Augusto
chegou descalço a Lisboa e tornou-se rei do Cais do Sodré
27 Março
2015
-João Pedro
Pincha, jornalista-
Nasceu numa aldeia pobre e acabou a relacionar-se com
as mais altas figuras do Estado Novo. Numa zona de Lisboa com má fama,
construiu um império que durou mais de 70 anos.
Numa chuvosa noite de novembro de 2014, provavelmente
mais cedo do que a escuridão do céu parecia indicar, um grupo de trabalhadores
ocupava-se a despejar lixo para um contentor de entulho. Iam e vinham
continuamente, procurando trazer o máximo possível em cada viagem. Àquela hora,
o bairro lisboeta do Cais do Sodré ainda estava bastante vazio e aqueles
operários pareciam ser as pessoas mais atarefadas da Rua Nova do Carvalho, a
rua cor-de-rosa, onde a loja que estavam a esvaziar se iria tornar, brevemente,
em mais um bar, restaurante ou discoteca.
O espaço fica na esquina entre a rua cor-de-rosa e a
Travessa dos Remolares. Atualmente, é o bar e restaurante Duplex. Em novembro,
as paredes, o chão e o tecto estavam picados e todos os objetos que lá havia
dentro estavam a sair: tecidos, bancas, mosaicos. E uma placa de mármore rosa,
com um nome gravado, fora abandonada em cima de uma caixa de eletricidade
próxima.
O que o homem e a pedra têm em comum é o pó. O homem,
efémero, do pó vem e ao pó retorna, a crer na Bíblia. A pedra, durável, é o
resultado da aglomeração de minerais, de pó, que forma essa superfície dura que
serviu de base ao desenvolvimento da Humanidade. O frágil homem usou a poderosa
pedra para obter alimentos, desenvolver ferramentas e erguer casas. Mas a
efemeridade levou também o homem a confiar na durabilidade da pedra para aí
deixar gravada a sua memória. Morre o homem, fica a memória. Ele regressa ao
pó, a pedra subsiste.
A pedra de que falamos – e que motivou este artigo –
refere-se a um homem, sim, mas é sobretudo o testemunho da memória de um
bairro. Tudo se passou num Cais do Sodré hoje desaparecido. A loja que os
trabalhadores esvaziavam foi o coração de um império de tecidos e fardamentos
chamado Rodrigues e Rodrigues. O homem chamava-se Augusto Luís Rodrigues. Esta
é a sua história.
Como fintar
um galego
Em 1964, Augusto Rodrigues era um homem que já não
tinha mais degraus pela frente na escala social. Era dono de uma empresa de
enorme sucesso, era sócio de outras tantas, relacionava-se com as mais altas
figuras do Estado Novo e estava prestes a receber a segunda condecoração das
mãos do Presidente Américo Tomás. Ia tornar-se comendador (título que ficou
para a posterioridade) de Mérito Industrial. Dois anos antes, recebera a Ordem
de Benemerência, grau Cavaleiro. A diferença entre 1964 e 1916 era enorme. E Augusto
quis celebrar com os empregados da firma.
Foi há mais de 50 anos, mas aquele 19 de setembro de
1964 foi de tal forma memorável que Manuel Ferreira não hesita quando tem de
limpar o pó às memórias do dia. “Uma festa grande e meia lagosta”. Isto é que era
a novidade excitante. “Não me pergunte o que era o resto da comida”, ri-se
agora o ex-empregado da Rodrigues e Rodrigues, que tinha 16 anos na altura e,
até aí, nada mais recebera da empresa do que pedidos de competência, seriedade
e assiduidade.
-Em 1950, o Cais do Sodré, a sul da Praça Duque da
Terceira, era assim-
-Eduardo Portugal/Arquivo Municipal de Lisboa-
O percurso de Manuel Ferreira tem alguns paralelismos
com o do patrão, que em 1964 estava a escassos cinco anos de morrer. Manuel
chegou à Rodrigues e Rodrigues como marçano, moço de recados, acabado de sair
da quarta classe. Augusto, em 1916, também entrou com essa categoria na loja de
um galego. “Tive de comprar umas calças para ir trabalhar”, conta Manuel. Já
Augusto “veio de Góis com as botas às costas para não estragar”.
