Promovido pelos elementos do Pelotão de Polícia Militar 952, que esteve em missão de soberania em São Tomé e Príncipe, no período de 1964/1966, realizou-se no último domingo de Junho, dia 29, uma reunião de convívio em Tarouca, tendo comparecido 85 pessoas, entre participantes e familiares, o que foi um recordar de tanta coisa que se passou e que já lá vão mais de quatro dezenas de anos de distância. -Concentração-
A memória já não é o que era e, por vezes, lá se escapa algo que pretendemos dizer ou afirmar, como nomes, locais, factos, histórias… -Concentração-
Mas a vida é assim mesmo e nada se pode alterar! -Templo-
Bem cedido rumei à Cidade de Tarouca com dois amigos para que pudéssemos estar a horas da concentração, para dialogar com os sempre jovens companheiros e estar presente na missa que, no Mosteiro de São João de Tarouca se realizou, recordando a memória de todos aqueles que já não estão entre nós. -Missa-
Após o serviço religioso houve lugar a uma visita pormenorizada ao Convento, ficando-se a conhecer a sua história, o seu significado, o seu contributo para a construção do nosso Portugal. António Vieira Caetano foi o guia que nos acompanhou e que tão eloquentemente soube dissertar sobre o passado. -Visita-
Daí seguimos para o repasto onde se passou uma agradável, feliz e alegre tarde, onde alguns dos cônjuges tiveram direito a uma mesa muito especial, para poderem falar, uns da tropa e não só, dos seus feitos, das suas façanhas. Enquanto outras, desejaram ver a tropa quanto mais longe melhor, para falarem da condição de mulher e do que rodeia a vivência do dia-a-dia, a família e tudo mais. -Luís Serra, Ermezinda e eu-
Não faltou o tradicional bolo comemorativo, o espumante e o costumado, forte, sonante e uníssona saudação da cavalaria: À CARGA!!! -Entradas-
Foi uma satisfação grandiosa que senti em ter estado com tanta gente boa, solidária, fraterna. Lamenta-se algumas ausências de peso (estruturalmente falando e fisicamente também), mas imponderáveis ou outros compromissos assim determinam e desfazem vontades. Vamos esperar que proximamente ninguém falta. -Conversando-
Uma saudação muito especial à esposa de Luís Figueiredo Serra, à Ermezinda, que, para além de fazermos anos no mesmo dia e mês, esteve também connosco. O que não se verificava há algum tempinho. -Só jovens (de espírito)-
Fernando Lima, grande companheiro, foi por nós recordado com muita saudade, pois partiu bem cedo (28 de Outubro de 2000). Será sempre trazido à nossa memória pelo seu elevado carácter humano e exemplo que foi como amigo e não só: como homem, esposo, pai, lutador indómito. Conseguiu superar as dificuldades da vida, partindo de simples empregado de mesa de café até chegar a um dos patamares mais elevados no Banco Espírito Santo (o de Tesoureiro), lugares que sempre exerceu com seriedade, capacidade e brio mas, acima de tudo, solidário e fraterno. Nunca esqueceu as suas raízes. -Convivas-
Dois episódios merecedores de divulgação passados em São Tomé: Porque as condições de habitabilidade no Comando eram extremamente deficientes e desumanas, só um ano depois de ter chegado a São Tomé é que comecei a utilizar lençóis na minha cama, graças ao Fernando Lima, pois até aí usava rede camuflada para me tapar. E o Fernando ficou aborrecidíssimo quando o soube, pois eu já devia ter-lhe dito. Mais: a enxerga tinha colchão de serapilheira e palha de coco, e era desparasitada assiduamente, tal a quantidade de insectos que nos rodeavam em ambiente quente e húmido… -Almoço-
O segundo facto é que tinha sido convidado para jantar com ele e um grupo de camaradas na Cidade (distava cerca de 4/5 quilómetros onde me encontrava, no Comando), e disse-lhe que não, pois tinha tinham-me extraído um dente e que não estava em condições de poder comer. Estava mesmo mal disposto e sem fome alguma. Tanto insistiu que lá fui na ideia de só estar presente e mais nada. Pois bem, assim pensei, assim não agi. Resultado, enquanto todos os outros, que estavam bem de saúde, comeram um bife, eu, doente, com dores, tristonho e sem poder mastigar “só” comi dois! -Convivas-
