PREAMBULO - Com a amizade que nos une terei que pedir desculpa aos meus amigos angolanos e cabo-verdianos pelo facto de ainda não ter manifestado publicamente o meu agradecimento pela minha ida a estes dois países-irmãos no decorrer do presente ano, dentro do quadro do meu tributo por tudo aquilo que contribuíram para a minha formação humana e desportiva, mas a urgência na divulgação do resultado desta viagem obriga-me a falar já do futebol da Guiné-Bissau.
Passo, então, a narrar a minha recente presença em Bissau.
Acontece que estava convicto que a FIFA iria fazer os sorteios das eliminatórias para o Mundial de 2010-Africa do Sul neste mês de Novembro, onde pensava competirem as selecções da Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor, quando li uma notícia que me surpreendeu de todo: a Federação Santomense de Futebol desistiu de participar neste apuramento, assim como a selecção que lhe competia defrontar, a República Centro Africana. E, ao dar uma olhadela a outras informações constatei que a equipa representativa da Guiné-Bissau tinha jogado e perdido com a sua congénere da Serra Leoa, em Freetwon, pela diferença de um golo. Daí ter sido um instante a minha decisão em preparar-me para assistir ao jogo da segunda mão, que se efectuava no dia 17 de Novembro, sábado, na capital do país.
E assim aconteceu… Passagem aérea, visto, contactos logísticos com Bacar Camará – ilustre guineense residente em Portugal e Árbitro da Associação de Lisboa, tudo foi tratado em tempo útil e aí vou eu na véspera do grande encontro cuja perspectiva segura era de que o resultado negativo seria ultrapassado, e, por conseguinte, lugar a uma grande jornada do futebol da Guiné-Bissau.
Depois de pouco mais de quatro horas de voo estavam à minha espera os meus novos e ilustres Amigos, que passo a referir por ordem alfabética: Alberto Baió (Presidente da Associação dos Árbitros), Bonifácio Sanhá (Presidente da Liga dos Clubes de Futebol), Carlos Santos (Presidente da Comissão de Arbitragem da Federação), Hamed Ould (Presidente da Associação dos Treinadores) e Mamadu Sani (Secretário do Conselho de Disciplina da Liga). Após os cumprimentos de cortesia acompanharam-me até ao Aparthotel Lobato (pertença do Presidente da Federação de Futebol), que me acolheu de forma superior.
Na manhã do grande jogo foi-me proporcionado um encontro com os Árbitros guineenses que apareceram em grande número, assim como os seus dirigentes, nas modernas e modelares instalações da sede da Federação, graças à FIFA, onde os temas focados foram a ética e as ciências comportamentais ligados à função, tendo sido muito produtiva face à interactividade dos presentes.
À tarde, no Estádio 24 de Setembro (dia da proclamação da sua independência), repleto de dedicados apoiantes a selecção não foi além do empate a zero, o que lhe valeu não seguir em frente. Se tem concretizado, pelo menos, 2 vezes da meia dúzia que se lhe depararam daria uma grande alegria a todo o povo bem merecia pois nunca deixou de apoiar de forma calorosa e incentivar os seus ídolos durante todo o desafio. Foi pena e eu fiquei triste, nada me valendo ter envergado a camisola da selecção com o respectivo cachecol.
No dia seguinte, domingo, falei aos Treinadores, Dirigentes e à Comunicação Social sobre a figura do Árbitro e o seu relacionamento com os restantes agentes desportivos. Foi uma conversa muito interessante pelos diversos pontos de vista apresentados, todos eles direccionados num horizonte de esperança e responsabilidade, o desejado melhoramento e desenvolvimento do seu futebol, que se crê ser possível, desde que todos os agentes desportivos visem a sua valorização e dignificação, sempre em seu favor e sem ser contra ninguém.
No princípio da tarde de segunda-feira, dia 19, tive que regressar, pois tinha prevista a minha presença no Porto, onde presenciaria, na quarta-feira, os jogos com a Roménia (Futsal) e Finlândia (Futebol), o que, por falha lamentável de terceiros, tal não foi possível.
Saí do Aeroporto de Bissau por volta das 12H45 e uma hora depois chegava a Dakar (Senegal), onde aguardei cerca de 14 horas pela ligação para Lisboa. Aterrei na Portela na terça-feira, pelas 7H20.
Bem, a mensagem que aqui deixo a todas as personalidades e entidades que podem proporcionar algum auxílio é que o façam, pois os esforços que aqueles meus amigos desenvolvem sem praticamente terem nada são de louvar e confiar. Aceito, desde já, ser o depositário de tudo aquilo que queiram encaminhar para o futebol da Guiné-Bissau, quer seja para os Jogadores, Treinadores e Árbitros. Se pretenderem proceder a envio directo, aqui ficam os endereços: Federação e seu Conselho de Arbitragem, Alto Bandim, Caixa Postal 375 – BISSAU. As Associações de Árbitros, de Jogadores e de Treinadores, assim como a Liga Guineense dos Clubes de Futebol, que somente têm nas suas instalações uma mesa e uma cadeira, o seu endereço é comum: Avenida Pansau na Isna – BISSAU. República da Guiné-Bissau. Se necessário tenho os seus contactos móveis.
