quinta-feira, 30 de outubro de 2008

MÁRIO BEJA SANTOS APRESENTA A SUA PRIMEIRA OBRA

Na passada quinta-feira, dia 23, voltei a deslocar-me à Biblioteca-Museu República e Resistência para assistir a mais uma sessão do Ciclo de Conferências intitulado Memórias Literárias da Guerra Colonial, desta feita com a participação de Beja Santos que retrata, pormenorizadamente, o primeiro ano que passou como oficial combatente e comandante de tropas nativas em terras da, então, Guiné Portuguesa. A apresentação do livro Diário da Guiné, 1968/1969, Na Terra dos Soncó, esteve a cargo de José Paulo Sousa.Beja Santos, hoje Professor Universitário, falou com eloquência e pausadamente, e com um espantoso rigor quanto aos nomes dos locais que compunham o sector L-1 (zona militar onde esteve estacionado), dos elogios aos seus subordinados, dos acontecimentos dramáticos, dos louvores que propôs, dos companheiros de armas, dos superiores, das emboscadas, do castigo que lhe foi imposto, enfim, historiou, o que de pormenor lá se passou no decorrer do ano de 1968. Intervim para saber algo mais dos fuzilamentos que muitos militares (comandos) de origem guineense que, brava e lealmente defenderam a bandeira portuguesa, foram alvo após a independência, pelos seus próprios irmãos de sangue. Respondeu-me que o Governo Português, depois da revolução de Abril de 1974, ofereceu-lhes condições em Portugal, mas que eles próprios recusara viajar para a chamada Metrópole, logo ficaram sujeitos às terríveis consequências que advieram da feroz vingança que fervilhava nas mentes dos que os aniquilaram. Um senão: Beja Santos apressou o final da reunião um tanto ou quanto surpreendentemente, que nem deixou os 2 últimos interventores (eu era um deles) falarem nem o apresentador encerrá-la, como é usual. No próximo mês de Novembro, no dia 11 (terça-feira), pelas 17H30, vai lançar o segundo volume deste seu trabalho, no Museu da Farmácia, na rua Marechal Saldanha, 1 (à Bica), em Lisboa, cujo subtítulo é dedicado a uma operação militar das nossas tropas a Madina-Belel e refere-se ao segundo ano da sua comissão de serviço em África: O Tigre Vadio.

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