O seu padecimento acabou ontem pelas 10H50. Sofria de doença
oncológica. Nasceu em 2 de Janeiro de 1954 (tinha 58 anos de idade). Foi
Árbitro de Futebol. Depois de percorrer todos os escalões secundários ascendeu
à 1ª categoria nacional onde dirigiu jogos entre 23.09.1991 a 10.04.1994 (4
épocas). Persistente, sério e leal, directo e objectivo, era senhor de um
sólido e inabalável carácter. Lutava, desde sempre, e de que maneira pelo seu
ideal: ver a arbitragem independente, consolidada e transparente. Fundador e
sócio nº 1 do Núcleo de Árbitros de Futebol de Fafe.
Todos nós perdemos um Homem íntegro, vigoroso e vertical. Aos
seus familiares e amigos expresso as mais sentidas condolências.
O funeral realiza-se hoje, sábado, às 15H30 da Igreja Matriz
de Fafe para o cemitério local.
-SUPERTAÇA CÂNDIDO OLIVEIRA, COM LEITE DA SILVA E FORTUNATO AZEVEDO-
Com a devida vénia, transcrevemos um extracto da entrevista
que concedeu ao “CorreioExpresso.pt”, em 29 de Junho de 2012:
“António Neves Fernandes, ex-árbitro
de futebol, iniciou o seu percurso na extinta 3ª divisão nacional, tendo subido
sempre a pulso até chegar ao principal escalão do futebol português, no qual
atuou quatro anos consecutivos. Natural e residente em Fafe, Neves Fernandes,
como é conhecido, disse-nos guardar excelentes recordações da arbitragem mas,
também algumas mágoas. Hoje sente-se particularmente feliz e satisfeito por ver
o seu “afilhado”, Jorge Ferreira, como carinhosamente apelida, na primeira Liga
de Futebol Profissional. Para trás, fica também a sua importante ação ao
constar como um dos fundadores e grande dinamizador do Núcleo de Árbitros de
Fafe.
Recordamo-nos do tempo em que o Neves Fernandes era
jogador do Antime. Daí, optou pela arbitragem. Porquê?
É verdade sim senhor. Eu jogava no
Antime e num jogo que fizemos em Garfe eu estive a falar com os árbitros desse
jogo e perguntei-lhe como havia de fazer para me inscrever. A partir daí
arranjamos os papéis para nos inscrevermos e tudo começou. Começamos a
frequentar os cursos e depois foi sempre a andar. Depois foi tudo uma questão
de sorte e também de algum mérito. Eu, o Leite Silva e o Mário Costa fizemos
uma boa equipa e fomos subindo. Depois tivemos a felicidade de sermos
convidados pelo Fortunato Azevedo, eu e o Leite Silva, porque o Mário Costa
entretanto desistiu, e a partir daí sim, aprendemos muito até chegarmos a
árbitro da 3.ª divisão nacional.
Depois de ter o símbolo da Federação Portuguesa de
Futebol, campeonatos nacionais, chegou à elite da arbitragem portuguesa…
Cheguei à primeira divisão nacional
e mantive-me lá por quatro anos. Foi o tempo que me deixaram. Eu tinha uma
maneira muito própria de atuar que não agradava a muita gente.
Alguns tubarões da arbitragem não
apreciavam o meu estilo. Eu sou do tempo em que os dirigentes dos clubes é que
mandavam no futebol. Muitos queriam que eu arbitrasse à maneira deles mas eu
nunca fui nisso. O que o jogo desse era o que eu fazia e mais nada. Por isso
tive algumas contestações, mas também tive coisas boas.”
-COM JORGE FERREIRA, FOTO CORREIOEXPRESSO.PT-
Nunca pensei que o Neves, ficasse assim e se fosse...era um *****.Cheguei a dizer-lhe em Quintanilha, que se parecia com o Veiga Trigo. E ele riu. Que pena. Não merecia.
ResponderEliminarNunca pensei que o Neves, ficasse assim e se fosse...era um cinco estrelas.Cheguei a dizer-lhe em Quintanilha, que se parecia com o Veiga Trigo. E ele riu. Que pena. Não merecia.
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