Profissional. Competente. Concentrada. Bonita. Simpática. Esses adjetivos descrevem a árbitra-assistente da Fifa, Maria Eliza Correia Barbosa . Nasceu em Ituverarva, São Paulo, em 02.03.1980, filha de Antonino Inácio Barbosa e de Maria Emília Correia Barbosa. É solteira e professora de Educação Física. A entrevista que, a princípio, seria uma conversa formal aconteceu em um clima descontraído embalado pelo sorriso e pela simpatia das palavras de Maria Eliza. Atuando no mundo futebolístico há sete anos – desde 2004 na série A, vivendo um dos momentos mágicos da sua vida profissional e recém chegada do campeonato mundial sub-17, na Nova Zelândia em 2008 –, ela nos contou como o futebol entrou na sua vida, como se apaixonou pela sua profissão, os bastidores dos árbitros, seu relacionamento com os jogadores, com a torcida e a sua rotina para manter-se bem dentro do campo. -Com o Prsidente da Federação Paulista de Futebol, Dr. Marco Polo Del Nero-
Faculdade, futsal, amigos e futebol de campo foram as palavras usadas por Maria Eliza para definir o seu início como árbitra, e disse ainda que quando estava na faculdade atuava como árbitra nas partidas de futsal e que seus amigos, principalmente Cláudio Santana, foram quem a incentivaram a procurar o curso de arbitragem profissional. "Os meninos me questionavam o porquê de eu não fazer um curso de campo. Na minha família ninguém é fã de futebol... eu gostei mesmo devido ao trabalho que fazia dentro da faculdade e aí passei a estudar e correr atrás... foi assim que eu aprendi e conheci mais sobre a profissão". Falar do começo da vida profissional de uma árbitra de futebol parece tarefa difícil, mas a dificuldade maior, segundo Maria Eliza, aconteceu para as pioneiras Silvia Regina e Ana Paula. Maria Eliza nos revelou que dias antes da nossa entrevista estava conversando com Silva Regina, árbitra hoje aposentada, sobre as dificuldades no início de carreira e Silva dizia que ao entrar em campo sempre era recepcionada com a mesma pergunta: O que uma mulher veio fazer em um jogo de futebol? E que com toda segurança respondia: Eu vim bandeirar! Para Maria Eliza, não existe dúvida de que hoje a situação está bem mais fácil e ter uma mulher bandeirando uma partida também já é bem mais aceito pelo universo masculino do que antes. -Com os amigos comuns: Ana Paula Oliveira, Paulo Oliveira, Sílvia Regina e Sálvio Fagundes-
Quando o assunto foi a relação profissional com os jogadores e torcedores, ela foi objetiva e segura: "Graças a Deus eu nunca tive problema nem com torcida, nem para entrar dentro do campo... bem, tem uma história engraçada em que eu e a Ana Paula chegamos para bandeirar no Palmeiras em São Paulo e nos perguntaram quem nós éramos... nos identificamos como assistentes, mostramos as carteirinhas, mas o rapaz que estava na entrada realmente não sabia as designações da federação e não queria deixar a gente entrar, mas logo depois tudo foi resolvido. Eu nunca sofri nenhum preconceito, a não ser quando termina o jogo e as pessoas falam coisas feias, mas funcionam como desabafo e não como agressão”, afirma. A árbitra-assistente que vemos atuando nos jogos de futebol trabalha muito, viaja muito, treina muito e estuda muito. O adjetivo "muito" descreve a rotina de um árbitro atuante que precisa estar em forma, informado e sempre estudando, como confirma Eliza: "Eu moro em Ituverava, no interior de São Paulo, a 410 km da capital. Fico indo e voltando, a viagem é longa. Estou sempre estudando, treinando. Hoje em dia, assim como em outras profissões, tem que estudar mesmo, principalmente no futebol. Se não fizer tudo certinho e não se dedicar não tem espaço, tem que se desdobrar, tem que fazer inglês e tem que falar fluente. É uma busca constante!"... Participar do Campeonato Mundial sub-17 na Nova Zelândia, em 2008, marcou sua vida e a deixou sem palavras para descrever esse momento. "Não tem como explicar o que eu senti... o momento que eu recebi a minha escala, o momento que estava indo embora e o momento que fiz a final do campeonato não têm com explicar! É muito gratificante e acho que é um dos maiores reconhecimentos que uma pessoa pode ter. Não tem como explicar! Foi uma grande surpresa, eu curtia cada momento. Quando entramos no campo que tocou aquela música... nós nos falamos, ‘estamos aqui!’ Eu pensei: ‘não vai dar vou ter que chorar’. Mas aí eu e as meninas combinamos de chorar depois da medalha. Voltei muito cansada e graças a Deus tive um respaldo imenso da minha federação, porque quando eu cheguei aqui tive que fazer vários testes físicos". Antes de terminar a entrevista, tentamos descobrir para qual time de futebol ela torce, qual a posição que mais admira e se sabe jogar futebol assim como sabe bandeirar. Mais uma vez, objetiva e segura em sua resposta, disse que não torce para nenhum time de futebol. Segundo ela, o futebol nunca foi uma paixão constante entre seus familiares, mas que admira o esporte como um todo e a posição dentro do campo que mais lhe chama atenção é a de atacante: "Quem não gosta de fazer gol, né? Fica só na frente para receber (a bola) e fazer o gol". No final, confessou que prefere estar fora do campo atuando como árbitra-assistente a participar como jogadora. "Eu não sei jogar nada de futebol", afirmou Maria Eliza. Para finalizar pedimos que Maria Eliza se descrevesse dentro e fora do campo. "Meu Deus, sou péssima nisso, mas acho que é um pouco de tudo, responsabilidade, trabalho, união e fé em Deus, sempre tem que ter senão não se vai a lugar nenhum. Eu rezo todos os dias, antes de entrar no campo. Dentro do vestiário a gente reza bastante, e peço sempre a Deus que ponha suas mãos junto às minhas, porque é ali (uma decisão) que garante o resultado de uma partida".
