No Boletim “O
Árbitro” nº 82 (Ano VII), mensário, editado há cinquenta anos, os temas mais em
destaque foram:
Veio mais um
contributo monetário para a lápide que imortalizará a memória do saudoso Vicente
Caballero, cujo total se cifra em 1.887$00.
NOTÍCIAS DAS
DISTRITAIS
SANTARÉM
Reuniram-se os
Árbitros para escolherem, através de votação, o seu representante para a
Comissão Distrital regional. Foi assim eleito Manuel do Amaral que recolheu a
totalidade dos 22 votos entrados na urna.
VILA REAL
Dá-se conta que estiveram
no Porto, para uma reunião de trabalho, António Pereira Marcelino (dirigente) e
Henrique dos Santos Pereira e Silva e Adão Agostinho Martins de Barros
(filiados).
VISEU
1.O Árbitro viseense
Francisco Jerónimo abriu o estabelecimento “A Tubal”, na avenida Capitão Silva
Pereira, valorizando o comércio local. 2.Inscreveu-se como assinante do Boletim
o sr. José Maria Cálix Ferreira, dirigente do Clube Académico de Futebol. 3.Já
recuperou do problema de saúde que o afectou o candidato a Árbitro Armando
Pereira de Oliveira, que se encontrava internado no Sanatório do Caramulo.
1.Transcreve-se do
Diário Insular o sapiente artigo “Ecce iterum Crispinus”. Carlos Martins,
jornalista desportivo do Porto, assina “A arbitragem – a quanto obrigas”.
“Compreensão” é um texto publicado em “El Árbitro”. Eduardo Costa, Árbitro de
Setúbal, escreve “À volta de um tema”. “Médicos e Massagistas” é o tema
escolhido por João Gomes. Prof. Marques de Matos continua a desenvolver a tese
“Faltas simultâneas”.
PÁGINA DA COMISSÃO
CENTRAL DE ÁRBITROS DE FUTEBOL
Eis os Árbitros que
foram designados para actuarem nos campeonatos nacionais da III Divisão,
Juniores e Principiantes:
1.AVEIRO, Alfredo
Fernando de Carvalho, António Bastos Ferreira, Carlos Baptista Coelho, Carlos
Neiva, Fernando da Silva, Henrique Castro, José Manuel Canelas Correia, Manuel
Pinto da Costa e Rui dos Santos Paula
2. BEJA, Isaclino
Francisco da Palma, Jacinto da Rosa Fialho, Jorge Guimene Plácido Porta Nova,
José Castilho da Silva, José Francisco Estevens Lambuça, José João Martinho
Júnior, José Leonardo Nepomicero Zambujal, Manuel Piedade Batalha e Tiago José
Dionísio.
3. BRAGA, Américo
Feliciano Camarinha, Aventino André de Oliveira Ferreira, Carlos Alberto da
Silva, Carlos Armindo Guimarães Cibrão, Cláudio Faria Araújo, José Joaquim
Torres e Rocha, José Ricardo Lourenço, Mário Ferreira de Matos e Valdemar
Ferreira Azevedo.
4. COIMBRA, Alberto
Silva, António Monteiro, António Nunes Mata, Armando Salgueiro Santos, Fernando
Inácio Pires, José Maria de Carvalho, José Simões Júnior e Pedro Moura
Coutinho.
5. ÉVORA, Barnabé
Joaquim Correia, Francisco Honorato Mira, Francisco Manuel Tomé, João Galriça,
João Pedro Rosado e José João Tomé.
6. FARO, Afonso
Baptista Maurício, António Gomes Afonso, Daniel Valagão Marta, Frederico de
Jesus Romeiro, Manuel Augusto Gonçalves e
Rosendo Sequeira
Santos.
7. GUARDA, Carlos
Alberto Marques, Claudino Domingos, Fortunato Coelho, Joaquim Nascimento Gomes,
José de Sousa Almeida, José Maria Gomes da Costa e
José Rodrigues Jorge.
8.LEIRIA, João Carmo
Santos, José Jesus Agostinho, Manuel Sousa Soares, Raul Filipe, Silvestre Lopes
e Virgílio Salvador.
