terça-feira, 24 de junho de 2008

EURO 2008-A ARBITRAGEM PORTUGUESA CUMPRIU, OS OUTROS NEM POR ISSO…



Na passada quinta-feira, dia 20, o nosso representante na maior competição europeia de nações, Olegário Benquerença regressou a casa, depois de ter cumprido na íntegra a missão que lhe foi confiada pelo Comité de Arbitragem da UEFA.

Cansado de uma noite mal passada e dos efeitos da viagem, mas, apesar disso, ao chegar mostrou boa disposição e optimismo sobretudo quanto ao futuro. Assimilou e interpretou ao pormenor tudo aquilo que lhe foi transmitido pelos responsáveis da UEFA e considera que os resultados foram francamente positivos. Quanto ao apoio que sentiu dos seus amigos afirmou que recebeu muitos telefonemas, assim como mensagens electrónicas que o incentivaram a fazer sempre cada vez mais e melhor.

Eis algumas notas dos 3 jogos que estavam previstos e que actuou em todos como quarto árbitro:
Roménia-França (0-0), no dia 9 de Junho (2ª feira), no Estádio Letzigrud (30.585 espectadores), localizado em Zurique (Suiça), com os colegas Manuel Mejuto González, Juan Carlos Yuste Jiménez e Jesús Calvo Guadamuro (espanhóis), sendo o assistente suplente Darren Cann (inglês) e o Delegado Liutauras Varanavicius (lituano). Verificaram-se 5 substituições.

Grécia-Rússia (0-1), no dia 14 de Junho (Sábado), no Estádio Wals Siezenheim (31.063 assistentes), situado em Salzburgo (Áustria), com os companheiros Roberto Rosetti, Alessandro Griselli e Paolo Calcagno (italianos), auxiliar suplente Roman Slysko (eslovaco) e o Delegado Janis Nezeckis (letão). Foram 5 as substituições.
Polónia-Croácia (0-1), no dia 16, 2ª feira, no Estádio Worthersee (Assistência: 30.461 pessoas), da cidade Klagenfurt, (Áustria), com os camaradas Kyros Vassaras, Dimitris Bozatzidis e Dimitris Saraidaris (gregos), assistente de reserva Alessandro Griselli (italiano), delegado da UEFA, Dane Jost (eslovaco) e Observador Bo Karlsson (sueco). Neste jogo procedeu-se a 6 substituições.

No Aeroporto de Lisboa, a aguardar Olegário Benquerença estavam 5 pessoas do seu foro mais pessoal, o que me obriga a dizer que a hierarquia do futebol português (Federação Portuguesa de Futebol e Liga Portuguesa de Futebol Profissional e respectivos Comissões de Arbitragem, assim como as Associações (são 22!) e correspondentes Conselhos de Arbitragem falharam uma vez mais neste simples gesto de saber reconhecer o que de bom fazemos no estrangeiro, saudar quem desempenhou cabalmente a missão para que foi seleccionado ao mais alto nível ou cumprimentar, felicitando, quer na despedida ou na recepção não são a sua especialidade, o que se lamenta! Coisas…
A propósito, enviei no passado dia 4 de Junho uma mensagem, através de correio electrónico para o Presidente da República, dado que no acolhimento aos elementos da Federação Portuguesa de Futebol, que se verificou em 1 de Junho (Domingo), o representante da arbitragem portuguesa não foi integrado na comitiva nem recebido com a mesma dignidade que todos os embaixadores desportivos merecem dos órgãos de soberania. Porquê tratamento desigual para com a arbitragem portuguesa? Outra pergunta: nesta omissão inadmissível e inacreditável, será que alguém assume alguma responsabilidade?

Eis o seu teor:
Exmº Senhor
Presidente da República Portuguesa

Na recepção que V. Exª deu à selecção nacional de futebol não vi incluído na comitiva o Árbitro Internacional português, Olegário Benquerença, que também vai representar a arbitragem de futebol do nosso país no EURO-2008.
Como V. Exª sabe o nosso sector é um dos menos considerados nestas coisas do protocolo e não só.

Entendo sugerir a V. Exª que, futuramente, quando houver este género de recepção a desportistas, seja de que modalidade for, e para que, num pais democrático, uns não sejam filhos e outros enteados, deva inquirir junto dos responsáveis federativos se a arbitragem também merece estar com o Presidente da República ou outro dignitário do Estado, pois só assim, começando com estes exemplos, é que a credibilidade, respeito e consideração pode reforçar um sector onde o contrário é que é habitual e nefasto!

Na minha página na net (albertohelder.blogspot.com) tenho expressado situações análogas que têm afectado a arbitragem portuguesa.

Saudações e o meu apreço

Alberto Helder

Para que conste, recordo que, em termos dos Campeonatos da Europa, a nossa selecção nacional já participou em 5 fases finais (1984, 1996, 2000, 2004 e 2008), enquanto os representantes da arbitragem portuguesa actuaram em 7 (1968, 1980, 1988, 1992, 2000, 2004 e 2008).

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