sábado, 7 de fevereiro de 2009

NAQUELE TEMPO (XVIII)

Do exemplar número 20 do Boletim O Árbitro, referente ao mês de Fevereiro de há 50 anos, realça-se o seguinte: A foto da festa em favor da família do infortunado Aureliano Fernandes vem na primeira página, assim como o agradecimento aos grandes dinamizadores deste movimento, casos de Fernando Valério e Lança Moreira e a todos aqueles que contribuíram para amenizar as dificuldades financeiras dos dois jovens que ficaram sem pai. A verba apurada, até então, era de 11.286$50.

A Comissão Central faz o devido esclarecimento quanto ao texto da circular 11, separando a interpretação entre o jogo violento e jogo perigoso. O título “De mal a pior e a série continua…” dá conta que um jornalista de “O Século”, por ignorância, redigiu o seguinte: Quase no último minuto, quando tudo fazia prever o empate, Faia foi rasteirado na grande área por Saraiva. Marcado o castigo por Godoy, este passou rápido ao mesmo Faia que rematou forte, ultrapassando a barreira e batendo Rita… Pois, diremos nós, dentro da área, passou a bola, barreira, etc…

Curiosidades: 1-Golo Olímpico. Aplica-se esta definição quando tal resulta directamente da reposição da bola em jogo num pontapé de canto. Tal facto deve-se ao jogador das pampas César Onzari, que no jogo Argentina-Uruguai (02.10.1924) conseguiu tal proeza. A selecção do Uruguai foi a vencedora dos Jogos Olímpicos de Paris (1924), logo, a ligação. 2-Em 1933 e 1936 a Federação Portuguesa de Futebol consultou a FIFA para saber qual o número mínimo de jogadores são necessários para se iniciar ou reiniciar um jogo. 3-No encontro Suiça-Alemanha (18.10.1942), dirigido pelo espanhol Pedro Escartin, o sorteio foi realizado nas cabinas e não no campo. 4-Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 31.07.1948, foi autorizado que no encontro França-Índia os jogadores asiáticos actuassem descalços. Joaquim Campos continua a dissertar sobre o Campeonato do Mundo-1958. Lorenzo Ausina Tur opina, no seu artigo intitulado “O Árbitro e o Jornalista”, a velha questão de quem é que está preparado para ajuizar o juiz. “A Arbitragem na Venezuela” de Simone Govone, diz da organização e desenvolvimento do sector naquele país.

Reclama-se junto da Federação Portuguesa de Futebol para que os Árbitros dos quadros nacionais sejam possuidores de cartão de livre ingresso nos campos de futebol. A Federação esclarece quem pode estar entre as linhas delimitadoras do rectângulo de jogo e as vedações, assim como afirma estar determinantemente proibido dar indicações aos jogadores nessas áreas. O Árbitro inglês Harry New descreve a viagem que fez a Portugal para auxiliar o seu compatriota John Kelly (este é referido na página “Um Árbitro estrangeiro de mês a mês”) no desafio Sporting Clube de Portugal com o DOS-Utrech, da Holanda para a Taça dos Campeões Europeus.

A “Agenda do Árbitro” dá a conhecer o movimento dos Árbitros e das suas entidades, desenvolvendo as notícias provenientes das seguintes localidades: Bissau, Rio de Janeiro, Porto, Lourenço Marques, Nampula, Aveiro, Lisboa, Santarém, Coimbra, Berna, Madrid, Funchal. Manuel Mota insigne jornalista dá o seu ponto de vista na rubrica “O Árbitro tem sempre razão”. Carmo Lourenço, num extenso original, denominado “Contraste”, aborda os ataques que vários actores (jornalistas, críticos, jogadores, dirigentes, público) lançam aos Árbitros e às suas actuações. O Boletim continua na campanha de angariação de novos assinantes, tendo, desta vez, registado 34 inscrições.

Nas “Apitadelas” o destaque vai para uma filarmónica que, num dos campos do Barreiro, entoa um número do seu repertório quando a equipa da casa marca golo…
Quando há golo caseiro todo o mundo grita: “Toca a música!”. (Nota: Chamo a particular atenção para o curioso anúncio da Casa Carval, que se reproduz…)

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