domingo, 14 de abril de 2013

NAQUELE TEMPO – ABRIL DE 1963 (EPISÓDIO 68) ESPECIAL!

O Boletim “O Árbitro” nº 70 (Ano VI), de há cinquenta anos, revelou, entre outros, os seguintes assuntos:
TÍTULOS – Correia Dias assina “Livre de canto”. Augusto Martins, presidente da Comissão Distrital de Braga fez uma longa exposição em reunião com a Imprensa. Na rubrica “Um dia aconteceu”, de Mariano Sabino dos Santos (de Évora), subscreve “Deus escreve direito por linhas tortas”. Carlos Martins, jornalista desportivo do Porto, escreve “Mais aproximação de Árbitros de localidades diferentes”. Joaquim Campos continua a dissertar sobre “A orgânica da arbitragem na Áustria”. António Augusto Santos, autentica “Golo-average”.
-BREVES PALAVRAS PROFERIDAS PELO DR. FERNANDO PIMENTA-
JOAQUIM CAMPOS RECEBEU, FAZ HOJE PRECISAMENTE 50 ANOS,
A INSÍGNIA FIFA!
-MOMENTO ÚNICO!-
No dia 14 de Abril de 1963, a anteceder o desafio entre as selecções de esperanças de Portugal e da Grécia (2-1), em pleno relvado do Estádio Nacional o presidente da então Comissão Central, Dr. Fernando Pimenta fez a entrega do tão desejado símbolo.
Registe-se que este emblema só era concedido pela entidade que superintende no futebol mundial aos Árbitros que dirigissem, pelo menos, 6 jogos entre selecções principais.
Eis os desafios que Joaquim Campos arbitrou, cada qual com a sua imagem:
15.06.1958, em Malmo (Suécia), no Alemanha-Irlanda do Norte (2-2), fase final do 6º Campeonato do Mundo. Auxiliares: Sten Ahlner, sueco (n. 07.12.1915, 97 anos) e Leo Helge, dinamarquês (1910/1969). 21.990 espectadores.
15.10.1958, em Madrid, no Espanha-Irlanda do Norte (6-2), partida amigável.
Auxiliares: Eduardo Rosa Gouveia (28.04.1914/02.01.2000) e Hermínio Henrique Soares (23.05.1915/26.09.1981). 125.000 espectadores.
11.04.1959, em Londres, no Inglaterra-Escócia (1-0), final do campeonato britânico.
Auxiliares: Eduardo Rosa Gouveia (28.04.1914/02.01.2000) e Hermínio Henrique Soares (23.05.1915/26.09.1981). 98.329 espectadores.
20.05.1959, em Hamburgo, no Alemanha-Polónia (1-1), encontro amistoso. 61.000 espectadores.
Auxiliares: Van Wissen e H. Muller (alemães).
27.05.1959, em Amesterdão, no Holanda-Escócia (1-2), desafio particular.
Auxiliares: Eduardo Rosa Gouveia (28.04.1914/02.01.2000) e Hermínio Henrique Soares (23.05.1915/26.09.1981). 55.000 espectadores.
11.11.1962, em Amesterdão, no Holanda-Suíça (3-1), apuramento para o 2º Campeonato Europeu (1964-Espanha). Auxiliares: Raul Fernandes Martins (08.08.1924, 88 anos) e Eduardo Rosa Gouveia (28.04.1914/02.01.2000). 63.700 espectadores.
Já agora a curiosidade de divulgar os nomes dos jogadores escolhidos para representarem a selecção portuguesa:
Guarda-redes: Maló, 23 anos (Académica) e Juca Santos, 23 (Guimarães).
Defesas e Médios: Pedro Gomes, 21 (Sporting), Mitó, 22 (Lusitano Évora), Luciano, 22 (Olhanense), Ribeiro, 21 (Leixões), Jacinto, 21 (Benfica), José Carlos, 21 (Sporting), Jaime Graça, 21 (Setúbal), Bandeira, 19 (Barreirense), Rui Rodrigues, 19 (Académica).
Avançados: Carlos Gomes, 23 (Atlético), Pinto, 21 (Porto), Lourenço, 21 (Académica), José Maria, 19 (Setúbal), Pedro, 19 (Setúbal), Jaime, 21 (Porto) e Serafim, 19 (Porto).
Iniciou-se em Cabo Verde um curso de candidatos, com 21 inscrições. Também em várias localidades de Aveiro está a decorrer um curso para novos Árbitros. Em Ponta Delgada foi empossada a Comissão Distrital de Árbitros, que passa a ter a seguinte constituição: Presidente, João de Viveiros Bettencourt. Vogais, Carlos Figueiredo Cardoso e Jacinto Amorim da Cunha. Em Viseu, Agostinho Ferreira foi nomeado Secretário da Comissão de arbitragem em substituição de José Madeira, que pediu a demissão.
ANTÓNIO MARQUES DE MATOS (na foto)  – O expoente máximo em leis de jogo, sugere algumas pistas para a sinalética a utilizar pelos auxiliares do Árbitro, que se passam a descrever:
1-Deslocar-se ao lado da linha lateral, levando a bandeira apontada para o terreno.
2-Assinalar o fora de jogo levantando e agitando rapidamente a bandeira à altura da cabeça.
3-Assinalar o pontapé de canto, deslocando-se rapidamente para a área de canto e apontando com a bandeira para esse local.

