-1950: MINHA IRMÃ IVONE, COMIGO, NA PRAIA DE SÃO PEDRO DO ESTORIL-
Então, a nossa mãe, uma organizadora nata – de quem aprendi muito do que sei hoje – preparava tudo o que fosse necessário para que nada faltasse. -ELÉCTRICO: 1902 A 1960-
Fazia um arroz de pimentos (ou de tomate) cujo aroma e sabor ainda recordo, passada que foram esta montanha de anos, deliciosas pataniscas de bacalhau (com o dito) até dizer chega, muito pão e muita fruta, muita salada e gasosa (limonada) para a miudagem. Eram estes os mantimentos para todo o maravilhoso dia fora de portas. -ELÉCTRICO: 1939 A 1963-
Para os transportar eram utilizados os tachos de barro (pesadíssimos), embrulhados em papel de jornal, tudo metido em cestos com duas asas e lá ia toda a família a caminho de Algés, Cruz Quebrada ou Caxias, das mais distintas praias da linha do Estoril, mas só frequentadas pelos mais carentes.
A deslocação era feita de eléctrico, com partida bem cedinho do Príncipe Real (antigamente Patriarcal ou Praça do Rio de Janeiro) com destino ao Cais do Sodré onde voltávamos a apanhar outro eléctrico que nos levava até ao fim da linha. Por vezes ainda passávamos pela Praça da Ribeira para abastecer os frescos. Depois, lá íamos, carregados e cheios de força para suportarmos a praia, agressiva quanto baste, pelo imenso sol e pela salinidade da sua água.
E pronto, chegados ao destino – quando era Caxias, depois da Cruz Quebrada ainda íamos a pé um bom bocado (cerca de 7 quilómetros), mas era muito mais chique, muito mais finório.
Assentávamos num espaço que nos conviesse e optávamos por banho, exposição ao sol, (sem qualquer cuidado primário), jogar à bola (que era proibido), brincar, almoçar – naqueles pesados pratos de louça – descanso, enfim, o dia era bem passado na companhia de toda a família.
E, no final do dia, o regresso a casa: com a trouxa mais leve, naturalmente, mais eléctricos, chegar à caminha era um desejo tremendo, mas as costas ardiam que nem um braseiro e a indisposição era generalizada.
Também, graças a acções da Junta de Freguesia e à nossa condição de necessitados, era-nos possibilitada a frequência das Colónias de Férias de Lousa, Foz do Arelho e a do Jornal O Século, em São Pedro do Estoril!
Hoje as praias de Algés, Cruz Quebrada e Caxias embora não classificada como tal, mas também com um número significativo de frequentadores, não estão nas melhores condições e os riscos que patenteiam para a saúde pública são reais por apresentarem um historial de má qualidade da água, dado ainda estarem inseridas no caudal do rio Tejo.
Era uma festa quando a nossa mãe, a Dª Ester, nos dizia, naquela altura, que no domingo íamos até à praia!...
Morávamos na rua Cecílio de Sousa, numa habitação térrea, sem as mínimas condições para uma habitação normal. Dois quartos para 5 pessoas (meus pais e meus irmãos e eu), sem energia eléctrica e outras comodidades básicas, sair deste ambiente era uma bênção!
-ELÉCTRICO 1901 A 1988-Morávamos na rua Cecílio de Sousa, numa habitação térrea, sem as mínimas condições para uma habitação normal. Dois quartos para 5 pessoas (meus pais e meus irmãos e eu), sem energia eléctrica e outras comodidades básicas, sair deste ambiente era uma bênção!
Então, a nossa mãe, uma organizadora nata – de quem aprendi muito do que sei hoje – preparava tudo o que fosse necessário para que nada faltasse. -ELÉCTRICO: 1902 A 1960-
Fazia um arroz de pimentos (ou de tomate) cujo aroma e sabor ainda recordo, passada que foram esta montanha de anos, deliciosas pataniscas de bacalhau (com o dito) até dizer chega, muito pão e muita fruta, muita salada e gasosa (limonada) para a miudagem. Eram estes os mantimentos para todo o maravilhoso dia fora de portas. -ELÉCTRICO: 1939 A 1963-
Para os transportar eram utilizados os tachos de barro (pesadíssimos), embrulhados em papel de jornal, tudo metido em cestos com duas asas e lá ia toda a família a caminho de Algés, Cruz Quebrada ou Caxias, das mais distintas praias da linha do Estoril, mas só frequentadas pelos mais carentes.
A deslocação era feita de eléctrico, com partida bem cedinho do Príncipe Real (antigamente Patriarcal ou Praça do Rio de Janeiro) com destino ao Cais do Sodré onde voltávamos a apanhar outro eléctrico que nos levava até ao fim da linha. Por vezes ainda passávamos pela Praça da Ribeira para abastecer os frescos. Depois, lá íamos, carregados e cheios de força para suportarmos a praia, agressiva quanto baste, pelo imenso sol e pela salinidade da sua água.
E pronto, chegados ao destino – quando era Caxias, depois da Cruz Quebrada ainda íamos a pé um bom bocado (cerca de 7 quilómetros), mas era muito mais chique, muito mais finório.
Assentávamos num espaço que nos conviesse e optávamos por banho, exposição ao sol, (sem qualquer cuidado primário), jogar à bola (que era proibido), brincar, almoçar – naqueles pesados pratos de louça – descanso, enfim, o dia era bem passado na companhia de toda a família.
E, no final do dia, o regresso a casa: com a trouxa mais leve, naturalmente, mais eléctricos, chegar à caminha era um desejo tremendo, mas as costas ardiam que nem um braseiro e a indisposição era generalizada.
Também, graças a acções da Junta de Freguesia e à nossa condição de necessitados, era-nos possibilitada a frequência das Colónias de Férias de Lousa, Foz do Arelho e a do Jornal O Século, em São Pedro do Estoril!
Hoje as praias de Algés, Cruz Quebrada e Caxias embora não classificada como tal, mas também com um número significativo de frequentadores, não estão nas melhores condições e os riscos que patenteiam para a saúde pública são reais por apresentarem um historial de má qualidade da água, dado ainda estarem inseridas no caudal do rio Tejo.
Também eu, em 1950, com 10 anos de idade, comecei a dar as primeiras braçadas atirando-me à agua, da ponte de ferro que lá existia.
ResponderEliminarE, os piqueniques nas matas, e o cabo-de-mar a verificar se o calção de banho tapava o umbigo...
Saudades de infância...
Tb eu estive por 2 vezes na Colónia Balnear Infantil " O Século", nos anos 40.
ResponderEliminarRecordo-me bem de algumas caras, principalmente daquelas que comigo estão numa foto.
Hoje, até tenho saudades desse tempo...como eu gostava de "andar" para trás...
Se tiver interesse, diga, que eu mando-lhe uma foto que estou com mais 5 ou 6 amigos.
O meu email é tokolocha@gmail.com .