Na verdade Guiné-Bissau é um pequeno país, com muitas carências mas os seus dirigentes desportivos tudo superam com a sua simplicidade, fraternidade, amizade, humildade e simpatia. Vamos ajudar quem necessita e quem faz por isso.
Por fim aqui expresso os meus agradecimentos não só àqueles meus novos Amigos que referi, que sempre me acompanharam de forma superior, como também ao Presidente da Federação, José Medina Lobato, que fez o favor de me recolher no seu Aparthotel, a título gracioso.
O meu bem-haja! Tenho-os a todos no meu coração!...
Nota 1: Eis os resultados da selecção da Guiné-Bissau nas eliminatórias para o Mundial:
1998/França – Guiné-Conacri: 3-2 em Bissau e 1-3 em Conacri.
2002/Japão-Coreia – Togo, 0-0 na Guiné e 0-3 em Lomé.
2006/Alemanha – Mali, 1-2 em casa e 0-2 em Bamaco.
Nota 2: Em 25 de Junho de 1965 (sexta-feira), após ter gozado um mês de férias em Lisboa, quando regressei a São Tomé e Príncipe, onde estava a cumprir serviço militar obrigatório, fiz o mesmo trajecto aéreo para Bissau, tendo demorado, na altura, 08H12M! Hoje faz-se a viagem em pouco mais de 04H00… Naquele tempo os aviões militares portugueses ainda não eram a jacto e não podiam ir em linha recta, pois estavam proibidos pela comunidade africana de sobrevoar o seu espaço aéreo. De Bissau a Luanda foram só 09H51M no ar…
Nota 3: Distância percorrida neste fim-de-semana: 6.608 quilómetros. Tempo despendido: 97 horas. Depois de já ter estado também em Angola e Cabo Verde, fica a faltar a minha presença nos jogos das selecções do Brasil, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor. Coisa pouca…
(FOTOS: DE CIMA PARA BAIXO)
1-À porta da Federação, com Carlos Santos
2-Com Carlos Santos e Alberto Baió
3-Na palestra com os Árbitros
4-No colóquio com os agentes desportivos
5-Com um grupo de Árbitros
6-As selecções na saudação protocolar
7-Eu a assistir ao jogo com camisola e cachecol da selecção da Guiné-Bissau
8-No Aeroporto Osvaldo Vieira (Bissau) na despedida com Bonifácio Sanhá, Hamed Ould e Alberto Baió, grandes Amigos!
Passo, então, a narrar a minha recente presença em Bissau.
Acontece que estava convicto que a FIFA iria fazer os sorteios das eliminatórias para o Mundial de 2010-Africa do Sul neste mês de Novembro, onde pensava competirem as selecções da Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor, quando li uma notícia que me surpreendeu de todo: a Federação Santomense de Futebol desistiu de participar neste apuramento, assim como a selecção que lhe competia defrontar, a República Centro Africana. E, ao dar uma olhadela a outras informações constatei que a equipa representativa da Guiné-Bissau tinha jogado e perdido com a sua congénere da Serra Leoa, em Freetwon, pela diferença de um golo. Daí ter sido um instante a minha decisão em preparar-me para assistir ao jogo da segunda mão, que se efectuava no dia 17 de Novembro, sábado, na capital do país.
E assim aconteceu… Passagem aérea, visto, contactos logísticos com Bacar Camará – ilustre guineense residente em Portugal e Árbitro da Associação de Lisboa, tudo foi tratado em tempo útil e aí vou eu na véspera do grande encontro cuja perspectiva segura era de que o resultado negativo seria ultrapassado, e, por conseguinte, lugar a uma grande jornada do futebol da Guiné-Bissau.
Depois de pouco mais de quatro horas de voo estavam à minha espera os meus novos e ilustres Amigos, que passo a referir por ordem alfabética: Alberto Baió (Presidente da Associação dos Árbitros), Bonifácio Sanhá (Presidente da Liga dos Clubes de Futebol), Carlos Santos (Presidente da Comissão de Arbitragem da Federação), Hamed Ould (Presidente da Associação dos Treinadores) e Mamadu Sani (Secretário do Conselho de Disciplina da Liga). Após os cumprimentos de cortesia acompanharam-me até ao Aparthotel Lobato (pertença do Presidente da Federação de Futebol), que me acolheu de forma superior.
Na manhã do grande jogo foi-me proporcionado um encontro com os Árbitros guineenses que apareceram em grande número, assim como os seus dirigentes, nas modernas e modelares instalações da sede da Federação, graças à FIFA, onde os temas focados foram a ética e as ciências comportamentais ligados à função, tendo sido muito produtiva face à interactividade dos presentes.
