segunda-feira, 27 de setembro de 2021

ESTADO DA ÍNDIA-466 ANOS DE HISTÓRIA - APRESENTAÇÃO


Este é o novo projecto a que me dedico com o mesmo empenho, determinação, verdade e rigor que apliquei nos trabalhos anteriores.


Só que este é muito mais especial, já que é totalmente dedicado a meu querido e saudoso irmão (Fernando Plácido Henrique dos Santos, 28.09.1939/04.11.2002), na foto, o qual, como Soldado, cumpriu o Serviço Militar Obrigatório lá longe, nas terras de Goa, banhadas pelo Mar Arábico, e sofreu, na altura, como todos os seus camaradas de armas, os dissabores de ser prisioneiro durante 155 dias, espaço esse de tempo em que nada dele soubemos, nem se se encontrava vivo ou não. Só tivemos notícias dele no dia em que chegou a casa, de surpresa, quando o navio “Vera Cruz” atracou em Lisboa, a 22 de maio de 1962. Quase 6 meses de cativeiro! Quando apareceu mais parecia um vagabundo, um maltrapilho, com um velho, sujo e roto fato-macaco cinzento vestido, sem botões, substituídos por 3/4 clips, sem roupa interior e um par de botas exageradamente usadas, velhíssimas e horríveis com os dedos dos pés à mostra, pois nem meias lhe deram! Um exemplo de como o Estado Novo tratou aqueles que não cumpriram as suas ordens de combater como pretendiam…

Enfim…

Este novo empreendimento, face aos acontecimentos vividos naquele tempo no Estado da Índia, tem um grau de dificuldade mais acentuado na sua realização, não só por falta de elementos que, entretanto, não aparecem, como as falhas verificadas durante a brutal invasão que também contribuíram para as omissões que hoje se verificam, o que se lamenta.

As séries a apresentar, começam com os contingentes das 36 unidades e entidades que estavam activas naquele fatídico dia 18 de Dezembro, num total de 4.600 militares (!). Não são incluídos os naturais, por se desconhecer onde param as listas com os seus nomes. Assim, serão apresentados os Agrupamentos Afonso Albuquerque; António da Silveira; do Centro; Constantino de Bragança; Dom João de Castro; e Vasco da Gama; as Batarias de Artilharia 1; 2; 3; e 4; a Companhia de Artilharia 249; as Companhias de Caçadores 1; 2; 3; 6; 7; 8; 10; 11; e 12; a Companhia de Caçadores de Diu; o Depósito de Material Sanitário; os Destacamentos de Engenharia da Índia; de Intendência; de Manutenção de Material; o Distrito de Recrutamento e Mobilização; os Esquadrões de Reconhecimento 1; 2; 3 e 4; a Guarda Fiscal; o Hospital Militar de Goa; o Pelotão de Artilhar Antiaérea 40; a Polícia do Estado da Índia; e, por fim, o Quartel General.

Serão descritos todos os nomes e patentes dos oficiais, sargento e praças de cada grupo e que se encontram disponíveis, pois existem algumas falhas que não foram superadas, mas que poderão ser detectadas e, se nos forem facultadas, teremos todo o gosto em actualizar a informação prestada.

Seguem-se as listas com os nomes dos militares portugueses, prisioneiros retidos nos campos de detenção de Damão, Diu, Navelim, Pondá e Vasco da Gama (rebaptizados mais tarde), para logo depois, serem publicadas as listas dos repatriados que regressaram a casa, viajando nos navios “Vera Cruz”, “Pátria” e “Moçambique”, que saíram de Carachi a caminho de Lisboa.

Serão, ainda, divulgados episódios acerca das consequências nefastas que o Estado Novo resolveu aplicar a alguns militares que, na opinião do Governo, não cumpriram com o que foi decidido (a milhares de quilómetros de distância), assim como aqueles que, pelo Governo, foram merecedores de louvores e condecorações; destacam-se duas personalidades: Manuel António Vassallo e Silva, general, e Joaquim Ferreira da Silva, Tenente-Capelão, pelas corajosas atitudes assumidas em defesa do seu semelhante; os Óbitos que se verificaram durante o conflito; os desempenhos dos navios da Marinha Portuguesa, casos do Aviso “Afonso de Albuquerque”, e das Lanchas “Antares”, “Sirius” e “Vega”, perante o inimigo; e, ainda, páginas dedicadas à homenagem Autárquica/Toponímia; à Literatura; ao Cinema/vídeos; e às Publicações e, provavelmente, outras mais…

As imagens a publicar, dentro de um contexto de quantidade existente muito reduzida e de baixa qualidade, irão ilustrar o trabalho, esperando que possam, mesmo assim, contribuir para o desejável êxito desta grande e inédita iniciativa.

Por último, está previsto iniciar a difusão deste projecto no início do mês de Outubro de 2021.

Até lá, é só aguardar e ir espreitando no meu Blog ou no Facebook!

Cordiais Saudações!

Alberto Helder

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