Nota: Com a devida vénia do Voz do Apito (transcrição integral).
Faculdade, futsal, amigos e futebol de campo foram as palavras usadas por Maria Eliza para definir o seu início como árbitra, e disse ainda que quando estava na faculdade atuava como árbitra nas partidas de futsal e que seus amigos, principalmente Cláudio Santana, foram quem a incentivaram a procurar o curso de arbitragem profissional. "Os meninos me questionavam o porquê de eu não fazer um curso de campo. Na minha família ninguém é fã de futebol... eu gostei mesmo devido ao trabalho que fazia dentro da faculdade e aí passei a estudar e correr atrás... foi assim que eu aprendi e conheci mais sobre a profissão". Falar do começo da vida profissional de uma árbitra de futebol parece tarefa difícil, mas a dificuldade maior, segundo Maria Eliza, aconteceu para as pioneiras Silvia Regina e Ana Paula. Maria Eliza nos revelou que dias antes da nossa entrevista estava conversando com Silva Regina, árbitra hoje aposentada, sobre as dificuldades no início de carreira e Silva dizia que ao entrar em campo sempre era recepcionada com a mesma pergunta: O que uma mulher veio fazer em um jogo de futebol? E que com toda segurança respondia: Eu vim bandeirar! Para Maria Eliza, não existe dúvida de que hoje a situação está bem mais fácil e ter uma mulher bandeirando uma partida também já é bem mais aceito pelo universo masculino do que antes. -Com os amigos comuns: Ana Paula Oliveira, Paulo Oliveira, Sílvia Regina e Sálvio Fagundes-
Quando o assunto foi a relação profissional com os jogadores e torcedores, ela foi objetiva e segura: "Graças a Deus eu nunca tive problema nem com torcida, nem para entrar dentro do campo... bem, tem uma história engraçada em que eu e a Ana Paula chegamos para bandeirar no Palmeiras em São Paulo e nos perguntaram quem nós éramos... nos identificamos como assistentes, mostramos as carteirinhas, mas o rapaz que estava na entrada realmente não sabia as designações da federação e não queria deixar a gente entrar, mas logo depois tudo foi resolvido. Eu nunca sofri nenhum preconceito, a não ser quando termina o jogo e as pessoas falam coisas feias, mas funcionam como desabafo e não como agressão”, afirma. A árbitra-assistente que vemos atuando nos jogos de futebol trabalha muito, viaja muito, treina muito e estuda muito. O adjetivo "muito" descreve a rotina de um árbitro atuante que precisa estar em forma, informado e sempre estudando, como confirma Eliza: "Eu moro em Ituverava, no interior de São Paulo, a 410 km da capital. Fico indo e voltando, a viagem é longa. Estou sempre estudando, treinando. Hoje em dia, assim como em outras profissões, tem que estudar mesmo, principalmente no futebol. Se não fizer tudo certinho e não se dedicar não tem espaço, tem que se desdobrar, tem que fazer inglês e tem que falar fluente. É uma busca constante!"... Participar do Campeonato Mundial sub-17 na Nova Zelândia, em 2008, marcou sua vida e a deixou sem palavras para descrever esse momento. "Não tem como explicar o que eu senti... o momento que eu recebi a minha escala, o momento que estava indo embora e o momento que fiz a final do campeonato não têm com explicar! É muito gratificante e acho que é um dos maiores reconhecimentos que uma pessoa pode ter. Não tem como explicar! Foi uma grande surpresa, eu curtia cada momento. Quando entramos no campo que tocou aquela música... nós nos falamos, ‘estamos aqui!’ Eu pensei: ‘não vai dar vou ter que chorar’. Mas aí eu e as meninas combinamos de chorar depois da medalha. Voltei muito cansada e graças a Deus tive um respaldo imenso da minha federação, porque quando eu cheguei aqui tive que fazer vários testes físicos". Antes de terminar a entrevista, tentamos descobrir para qual time de futebol ela torce, qual a posição que mais admira e se sabe jogar futebol assim como sabe bandeirar. Mais uma vez, objetiva e segura em sua resposta, disse que não torce para nenhum time de futebol. Segundo ela, o futebol nunca foi uma paixão constante entre seus familiares, mas que admira o esporte como um todo e a posição dentro do campo que mais lhe chama atenção é a de atacante: "Quem não gosta de fazer gol, né? Fica só na frente para receber (a bola) e fazer o gol". No final, confessou que prefere estar fora do campo atuando como árbitra-assistente a participar como jogadora. "Eu não sei jogar nada de futebol", afirmou Maria Eliza. Para finalizar pedimos que Maria Eliza se descrevesse dentro e fora do campo. "Meu Deus, sou péssima nisso, mas acho que é um pouco de tudo, responsabilidade, trabalho, união e fé em Deus, sempre tem que ter senão não se vai a lugar nenhum. Eu rezo todos os dias, antes de entrar no campo. Dentro do vestiário a gente reza bastante, e peço sempre a Deus que ponha suas mãos junto às minhas, porque é ali (uma decisão) que garante o resultado de uma partida".
Nota: Com a devida vénia do Voz do Apito (transcrição integral).
voce teve na minha cidade e deu chou no apito
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