quinta-feira, 20 de março de 2008

CRUZ DOS SANTOS E CARLOS ARSÉNIO – AS REFERÊNCIAS DO JORNALISMO DESPORTIVO…

Estes meus bons Amigos, jornalistas de profissão, formados na velha escola, escrevem nos dois mais antigos jornais (rivais, mas não inimigos) desportivos portugueses, respectivamente, para o Record, cujo primeiro número saiu em 26 de Novembro de 1949 e A Bola, em 29 de Janeiro de 1945!!! Uma montanha de anos…

Fernando Cruz dos Santos, nasceu em Lisboa em 10 de Dezembro de 1931, e da sua espantosa carreira jornalística, sobressai o facto de ter-se iniciado no diário em 1954 (são 54, claro) e, pasme-se, continua ainda a ter o seu espaço, exageradamente apreciado pelos leitores. Mais: no ano seguinte, com a bonita idade que resulta ter 24 primaveras, frequentou com aproveitamento o curso de candidatos a Árbitro de futebol, só não seguindo a actividade por ter considerado incompatível com a emprego que escolheu e, confirmando os seus altos méritos e qualidades, chegou até ser sondado, por 3 vezes, para Presidente dos Árbitros da Federação…

Carlos Matias Arsénio, natural da Golegã, onde nasceu a 25 de Maio de 1936. Do seu fantástico currículo profissional, destaque-se o ter começado a trabalhar no jornal em 1961 (já lá vão 47!) e que ainda se mantém em pleno, e era, até há bem pouco, membro do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Santarém.

Estas pessoas são simplesmente extraordinárias. Têm assinado os mais brilhantes trabalhos sobre a arbitragem e os seus agentes. As suas palavras e o sentido que lhes dão são de uma sensibilidade e objectividade sem paralelo. Quem as lê apreende com simplicidade e clareza, saboreia até o elevado sentido pedagógico que encerram. Vale a pena ensinar, vale a pena continuar, vale a pena apreciar os seus artigos.

No dia 12 de Maio de 2004, no vigésimo quinto aniversário da APAF, Carlos Arsénio e Cruz dos Santos (sempre os dois) foram distinguidos com a atribuição da medalha de Honra pelo muito que têm contribuído para a dignificação, prestigio e valorização da arbitragem portuguesa. Contudo, considero que a Associação de classe está em dívida para com Carlos Arsénio, já que concedeu o Título de Sócio Honorário a Cruz dos Santos (em 13 de Março de 1998), faltando, naturalmente e com toda a justiça, distinguir o outro seu grande amigo de sempre.

Também o Governo da República Portuguesa, através da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, conforme despacho de 14 de Julho de 2004, distingui-os com a Medalha de Bons Serviços Desportivos entregues (novamente em simultaneidade), numa sessão organizada pelo CNID-Associação dos Jornalistas de Desporto, onde tive o privilégio de presenciar a merecida homenagem a estas duas gradas e queridas figuras públicas.

No meu caso pessoal, ao longo dos tempos que tenho o prazer de com eles conviver, tenho aprendido muito e, para além de serem os meus mentores, fazem o favor de, por vezes, ouvir a minha opinião a qual, normalmente, até coincide com o raciocínio de cada um deles, ou não estivéssemos no mesmo comprimento de onda, no mesmo lado, onde é gratificante estar… A reciprocidade na recolha de opiniões, conselhos ou ideias tem sido uma constante e vai continuar por muitos e bons anos!

Desde sempre que os seus temas têm um sentido formativo e informativo, mantêm uma forte matriz baseada em princípios e valores, onde se incluem os sempre importantes e oportunos esclarecimentos quando necessário. Estão sempre prontos para colaborar em tudo o que diga respeito ao sector.


O reconhecimento das suas impares qualidades, dos seus saberes, da sua postura e a humanidade que colocam nos seus actos, levou a que fossem seleccionados a darem os seus nomes, como patronos, a cursos de candidatos realizados em Lisboa. Também foram justamente escolhidos para integraram júris de exames a Árbitros dos quadros da Federação. Sem dúvida alguma: são exemplos que gostaríamos de ver multiplicados nas restantes regiões do país, mas até agora…

Aqui fica o meu preito de homenagem aos que há tanto tempo se dedicam com afinco, saber e seriedade numa uma área tão sensível como a nossa. A arbitragem está agradecida por tudo o que têm feito por ela, mesmo quando é motivo de alguma observação mais objectiva e adequada. O meu obrigado, também, e reafirmo que é um prazer e uma enorme honra tê-los como bons Amigos!

Duas pequenas notas: 1-Recentemente ofereci-lhes o trabalho da pesquisa que efectuei sobre os prémios instituídos por aqueles periódicos para reconhecer o Árbitro da 1ª categoria nacional que chegue ao fim da competição maior em lugar cimeiro, depois de jornada a jornada os cronistas atribuírem a pontuação condizente com a prestação de cada qual. Aproveito para dizer que este estudo será oportunamente divulgado. 2-Estou a liderar a recolha de assinaturas dos filiados da APAF, necessárias para colmatar a falha havida com Carlos Arsénio.

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