

Acontece que promovi para este dia um encontro com três antigos companheiros que comigo jogaram na equipa principal do Sport São Tomé e Benfica na longínqua década de sessenta.

(Eu, aos 23 anos de idade)À chamada e em boa hora compareceram na sede da APAF – onde fizemos uma visita de cortesia – o António Mendes, seu irmão Octávio e Luís Carvalho, e, naturalmente, houve almoço, refeição conjunta que nunca se verificou anteriormente.

(Eu, Luís Carvalho, Octávio e António Mendes)Durante o repasto recordámos montanhas de situações que vivemos naquele tempo, falámos dos desafios realizados e dos seus intervenientes, nos golos que marcámos e sofremos, dos colegas e adversários que já não estão entre nós, caso do Vieira (sportinguista assumido, que, no final dos jogos e ainda com a camisola do Benfica vestida perguntava qual o resultado do seu clube do coração…).
(António Serôdio Duarte Mendes, n. 22.04.1936)Foi muito gratificante o avivar da memória, passado que foi este longo período sem nos reunirmos os quatro, falar da envolvência que nos unia, graças ao futebol, àquela inconfundível e emblemática camisola vermelha, a amizade, o respeito, enfim, tudo o que se possa imaginar num ambiente onde as carências eram enormes para as pessoas, mas todas elas imbuídas de uma grandeza tamanha no que se refere a solidariedade, companheirismo e humildade.
(Octávio Duarte Mendes, n. 29.08.1940)Recordo que qual fosse o resultado tinha sempre direito ao jantar. E era tão bom comer um bom bife com batatas fritas no “Henriques”. Deliciava-me, pois a fome existia, já que no Quartel militar as praças (era o meu caso) passavam muito mal nessa área. Coisas…
(Luís Nunes Carvalho, n. 22.10.1945)Mais. Com alguma surpresa o Sport São Tomé e Benfica, através do seu dirigente José Inácio Peres, entregou-me solenemente a Carta de Desobriga com as melhores referências o que muito me comoveu, pela postura que tinha em defesa do ideal benfiquista que ainda preservo e cultivo, aliado ao respeito e fair-play que sempre pratiquei.
Valeu a pena este reencontro. O próximo será realizado quando o Luís Carvalho, que mora em São Tomé, voltar a Portugal e, talvez, com mais um ou outros colegas de então que, a exemplo dos irmãos Mendes, residem em Portugal, acontecimento que superará as melhores expectativas. Seria fantástico! 

"Ó termpo, volta p'ra trás"!!!
ResponderEliminarTantas coisas bonitas que por lá se viveram. Parabéns por mais este episódio. Obrigado pela partilha.
Abração