9.LISBOA, António
Figueira, Armando Miranda de Castro, Augusto César Bailão, César Pires,
Diamantino Manuel Duarte Vidal, Edmundo Duque, Eduardo de Almeida, Fernando
Campos, Francisco Vicente, Gustavo Tenreiro, José Manuel da Silva, José Martins
Antunes, José Pinheiro de Abreu, Juveniano Pascoal, Mário Caetano, Mário de
Almeida, Rogério dos Santos Crespo e Vítor Santos.
10.PORTALEGRE,
António Azeitona Pinto, Daniel Brito, Fernando Garção Santos e Manuel Calado.
11. PORTO, Alberto
Fonte, Albino Santos, Alexandre Queiroz, Alfredo Cruz, Américo Silva, António
Magalhães, António Mendes Silva, António Nogueira, António Soares, Custódio da
Silva, Domingos Silva, Fernando Acúrsio, Fernando Moura, Jaime Loureiro, João
Gomes, Júlio Bastos da Silva, Júlio Pinto, Manuel Moreira Tavares, Ramiro
Simões e
Vicente Glória.
12.SANTARÉM, Abílio
Nunes, Alberto Nunes, Fernando Garcia, João Luís Carvalho, João Manito, Joaquim
Libório Bastos, Joaquim Rodrigues, José Macedo e Manuel Silvestre.
13.SETÚBAL, André
Roque, Barão Primo, Carlos Valido, Darvin Rogado Borges, Fernando Borgia,
Inácio Baião, José Afonso Pepe, José Nascimento e Silva, Josué Franco, Manuel
Cortegaça, Mário Ortiz e Sebastião Ferreira.
14.VILA REAL, Álvaro
Cardão, Arnaldo Fonseca, Fernando Almeida, José Dias, Manuel Morais e Manuel Joaquim
Vicente.
15.VISEU, Augusto
Prata, Eduardo Duarte, Francisco Jerónimo, José Ferreira, José Menezes e
Rolando Almeida.
1.O Árbitro de Angra
do Heroísmo João Augusto Relvas está em França a frequentar um curso militar.
2.É felicitado o jornal Mundo Desportivo por mais uma ano de existência. 3.Está
de luto pelo falecimento de seu pai o colega lisboeta Edmundo Rosa Duque, assim
como Eduardo Panão (Aveiro) pela morte de sua mãe. 4. Chegaram de África para
gozo de férias José Alves Pereira (Luanda) e Augusto Carlos Silva Santos
(Moçambique). 5.Participaram no Torneio Açoriano, na Horta, os Árbitros
Reinaldo Melquíades (Terceira) e Tomaz Ricardo de Azevedo (Ponta Delgada).
6.Eduardo Gouveia (Lisboa), José Fernando Neto e Melo (Vila Real) e Fernando
Agostinho Correia estão a recuperar dos problemas de saúde que os afectaram.
7.Emílio Neves Paiva Mota, de Braga, seguiu para França onde vai exercer a sua
actividade profissional. 8.Raul Alves Termura foi readmitido na Comissão
Distrital do Funchal. 9.A Comissão Central aceitou o pedido de demissão de
Manuel Antão Baptista, de Aveiro. 10.Lisboa aprovou os candidatos José Martins
de Sousa e Mário Joaquim Martins Ferreira. 11.António Barros de Araújo actuou
em Nantes e no Porto como assistente dos Árbitros em jogo entre militares.
12.José Castilho da Silva foi transferido de Beja para Leiria e José dos Reis
Silveira da Rocha de Angra do Heroísmo para Angola. 13.Agradece-se ao jornal
“Ecos de Belém” o facto de nos enviar este esplêndido periódico.
MÁRIO COSTA FALECEU
Inesperadamente este
colega bracarense de 38 anos faleceu no dia 27 de Março de 1964, triste
acontecimento que deixou todo o munda da arbitragem portuguesa em choque.
Nasceu em Barcelos no dia 25 de Abril de 1926 e deixou quatro filhos menores. O
seu exame para Árbitro ocorreu em 11 de Novembro de 1950 e ingressou nos
quadros federativos na época 1955/56, tendo actuado em inúmeras partidas
federativas. O seu funeral foi uma grande manifestação de pesar, contando-se
com a presença de centenas de pessoas e imensas entidades ligadas ao desporto.