Quando a lenda supera a realidade, imprima-se a lenda.
Este parece ter sido o mote de todos quantos escreveram sobre a vida de Augusto
Luís Rodrigues. Em 1916, com onze anos, “era um moço alto, forte, desempenado,
que já dentro de si trazia o sonho de ser comerciante, de fazer grandes
coisas”. A citação é de uma brochura de homenagem editada em 1964 por
iniciativa de um grupo de empregados de Augusto e o tom epopeico é uma
constante notada também numa monografia de Raul de Carvalho, escrita em 1970.
Com mais ou menos fantasia, o certo é que Augusto
chegou a Lisboa com onze anos, vindo de uma paupérrima Carcavelos, lugar mais
pequeno do que aldeia do concelho de Góis, que “pouco mais tinha do que seis
moradias de gente pobre”, lê-se na brochura. Veio logo para o Cais do Sodré,
que era um bairro bem diferente do que é atualmente. Imagine-se uma Rua Nova do
Carvalho sem os tons rosa que agora a caracterizam, calcetada em pavé, com
constante movimento de carroças e pessoas, com bares mas também com outro tipo
de comércio.
Entre 1916 e 1918 a história conta-se rapidamente.
Augusto veio trabalhar com o irmão, António, para as lojas de um galego, José
Faro, de quem podia rezar esta história. Não reza porque, certo dia, Augusto e
António decidiram bater com a porta a Faro, arranjaram um empréstimo de três
contos e oitocentos, abriram uma loja própria de fardas, começaram a roubar os
fornecedores ao galego e, pouco depois, este ia à falência, ficando os irmãos
Rodrigues com os espaços que eram dele. Foi assim que, em poucos meses, a
Rodrigues e Rodrigues passou a ter sete lojas na zona do Cais do Sodré.
Augusto
Rodrigues era um homem de tal modo poderoso que "a Rua Luís Fernandes,
entre a Rua de São Marçal e a Rua Cecílio de Sousa, foi fechada para eles
fazerem uma garagem", conta Alberto Hélder. Essa rua ainda hoje está
fechada ao trânsito.
Fardas, santolas
e lagostas
Para demonstrar o quão importante a Rodrigues &
Rodrigues foi para o bairro, para Lisboa e para o país, Alberto Hélder ainda
guarda dezenas de envelopes com curiosas inscrições. Havia pessoas que não
escreviam o endereço completo da empresa. “‘Casa dos Fardamentos, Lisboa’. Só.
Iam lá parar. ‘Ao sr. Alberto que trata das guias das costureiras’. Ia para o
Rodrigues e Rodrigues”, conta Hélder, que também chegou à firma em tenra idade
e, hoje, não se cansa de repetir que esta foi para si “uma escola de vida”.
Tinha 14 anos e costumava ir a casa de Augusto vender
frutas e legumes. “A minha mãe para sobreviver e dar de comer a três galifões
tinha que ir à praça da Ribeira de madrugada comprar hortaliça e fruta e vender
à porta aos vizinhos”. Um dia, o comendador perguntou-lhe se queria ir
trabalhar para a Rodrigues e Rodrigues. “Ganhava 150 escudos nessa altura. ‘Ah
eu duplico-te isso’. E foi assim que o Alberto Hélder foi trabalhar no dia a
seguir para o Rodrigues & Rodrigues como telefonista.”
-Alberto Helder tem 73 anos e trabalhou na Rodrigues
& Rodrigues entre 1956 e 1987-
Dos 73 anos que Alberto tem hoje, 31 foram passados
naquele prédio de esquina entre a Rua Nova do Carvalho e a Travessa dos
Remolares. “Assisti à evolução até ao pico e depois, infelizmente, também
assisti à queda”, recorda o agora diretor do museu da Associação de Futebol de
Lisboa. O posto de telefonista que ocupava dava-lhe um contacto privilegiado
com Augusto Rodrigues, ou “patrão Augusto”, como lhe chamavam os empregados. “O
comendador era uma pessoa muito aguerrida, muito comerciante, com sentido de
responsabilidade, mas sempre com um faro que era uma coisa assustadora.”
