O Boletim “O
Árbitro” nº 70 (Ano VI), de há cinquenta anos, revelou, entre
outros, os seguintes assuntos:
TÍTULOS – Correia Dias assina “Livre de canto”. Augusto
Martins, presidente da Comissão Distrital de Braga fez uma longa exposição em
reunião com a Imprensa. Na rubrica “Um dia aconteceu”, de Mariano Sabino dos
Santos (de Évora), subscreve “Deus escreve direito por linhas tortas”. Carlos
Martins, jornalista desportivo do Porto, escreve “Mais aproximação de Árbitros
de localidades diferentes”. Joaquim Campos continua a dissertar sobre “A
orgânica da arbitragem na Áustria”. António Augusto Santos, autentica
“Golo-average”.
-BREVES PALAVRAS PROFERIDAS PELO DR. FERNANDO PIMENTA-
JOAQUIM CAMPOS RECEBEU, FAZ HOJE
PRECISAMENTE 50 ANOS,
A INSÍGNIA FIFA!
-MOMENTO ÚNICO!-
No dia 14 de Abril de 1963, a anteceder
o desafio entre as selecções de esperanças de Portugal e da Grécia (2-1), em
pleno relvado do Estádio Nacional o presidente da então Comissão Central, Dr.
Fernando Pimenta fez a entrega do tão desejado símbolo.
Registe-se que este emblema só era
concedido pela entidade que superintende no futebol mundial aos Árbitros que
dirigissem, pelo menos, 6 jogos entre selecções principais.
Eis os desafios que Joaquim Campos
arbitrou, cada qual com a sua imagem:
15.06.1958, em Malmo (Suécia), no Alemanha-Irlanda do Norte
(2-2), fase final do 6º Campeonato do Mundo. Auxiliares: Sten Ahlner, sueco (n. 07.12.1915, 97 anos) e Leo
Helge, dinamarquês (1910/1969). 21.990 espectadores.
Vídeo, com 01H09M50S: https://www.youtube.com/watch?v=oJfUiFNudK8
15.10.1958, em Madrid, no Espanha-Irlanda do Norte (6-2),
partida amigável.
Auxiliares: Eduardo Rosa Gouveia (28.04.1914/02.01.2000) e
Hermínio Henrique Soares (23.05.1915/26.09.1981). 125.000 espectadores.
Vídeo, com 01M56S: https://www.youtube.com/watch?v=c-mGG7n0jgo
11.04.1959, em Londres, no Inglaterra-Escócia (1-0), final do campeonato britânico.
Auxiliares: Eduardo Rosa Gouveia (28.04.1914/02.01.2000) e
Hermínio Henrique Soares (23.05.1915/26.09.1981). 98.329 espectadores.
Vídeo, com 02M09S: http://www.britishpathe.com/video/england-v-scotland-6/query/Sister
20.05.1959, em Hamburgo, no Alemanha-Polónia (1-1), encontro
amistoso. 61.000 espectadores.
Auxiliares: Van Wissen e H. Muller (alemães).
27.05.1959, em Amesterdão, no Holanda-Escócia (1-2), desafio
particular.
Auxiliares: Eduardo Rosa Gouveia (28.04.1914/02.01.2000) e
Hermínio Henrique Soares (23.05.1915/26.09.1981). 55.000 espectadores.
11.11.1962, em Amesterdão, no Holanda-Suíça (3-1), apuramento
para o 2º Campeonato Europeu (1964-Espanha). Auxiliares: Raul Fernandes Martins (08.08.1924, 88 anos) e
Eduardo Rosa Gouveia (28.04.1914/02.01.2000). 63.700 espectadores.
Vídeo, com 01M20S: https://www.youtube.com/watch?v=v9Dpy3A6A9U
Já agora a curiosidade de divulgar os nomes dos jogadores
escolhidos para representarem a selecção portuguesa:
Guarda-redes: Maló, 23 anos
(Académica) e Juca Santos, 23 (Guimarães).
Defesas e Médios: Pedro Gomes, 21
(Sporting), Mitó, 22 (Lusitano Évora), Luciano, 22 (Olhanense), Ribeiro, 21
(Leixões), Jacinto, 21 (Benfica), José Carlos, 21 (Sporting), Jaime Graça, 21
(Setúbal), Bandeira, 19 (Barreirense), Rui Rodrigues, 19 (Académica).
Avançados: Carlos Gomes, 23 (Atlético),
Pinto, 21 (Porto), Lourenço, 21 (Académica), José Maria, 19 (Setúbal), Pedro,
19 (Setúbal), Jaime, 21 (Porto) e Serafim, 19 (Porto).
