira e Rui Jorge Galhardo Fontes Figueiredo.

Para almoçar comigo e acompanhar-me nesta deslocação convidei o Secretário-Geral da Associação de Futebol de Leiria, o meu Bom Amigo, João Rocha, mas não lhe foi possível aceder ao meu pedido. Fica para a próxima.

domingo, 25 de novembro de 2007

APONTAMENTOS SOBRE A MINHA ACTIVIDADE DESPORTIVA (5)

Pois bem, pensa-se, executa-se e, surpreendentemente, lá vem a saudade, bem acompanhada com lágrimas… Então não é que na reportagem anterior (a de Vodra, ver 9 de Novembro), aconteceu isso mesmo… Contactei o meu Bom Amigo e Senhor José Ré para identificar os nomes dos meus dignos adversários, o que fez, mas ao abeirar-se de alguns deles e ao verem a foto tirada há quase 50 anos a nostalgia contagiante marcou presença de um tempo que, a pesar de tudo, a amizade, convivência e a fraternidade existia no mais elevado patamar do sentimento humano. Com este meu trabalho estou feliz por ter contribuído com recordações que assinalaram uma época.

Voltando, então, ao tema principal, direi que na minha meninice também fui um apaixonado pelo Hóquei em Patins – reflexo dos campeonatos do mundo que Portugal foi ganhando – para além de aprender a patinar no Parque Mayer, Pavilhão dos Desportos, Feira Popular, cheguei a frequentar as escolas do Sport Lisboa e Benfica, no ringue da sua sede, sita na Gomes Pereira, em Benfica, onde as grandes figuras de então (Cruzeiro, Perdigão, Lisboa e outros), tinham a seu cargo o ensinamento dos jovens que aspiravam ser também estrelas (o que não foi o meu caso). Só mais tarde, em São Tomé, é que voltei a praticar a modalidade defendendo as cores do Sport São Tomé e Benfica. Um episódio que me afectou sobremaneira: Num jogo em que decidia o campeão, tendo como adversário local o Hóquei de Lafões, no período de aquecimento ao atirar a bola à baliza, a treinar o meu guarda-redes (António Maximiano Rodyl Silva, na altura, furriel da Polícia Militar), fi-lo de tal forma desastrosa que o atingi numa das arcadas do globo ocular, causando-lhe um enorme ferimento donde jorrou sangue abundantemente. Basta dizer que a sua camisola amarela ficou igual às dos restantes colegas, bem vermelha. Face ao que aconteceu ele teve que receber imediatamente tratamento hospitalar, retirando-se do recinto. Voltou no início da segunda parte com vontade de jogar, mas não estava em condições pois o inchaço era enorme e tinha a vista tapada. Eu até já nem queria jogar, mas lá dei o meu melhor (ou tentei) sem hipóteses de evitar a derrota. O guarda-redes que substituiu o Rodyl foi o António Mendes, meu colega da equipa de futebol do Benfica de São Tomé. Foi tudo muito triste, sem dúvida.

Quanto à foto que hoje dou a conhecer foi obtida no dia 5 de Setembro de 1964 (sábado), no Estádio Sarmento Rodrigues, como se denominava naquele tempo, num jogo entre militares e refere-se à turma dos solteiros que ganharam aos casados por 5-3, tendo marcado 3 dos golos!... (Não sabiam? Eu era avançado e gostava de marcar, quando me deixavam é claro…). Eis a sua constituição, da esquerda para a direita: Em cima, Manuel, Lameirão, Zé, Dinis, Humberto, Gil e Manuel. Em baixo, Camacho, Aleixo, Armindo, Eu (o maior…, com três golos e com a bola), Ivo, Arlindo e Augusto.
Ai que saudades, ai, ai…

sábado, 24 de novembro de 2007

GRALHAS (IV)

SÓ PARA ADULTOS...

Jornal Diário de Lisboa (já extinto), de 6 de Agosto de 1972 (domingo), mas que lapso...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

LOUSANENSE - TABUENSE (RETROSPECTIVA-XIV)


E no domingo, dia 19 de Novembro de 2006, lá estive na Lousã, no Estádio Dr. José Pinto de Aguiar, para presenciar um desafio cujos adversários foram o Clube Desportivo Lousanense e o Grupo Desportivo Tabuense. A equipa da casa ganhou por 3-2, conseguindo dar a volta ao resultado pois esteve sempre a perder.