Naquela altura, 1956, “o império já estava montado”,
mas havia de crescer muito mais. A Rodrigues & Rodrigues era “fornecedora
do Estado, de autarquias e das principais empresas comerciais e industriais do
país”, entre elas os Correios e todos os serviços imagináveis, lê-se na
brochura de homenagem a Augusto. Pouco tempo depois, com o rebentar da Guerra
Colonial, é também esta empresa que vai estar na linha da frente. “O que
acontecia era: concursos públicos, propostas e adjudicações. É evidente que
quando uma empresa tem uma determinada dimensão, consegue oferecer um preço
muito mais convidativo do que outras entidades”, afirma António Domingos,
sobrinho de Augusto Rodrigues, que deste apenas herdou um apelido.
Alberto Hélder tem, no entanto, outra explicação.
“Tinha um poder muito grande, principalmente junto das pessoas que tinham poder
decisório neste país” e, assim, conseguia ganhar inúmeros concursos para
fornecimento do Estado. “Como é que isso funcionava? De uma maneira simples,
mas que hoje era logo apelidado de suborno. Ele todas as semanas arranjava [faz
um gesto com as mãos para indicar grandeza] peixe, pescadas, garoupas,
santolas, lagostas e fazia o oferecimento a essa gentinha toda. Quando ia para
os concursos, ganhava praticamente tudo.”
O dia e a
noite de uma zona de má fama
António Domingos é naturalmente cauteloso a falar
deste assunto, preferindo antes destacar as saudades que tem do tio Augusto,
que morreu quando António tinha 19 anos. “Nunca tive ídolos na minha vida, mas
tive referências – e uma delas é o meu tio”, começa por dizer o agora consultor
financeiro, surpreso pelo contacto do Observador.
Organizar as memórias na cabeça não é tarefa fácil e
as histórias vão-lhe saltando na boca como cerejas. Se Alberto fala de Augusto
em Lisboa, António consegue falar de Augusto na terra natal, Góis, onde teve
uma casa paredes meias com os Paços Novos, monumento quinhentista, o mais
importante património arquitectónico daquela vila. “O meu tio chegava a Góis.
Chegava a Góis como um anónimo normal, [tanto] quanto ele podia ser anónimo na
terra dele, que não poderia ser. Ora bem, entrava em casa, daí a um bocado
estavam-lhe a bater à porta. E quem era? Era a banda que ia tocar uma música de
boas-vindas. Eu acho isto… não é tanto de bajulação… acho isto quase
ternurento.”
A admiração goiense não era despropositada. Naquela
vila, Augusto Rodrigues foi o responsável por algumas das mais importantes
obras sociais. “Ao ser-lhe solicitada ajuda para uma instituição local de
caridade, a Sopa dos Pobres de Góis, cedeu-lhe de pronto um edifício que aí
mandara fazer no valor de 300 contos e além disso enviava anualmente avultada
quantia”, escreve Raul de Carvalho, que salienta também que o comendador foi
responsável pela “construção de um bairro de casas para pobres” que ainda
existe, além de ter oferecido uma ambulância – a primeira daquele concelho –
aos bombeiros locais e de ter patrocinado a fundação do colégio da terra. Góis
retribuiu-lhe, dando o nome de Augusto a uma das principais artérias da terra.
