domingo, 1 de junho de 2014

PARA ONDE VAIS, FEDERAÇÃO?



Basófias, sem olhar a meios...

1.Realizou-se ontem mais uma Assembleia-geral da entidade que diz superintender em todo o futebol de Portugal. Desde o dia 14 de Maio que foi apresentada aos delegados a Ordem de Trabalhos cujo ponto primeiro era a aprovação da acta da reunião de 31 de Outubro de 2013, esboço que só foi entregue momentos antes de se iniciar a sessão, na expectativa de ser analisada, discutida e aprovada na hora! Dado que os profissionais que trabalham na Federação, pagos como deve ser para fazerem as coisas bem, esqueceram-se de enviar em tempo oportuno e logo disse que, perante o desleixo que estes assuntos sérios são tratados, não aprovaria o documento. Não houve outro remédio senão adiar a sua votação para uma próxima AG. Tristeza…

2.No Orçamento apresentado para a época que vem, a tutela escreveu este mimo na rubrica Arbitragem:
Manutenção da filosofia da introdução da categoria de “estagiário” e da correspondente diferenciação de prémio de jogo para 50% do seu valor, bem como a alteração do conceito de promoção, permitindo canalizar estas verbas para os custos com a formação no percurso de estágio curricular.
E eu disse de viva voz: Vou votar contra este orçamento dado não admitir que em 2014, em pleno século XXI, ainda há mentes obtusas que pensam que o mesmo trabalho feito por pessoas, todas elas iguais, ainda tenha diferenciação em termos de valores. Inacreditável, inconcebível, uma vergonha! Mais, a Federação paga a quantia de 16 euros, repito, 16 euros, a um Árbitro Assistente, altamente especializado, dedicado e cumpridor, sendo-lhe acrescido que também é o garante da certificação da competição federativa, logo seu representante, o qual, em termos comparativos, recebe menos à hora do que uma senhora da limpeza (vulgo, mulher-a-dias)! A votação teve 2 abstenções e 1 voto contra.

Nos assuntos diversos apresentei os pontos seguintes: 
3.O que se passou na entrada norte no Estádio nacional no jogo final da Taça de Portugal jamais devia ter acontecido se os ditos profissionais ao serviço da Federação, pagos como tal, se pensassem e se esmerassem na organização do evento e não proporcionassem um triste e deplorável espectáculo aos adeptos que por ali entraram aos repelões, que foram pressionados pela presença policial, que sofreram na pele (desmaios) e outras maledicências, pois simplesmente pagaram o seu ingresso e tinham direito a segurança, conforto e tranquilidade, o que, naquele espaço, nada disso aconteceu. Futuramente, se V. Exªs assim entenderem poderei auxiliar nesta área e graciosamente. É só pedirem-me.

4.O vídeo que passou no jantar de gala dos 100 anos somente abordou a história da Federação Portuguesa de Futebol depois de 1966. Ora, como a FPF foi criada, com outro nome (União Portuguesa de Futebol), em 31 de Março de 1914, os 52 anos que antecederam não fazem parte do historial da FPF? Quem será a douta criatura que se arroga a ignorar o passado, tratando tão mal os pergaminhos da entidade que superintende no futebol em Portugal? É assim que, com este incrível esquecimento, se quer ter futuro? Se V. Exªs  assim ajuizarem poderei, como delegado a esta Assembleia-geral, sempre activo e participativo, colaborar nesta área e gratuitamente. É só pedirem.

5.Já agora o porquê do decano da arbitragem portuguesa Joaquim Fernandes de Campos, prestes a comemorar os seus noventa anos de idade, convidado com pompa e circunstância para integrar a Comissão de Honra do centenário da Federação Portuguesa de Futebol ter sido esquecido para estar presente no jantar de gala, quando apareceram venerandas e caducas figuras que o futebol teve de suportar…

6.Na revista editada para a recente final da Taça de Portugal nos jogos realizados até agora só consta o nome do Árbitro. Fiz uma pesquisa exaustiva e consegui obter os nomes de todos aqueles que os auxiliaram (Fiscais de Linha ou Árbitros Assistentes). Se a tutela quiser estes elementos é só pedir pois forneço-os graciosamente.  Mais, no dito magazine os erros são em duplicado, pois nos títulos as épocas são clubes e as datas dizem finais… Profissionais…

7.Perguntei se a promessa do dito presidente da direcção na Assembleia-geral que aprovou o Relatório e Contas de 2012, em que se esqueceu de mencionar o maior acontecimento da arbitragem portuguesa desde sempre, quando Pedro Proença foi considerado o melhor do mundo, a par de ter actuado, com Duarte Gomes, Jorge Sousa, Bertino Miranda e Ricardo Santos, nas partidas finais da Liga dos Campeões e do Euro-2012, assim como outros agentes da arbitragem que participaram em campeonatos europeus,  que o ia fazer, mas como até agora nada recebi é garantido que a tal compromisso está por cumprir. Coisas…

Enquanto estiver a exercer a função de delegado na Assembleia-geral será sempre no sentido de querer o melhor para o futebol e para a arbitragem!

3 comentários:

  1. Parabéns pela sua presença no futebol, suas convicções e denuncias.
    Obrigado por tudo!

    ResponderEliminar
  2. Muito bem meu caro Alberto Helder, pena é só haver um Alberto Helder a defender a Arbitragem Portuguesa, o resto...bem o resto ...são cantigas!. Abraço

    ResponderEliminar
  3. Muito bem escrito e muito esclarecedor as tuas palavras para denunciares o que vai na Federação Portuguesa de Futebol.
    É pena não abrirem a pestana e continuarem a fingir que não veem o que se passa lá e pessoas com muita responsabilidade.
    É mais fácil andarem ás palmadinhas nas costas os ditos amigos.

    ResponderEliminar