Procurei na sua terra o meu Amigo Prof. Horácio Antunes, Presidente da Associação de Futebol de Coimbra e também deputado na Assembleia da República, mas não me foi possível encontrá-lo para o saudar. Contudo, a Direcção do Lousanense teve para comigo, antes e durante o jogo, deferências que muito me sensibilizaram. Ainda tentei ver um jogo do escalão júnior, ali bem perto, mas não foi possível por erro na informação recolhida.

Equipa de arbitragem: Bruno Tiago Oliveira Pinto Nunes (Árbitro), Filipe André Santos Rainha e Joel Filipe da Cunha Lemos.

Quilómetros percorridos nesta dupla e espectacular jornada: 831.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

FUTEBOL NA GUINÉ-BISSAU



















PREAMBULO - Com a amizade que nos une terei que pedir desculpa aos meus amigos angolanos e cabo-verdianos pelo facto de ainda não ter manifestado publicamente o meu agradecimento pela minha ida a estes dois países-irmãos no decorrer do presente ano, dentro do quadro do meu tributo por tudo aquilo que contribuíram para a minha formação humana e desportiva, mas a urgência na divulgação do resultado desta viagem obriga-me a falar já do futebol da Guiné-Bissau.

Passo, então, a narrar a minha recente presença em Bissau.

Acontece que estava convicto que a FIFA iria fazer os sorteios das eliminatórias para o Mundial de 2010-Africa do Sul neste mês de Novembro, onde pensava competirem as selecções da Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor, quando li uma notícia que me surpreendeu de todo: a Federação Santomense de Futebol desistiu de participar neste apuramento, assim como a selecção que lhe competia defrontar, a República Centro Africana. E, ao dar uma olhadela a outras informações constatei que a equipa representativa da Guiné-Bissau tinha jogado e perdido com a sua congénere da Serra Leoa, em Freetwon, pela diferença de um golo. Daí ter sido um instante a minha decisão em preparar-me para assistir ao jogo da segunda mão, que se efectuava no dia 17 de Novembro, sábado, na capital do país.

E assim aconteceu… Passagem aérea, visto, contactos logísticos com Bacar Camará – ilustre guineense residente em Portugal e Árbitro da Associação de Lisboa, tudo foi tratado em tempo útil e aí vou eu na véspera do grande encontro cuja perspectiva segura era de que o resultado negativo seria ultrapassado, e, por conseguinte, lugar a uma grande jornada do futebol da Guiné-Bissau.

Depois de pouco mais de quatro horas de voo estavam à minha espera os meus novos e ilustres Amigos, que passo a referir por ordem alfabética: Alberto Baió (Presidente da Associação dos Árbitros), Bonifácio Sanhá (Presidente da Liga dos Clubes de Futebol), Carlos Santos (Presidente da Comissão de Arbitragem da Federação), Hamed Ould (Presidente da Associação dos Treinadores) e Mamadu Sani (Secretário do Conselho de Disciplina da Liga). Após os cumprimentos de cortesia acompanharam-me até ao Aparthotel Lobato (pertença do Presidente da Federação de Futebol), que me acolheu de forma superior.

Na manhã do grande jogo foi-me proporcionado um encontro com os Árbitros guineenses que apareceram em grande número, assim como os seus dirigentes, nas modernas e modelares instalações da sede da Federação, graças à FIFA, onde os temas focados foram a ética e as ciências comportamentais ligados à função, tendo sido muito produtiva face à interactividade dos presentes.

À tarde, no Estádio 24 de Setembro (dia da proclamação da sua independência), repleto de dedicados apoiantes a selecção não foi além do empate a zero, o que lhe valeu não seguir em frente. Se tem concretizado, pelo menos, 2 vezes da meia dúzia que se lhe depararam daria uma grande alegria a todo o povo bem merecia pois nunca deixou de apoiar de forma calorosa e incentivar os seus ídolos durante todo o desafio. Foi pena e eu fiquei triste, nada me valendo ter envergado a camisola da selecção com o respectivo cachecol.

No dia seguinte, domingo, falei aos Treinadores, Dirigentes e à Comunicação Social sobre a figura do Árbitro e o seu relacionamento com os restantes agentes desportivos. Foi uma conversa muito interessante pelos diversos pontos de vista apresentados, todos eles direccionados num horizonte de esperança e responsabilidade, o desejado melhoramento e desenvolvimento do seu futebol, que se crê ser possível, desde que todos os agentes desportivos visem a sua valorização e dignificação, sempre em seu favor e sem ser contra ninguém.

No princípio da tarde de segunda-feira, dia 19, tive que regressar, pois tinha prevista a minha presença no Porto, onde presenciaria, na quarta-feira, os jogos com a Roménia (Futsal) e Finlândia (Futebol), o que, por falha lamentável de terceiros, tal não foi possível.