Resta dizer que durante 34 anos, desde 1966, ano em que regressei de África, todos os dias 26 de Agosto os três casais (Fernando Lima e Carolina, Luís Serra e Ermezinda, e eu e Maria Júlia) tínhamos um jantar de convívio, independentemente do local onde nos encontrássemos. Nunca falhámos uma única vez! Quando começámos a ter descendentes passaram também a alinhar, claro. Uma curiosidade: É verdade que nós, os homens, conhecemo-nos enquanto tropas (em África), mas também é verdade que os nossos varões (Paulo Lima, Luís Miguel Serra e Rui Fernando) não passaram sequer pelo serviço militar! Coisas… -O António Madeira sorri para a câmara-
Como registo dou conta que neste convívio estiveram colegas de armas dos seguintes agrupamentos que estacionaram em São Tomé e Príncipe: Pelotão da Polícia Militar 891 (01.08.1963 a 08.08.1965), Companhia de Polícia Militar 589 (16.08.1963 a 10.08.1965) e CPM 1754 (08.1967 a 09.1969), Companhia de Artilharia 446 (1963 a 1965) e Companhia de Comando e Serviço (1963 a 1966). Eu pertenci a esta última. -Saúde-
Parabéns a Flávio Santos – o organizador deste ano - e à sua fantástica equipa que tudo proporcionou para que nada faltasse a todos aqueles que quiseram estar nesta reunião magna de saudade, camaradagem e solidariedade. -O tradicional-
A próxima assembleia será na Mealhada, e como sempre, no último domingo de Junho. Lá estarei para rever os companheiros de boas e más horas, recordando os primeiros contactos que tivemos entre nós e com África, que me continua a seduzir, quer as suas terras quer as suas gentes, que saúdo com muita estima. Espero brevemente visitar Moçambique e voltar a São Tomé e Príncipe, onde já estive em 2002. Ai que saudades, ai, ai… -Luís Figueiredo Serra-
Nota final: Para estar com estes amigos de vários pontos do país percorri 773 quilómetros e foram necessárias 16 horas desde quando sai de casa até regressar, quando o jogo final do Euro-2008, já estava na segunda parte. Mas o encontro anual com os amigos foi bem melhor…
A memória já não é o que era e, por vezes, lá se escapa algo que pretendemos dizer ou afirmar, como nomes, locais, factos, histórias… -Concentração-
Mas a vida é assim mesmo e nada se pode alterar! -Templo-
Bem cedido rumei à Cidade de Tarouca com dois amigos para que pudéssemos estar a horas da concentração, para dialogar com os sempre jovens companheiros e estar presente na missa que, no Mosteiro de São João de Tarouca se realizou, recordando a memória de todos aqueles que já não estão entre nós. -Missa-
Após o serviço religioso houve lugar a uma visita pormenorizada ao Convento, ficando-se a conhecer a sua história, o seu significado, o seu contributo para a construção do nosso Portugal. António Vieira Caetano foi o guia que nos acompanhou e que tão eloquentemente soube dissertar sobre o passado. -Visita-
Daí seguimos para o repasto onde se passou uma agradável, feliz e alegre tarde, onde alguns dos cônjuges tiveram direito a uma mesa muito especial, para poderem falar, uns da tropa e não só, dos seus feitos, das suas façanhas. Enquanto outras, desejaram ver a tropa quanto mais longe melhor, para falarem da condição de mulher e do que rodeia a vivência do dia-a-dia, a família e tudo mais. -Luís Serra, Ermezinda e eu-
Não faltou o tradicional bolo comemorativo, o espumante e o costumado, forte, sonante e uníssona saudação da cavalaria: À CARGA!!! -Entradas-
Foi uma satisfação grandiosa que senti em ter estado com tanta gente boa, solidária, fraterna. Lamenta-se algumas ausências de peso (estruturalmente falando e fisicamente também), mas imponderáveis ou outros compromissos assim determinam e desfazem vontades. Vamos esperar que proximamente ninguém falta. -Conversando-
Uma saudação muito especial à esposa de Luís Figueiredo Serra, à Ermezinda, que, para além de fazermos anos no mesmo dia e mês, esteve também connosco. O que não se verificava há algum tempinho. -Só jovens (de espírito)-
Fernando Lima, grande companheiro, foi por nós recordado com muita saudade, pois partiu bem cedo (28 de Outubro de 2000). Será sempre trazido à nossa memória pelo seu elevado carácter humano e exemplo que foi como amigo e não só: como homem, esposo, pai, lutador indómito. Conseguiu superar as dificuldades da vida, partindo de simples empregado de mesa de café até chegar a um dos patamares mais elevados no Banco Espírito Santo (o de Tesoureiro), lugares que sempre exerceu com seriedade, capacidade e brio mas, acima de tudo, solidário e fraterno. Nunca esqueceu as suas raízes. -Convivas-