Joaquim Campos, o
responsável por esta rubrica realça a actividade dos Árbitros espanhóis no ano
de 1963 que se saldou com catorze idas ao estrangeiro, três a Lisboa e
Casablanca, uma vez a Dublin, Basileia, Zurique, Nice, Paris, Poitiers,
Marselha e Nápoles. Ao invés deslocaram-se a Espanha vários juízes
estrangeiros, destacando-se os portugueses Clemente Henriques, Francisco Guerra
e Manuel Lousada (Valência-Shamrok) e Álvaro Rodrigues, Dr. Décio de Freitas e
Joaquim Campos (Saragoça-Lausanne). Já os suíços foram muito solicitados pois
dirigiram oito partidas fora da sua terra natal.
1.Transcreve-se a
mensagem de júbilo do Presidente da Comissão de Arbitragem da FIFA, Stanley
Rous sobre o livro “Tratado Ilustrado de Leis do Futebol” da autoria do Prof.
Marques de Matos, destacando que tal documento irá ficar na biblioteca da FIFA.
2.É lançado um alerta aos Árbitros no sentido de cumprirem escrupulosamente
tudo o que se relacione com a documentação do jogo, especialmente a
identificação dos jogadores expulsos e as credenciais dos delegados.
O jornal “Record” procedeu
a um concurso destinado aos seus leitores com o sugestivo cabeçalho: “Seja você
o Árbitro!” e daí algumas sugestões para os temas a desenvolver nas questões a
apresentar, tais como: No lançamento da bola pela linha lateral não há
fora-de-jogo; o fora-de-jogo é considerado no momento em que a bola parte e não
quando ela é recebida; O Árbitro deve abster-se de interromper o jogo se
entender que, com essa decisão, beneficia o infractor; A bola está em jogo após
o sinal do Árbitro e depois de rolar uma distância igual ou superior ao seu
perímetro (68 a 71 centímetros); A agressão ao adversário é punível com um
livre directo. Dentro da grande área é “penalty”.
(POR BARROS DE
ARAÚJO)
1.Há muito egoísmo
entre os adeptos do futebol. Quando atiram garrafas para os Árbitros, são
sempre vazias. 2.Os juízes de linha são como os guardas das passagens de nível.
Às vezes levantam a bandeira quando o comboio já passou! 3.Que bom jogo de
futebol se poderia organizar na Arca, arbitrado por Noé! No entanto os animais
foram mais inteligentes! 3.Como o público cristão se sentiria feliz em celebrar
todos os domingos a paixão e morte do Árbitro. 4.O avançado-centro é o “carrão”
no dominó do futebol! 5.Aos jogadores que regateiam as decisões dos Árbitros é
uso chamarem-lhes “varinas”. 6.Oapito final do Árbitro é a libertação das almas
do purgatório futebolístico.
1.Se saber perder é
uma virtude também não é menos verdade que o saber ganhar, merece a mesma
classificação. 2.Uma injuria ou um insulto proferidos enquanto praticamos ou
assistimos a um jogo de futebol são como se os dirigíssemos contra nós
próprios. Nem que porventura esteja a razão do nosso lado, logo ali a perdemos
porque não soubemos respeitá-la. 3.Errar é próprio do homem, mas continuar a
defender o erro, já não merece desculpa. 4.O jogo violento não revela somente o
mau carácter daquele que o pratica. Mostra também a sua inferioridade perante o
adversário.
1.O conhecimento
atinge-se dando continuidade aos ensinamentos, aprofundando cada passo até ao
limite ignorado. 2.O homem nunca renuncia ao desejo de conhecer porque está
sempre à espera de saber mais alguma coisa. 3.A evolução em todos os campos da
vida, não deve ser simplesmente contemplativa, mas sim prática.
São divulgados os
artigos 33º a 40º, dos quais se destaca a licitude dos clubes deduzirem
suspeição contra um ou mais Árbitros para obter a sua não designação para a
direcção de jogos em que venham a participar, desde que fosse feita antes da
competição se iniciar e devidamente justificada e assinada por dois directores
efectivos do clube. O Árbitro visado teria de ser sempre ouvido e se o pedido
fosse julgado procedente e tiver tido por base razões idóneas que afectasse o
prestígio do Árbitro, seria este punido com a pena de irradiação. Em caso de
acusação não fundamentada o clube e os dirigentes seriam castigados com o
máximo das penas.
O IRMÃO ESPANHOL…
O Comité Nacional de Árbitros
de Espanha iniciou a publicação do seu boletim mensal com o rótulo “el árbitro”
como demonstra a capa do primeiro número, referente a Fevereiro de 1964.