Saí do Aeroporto de Bissau por volta das 12H45 e uma hora depois chegava a Dakar (Senegal), onde aguardei cerca de 14 horas pela ligação para Lisboa. Aterrei na Portela na terça-feira, pelas 7H20.

Bem, a mensagem que aqui deixo a todas as personalidades e entidades que podem proporcionar algum auxílio é que o façam, pois os esforços que aqueles meus amigos desenvolvem sem praticamente terem nada são de louvar e confiar. Aceito, desde já, ser o depositário de tudo aquilo que queiram encaminhar para o futebol da Guiné-Bissau, quer seja para os Jogadores, Treinadores e Árbitros. Se pretenderem proceder a envio directo, aqui ficam os endereços: Federação e seu Conselho de Arbitragem, Alto Bandim, Caixa Postal 375 – BISSAU. As Associações de Árbitros, de Jogadores e de Treinadores, assim como a Liga Guineense dos Clubes de Futebol, que somente têm nas suas instalações uma mesa e uma cadeira, o seu endereço é comum: Avenida Pansau na Isna – BISSAU. República da Guiné-Bissau. Se necessário tenho os seus contactos móveis.

Na verdade Guiné-Bissau é um pequeno país, com muitas carências mas os seus dirigentes desportivos tudo superam com a sua simplicidade, fraternidade, amizade, humildade e simpatia. Vamos ajudar quem necessita e quem faz por isso.

Por fim aqui expresso os meus agradecimentos não só àqueles meus novos Amigos que referi, que sempre me acompanharam de forma superior, como também ao Presidente da Federação, José Medina Lobato, que fez o favor de me recolher no seu Aparthotel, a título gracioso.

O meu bem-haja! Tenho-os a todos no meu coração!...

Nota 1: Eis os resultados da selecção da Guiné-Bissau nas eliminatórias para o Mundial:
1998/França – Guiné-Conacri: 3-2 em Bissau e 1-3 em Conacri.
2002/Japão-Coreia – Togo, 0-0 na Guiné e 0-3 em Lomé.
2006/Alemanha – Mali, 1-2 em casa e 0-2 em Bamaco.

Nota 2: Em 25 de Junho de 1965 (sexta-feira), após ter gozado um mês de férias em Lisboa, quando regressei a São Tomé e Príncipe, onde estava a cumprir serviço militar obrigatório, fiz o mesmo trajecto aéreo para Bissau, tendo demorado, na altura, 08H12M! Hoje faz-se a viagem em pouco mais de 04H00… Naquele tempo os aviões militares portugueses ainda não eram a jacto e não podiam ir em linha recta, pois estavam proibidos pela comunidade africana de sobrevoar o seu espaço aéreo. De Bissau a Luanda foram só 09H51M no ar…

Nota 3: Distância percorrida neste fim-de-semana: 6.608 quilómetros. Tempo despendido: 97 horas. Depois de já ter estado também em Angola e Cabo Verde, fica a faltar a minha presença nos jogos das selecções do Brasil, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor. Coisa pouca…

(FOTOS: DE CIMA PARA BAIXO)
1-À porta da Federação, com Carlos Santos
2-Com Carlos Santos e Alberto Baió
3-Na palestra com os Árbitros
4-No colóquio com os agentes desportivos
5-Com um grupo de Árbitros
6-As selecções na saudação protocolar
7-Eu a assistir ao jogo com camisola e cachecol da selecção da Guiné-Bissau
8-No Aeroporto Osvaldo Vieira (Bissau) na despedida com Bonifácio Sanhá, Hamed Ould e Alberto Baió, grandes Amigos!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

FRONTEIRENSE - ESTRELA PORTALEGRE (RETROSPECTIVA-XIII)

Em 18 de Novembro de 2006, Sábado, o meu destino foi o Alto Alentejo, mais concretamente à Vila de Fronteira onde, pelas 15H00, assisti no Estádio Cândido de Oliveira ao encontro entre as equipas do Atlético Clube Fronteirense e o Sport Clube Estrela, de Portalegre, cujo resultado final foi 1-1. Resta dizer que, na altura, o Estrela de Portalegre era o líder destacado, pois em 9 jogos conseguiu outras tantas vitórias. E esteve a perder…

Equipa de arbitragem: Sérgio Manuel Semedo Pita (Árbitro), José Duarte Pereira e Carlos Manuel Moedas Narciso Espadinha.

Durante todo o jogo, tive o privilégio de ter a companhia do Prof. António Landeiro, meu Amigo de há muito.

