segunda-feira, 15 de outubro de 2012

NAQUELE TEMPO – OUTUBRO 1962 (62)

O Boletim “O Árbitro” nº 64 (Ano VI), de há cinquenta anos, destacou, entre outros, os seguintes temas:
TÍTULOS – “Amizade Luso-espanhola”, da Redacção; “Apontamento sobre obstrução”, de Eduardo Neves (Viseu); “Será desta”, pergunta Isidro Fragoso (Luanda); Filipe Gameiro Pereira volta ao tema “O Curso da FIFA efectuado em Florença”; “O Boletim ainda é lido”, observações de José Freitas Maia, do Entroncamento; O futebol e o “factor três”, interessante estudo da autoria de António Augusto Santos. A palestra de Carlos Queiroga Tavares no Curso de Candidatos na Comissão Distrital de Lisboa, foi subordinada ao tema: Dissertação sobre a lei XI, fora de jogo.
COMUNICADO DA COMISSÃO CENTRAL – Convocar as Comissões Distritais de Árbitros, para participarem no Congresso, que se realizará na sua sede, com o seguinte programa: dia 1 de Dezembro (Sábado), para além da sessão de abertura pelo Director-geral dos Desportos (15H00), segue-se, uma hora depois, a sessão de trabalho que se centrará nos assuntos que se descrevem: Leitura do relatório da Comissão Central; A conveniência e possibilidade da realização de cursos de aperfeiçoamento de Árbitros e instrutores; Novas tabelas de deslocação e de ajudas de custo; Apreciação do projecto de alteração ao Estatuto e Regulamento da Comissão Central e das Distritais. Às 20H00 haverá pausa para jantar. A reunião continuará às 22H00. No dia 2 (domingo), com início às 14H30, dá-se continuidade
aos trabalhos. No dia 3, segunda-feira, às 10H00 volta-se ao assunto. Às 12H30 será feita romagem de saudade ao túmulo de António Ribeiro dos Reis, no cemitério dos Prazeres. Pelas 22H00 será feito descerramento de uma moldura com a sua foto na sala das sessões da Comissão Central. Mais decidiu pela publicação de um número especial do Boletim “O Árbitro”, totalmente dedicado a Ribeiro dos Reis, com a colaboração dos Directores dos jornais desportivos “A Bola”, “Mundo Desportivo”, “Norte Desportivo” e “Record”, e, ainda, de algumas outras personalidades.
BENFICA-SANTOS, 2ª MÃO DA TAÇA INTERCONTINENTAL – A equipa de arbitragem que dirigiu este jogo realizado no Estádio da Luz (Lisboa), em 11 de Outubro de 1962, veio de França e foi assim constituída por: Pierre Schwinte (Árbitro), auxiliado por Robert Steiner e Bounillon. O resultado foi desfavorável aos lisboetas por 2-5, com golos de Eusébio e Santana e Pelé (3), Coutinho e Pepe. Os espectadores atingiram os 70.000! No jogo da primeira mão, realizado no Maracanã (Rio de Janeiro), perante 94.129 pessoas, os brasileiros ganharam por 3-2, com golos de Pelé (2) e Coutinho. Santana assinou os golos do Benfica.
PORTO-DÍNAMO ZAGREB - 1ª ELIMINATÓRIA DA TAÇA DAS CIDADES COM FEIRA – Estádio das Antas, 3 de Outubro de 1962. Resultado 1-2.
Equipa de arbitragem (italiana): Árbitro: Gennaro Marchese. Assistentes: Gastone Roversi e António Sbardella.
BELENENSES-BARCELONA – PARA A MESMA COMPETIÇÃO – Foi no Restelo e em 3 de Outubro de 1962, e o jogo terminou com 1-1, tendo Josep Maria Fusté (11’) marcado pelos catalães e Estevão (12’) pelos lisboetas.
Equipa de Arbitragem (belga): Raymond Lespineux (Árbitro) e Edouard Calonne e Marcel Deckx.
 Para assistir à homenagem a Ribeiro dos Reis desloca-se propositadamente a Lisboa o presidente do Comité de Árbitros de Futebol de Espanha, D. Manuel Ascensi. Os pedidos de audiência solicitados à Comissão Central devem ser feitos com a antecedência mínima de 48 horas e sempre com os motivos que os justifiquem. O campeonato de futebol da Zambézia (Moçambique) encontra-se suspenso, dado se encontrarem demissionários cinco dos principais Árbitros que actuavam na competição. Portalegre conta com novos Árbitros. Angra do Heroísmo programa reuniões semanais para os seus filiados.
DIAMANTINO FLORÊNCIO – Este malogrado Árbitro, filiado no Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Faro, de quarenta e dois anos de idade, faleceu quando estava a ser submetido a uma melindrosa intervenção cirúrgica ao cérebro. O Boletim expressa condolências à família enlutada.  