O Árbitro espanhol Julian
Arqué Martin, nascido no dia 3 de Maio de 1918, em Saragoça, foi o retratado
deste mês. Iniciou-se na função em 1939, em plena Guerra Civil, tendo
permanecido nos distritais duas épocas. Passou em 1942/43 à 2ª categoria
nacional e, ao terceiro encontro, é nomeado para dirigir uma partida do escalão
maior. Até então dirigiu para cima de quinhentos desafios. Foi internacional em
1955/56 e 1956/57. Esteve em Portugal, Suíça, Itália e França.
-Antes da partida entre as selecções do
França e Escócia-
Quando se retirou da
actividade exerceu durante quatro anos o cargo de seleccionador de jovens e a
função de presidente da Federação Aragonesa de Futebol.
1.Afonso Lacerda,
secretário da Federação, que esteve numa reunião com os altos comandos do
futebol europeu afirmou que seria quase certo a presença de uma equipa de
arbitragem portuguesa na final da Taça das Feiras. 2.”O Árbitro” tomou a
iniciativa de abrir uma subscrição destinada aos familiares mais próximos de
Mário Costa, colega recentemente falecido.
Ferraz Gabão dá
notícias de Porto Amélia (Moçambique) referindo-se à tomada de posse de dois
dirigentes da Comissão de Arbitragem de Cabo Delgado, José Azevedo (secretário)
e Luís Augusto Borges Fernandes (tesoureiro), com a presença de muitos
representantes de entidades estatais e desportivas.
Registe-se que Luís
Fernandes (na imagem) foi dirigente da Comissão Distrital de Bragança, que
fundou e permaneceu de 1953 a 1958.
1.O responsável por
este espaço, Eduardo Gouveia, dá conta da iniciativa do jornal Record em lançar
um concurso entre os seus leitores que aborda assuntos relacionados com a
arbitragem, o que se aplaude pela contribuição que dá em elucidar quem procura
saber mais e melhor. 2.Expõe o excelente exemplo dados pelos jogadores jovens
de Torres Vedras que, no final do jogo, saudaram a equipa de arbitragem pelo
trabalho desenvolvido. 3.Refere uma situação nada agradável para os fiscais de
linha, dado que nos jogos internacionais entre clubes as Comissões Distritais
arrecadam a quantia de duzentos escudos. Como o Árbitro aufere 500$00 e os seus
auxiliares 150$00, são estes naturalmente os sacrificados. Sugere que a
percentagem fosse atribuída independentemente da verba estipulada. 4.Regista um
facto insólito. Um assinante de O Árbitro pagou a sua assinatura anual de
240$00 em selos de correio e da franquia mais baixa: 10 centavos!
Equipa da Comissão
Distrital de Beja
Viriato Agatão nasceu
em Beja, no dia 15 de Fevereiro de 1924. Funcionário dos Correios. Foi admitido
como Árbitro no ano de 1952, ascendendo à Comissão Central na época 1955/1956.
Francisco Pacheco
nasceu em 1 de Novembro de 1919 em Almodôvar. Topógrafo. Iniciou-se na
arbitragem em 1 de Outubro de 1944 e foi indicado à Comissão Central em 1954.
António Velhinho
nasceu em Beja no dia 5 de Abril de 1919. Empregado de escritório. Inscreveu-se
na arbitragem em 22 de Outubro de 1950 e na Central em 1958.
Equipa da Comissão
Distrital de Leiria
Francisco Rodrigues,
34 anos de idade, empregado de comércio. Começou em 1952 e na Comissão Central
em 1959.
Saldanha Ribeiro, 36
anos de idade, empregado de escritório. Estreou-se nos distritais em 1951 e na
Comissão Central em 1955.
António Almeida
Marques, 39 anos de idade, empregado comercial. Encetou a actividade em 1950 e
ingressou nos nacionais em 1954.
Equipa da Comissão
Distrital de Santarém
Crisógno Lopes, 44
anos de idade, ferroviário. Foi em 1952 que arbitrou o seu primeiro jogo e em
1954 ingressou na Comissão Central.
João Calado, 41 anos,
ferroviário. Começou nos distritais em 1954 e nos nacionais em 1958/1959.
Samuel Abreu, 46 anos
de idade, funcionário público. Interessou-se pela arbitragem em 1950 e dois
anos volvidos era juiz de campo federativo.
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