Daqui segui directamente para o Distrito de Coimbra para cumprir mais uma etapa.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

MANUEL BARREIRO DA SILVA


Este meu MESTRE faleceu há um ano, e deixou muita saudade.

Exageradamente puro e simples, pedagogo e simpático, foi um bem que me apareceu nos meus primeiros tempos na arbitragem. Como iniciei-me na FNAT (Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho), hoje INATEL (Instituto Nacional para Aproveitamento dos Tempos Livres), organismo que superintende no desporto dos trabalhadores, tive a honra de o ter como chefe de equipa onde aprendi o que sei, face aos seus conselhos pertinentes, sabedores e eficazes. Para mim foi uma referência agradável. E, todas as vezes que nos encontrávamos, dizia-lhe sempre: Estou-lhe agradecido por tudo o que de bom me ensinou, o melhor que a arbitragem tem!

Na parte final da sua vida ainda teve a sorte de lhe sair um prémio chorudo nas apostas mútuas oficiais.

Barreiro da Silva nasceu em 26 de Agosto de 1923 e faleceu em 18 de Novembro de 2006. Pertenceu aos quadros nacionais da Federação Portuguesa de Futebol.

Foto obtida em 27 de Fevereiro de 1972 (domingo), em Lisboa no Estádio 1º de Maio. Manuel Barreiro da Silva está no lado esquerdo, com 49 anos de idade, logo a seguir eu (com 29 aninhos… ai que saudades, ai, ai…). O colega da direita, Amílcar Luís Vidal Gil, também fez parte da nossa equipa durante muitos anos.

NOTA: A partir de agora volta à normalidade a inclusão das notícias diárias. Registe-se que estou a preparar uma reportagem da minha visita à Guiné-Bissau que será divulgada tão depressa quanto possível.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

VÍTOR PEREIRA – RECONHECIDO




Foi uma agradável surpresa ler a referência que Vítor Pereira me faz no seu primeiro livro, onde nos conta a sua agradável experiência vivida em 3 Campeonatos do Mundo de Futebol, quer como Árbitro de elite (França-1998 e Coreia/Japão-2002), quer como instrutor de Árbitros (Alemanha-2006).

Por dentro dos Mundiais de Futebol é o título da obra coligida pela jornalista Ana Paula Araújo e editado pela Editora Sete Caminhos.

Aqui fica o meu obrigado a Vítor Pereira, pela classificação que me atribui como seu Formador.

Devo referir que para se atingir os mais elevados patamares de qualquer actividade, profissional ou lúdica, é necessário ter-se capacidade, empenho e dedicação, sem esquecer o esforço e sacrifício necessários, tendo, como horizonte sempre presente, o carácter, a verdade e a honestidade de processos. Depois é só assimilar e desenvolver o grau de exigência que é requerido desde o primeiro momento para, finalmente, cumprir, tranquila e metodicamente, as etapas que terão de se percorrer até chegar ao objectivo delineado: o êxito!

O Vítor foi um fiel e digno percursor dos honestos caminhos da arbitragem!

Eu é que lhe estou agradecido.

NOTA: Dado ter que me deslocar à Guiné-Bissau (ver notícia do passado dia 27 de Outubro), só na próxima semana é que voltarei ao vosso convívio. Ciao, até lá!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

MESTRE JOAQUIM CAMPOS – FINALMENTE!


Não há duas sem três, mas à terceira é de vez! É verdade, já lá diz a sabedoria popular…

Enfim, a Câmara Municipal de Lisboa, depois de ter adiado a votação da proposta de lhe atribuir a Medalha de Mérito Municipal em 21 de Setembro de 2005 e 31 de Outubro de 2007, decidiu na sua sessão de ontem, dia 14 (quarta-feira), por unanimidade dos seus 17 vereadores, outorgar tal distinção, associando-se às homenagens que, através dos tempos, o Mestre Joaquim Campos tem sido merecedor.