Mariano Sabino dos Santos, de Vendas Novas, coloca a seguinte questão: Um jogador ao dar o pontapé de saída fá-lo de forma incorrecta, pontapeando a bola para o campo do adversário, tendo, por isso, sido advertido. Insiste e é expulso. Poderá essa equipa substituir o infractor? Resposta: Sim. O jogo ainda não tinha começado. António José Luís, de Nampula (Angola) expõe o seguinte: O Árbitro vai em viagem em transporte público e um passageiro, que por sinal é jogador de uma das equipas que vão ser dirigidas por aquele juiz, começa com graçolas tais que o provoca, vexando-o diante de todos os presentes. Pode esse jogador tomar parte do desafio? Resposta: Pode, já que os poderes do Árbitro começam no momento em que entra no terreno de jogo.  
Arnaldo Conde, Árbitro de futebol e de hóquei em patins teve que, nesta última modalidade, expulsar o jogador Príncipe, depois de o advertir. O praticante, expressou-se desta forma: “Dou-lhe os parabéns, senhor Árbitro, pois é a primeira vez que vejo um Conde pôr um Príncipe na rua!”
Numa aldeia do concelho de Lamego (Portugal), jogaram um encontro amigável dois grupos daquela terra. Numa determinada altura um dos “valentes” discordando de uma decisão do Árbitro – um curioso que se prestou ao sacrifício – juntamente com um irmão que também jogava e o pai que era espectador, agrediu o juiz de campo e arrancou-lhe, à dentada, a orelha esquerda… A notícia acrescenta que o agressor era amigo íntimo da vítima e antigo companheiro de escola. Arrependido, no hospital ajoelhou-se aos pés e a chorar pediu-lhe desculpa.    
Em Huelva (Espanha), o clube local conhecido por em vez de pagar aos seus jogadores em pesetas faziam-no em presuntos, agora, quando vai jogar fora leva um presunto para oferecer à equipa que visita, teve uma melhor ideia, tomada recentemente, com a abertura aos domingos das portas do estádio para entrar gente moça. Além de nada pagarem, receberão caramelos e balões e têm direito (alguns felizardos) a, depois do jogo, marcarem uma grande penalidade ao guarda-redes titular da equipa local.  
 Desta feita o selecionado foi o francês Michel Kitabdjian, internacional, e estreou-se, como Árbitro assistente num jogo para o Europeu, em 8 de Maio de 1960, em que Portugal venceu a antiga Jugoslávia, por 2-1. Iniciou-se na arbitragem por acaso, pois ia assistir a um desafio e, na falta do Árbitro, prontificou-se a exercer as funções… Natural de Nice, ostentou a insígnia FIFA durante 18 épocas (1961/62 a 1978/79) e dirigiu 19 jogos entre selecções nacionais, incluindo, em 18.06.1972, o Equador-República da Irlanda (2-3), em Natal, que contava para a Taça de Independência, a Mini Copa.
EQUIPA DE ARBITRAGEM constituída pelo Árbitro Isidro Fragoso e assistentes António Gonçalves Veiga Lisboa e Emanuel de Oliveira, que, em 4 de Julho de 1962, no Estádio dos Coqueiros, na capital de Angola, perante mais de 20.000 espectadores, dirigiu o encontro entre as equipas representativas da Selecção de Luanda e o Sport Lisboa e Benfica, recente vencedor da Taça de Portugal, cuja vitória sorriu aos lisboetas por 5-2. O seleccionado africano alinhou assim: Benje; Nicola e Rosas; Luciano, Celso e Cardona; Neves, Ernesto, Baptista, Catete (marcou aos 5’ e 22’) e Jacinto. Benfica: Costa Pereira; Mário João e Ângelo, Cavém, Germano e Cruz; José Augusto (marcou aos 17’ e 33’), Eusébio (marcou aos 10’ e 73’), Águas (marcou aos 44’), Coluna e Santana.
JULIAN ALVAREZ SANTULLANO - Secretário do Comité de Árbitros de Futebol de Espanha, que recebe, como ninguém, os Árbitros portugueses quando viajam para a capital do país irmão.
-MÁRIO ALVES, DE BEJA-
EQUIPAS DE ARBITRAGEM PARA A ÉPOCA 1962/63, 1ª E 2ª DIVISÕES –
AVEIRO, três grupos: A-Edmundo Duarte de Carvalho, Jorge Silva e Henrique Francisco Silva Costa. B-José Porfírio Carvalho e Silva, José dos Santos Pereira e Manuel Maria Valente. C-Carlos dos Santos Paula, Manuel Silva Soares e Mário Pereira da Silva.