À tarde, no Estádio 24 de Setembro (dia da proclamação da sua independência), repleto de dedicados apoiantes a selecção não foi além do empate a zero, o que lhe valeu não seguir em frente. Se tem concretizado, pelo menos, 2 vezes da meia dúzia que se lhe depararam daria uma grande alegria a todo o povo bem merecia pois nunca deixou de apoiar de forma calorosa e incentivar os seus ídolos durante todo o desafio. Foi pena e eu fiquei triste, nada me valendo ter envergado a camisola da selecção com o respectivo cachecol.
No dia seguinte, domingo, falei aos Treinadores, Dirigentes e à Comunicação Social sobre a figura do Árbitro e o seu relacionamento com os restantes agentes desportivos. Foi uma conversa muito interessante pelos diversos pontos de vista apresentados, todos eles direccionados num horizonte de esperança e responsabilidade, o desejado melhoramento e desenvolvimento do seu futebol, que se crê ser possível, desde que todos os agentes desportivos visem a sua valorização e dignificação, sempre em seu favor e sem ser contra ninguém.
No princípio da tarde de segunda-feira, dia 19, tive que regressar, pois tinha prevista a minha presença no Porto, onde presenciaria, na quarta-feira, os jogos com a Roménia (Futsal) e Finlândia (Futebol), o que, por falha lamentável de terceiros, tal não foi possível.
Saí do Aeroporto de Bissau por volta das 12H45 e uma hora depois chegava a Dakar (Senegal), onde aguardei cerca de 14 horas pela ligação para Lisboa. Aterrei na Portela na terça-feira, pelas 7H20.
Bem, a mensagem que aqui deixo a todas as personalidades e entidades que podem proporcionar algum auxílio é que o façam, pois os esforços que aqueles meus amigos desenvolvem sem praticamente terem nada são de louvar e confiar. Aceito, desde já, ser o depositário de tudo aquilo que queiram encaminhar para o futebol da Guiné-Bissau, quer seja para os Jogadores, Treinadores e Árbitros. Se pretenderem proceder a envio directo, aqui ficam os endereços: Federação e seu Conselho de Arbitragem, Alto Bandim, Caixa Postal 375 – BISSAU. As Associações de Árbitros, de Jogadores e de Treinadores, assim como a Liga Guineense dos Clubes de Futebol, que somente têm nas suas instalações uma mesa e uma cadeira, o seu endereço é comum: Avenida Pansau na Isna – BISSAU. República da Guiné-Bissau. Se necessário tenho os seus contactos móveis.
Na verdade Guiné-Bissau é um pequeno país, com muitas carências mas os seus dirigentes desportivos tudo superam com a sua simplicidade, fraternidade, amizade, humildade e simpatia. Vamos ajudar quem necessita e quem faz por isso.
Por fim aqui expresso os meus agradecimentos não só àqueles meus novos Amigos que referi, que sempre me acompanharam de forma superior, como também ao Presidente da Federação, José Medina Lobato, que fez o favor de me recolher no seu Aparthotel, a título gracioso.
O meu bem-haja! Tenho-os a todos no meu coração!...
Nota 1: Eis os resultados da selecção da Guiné-Bissau nas eliminatórias para o Mundial:
1998/França – Guiné-Conacri: 3-2 em Bissau e 1-3 em Conacri.
2002/Japão-Coreia – Togo, 0-0 na Guiné e 0-3 em Lomé.
2006/Alemanha – Mali, 1-2 em casa e 0-2 em Bamaco.
Nota 2: Em 25 de Junho de 1965 (sexta-feira), após ter gozado um mês de férias em Lisboa, quando regressei a São Tomé e Príncipe, onde estava a cumprir serviço militar obrigatório, fiz o mesmo trajecto aéreo para Bissau, tendo demorado, na altura, 08H12M! Hoje faz-se a viagem em pouco mais de 04H00… Naquele tempo os aviões militares portugueses ainda não eram a jacto e não podiam ir em linha recta, pois estavam proibidos pela comunidade africana de sobrevoar o seu espaço aéreo. De Bissau a Luanda foram só 09H51M no ar…
Nota 3: Distância percorrida neste fim-de-semana: 6.608 quilómetros. Tempo despendido: 97 horas. Depois de já ter estado também em Angola e Cabo Verde, fica a faltar a minha presença nos jogos das selecções do Brasil, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor. Coisa pouca…
(FOTOS: DE CIMA PARA BAIXO)
1-À porta da Federação, com Carlos Santos
2-Com Carlos Santos e Alberto Baió
3-Na palestra com os Árbitros
4-No colóquio com os agentes desportivos
5-Com um grupo de Árbitros
6-As selecções na saudação protocolar
7-Eu a assistir ao jogo com camisola e cachecol da selecção da Guiné-Bissau
8-No Aeroporto Osvaldo Vieira (Bissau) na despedida com Bonifácio Sanhá, Hamed Ould e Alberto Baió, grandes Amigos!
nao tenho muito que dezer mas sim, tenho as minhas iades e projecto para federação poder reforçar,o desperto no meu pais,
ResponderEliminarquero nuito ajudar o meu pais a chegar o mundil 2014, gostaria muito de poder receber todas as novidedaes de sobre o desporto do meu país, para dar continuação do meu projcto.
O meu nome é Antonio Demba Embaló