Caridoso, sim, calculista, também. Nascido num meio
humilde e sem grande instrução, Augusto soube movimentar-se nos meandros do
Estado Novo para obter o que queria e não se coibiu de alargar o negócio a
outras áreas. Além das lojas, tinha também muitas casas nas imediações do Cais
do Sodré que arrendava aos empregados, tinha o Café Nacional da Rua 1º de
dezembro e era sócio de uma barbearia e alguns bares: o Lusitano, o Atlântico,
o Americano e um outro, de cujo nome nem Alberto nem António se conseguem
lembrar. Quase todos esses bares eram frequentados por marinheiros e
prostitutas, que na altura abundavam na zona. E a biografia oficial é omissa
neste ponto: “No decurso do tempo, mais para proporcionar a outros o ensejo de
se tornarem independentes do que no propósito de aumentar os seus rendimentos,
Augusto Luís Rodrigues investiu grandes capitais e pôs a sua experiência
comercial ao serviço de outros estabelecimentos de géneros diferentes daquele
em que sempre trabalhou.”
António Domingos, que começou a carreira na loja do
tio, mas já depois da morte deste, lembra-se de como “aquela zona tinha uma
conotação muito negativa”, mas desvaloriza os interesses que Augusto tinha na
indústria noturna. Alberto Hélder e Manuel Ferreira, por seu turno, lembram-se
de como as raparigas se metiam com eles, quando ainda eram novos, uns e outros,
e os aliciavam a passarem uma hora com elas. Ambos garantem que nunca aceitaram
o convite, mas não foi por falta de sítio: mesmo por cima de uma das lojas da
Rodrigues & Rodrigues havia uma casa de passe.
Uma gestão inovadora
Em 1969, Augusto Rodrigues tinha 74 anos. Ainda assim,
a sua morte, a 23 de dezembro, apanhou toda a gente de surpresa. À data, a
Rodrigues & Rodrigues era das poucas empresas nacionais que pagava a semana
inglesa, dava subsídio de Natal e ainda um cabaz de produtos pelas festas. O
pessoal, recorda Alberto, ficou a pensar se a morte do patrão significaria o
não-pagamento do subsídio e do cabaz. Não significou, mas a Rodrigues &
Rodrigues não seria mais a mesma.
O projeto de criar um grande armazém com a dimensão de
um Grandella ou um Chiado no Largo de São Paulo morreu. Morreu também o projeto
de construir em Meleças um bairro para os trabalhadores da firma. Acabaram-se
os 100 escudos anuais que o comendador dava a cada um dos polícias sinaleiros
de Lisboa, mas o dinheiro não deixou de entrar nos cofres da Rua Nova do
Carvalho. “Aquilo era uma casa muito rica, produtiva e que dava lucro. Era montanhas
de dinheiro a entrar”, refere Alberto Hélder, que se recorda bem das filas que
os clientes faziam na Rua Nova do Carvalho e paralelas para adquirir fardas e
tecidos.
Quando
acontecia alguma situação relacionada com a PIDE, ele tinha muito poder junto
do Silva Pais, porque por vezes eu via lá as pessoas a chorar ‘o meu marido, o
meu pai, o meu filho, não sei quê’ e então ‘oh Berto, liga aí para ali para o
Silva Pais’, eu ligava, passado uns tempos passavam lá as pessoas ‘senhor
comendador, muito obrigado’, sinal de que já tinham ultrapassado esta questão. Alberto
Hélder
Augusto morreu, ficaram quatro homens da sua confiança
a dirigir a empresa. Depois, o 25 de abril veio e, com ele, o início da
convulsão interna. Judite, viúva de Augusto, desinteressou-se da Rodrigues
& Rodrigues e esta passou a ser propriedade dos trabalhadores. Uma novidade
que requeria organização. “Aquilo foi um processo muito bem organizado, muito
bem estruturado, era uma empresa já muito grande e impunha regras de gestão já
muito trabalhadas e sofisticadas”, afirma António Domingos, que nessa altura
assumiu maior protagonismo na firma, ao ser eleito primeiro para um
departamento de reorganização interna e, mais tarde, para a gestão. “Havia de
facto a ideia de que a empresa se devia adaptar aos novos tempos e com uma
velocidade enorme. Foram tempos fabulosos, no bom e no mau, mas eram tempos
muito rápidos, as coisas tinham uma rapidez enorme, era preciso adaptar as
estruturas empresariais a isto”.