Das imensas honrarias que lhe atribuíram ilustres personalidades e entidades de renome, destacamos as mais relevantes. A saber:

-Do Rei Gustavo VI, da Suécia, medalha de ouro pela actuação no 6º Mundial (1958)
-Do Papa Paulo VI, medalha de ouro pela sua participação no Euro (1968)
-Da FIGC-Federacione Italiana de Giogo Cálcio, medalha de ouro do Euro (1968)
-Do Governo da República Portuguesa, Medalha de Bons Serviços Desportivos (1974)
-Da Federation International Football Association, Insignia Especial (1976)
-Do Presidente da República Portuguesa, Ordem do Infante, grau oficial (1985)
-Da Federação Portuguesa de Futebol, Sócio de Mérito (2001)
-Da Associação de Futebol de Lisboa, Sócio Honorário (2003)
-Da Câmara Municipal de Miranda do Corvo, Medalha Municipal de Mérito, grau ouro (2004).
-Da APAF-Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, Sócio de Mérito (2004)
-Da Câmara Municipal de Lisboa, Medalha Municipal de Mérito, grau ouro (2007)

Vamos desejar que a entrega desta condecoração não demore tanto assim…

Nota: Pelo meu empenhamento na solução deste caso, que tardava resolver, estou particularmente agradecido às actuais forças políticas eleitas para terminarem o mandato do executivo da Câmara Municipal de Lisboa até 2008, pois foram muito sensíveis à questão e na busca de um final feliz, o que veio a acontecer. Este caso já se arrastava desde Outubro de 2004, altura em que a APAF solicitou a atribuição do referido galardão. Destaco, naturalmente, os subscritores da proposta final, ontem votada: Cidadãos por Lisboa (Arqª Helena Roseta) e Partido Social-Democrata.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

BANDA SINFÓNICA DA GUARDA NACIONAL REPUBLICANA














No passado domingo, dia 11, pelas 17H30, ao cair da noite assisti na Praça do Comércio, conjuntamente com Luís Guilherme, antigo Presidente da APAF e da Comissão de Arbitragem da Liga, ao concerto pela Banda Sinfónica da GNR, superiormente dirigida meu Amigo Tenente-Coronel Jacinto Montezo, que brindou as largas centenas de admiradores de boa música e bem executada, como que foi o caso.

O programa: Pela Lei e Pela Grei, de Raul Cardoso; Festive Interlude, de Ton Van Grevenbroek; Pinocchio, de Alex Poelman; La Inmortal, de Ferrer Ferran; Fandango (da suite alentejana), de Freitas Branco; e Strike up the Band, de George Gershwin.

No fim, o Maestro e os Músicos foram aplaudidos pelos presentes, de pé, que tiveram honras de uma última interpretação da Banda, alegre e bem ritmada, que a todos envolveu.

Foram momentos inolvidáveis e bem passados, sem dúvida.
Viva a Praça de Comércio sem automóveis!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

APONTAMENTOS SOBRE A MINHA ACTIVIDADE DESPORTIVA (4)


Na manhã do dia 5 de Junho de 1960, domingo, a malta lá do sítio (Príncipe Real e arredores) realizou no Estádio Universitário de Lisboa, relvado pois então, um desafio com uma super equipa denominada Os Atómicos, que não deu qualquer hipótese às estrelas (e não só) da nossa gloriosa turma. Mesmo assim só perdemos por 6-1, vá lá...

Eis a constituição do onze maravilha (éramos treze): da esquerda para a direita e em cima: Gonçalo, Eu (claro…), Pi-Pi, Tó Zé, Alex, Jó-Jó, e João Alves. Em baixo: Pardal, Zeca (um portento de jogador), Fernando Rodrigues, Fernando Plácido (meu saudoso irmão), Vítor Castanheira e Guilherme.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

AROUCA - CESARENSE (RETROSPECTIVA-XII)

No dia 12 de Novembro de 2006, Domingo, fui de abalada até ao Distrito de Aveiro, mais propriamente a Arouca onde se disputava um derbi. À 8ª jornada do Campeonato da 1ª Divisão o Futebol Clube de Arouca recebeu e venceu o Futebol Clube Cesarense, que ia em primeiro lugar, por um golo sem resposta.

O encontro realizou-se no novíssimo Estádio Municipal aonde, com alguma surpresa, verifiquei, naturalmente, algumas anomalias que passo a referir: a larga rampa de acesso às entradas sem qualquer protecção lateral. Algumas falhas primárias de construção, principalmente a localização dos bares debaixo das bancadas sem qualquer tipo de ventilação, assim como o local onde ficámos, num compartimento envidraçado que tinha muito pouco campo de visão para o relvado.

Equipa de arbitragem: António Sebastião Moreira Rodrigues (Árbitro), Domingos Carvalho Silva e Rui Manuel Ferreira Alves.

Quando passeava em São João da Madeira encontrei, casualmente, o meu Bom Amigo Manuel Amorim Ferreira da Costa que convidei para almoçar, mas não lhe foi possível devido a compromisso já assumido. Contudo, acompanhou-me e vimos o esplêndido espectáculo futebolístico, que a todos encantou. Para mais que nunca vi tanta gente junta a ver um encontro de futebol a nível distrital. Segundo me disseram estariam à volta de 5.000 espectadores. Simplesmente um assombro! Famílias, pais, avós, filhos, netos, primos e primas, tias e tios, enfim, um mar de gente que se comportou lindamente numa tarde de sol e de festa. Assim dá gosto presenciar o espectáculo do futebol e tudo o que envolve pessoas, alegria e convivência.

