domingo, 25 de outubro de 2015

O VOTO QUE ABANOU, ENERVOU E ENFURECEU ALGUMAS ALMAS CARIDOSAS…



 (AVISO: ESTE BLOG ENCERRARÁ DENTRO DE 510 DIAS)

Os cães ladram mas a caravana passa…
Vozes de burro não chegam ao céu!
Presunção e água benta cada qual toma a que quer.
Estes ditados populares não se aplicam à Assembleia-geral federativa ontem realizada!

Sim, estive presente e a minha actuação pautou-se com a habitual regularidade pois votei a favor, contra e abstive-me nos pontos que foram sendo discutidos, tendo, ainda,  fazer valer a questão de que as cadeiras onde nos sentamos têm um reduzido espaço útil de manobra (menos de meio metro), o que ocasiona mau estar entre pares que são incomodados para poder deixar passar quem necessita.

Bem, chegamos ao ponto da atribuição do título de sócio de mérito aos Árbitros jubilados internacionais Olegário Benquerença e Pedro Proença, incluídos (mal), num só ponto da ordem de trabalhos quando anteriormente tal junção nunca tinha ocorrido.

Devo afirmar que, sem quaisquer reticências ou pontos de interrogação, votaria imediata e favoravelmente (e por aclamação) a proposta que abrangesse Olegário Benquerença, o que nunca aconteceria com a do seguinte.

Quando foi a minha altura de falar, perguntei à mesa se tinham recebido alteração ao texto distribuído aos delegados e, perante a resposta, avancei com a leitura seguinte:

Dado existirem duas informações que pecam por inverdades, critico o responsável por aceitar documentos com disformidades por incompetência, desleixo ou falta de sensibilidade por não certificar os elementos recebidos, permitindo a sua distribuição tal como está aos membros da Assembleia-geral, com a agravante dos presentes que não dominam a matéria aceitarem naturalmente como boas as anormalidades, quando isso jamais deveria acontecer.
A data indicada no papel como tendo sido o início da actividade (1998) está errada. A verdadeira é a época 1988/1989.
A seguir, o nome da entidade que consta como verídica não existe, repito, não há, nem nunca aconteceu haver uma tal Associação Portuguesa de Futebol…
A instituição que lhe proporcionou obter o diploma de Árbitro de futebol foi a ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE LISBOA, repito, a ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE LISBOA, a primeira, a única, a incomparável, que acabou de completar 105 anos de existência, orgulhosa que está por terem por si passado milhares e milhares de ilustres agentes desportivos, de todas as valências e escalões, tendo alguns atingido o título de melhores do Mundo, o que aconteceu com dois jogadores, um treinador, um árbitro e um empresário de jogadores, isto no futebol, e dois também consagrados praticantes de futsal e de futebol de praia!
Não me preocupa saber o porquê destes clamorosos equívocos, mas uma coisa é certa: como sabem, não desempenho o cargo de delegado nesta casa se ânimo leve.
Estou e estarei a cumprir a missão com responsabilidade, dignidade, consciência e dedicação, simplesmente que quero o melhor para o futebol e para a arbitragem.
Ao terminar adiantei e pretendi que a votação se devesse verificar ao abrigo do artigo 41º, número 3, dos Estatutos federativos que diz:
“As deliberações para a eleição e destituição dos titulares dos órgãos e ainda que envolvam a apreciação dos comportamentos ou qualidades de qualquer pessoa são sempre tomadas por escrutínio secreto”.

Pois, está bem, mas o que é isso de respeitar o que está aprovado e que já tinha sido praticado aquando da votação de proposta de atribuição de um título ao presidente da direcção anterior? Mais adiantou o incompetente e esquecido (se bem que foi por mim lembrado) presidente da Mesa que eu teria de ter 10% dos votos para accionar o meu pedido! Onde está isto escrito? A mim não me enganou! Enfim…

Depois das intervenções de alguns muito fracos e péssimos comissários e face à recusa do referido inábil em proceder como o já tinha feito em Assembleia-geral anterior, o que quer dizer que venceu o mais forte, e a votação processou-se de “braço no ar”, com o meu voto contra, o que veio a provocar a ira e desespero nos “democratas” que queriam ver aprovada a sua tese “por unanimidade e aclamação!”

Pergunto: não exerci o meu legítimo direito, com firmeza, convicção e respeito aos meus princípios, votando o que pretendia? Então não posso votar livremente como me dita o meu julgamento? Mas porquê teria de seguir aqueles que queriam o que eu não queria? Só se eu fosse totó… E não fui!  

