quinta-feira, 12 de junho de 2014

MADRID-LISBOA ENTRE ÁRBITROS – HÁ 60 ANOS!




Aprazado um animado e espectacular jogo de futebol entre pares do mesmo ofício, os Árbitros de Lisboa deslocaram-se a Madrid para defrontar os seus hermanos da capital espanhola, utilizando um autocarro (que até avariou), e eis que chegaram com o tradicional atraso na manhã de sexta-feira, dia 11 de Junho de 1954, sendo recebidos em Talavera de La Reina pelos colegas do Colégio de Castela que os acompanharam ao destino. Ainda nessa tarde o Comité Central de Árbitros da Real Federação Espanhola de Futebol, através do seu presidente, Emílio de Alvarez Perez, deu as boas-vindas aos lisboetas que agradeceram as palavras amigas, destacando-se as intervenções de Filipe Gameiro Pereira, Luís Antunes Gaspar e Manuel Nogueira, respectivamente presidentes da Comissão Central de Árbitros e das Distritais de Lisboa e Porto. Foi servido um vinho de honra e ainda houve tempo para se trocaram votos de felicidades aos mundialistas José Vieira da Costa e Manuel Ascensi que iriam estar no mundial 1954-Suiça.
No sábado, dia 12, no restaurante instalado no 26ºandar do arranha-céus da Praça de Espanha com 117 metros de altura, foi servido o almoço à comitiva lisboeta, com os habituais discursos realçando o bom relacionamento entre pares. À tarde, no novo campo da Federação Castelhana disputou-se a tão apregoada partida com as equipas a entrarem lado a lado no rectângulo de jogo com as bandeiras de Lisboa, de Portugal e de Espanha. Houve troca de galhardetes, ramos de flores e de lembranças entre os presentes. A turma lisboeta alinhou com Luís Magalhães, Eduardo Gouveia (capitão), Maximino Afonso, Joaquim Granadeiro, Hermínio Soares, Ilídio Cacho, Joaquim Pontes, Carlos Dinis, Agostinho Costa, Virgílio Salgado e Barreiros da Silva. A madrilena: Campos, Caballero, Liron, Aguado, Sanchez Delgado (capitão), Menendes de Leon, Meco, Pinto Diaz Moreno, Plaza e Cabal. O encontro foi dirigido por Ramon Melcon e teve como auxiliares o seu compatriota António Polo e o português José Travassos. Quanto ao resultado sabe-se que Lisboa perdeu por uma bola a zero, mas, como sempre, lá vem a ladainha habitual, isto porque Agostinho Costa falhou a pontaria na execução de uma grande penalidade…
No jantar oficial levado a efeito nessa noite no restaurante Bosque (fora de portas), onde estiveram para cima de 200 convivas, voltou a imperar as palavras de circunstância, assim como a permuta de objectos de valor, como salva de prata, caravela de filigrana e artístico jarrão de porcelana. O regresso, segundo as crónicas, processou-se pela mesma via e sem avarias…


Sem comentários:

Enviar um comentário