domingo, 9 de novembro de 2014

OS ATRASADOS MENSAIS…


Finalmente, ao fim de 24 meses e dias, os senhores federativos, os tais que ganham rios de dinheiro do futebol e que para ele deviam trabalhar, acharam por bem, face à montanha de meses decorridos, aceitar como bom o único voto contra (com declaração) na votação relatório e contas de 2011/2012, por mim apresentado na Assembleia-geral de 27 de Outubro de 2012, repito, vinte e sete de Outubro de dois mil e doze!

Recordando, os mesmos do costume apresentaram a papelada aperaltada naquela altura para receberem, como sempre, o habitual amem, mas passaram por cima do maior feito da arbitragem portuguesa desde os primórdios do futebol, omitindo a honrosa presença de Pedro Proença, Bertino Miranda, Jorge Sousa, Duarte Gomes e Ricardo Santos nas duas finais europeias (Liga dos Campeões e Euro) caso único em todo o universo do desporto-rei.

Sozinho, num total de 84 delegados (aqui se incluem os outros 4 representantes do sector e a Associação de classe, que dizem defender), chamei a atenção desta grave falta cometida pela tutela que alberga, desde 1979, a arbitragem no seu seio, dizendo, peremptoriamente que iria votar contra pois a hierarquia não estava a trabalhar como deve, pois é para isso que paga a si própria os chorudos vencimentos mensais, valores que a comunicação social já pôs a nu e logo em primeira página, denunciando os desmedidos ordenados…

Logo ali, na Assembleia, os tais, ao detectarem o erro gravíssimo que cometeram, para além de também não escreverem uma linha do trabalho desenvolvido pelos Árbitros portugueses aquém e além fronteiras, quiseram fazer um apêndice aos papéis distribuídos, em cima do joelho, mas, firme e tranquilo, afiancei que não votava a favor (e foi assim que procedi) pois a referência àquele ímpar acontecimento deveria ter sido tratada antes e não depois de eu ter denunciado tamanha deficiência. Resolveram dizer que iam fazer o acrescento, e que o iam incluir no tal relatório, afirmação feita em 2012, repito, em dois mil e doze.

Nas quatro reuniões magnas seguintes (duas em cada ano) sempre perguntei quando é que tinha conhecimento do tal aditamento feito pelos ditos tais, mas a resposta era um silêncio ensurdecedor…
 
Contudo, nesta última Assembleia (18.10.2014) houve um dos presentes que chamou a atenção de que havia uma incorrecção na acta anterior e apresentou a devida alteração. Então não é que teve tratamento de VIP, pois foi considerada e distribuída (em 23 de Outubro) quase de imediato pelos delegados!

Naturalmente que no dia a seguir inquiri o funcionário federativo mais bem pago sobre a adenda que tinha sido prometida publicamente em Outubro de 2012 e a sua resposta foi: nicles…

Voltei a perguntar no dia 6 de Novembro último e eis que chegou a hora de terem tempo para enviarem a dita adenda (ver abaixo), na esperança de me verem feliz e contente, o que não corresponde à verdade, pois estas situações, mais dão para chorar imenso e por largo tempo. Tristeza!

Registe-se que este apêndice, elaborado em carta timbrada da Federação Portuguesa de Futebol, não está datado nem assinado, logo a sua autenticidade poderá ser posta em causa. Afastei a publicidade que vinha neste papel pois constava uma entidade bancária que foi classificada com o título de “mau” e que, até, já nem existe, e como não gosto destas coisas, não sustento negócios que não me cheiram bem.

Concluindo: a este género de gente cada vez dedico mais o desprezo, a desconsideração e a desconfiança por não tratarem os assuntos do futebol e da arbitragem como merecem, apesar de serem apresentados com clareza, responsabilidade, rigor e exactidão.

4 comentários:

  1. ANTÓNIO CORTÊS BATISTA9 de novembro de 2014 às 19:40

    Amigo Hélder, eles não são atrasados "mensais"!
    São uns oportunistas, que descobriram na FPF, o seu "El Dorado".
    Quanto ao trabalho, isso fica a cargo daqueles que deram e continuam a dar (como o meu Amigo) a mais valiosa contribuição á causa da arbitragem, fazendo-o de forma abnegada e gratuita!
    Forte abraço.

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  2. 24 meses para escrever umas míseras 4 linhas numa adenda que nem sequer está datada e assinada?
    Em qualquer associação pequena sem fins lucrativos esse tipo de coisas não passam... numa estrutura como a da FPF, parece-me muito grave.
    E não falando de tudo o resto mencionado no texto...
    Alberto Helder Henrique Santos, obrigado por partilhar isto.
    Um abraço.

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  3. senao fosse triste era divertido.
    sem comentários
    Rui Santos

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