4-No pontapé de baliza, deslocar-se rapidamente para a linha média.
5-Assinalar o lançamento da linha lateral, levantando a bandeira e apontando-a para a baliza do jogador que fez sair a bola da linha lateral. Em caso de lançamento irregular, agitar rápida e visivelmente, bem ao alto, a bandeira.
6-Em caso de conduta incorrecta ou violenta verificada longe do Árbitro, sem que este dela dê conta, agitar rapidamente a bandeira de cima para baixo e de baixo para cima.
7-Para indicar que o tempo regulamentar está a terminar, utilizar o processo italiano que consiste em manter a bandeira voltada para o terreno e agitá-la velozmente à frente do próprio corpo ou seguir estoutro, muito usual no nosso país – manter a bandeira apontada para o terreno, com o pano enrolado na haste.
-Benfica-Dukla de Praga (2-1) – Encontro realizado no Estádio da Luz, em 06.03.1963 para a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Árbitros ingleses: Principal, Ken Aston. Assistentes, Rex Spittlse e Henry G. Stennett-
Comenta, ainda: É supérfluo acrescentar que a actuação dos auxiliares está, porém, sempre subordinada às instruções do director da partida. Inclusivamente uma equipa de arbitragem poderá utilizar sinais convencionais totalmente distintos dos indicados nas figuras. Todavia, tende-se para a adopção geral destes, modificados aqui ou ali com pormenores de execução de somenos importância. O que interessa, em suma, é que, entre os elementos de cada equipa de arbitragem haja uma tal colaboração, que o Árbitro compreenda sempre perfeitamente o que os auxiliares querem significar com determinados sinais ou gestos. Mas tal perfeição não poderá conseguir-se sem a maior sincronização ou automatização nos meios e formas de sinalizar.
-Portugal-Brasil (1-0) – Partida amistosa disputada no Estádio Nacional em 21.04.1963. Árbitros franceses: Principal, Henri Faucheux. Assistentes, Claude Blum e André Vuillemin-
FUTEBOL DE CINCO – Conclui-se a transcrição iniciada em Fevereiro último das situações mais interessantes quanto às 15 Leis que regiam esta variante:
Lei VIII-Bola em jogo e bola fora. A bola estava fora de jogo, quando saía pelas vedações laterais ou do fundo, ou quando entrava na zona vedada por detrás das balizas… Lei IX-Marcação de pontos. Não se considerava golo válido quando a bola era pontapeada dentro da área do guarda-redes, por um jogador atacante. Lei X-Faltas e incorrecções. O Árbitro tinha o direito de chamar à ordem todo o jogador culpado de infracção aos regulamentos, que tivesse praticado jogo duro ou desleal ou cuja conduta fosse pouco satisfatória.
-Benfica-Norrköping (5-1) – Jogo a contar para a Taça dos Campeões Europeus, dirigida pelo Árbitro francês Jean Tricot-
Tinha ainda o poder de expulsar qualquer jogador por períodos até 5 minutos ou durante o resto da partida, consoante a gravidade da falta e mandar marcar, além disso, uma penalidade contra o grupo a que pertence o jogador em falta. Eram assinaladas faltas técnicas quando qualquer jogador tocava na bola caído, ajoelhado ou apoiado no chão, quando jogava ou tentava jogar a bola quando apoiado na vedação, quando jogava a bola com a cabeça ou com o pé, de forma que a fizesse subir a mais de um metro! O guarda-redes também cometia falta técnica desde que de qualquer forma tocasse a bola, quando em jogo, fora da sua área.
-ARMANDO ROCHA, NOVO DIRECTOR GERAL DOS DESPORTOS-
Lei XI-Pontapé de penalidade. Para a marcação desta penalidade, que podia ser efectuada em qualquer direcção, o executante teria de ter um dos pés fixo junto à bola e não podia tomar balanço… Lei XII-Pontapé de grande penalidade. A bola tinha de ser pontapeada para a frente e o seu executante não podia tomar balanço. Esta falta era sempre passível quando um jogador fazia subir a bola a mais de um metro e o guarda-redes colocava a bola deficientemente em jogo… Lei XIII-Colocação da bola em jogo quando saía pelas tabelas laterais. A bola era colocada aproximadamente a 0,50 metro da tabela no local em que saiu e pontapeada sem balanço.
-VALADÃO CHAGAS, EX-DIRECTOR GERAL DOS DESPORTOS-
Lei XIV-Pontapé de baliza. Quando a bola saía pela vedação do fundo ou quando entrava na zona vedada, atrás da baliza, deveria ser posta em jogo pelo guarda-redes para fora da sua área, de qualquer ponto, com o pé ou com a mão, tendo sempre o cuidado de não a fazer subir mais de um metro! Lei XV-Remate à baliza.
Considerava-se remate à baliza toda a acção de pontapear ou cabecear a bola em direcção à rede do adversário por um elemento do grupo atacante, executado dentro do meio campo do grupo que defende e fora da área do respectivo guarda-redes, não havendo, neste caso especial qualquer condicionamento à altura que a bola possa atingir na sua trajectória. Os defensores poderiam interceptar a bola desde que o seu percurso fosse descendente.
GUINÉ-BISSAU - O árbitro internacional Dr. Décio de Freitas nesta sua viagem desenvolveu grande actividade quer na direcção de jogos quer nas palestras destinadas aos Árbitros e desportistas locais, conforme demonstram as três últimas imagens.

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