Ao mesmo tempo, a política entrava pela porta
escancarada. Se Augusto Rodrigues tinha uma simpatia, ainda que não declarada,
pelo antigo regime, os funcionários da firma que dirigia dividiam-se entre as
ideologias socialista e comunista. “O projeto [de autogestão] era bonito”, conta
Manuel Ferreira, que acredita que a ideia falhou pelas divisões partidárias.
Durante uns anos, ele próprio chegou a pertencer à estrutura de gestão, “mas vi
que aquilo não estava a dar e vim-me embora”, diz. “Era uma euforia muito
grande, começou a haver muita falta de respeito, era difícil implementar as
ordens”, conta. A dada altura, as próprias instalações da Rodrigues &
Rodrigues eram usadas para comícios políticos. “A nostalgia maior que eu tenho
é que podia ser uma grande empresa e foi destruída pelo partidarismo”, comenta
Manuel, hoje dono de uma empresa especializada na venda de fardamentos para a
construção civil.
O 25 de abril significou também o fim das encomendas
estatais e do fornecimento de áreas estratégicas, como o Exército, que agora já
não estava a combater em África e, portanto, já não precisava de equipamentos
novos. “Quando circunstâncias exteriores à empresa alteram esses mercados, ou a
empresa tem capacidade para se adaptar, substituindo esses mercados por outros,
com alguma rapidez, ou então tem ali momentos de grande dificuldade”, comenta
António Domingos, que entrou na empresa por insistência da tia Judite e saiu em
1983 para fundar diversas empresas de consultoria financeira.
O Rodrigues
& Rodrigues nunca foi assaltado. Era uma zona muito crítica, onde passava
muita gente. Nós íamos [fazer] os depósitos e levantamentos ao BNU, na Ribeira
das Naus, com fortunas, embrulhadas em papel de jornal, e nunca nos aconteceu
nada. Isto era um milagre.
Alberto
Hélder
Lembra-te
que és pó…
Não é certo quando a Rodrigues & Rodrigues acabou
verdadeiramente. Nos anos 1990, algumas lojas na Rua Nova do Carvalho e
redondezas passaram para empregados mais antigos e o império esfumou-se. Hoje,
só há uma loja de fardas no Cais do Sodré, gerida pela filha de um ex-empregado
da empresa-mãe.
Augusto Luís Rodrigues, um dos primeiros imperadores
do Cais do Sodré, foi também um dos maiores responsáveis pela colocação daquele
bairro no mapa dos lisboetas e não só no século XX. Homem de convicções,
reconhecido pelos empregados como bom patrão (que ainda assim não pagava bem às
costureiras nem concordava que estas tivessem férias) e tenaz comerciante,
Augusto parecia também reconhecer valor a quem o rodeava. “Ele gostava muito
que nós trabalhássemos e havia gente lá que se dedicava ao trabalho com alma e
coração: entrava muito cedo e saía muito tarde. Além de sair muito tarde, ainda
tínhamos de fazer serão”, relata Alberto Hélder, que trabalhou a escassos
metros do patrão durante anos. “As pessoas trabalhavam, sim senhor, mas ele
respeitava o trabalho e pagava”, confirma o sobrinho. Isso traduzia-se não só
nas regalias salariais pouco habituais para a época, mas também em pequenos
gestos, como acatar sugestões de melhoramento do negócio, dar gorjetas
inesperadas ou interceder por funcionários e familiares junto das autoridades,
quando necessário.
Morreu em 1969. Dez anos antes, a placa que motivou
este artigo foi descerrada. “A Augusto Rodrigues, homenagem dos seus
empregados”, lê-se no robusto pedaço de pedra, colocado à vista do público a 6
de dezembro de 1959. O homem foi, a pedra ficou. Como testemunha do homem, mas
não só. Como memória inapagável de um Cais do Sodré que já foi e não volta a
ser.
O Observador agradece ao Prof. João Alves Simões, de
Góis, pelo apoio prestado na elaboração desta reportagem.
(Texto e imagem transcritos com a devida vénia do jornal digital OBSERVADOR)
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