Título
O FUTEBOL E O MUNDO
Autoria:
Rui Manuel da Silva Teixeira
Porto
Vinte e duas pedras num
rectângulo verde.
Pedras que se movem,
vibram e desenham
Figuras inconcebíveis
e delirantes.
Em torno, a multidão
agita-se e não perde
Uma fase sequer da
luta em que se empenham
Esse rapazes novos,
vivos, esfusiantes,
Gira a bola redonda e
saltitante,
De pé a pé num
vai-vem constante,
Num arremesso certo e
acintoso,
Queimando as mãos do
guarda-redes atento,
Ou então, em jeito
manso e ardiloso,
Deixando-o para trás
sem remissão.
Volta a bola ao
centro e as pedras, em posição,
Aguardam a
estridência do apito arbitral,
(O apito dum senhor
que manda, pode e quer
E que é vaiado esteja
bem ou mal),
Para recomeço da bela
contenda,
Que se chama em todo
o Mundo «FUTEBOL».
E quer com chuva fria
e vento agreste,
Quer de tarde linda e
dardejar o Sol,
Seja em Londres,
Paris, Moscovo ou Budapeste,
Sejam brancos ou
negros os jogadores,
A bola gira sempre,
sempre, inconstante,
Maltratando os
nervosos espectadores,
A bola é rainha, é
universal…
E senhora superna entre
as multidões,
Não tem credos,
política ou facções,
É da Espanha, da
Itália, Rússia e Portugal,
É do culto, do rico,
do analfabeto,
É da mulher, do
homem, da criança…
Entra no palacete e
no mais pobre tecto,
Para uns é dor e p’ra
outros esperança!
Vinte e dois homens
num rectângulo verde
– Sinónimo de
esperança ou desilusão! –
Conforme uma metade
ganha ou perde,
Assim há tristeza ou
gáudio na multidão.
Pedras que se movem,
vibram e desenham
Figuras
inconcebíveis, delirantes…
São ris do FUTEBOL e
que se empenham
Por que o Mundo viva
melhores instantes.
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