Na expectativa de me
certificar o encaminhamento e a verdade neste processo que veio a dar no que
deu, tive, na manhã de ontem, acesso ao processo elaborado pela Direcção da
APAF o qual foi disponibilizado aos sócios na sua sede, e, da sua leitura,
ressaltam alguns dados que será de toda a conveniência analisar para se ficar
conhecedor da matéria dada até agora. Dividirei, então em três patamares que
passo a dissecar:
1.CLASSIFICAÇÕES – Para aqueles que nós sabemos, foi uma
grande surpresa o que aconteceu, algo transcendente, irreal e inesperado pois
foram apanhados, diga-se, na curva… Como se a tarimba, o conhecimento de causa
desse azo a estes entendimentos que nada de bom trouxe à arbitragem portuguesa.
Mas, pronto, reconheceu-se o erro que se cometeu e novas classificações
apareceram.
Contudo, destaque
para o comunicado emitido em 6 de Junho de 2013, pelos Árbitros internacionais
(Artur Soares Dias, Porto; Carlos Xistra, Castelo Branco; Duarte Gomes, Lisboa;
Hugo Miguel, Lisboa; João Capela, Lisboa; Jorge Sousa, Porto; Marco ferreira,
Madeira; Olegário Benquerença, Leiria; Pedro Proença, Lisboa; Sandra Bastos,
Aveiro; e Sílvia Domingos, Algarve) e pelos Árbitros Assistentes com o mesmo
estatuto (António Godinho, Setúbal; Bertino Miranda, Porto; Cristóvão Moniz,
Ponta Delgada; João Santos, Porto; Maria João Calado, Lisboa; Nuno Pereira,
Coimbra; Olga Almeida, Viseu; Pedro Garcia, Lisboa; Ricardo santos, Lisboa; Rui
Licínio, Porto; Tiago Trigo, Lisboa; e Venâncio Tomé, Setúbal), os quais, para
além de descreverem as variadas aberrações detectadas nesta comunicação de 13
pontos, algumas delas severas e prejudiciais à causa a que se dedicam com
dignidade e empenho, há dois parágrafos que dizem tudo. Vejamos:
9) “Pelos
factos expostos anteriormente, os Árbitros internacionais e os Árbitros
Assistentes internacionais vêm comunicar ao Conselho de Arbitragem da Federação
Portuguesa de Futebol a sua perda de confiança neste Conselho”.
10) “Solicitar
o assumir de responsabilidades por parte do Conselho de Arbitragem em todo este
processo e exigir a demissão das pessoas responsáveis por todo este infeliz e
lamentável episódio na arbitragem portuguesa”.
O poder corrompe,
digo eu…
2. REGULAMENTO DE ARBITRAGEM – A APAF, em 28 de Junho de
2013, envia para a FPF (Direcção, Conselho de Arbitragem, Secretário-geral e
Director-geral) mensagem específica sobre a insustentável situação da
arbitragem portuguesa, isto a três dias de se iniciar a nova época, e, quanto a
este documento, disse:
“tendo em conta que esta
Associação apenas teve conhecimento do mesmo após a sua publicação, ao
contrário do que seria suposto, e não concordando com inúmeros pontos
nomeadamente limites de idade, bem como as nossas propostas apresentadas em
Novembro não foram tidas em conta, demarcamo-nos do mesmo. Apresentaremos o
mais breve quanto possível, um documento onde constem todos os artigos, com os
quais os nossos associados não estão de acordo”.
3.ALARGAMENTO DE QUADROS – Sobre este tema - onde uns
estavam sujeitos à descida mas agora já não é bem assim… - não encontrei no
dossier a certificação do que disse o Presidente do Conselho de Arbitragem na
conferência de imprensa de 2 de Julho de 2013, na qual afirmou ter procedido aos
arranjos em “consonância” e em “sintonia” com a APAF, que
teria, assim, validado o incumprimento do que se encontra regulamentado…
A situação não me espanta,
vinda de quem vem, mas vou saber o que na realidade se passou.
COMENTÁRIO – Para já direi que não é esta a arbitragem que
quero e defendo! Jamais pactuaria com incompetência, desleixo e protagonismo.
Quero, isso sim, um sector dinâmico, moderno, rigoroso e transparente em que os
seus principais agentes, Árbitros, Árbitras, Observadores, Formadores e Associação
de classe tenham sempre que expressar perante a hierarquia a sua opinião, os
seus saberes, as suas experiências valores importantes e necessários ao
desejável equilíbrio que o sector deve ter em toda a sua plenitude, para que
haja tranquilidade no espírito daqueles que fazem parte das equipas de
arbitragem que dirigem as partidas de futebol sabendo que têm uma retaguarda
fortíssima, que os apoiam e que em todas as situações sabem que serão
defendidos nos acontecimentos que os possam vir a afectar no desempenho das
suas funções como ilustres e únicos representantes das entidades que promovem
as competições em Portugal.
Bem, por este caminho,
imposto, inconsequente e inapropriado, será que verei realizado o meu propósito
proximamente?
Gostei imenso daquela
do Presidente do Conselho de Arbitragem que afirmou que “o burburinho que entretanto se
fez, não tinha razão de ser…”
Parafraseando o
saudoso Fernando Pessa: E esta, hein?!
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