Dois episódios merecedores de divulgação passados em São Tomé: Porque as condições de habitabilidade no Comando eram extremamente deficientes e desumanas, só um ano depois de ter chegado a São Tomé é que comecei a utilizar lençóis na minha cama, graças ao Fernando Lima, pois até aí usava rede camuflada para me tapar. E o Fernando ficou aborrecidíssimo quando o soube, pois eu já devia ter-lhe dito. Mais: a enxerga tinha colchão de serapilheira e palha de coco, e era desparasitada assiduamente, tal a quantidade de insectos que nos rodeavam em ambiente quente e húmido… -Almoço-
O segundo facto é que tinha sido convidado para jantar com ele e um grupo de camaradas na Cidade (distava cerca de 4/5 quilómetros onde me encontrava, no Comando), e disse-lhe que não, pois tinha tinham-me extraído um dente e que não estava em condições de poder comer. Estava mesmo mal disposto e sem fome alguma. Tanto insistiu que lá fui na ideia de só estar presente e mais nada. Pois bem, assim pensei, assim não agi. Resultado, enquanto todos os outros, que estavam bem de saúde, comeram um bife, eu, doente, com dores, tristonho e sem poder mastigar “só” comi dois! -Convivas-
Resta dizer que durante 34 anos, desde 1966, ano em que regressei de África, todos os dias 26 de Agosto os três casais (Fernando Lima e Carolina, Luís Serra e Ermezinda, e eu e Maria Júlia) tínhamos um jantar de convívio, independentemente do local onde nos encontrássemos. Nunca falhámos uma única vez! Quando começámos a ter descendentes passaram também a alinhar, claro. Uma curiosidade: É verdade que nós, os homens, conhecemo-nos enquanto tropas (em África), mas também é verdade que os nossos varões (Paulo Lima, Luís Miguel Serra e Rui Fernando) não passaram sequer pelo serviço militar! Coisas… -O António Madeira sorri para a câmara-
Como registo dou conta que neste convívio estiveram colegas de armas dos seguintes agrupamentos que estacionaram em São Tomé e Príncipe: Pelotão da Polícia Militar 891 (01.08.1963 a 08.08.1965), Companhia de Polícia Militar 589 (16.08.1963 a 10.08.1965) e CPM 1754 (08.1967 a 09.1969), Companhia de Artilharia 446 (1963 a 1965) e Companhia de Comando e Serviço (1963 a 1966). Eu pertenci a esta última. -Saúde-
Parabéns a Flávio Santos – o organizador deste ano - e à sua fantástica equipa que tudo proporcionou para que nada faltasse a todos aqueles que quiseram estar nesta reunião magna de saudade, camaradagem e solidariedade. -O tradicional-
A próxima assembleia será na Mealhada, e como sempre, no último domingo de Junho. Lá estarei para rever os companheiros de boas e más horas, recordando os primeiros contactos que tivemos entre nós e com África, que me continua a seduzir, quer as suas terras quer as suas gentes, que saúdo com muita estima. Espero brevemente visitar Moçambique e voltar a São Tomé e Príncipe, onde já estive em 2002. Ai que saudades, ai, ai… -Luís Figueiredo Serra-
Nota final: Para estar com estes amigos de vários pontos do país percorri 773 quilómetros e foram necessárias 16 horas desde quando sai de casa até regressar, quando o jogo final do Euro-2008, já estava na segunda parte. Mas o encontro anual com os amigos foi bem melhor…
-O saudoso Fernando Lima-
VÍDEO DO CONVÍVIO DE TAROUCA:
4 comentários:
Tambem eu tenho muitas saudades do Grande Fernando.
era um Homem daqueles que ja nao se fazem.
RS
Alberto Helder,não fiquei espantado porque conheço o teu trabalho através da leitura do teu Blogger e também da nossa longa Amizade começada em terras Africanas no nosso tão lindo S. Tomé.
Agradeço-te por mais um belo trabalho realizado com a qualidade,dedicação e muita estima por todos companheiros.
Os teus trabalhos são verdadeiros mananciais de Jornalismo,Pesquisa,História,Narração,dedicação ao Próximo,bem dignos de verdadeiro Profissional.
Só tenho pena que nem todos nossos companheiros e outros possam usufruir de tão belo trabalho.
Continua sempre a trabalhar assim.
LUÍS SERRA
Bem boa. Vaoi a todas. Parabéns e obrigado.
Os meninos bonitos, os policias militares, das adolescentes...
alguns até que se davam com os estdantes, boas farras e boas amizades tambem, fui uma das que até namoriscou um da pm hi hi
estudante do liceu na altura e ele um belo rapazote....alto e muito elegante
abraços
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