Os ditos cujos (e não só) ainda proferiram impropérios, obscenidades e outras quejandas, mas, com a natural tranquilidade, procedi à devolução (na íntegra), com a correspondente classe e lisura.

Portanto a proposta foi aprovada por 68 votos a favor e 1 contra, segundo disseram da mesa que terminou assim a reunião plenária.

Penso que foi devido ao nervoso que se apoderou dos seus elementos (e sabe-se lá de quantos mais…), pois esqueceram-se de abordar o último ponto da Ordem de Trabalhos… Coisas!

Com esta prepotência do método de votação, por parte de quem quer, pode e manda, veio, afinal, a valorizar os votos a favor pois alguém disse-me que mais iriam votar desfavoravelmente se fossem respeitados os Estatutos federativos, ou seja, se se verificasse o escrutínio secreto.   

Mas, há sempre um mas… Quando acabei a minha participação na Assembleia, preparava-me para sair do Auditório Manuel Quaresma, saudoso amigo, e encontrava-me a entregar um prospecto de divulgação do Museu da centenária Associação de Futebol de Lisboa ao Secretário-geral da Associação de Futebol do Porto, Domingos Santos, Pedro Proença enfrentou-me, ostensivamente, com várias pessoas a assistirem, e disse-me:

“É o que temos! É o que temos!    
Que se não tivesse a idade que tenho falaria comigo doutra forma!
Que trouxe muita gente para a arbitragem.
Que me lembrasse do primeiro dia que lhe dei o curso de Árbitro e futebol e este, o último…”

Este palavreado e a velada ameaça merecem da minha parte total desprezo e repúdio, pois a minha dignidade, os meus ideais, o meu carácter, a minha postura e a decisão que em boa hora assumi para o meu voto só a mim diz respeito. Fi-lo em consciência, livre e independente. Sou um delegado eleito por quem ainda não me destituiu, logo não pertenço a derivados que querem, a todo o custo, influenciar, manipular e deturpar a verdade em prol de objectivos com os quais não pactuo e rejeito, e que, lamentavelmente, se reflectem com atitudes gratuitas, sem qualquer respeito pelo democratismo.

Contudo, a laia de comentário, direi que tal comportamento é demonstrativo de imodéstia, pois a diferença da votação (entre prós e contra) foi abismal, mas, mesmo assim, queria mais… mais um voto…o meu…Porquê, se o título foi-lhe atribuído? Porque veio procurar-me? Tudo isto é estranho para mais de quem afirmou ser uma pessoa simples, humilde e que saiu das bases que diz ainda pertencer?

É oportuno reafirmar que não vivo do futebol, não sou bajulador e muito menos sou serviçal de quem quer ter esse desiderato. Não devo nada a ninguém e o meu passado fala por mim. Não preciso, nem nunca precisei de favores de qualquer espécie. Portanto, sou um homem livre, que assumo os meus princípios, compromissos e responsabilidades, alérgico a pressões e outros géneros de chantagens, doa a quem doer. Aliás, desde Janeiro de 2014, estou, com muito gosto e empenho, a prestar serviço voluntário ao futebol durante cinco dias por semana dando-lhe 7/8 horas por cada dia útil. A-propósito a Federação ainda não me pagou as deslocações às Assembleias-gerais desde que exerço a grata missão de seu delegado, isto é, com início em Janeiro de 2012.

Não tenho que justificar a razão da consciente e nobre atitude de ter votado negativamente na infeliz proposta apresentada conjuntamente, uma vez que fui obrigado a fazê-lo. Como disse, gostaria imenso de votar em separado.     

Conclusão, continuo a ser incómodo a preconceituosos que, quando se vai contra as suas ideias, sem vacilar e crente, não admitem, como se viu, existir três qualidades de voto (favor, contra e abstenção), mas apoiam incondicionalmente a velha máxima de “quem não está connosco é “contranosco”! Coitados… Enquanto andar por cá, a cumprir com as minhas obrigações e compromissos, sempre com os mesmos irredutíveis padrões que me acompanham desde que me conheço, estes sujeitos têm de levar comigo. É certinho e direitinho…

Tenho dito!

1 comentário:

  1. Fico feliz por saber que o meu Amigo Alberto Helder, ainda está de boa saúde e actuante.
    Faço votos que a causa a que se dedicou receba o seu contributo por muitos anos.
    Forte abraço.
    Agostinho Miguel
    Tel.91 943 91 91

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