Quilómetros percorridos: 639.

domingo, 11 de novembro de 2007

GRALHAS (III)

O jornal O Século (já extinto), em 3 de Janeiro de 1974, 5ª feira, distinguia este vinicultor... Que tal? E acho muito bem que o réu tenha recorrido da sentença, pois claro! É que ser notabilizado com tal honraria é que não, se calhar pretendia receber uma menção mais modesta e não a condecoração...

sábado, 10 de novembro de 2007

UM CASO INÉDITO, NUM JOGO DE FUTEBOL




No domingo, dia 2 de Novembro de 1975 (ai que saudades, ai, ai…), dirigi o encontro 450º. da minha carreira, entre as equipas do Atlético Clube do Tojal e do Juventude União Clube, no campo do primeiro, jogo esse que contava para o Distrital da III Divisão, 1ª fase, com a particularidade de nenhum dos intervenientes (jogadores, dirigentes e outros agentes) ainda não possuírem a necessária licença emitida pela Associação de Futebol de Lisboa…

Foi uma trabalheira enorme já que, antes de se iniciar o desafio, para se confirmar a sua identificação tiveram de assinar o Relatório, em duplicado, e eu tive que anotar a proveniência e a data dos documentos que apresentavam para o efeito, tais como bilhetes de identidade, cartas de condução, cartões de estudante, etc. Ao todo foram recolhidas 54 assinaturas, conforme se pode constatar num dos relatórios já amarelado pelo tempo que já não volta...

Mais, a cabina da equipa de arbitragem não tinha condições pelo seu reduzido espaço, o que ocasionou uma grande fila à porta com os jogadores das duas equipas, já equipados, e os seus responsáveis e todos por ordem, havendo, naturalmente, as consequentes conversas de circunstância entre os espectadores sobre o que eles ali iriam fazer…

Mesmo com este aparato, o jogo iniciou-se com cinco minutos de atraso, o que foi contra os meus princípios, pois tudo terá que ser à hora certa.

Um dos auxiliares que tive neste jogo, o saudoso Manuel Silvino de Sousa já não está entre nós.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

APONTAMENTOS SOBRE A MINHA ACTIVIDADE DESPORTIVA (3)







Num célebre domingo, no dia 27 de Julho de 1958 (há perto de 50 anos!…), aconteceu-me o que de melhor passei até hoje em termos de convívio futebolístico…

O Comendador Augusto Rodrigues, administrador da firma Rodrigues & Rodrigues (empresa onde trabalhei 31 anos e muitos meses), depois do desaire em Tortosendo resolveu que a equipa não podia continuar a acumular resultados negativos. Para dar a volta aos acontecimentos contratou um Treinador, de seu nome Inácio, jogador de reconhecidos méritos ao serviço do Belenenses e de O Elvas, irmão do famoso ciclista João Rebelo, companheiro de emprego. Depois, acordou um jogo de futebol com um dos seus inúmeros fornecedores, o Comendador Joaquim Fernandes Ferreira Simões, proprietário da Fábrica Vodratex (Vodra-Seia), meu grande amigo que chegou a Presidente da Câmara Municipal local, entre as equipas representativas das duas empresas, o que veio a acontecer no campo 13 de Maio, em Vodra.

Preparamo-nos com afinco para o grande desafio com espírito ganhador, com treinos no velhinho campo do Palmense (Lisboa), de madrugada, pois teríamos que entrar ao serviço às 9 horas, como qualquer outro colega. Após o treino era-nos serviço um galão (café com leite) e um bolo (rocha)! Uma maravilha…

A viagem para a Serra da Estrela foi feita na véspera do jogo, por via-férrea, numa automotora, que saiu da Estação do Rego (Lisboa), com destino a Nelas. No trajecto o Treinador falou-me e disse que contava comigo desde o primeiro minuto de jogo para chegarmos à vitória. Fiquei radiante, pois ser titular da equipa, e com aquela idade, foi muito animador e um bom incentivo.

Fomos pernoitar a Seia, onde houve festa durante toda a noite, mas no dia seguinte lá nos encontrávamos frescos e desejosos de vencer, o que conseguimos por 7-3. No final houve distribuição de medalhas pelos intervenientes. Eu ainda guardo a minha!