BEJA, dois grupos: A-Mário Gomes Alves, Manuel Vaz Valente e Raul Domingues Sequeira. B-Francisco Sousa Pacheco, António Joaquim Velhinho e Viriato Lusitano da Piedade Agatão.
-RENATO SANTOS, DE COIMBRA-
BRAGA, dois grupos: A-Diogo Vasco dos Santos Manso, Carlos de Deus Cachorreiro e Rogério João Coelho Moreira. B-Amadeu Pereira Martins, João Álvares do Vale e Mário Costa.
BRAGANÇA, um grupo: A-José Maria de Deus Parreira, Dinis António Salazar e Armando Edgar dos Santos.
CASTELO BRANCO, um grupo: José Lopes Gonçalves, José Carrola Pinheiro e José Joaquim Cardoso.
-MANUEL FORTUNATO, DE ÉVORA
COIMBRA, três grupos: Álvaro Lopes Rodrigues, António Lopes da Rosa e Armando Nascimento Teixeira. B-Renato Soares dos Santos, António Amaro e Graciano Marques. C-António Ferreira dos Santos, Henrique Graça e Gilberto António Nunes Gonçalves.
ÉVORA, dois grupos: A-Manuel Joaquim Fortunato, José Madeira da Rocha e Helder Correia da Silveira. B-Lourenço José Simões, Manuel Américo Peres e Mário Augusto Salvado,
-ROSA NUNES, DE FARO-
FARO, um grupo: A-José Rosa Dias Nunes, Victor Pinto Rodrigues Coelho e César da Luz Dias Correia.
LEIRIA, três grupos: A-Júlio Braga Barros, Alfredo Bernardo Antunes e Gervásio Pedroso. B-Reinaldo de Matos da Silva, José de Jesus Agostinho e Manuel de Sousa Soares. C-António Saldanha Ribeiro, Domingos Feliciano Moisés e António Almeida Marques.
-BRAGA BARROS, DE LEIRIA-
LISBOA, oito grupos: A-Joaquim Fernandes de Campos, Carlos Alves Diniz e Américo dos Santos Barradas. B-Eduardo Rosa Gouveia, Fernando Pereira Martins e Anacleto Mendes Gomes. C-Hermínio Henrique Soares, José Pena da Silva e Ilídio Cacho. D-António Amaro Borges Calheiros, Raul Fernandes Martins e Luís Augusto de Jesus. E-Décio Vítor Bentes de Freitas, Aníbal da Silva Oliveira e João Calado Banheiro. F-Rogério de Melo Paiva, Henrique Marques da Silva e Maximino Joaquim Afonso. G-Salvador Heliodoro Garcia, Francisco Batista Nogueira e Nuno Martinheira Pinto. H-Manuel Antunes Neto, Jaime Alves Baptista e Mário dos Anjos Vidreiro.
-JOAQUIM CAMPOS, DE LISBOA-
PORTALEGRE, um grupo: A-Manuel Luís Curinha de Sousa, José Pinto da Costa e Manuel Barbas Bagina.
PORTO, seis grupos: A-Clemente Henriques, Armando António da Silva Farinha e Manuel da Silva Teixeira. B-Francisco Gonçalves Guerra, António Fernando Gonçalves Ventura e António Cid Gomes. C-Abel da Costa, Elísio Ferreira Marques e Albino Ferreira dos Santos. D-Aniceto de Jesus Nogueira, António Joaquim da Costa Martins e Caetano José Nogueira. E-João Pinto Ferreira, Pedro Pereira dos Santos e Francisco Gomes da Silva. F-Jovino Soares de Matos Pinto, Domingos da Silva Mota e António Joaquim Ramos da Silva Braga.
-ABEL DA COSTA, DO PORTO-
SANTARÉM, três grupos: Manuel Lousada Rodrigues, José Alexandre e José Pereira. B-João Luís Calado, Crisógno Ferreira Lopes e Samuel Nunes Abreu. C-Fernando Martins Velez, Adriano Ribeiro Vieira e Joaquim Libório Bastos.
SETÚBAL, quatro grupos: A-Marcos dos Santos Lobato, Mário Rosa Mendonça e José Augusto Ismael Baltazar. B-José da Encarnação Salgado, Inácio Mendes Tereso e José Afonso Rego Pepe. C-António Virgílio Baptista, Carlos Frias Monteiro e João Vitorino do Nascimento Nogueira. D-José Paulo Guimarães, Carlos Alberto Neves e Jaime Antunes Costa.
-SAMUEL ABREU, DE SANTARÉM-
VILA REAL, um grupo: Henrique dos Santos Pereira e Silva, Adão Agostinho Martins de Barros e Ildeberto Mota Pereira de Matos.
VISEU, um grupo: Eduardo Neves, José Albano Pereira e Ernesto Diniz da Silva Borrego.
-ISMAEL BALTAZAR, DE SETÚBAL-
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