Pela vitória o nosso patrão deu a cada jogador efectivo 500$00 (!) e os suplentes receberam metade do prémio. Quando cheguei a casa minha mãe, a Dª Ester ficou encantada pois receber tal maquia num lar carente de numerário foi obra. Que viva o futebol! Na nossa equipa ainda actuou Luís Xavier, gerente da fábrica de camisas Reivax, em Lisboa, antigo jogador do Benfica o qual, ao seu serviço, nas épocas 1935/36, 36/37 e 37/38, ganhou três campeonatos de Portugal! Que rico reforço, de idade, mas muito útil!

Na equipa adversária alinhou o meu grande Amigo José Ré, que, passados 37 anos (uma eternidade…), em 1995, é que voltámos a encontrar-nos… Agora falamo-nos mais a miúdo.

Depois da jogatana foi serviço um lauto almoço e todos convivemos com alegria e esperança no jogo desforra em Lisboa o qual, lamentavelmente, nunca aconteceu.

Fotos, de cima para baixo:

1. A equipa da Vodratex, de pé e a partir da esquerda: Marcelino, Pita, Manuel Gouveia, Comendadores Augusto Rodrigues e Fernandes Simões, Luís Figueiredo, Lisboa, Mota e Eduardo Manta. De joelhos: Carvalho, Janato, Nuno Fernandes, José Ré (o meu grande Amigo e o que tem a bola), Lúcio e José Carlos.
2. A equipa do R&R, a mesma ordenação: Eu (claro…), Francisco Nunes, Carlos Santos, Albino Rebelo, Comendadores Augusto Rodrigues e Fernandes Simões, Inácio Rebelo (Treinador-jogador), Fernando Marinho, Armando Miguel, João Rebelo e Domingos Teles. Em baixo, pela mesma ordem: Diamantino Rebelo, Aldino Silva, Amadeu Fernandes, Alfredo Gonçalves, José Bandeira, José Duarte, Julião Correia e Luís Xavier. Repare-se que só Rebelos, predestinados para o futebol, eram 4!
3. As três equipas. A de arbitragem era maioritariamente do R&R, o Árbitro, Manuel Gonçalves e um do auxiliares, Albano Ribeiro. Sem comentários...
4. Golo da Vodratex.
5. Um ataque do R&R, onde estou englobado (como sempre…)
6. O inesquecível e monumental repasto-convívio.


Ai que saudades, ai, ai...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

NAQUELE TEMPO (III)



Estamos em Novembro e, depois do acerto inicial, hoje damos à estampa o que se verificou rigorosamente no mesmo mês, mas há 50 anos… Ai que saudades, ai, ai…

Do número 5 de O Árbitro, referente àquele período, destaco o seguinte:

1. Algumas notas engraçadas obtidas no Curso de Micolin: A confecção das bolas de então tinham em consideração as experiências em balística (!), orientadas pela Federação inglesa. As redes das balizas eram confeccionadas em linho ou juta e poderiam ser alcatroadas (!). Foi criada a linha dos fotógrafos que distava 3 metros da linha de cabeceira (sic). Continuou-se a rejeitar as substituições de jogadores no Campeonato do Mundo (Taça Jules Rimet) e ainda no Torneio Olímpico. Devido a estarem a ser usados pitons que não estão em conformidade com a lei, determinou-se que será para respeitar a sua altura, como medida máxima, de 12,4 milímetros, mas os fabricantes fogem ao cumprimento do que está regulamentado (sic). Os pitões de alumínio fixos à sola com pregos são perigosos. Couro, lona, borracha e nylon são os materiais que poderão ser empregues na confecção das botas, desde que não constituam perigo para os jogadores.
2. A Direcção da Federação Portuguesa de Futebol tomou posse no dia 23 de Novembro de 1957, tendo como seu Presidente o Capitão Almiro Maia de Loureiro. Engloba a Direcção o antigo pertigioso (?) Árbitro Eloi da Silva.
3. Fernando Campos, ex-Árbitro conimbricense, com o título Panorama das Arbitragens no Brasil, escreve de São Paulo a dar conta que a Federação Paulista de Futebol contratou, para dirigir os seus jogos, dois Árbitros austríacos (Prybil e Hansstatter), mas, decorridos 2 meses e dos jogadores lhes tomarem o pulso, voltou a desconfiança e a desconsideração não só relacionada com eles como até à própria competição. No Estádio do Santos Futebol Clube (é o meu predilecto no Brasil), os bandeirinhas foram directos à enfermaria antes de terminar o jogo, com os seus uniformes de vermelho pelo sangue que lhes escorria da cabeça por terem sido atingidos com garrafas e tijoladas que os canibais (sic) torcedores se devertiam a lançar. Interditar um campo de futebol seria uma declaração de guerra civil.
4. Foram editados os seguintes artigos: A Associação Académica de Coimbra e o Árbitro Inocêncio Calabote, de Filipe Gameiro Pereira (Lisboa), O Árbitro perante a crítica, de Lourenço José Simões (Évora). Espírito Desportivo, de José Rosa Nunes (Faro). Uma ideia a propósito do problema das nomeações dos Árbitros, de Eduardo Gouveia (Lisboa), que apresenta a seguinte sugestão: Para o jogo A, entre as equipas X e Y, a Comissão Central informava os dois clubes adversários que poderiam escolher os seguintes Árbitros: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. O grupo X optou por 3, 4, 5, 6 e 8. A turma Y, por 1, 3, 5, 7 e 8. Como os dois contendores pronunciaram-se a favor dos Árbitros 3, 5 e 8, caberia à Comissão designar dentre os três qual o que deve dirigir a partida. Se, noutra situação, houvesse coincidência na preferência dos clubes num só escolhido seria esse o nomeado. Se houvesse discrepância entre os competidores caberia à Comissão assumir a nomeação directa.
5. O Presidente da Associação de Futebol de Lisboa, Francisco Mega, lança a tabela-Código, onde consta o Quadro Sinóptico de Infracções Praticadas nos Campos de Futebol, que ajudará os Árbitros lisboetas a orientar a suas participações sobre as ocorrências verificadas nos campos. Das 23 situações descritas, destaco esta: 21-Empurrões, cuspir na cara e outras falta análogas, sem chegar a agressão manifesta.
6. Descreve-se tudo o que se passou na Festa de Homenagem a Paulo Oliveira, em Tomar, Santarém (foto).
7. Das 15 resoluções assumidas pela Comissão Central saliente-se a marcação da reunião de 13 de Dezembro de 1957, para a Cidade do Porto. Descentralização! Também decidiu comunicar aos Árbitros a obrigação de remeterem os relatórios dos jogos dentro das 24 horas depois da sua realização, sob pena de incorrerem em falta disciplinar. Princípios!
8. As Comissões Distritais de Árbitros de Évora, Setúbal e Vizeu (?), dão notícias das suas actividades.
9. Tribuna do Árbitro contínua a responder a inúmeras questões relacionadas com situações invulgares, como esta: Pode advertir-se um jogador sem ser interrompido o jogo? Resposta: Qualquer jogador pode ser advertido sem que haja necessidade da partida ser interrompida.
10. Curiosidades: No final de um jogo efectuado na margem sul do Rio Tejo, o Árbitro saiu do campo no meio de delirantes aclamações e, no trajecto até à camioneta, teve a acompanhá-lo uma numerosa claque de apoio, que com palmas e vivas o ovacionaram até ao momento da partida! É provável que, no final da época, seja rectificada a decisão dos Árbitros se retirarem aos 45 anos de idade. Murmura-se que os prémios em jogos da Associação de Futebol de Lisboa vão ter um aumento o que já não é sem tempo, pois ir-se a Montelavar, Ericeira e outras localidades receber o prémio de 15$00 sem subvenção e gastar no almoço 18$00 só é possível por quem tem muito amor à Causa da Arbitragem…

Foto: Da segunda equipa de arbitragem portuguesa que, segundo o Boletim, dirigiu um encontro no estrangeiro foi constituída por Francisco Guerra (Árbitro), Abel da Costa e Inocêncio Calabote. Defrontaram-se as selecções da Espanha e da Turquia em Chamartin, Madrid, em 6 de Janeiro de 1954 (4ª feira), para a qualificação do Mundial de 1954 (Suiça) e os espanhóis venceram por 4-1. Na segunda mão os turcos ganharam por 1-0 e, como não havia ainda o apuramento através do somatório dos golos, foi feito um terceiro jogo em Itália tendo empatado 2-2. O jovem de nome Franco, fez o sorteio por moeda ao ar e ditou que seria a Turquia a viajar até Berna. Registe-se que o baptismo internacional dos nossos Árbitros, segundo o Boletim, coube a Joaquim Reis e Santos (meu grande e saudoso Amigo), Paulo Oliveira e Libertino Domingues, em Barcelona, no jogo Espanha-Bégica (3-1), selecções A, disputado em Las Cortes, Barcelona, no dia 19 de Março de 1953 (5ª feira). Mais um importante subsídio para a história da arbitragem portuguesa além fronteiras.