Iniciou-se em Cabo Verde um curso de
candidatos, com 21 inscrições. Também em várias localidades de Aveiro está a
decorrer um curso para novos Árbitros. Em Ponta Delgada foi empossada a
Comissão Distrital de Árbitros, que passa a ter a seguinte constituição:
Presidente, João de Viveiros Bettencourt. Vogais, Carlos Figueiredo Cardoso e
Jacinto Amorim da Cunha. Em Viseu, Agostinho Ferreira foi nomeado Secretário da
Comissão de arbitragem em substituição de José Madeira, que pediu a demissão.
ANTÓNIO MARQUES DE MATOS (na foto) – O expoente máximo em leis de jogo,
sugere algumas pistas para a sinalética a utilizar pelos auxiliares do Árbitro,
que se passam a descrever:
1-Deslocar-se ao lado da linha lateral, levando a bandeira
apontada para o terreno.
2-Assinalar o fora de jogo levantando e agitando rapidamente a
bandeira à altura da cabeça.
3-Assinalar o pontapé de canto, deslocando-se rapidamente para
a área de canto e apontando com a bandeira para esse local.
4-No pontapé de baliza, deslocar-se rapidamente para a linha média.
5-Assinalar o lançamento da linha lateral, levantando a
bandeira e apontando-a para a baliza do jogador que fez sair a bola da linha
lateral. Em caso de lançamento irregular, agitar rápida e visivelmente, bem ao
alto, a bandeira.
6-Em caso de conduta incorrecta ou violenta verificada longe
do Árbitro, sem que este dela dê conta, agitar rapidamente a bandeira de cima
para baixo e de baixo para cima.
7-Para indicar que o tempo regulamentar está a terminar,
utilizar o processo italiano que consiste em manter a bandeira voltada para o
terreno e agitá-la velozmente à frente do próprio corpo ou seguir estoutro,
muito usual no nosso país – manter a bandeira apontada para o terreno, com o
pano enrolado na haste.
-Benfica-Dukla
de Praga (2-1) – Encontro realizado no Estádio da Luz, em 06.03.1963 para a
Taça dos Clubes Campeões Europeus. Árbitros ingleses: Principal, Ken Aston.
Assistentes, Rex Spittlse e Henry G. Stennett-
Comenta, ainda: É supérfluo acrescentar que a actuação dos
auxiliares está, porém, sempre subordinada às instruções do director da
partida. Inclusivamente uma equipa de arbitragem poderá utilizar sinais
convencionais totalmente distintos dos indicados nas figuras. Todavia, tende-se
para a adopção geral destes, modificados aqui ou ali com pormenores de execução
de somenos importância. O que interessa, em suma, é que, entre os elementos de
cada equipa de arbitragem haja uma tal colaboração, que o Árbitro compreenda
sempre perfeitamente o que os auxiliares querem significar com determinados
sinais ou gestos. Mas tal perfeição não poderá conseguir-se sem a maior
sincronização ou automatização nos meios e formas de sinalizar.
-Portugal-Brasil
(1-0) – Partida amistosa disputada no Estádio Nacional em 21.04.1963. Árbitros
franceses: Principal, Henri Faucheux. Assistentes, Claude Blum e André
Vuillemin-
FUTEBOL DE CINCO – Conclui-se a transcrição iniciada em
Fevereiro último das situações mais interessantes quanto às 15 Leis que regiam
esta variante:
Lei VIII-Bola em jogo e bola fora. A bola estava fora de jogo,
quando saía pelas vedações laterais ou do fundo, ou quando entrava na zona
vedada por detrás das balizas… Lei IX-Marcação de pontos. Não se considerava
golo válido quando a bola era pontapeada dentro da área do guarda-redes, por um
jogador atacante. Lei X-Faltas e incorrecções. O Árbitro tinha o direito de
chamar à ordem todo o jogador culpado de infracção aos regulamentos, que tivesse
praticado jogo duro ou desleal ou cuja conduta fosse pouco satisfatória.
-Benfica-Norrköping
(5-1) – Jogo a contar para a Taça dos Campeões Europeus, dirigida pelo Árbitro
francês Jean Tricot-
Tinha ainda o poder de expulsar qualquer jogador por períodos
até 5 minutos ou durante o resto da partida, consoante a gravidade da falta e
mandar marcar, além disso, uma penalidade contra o grupo a que pertence o
jogador em falta. Eram assinaladas faltas técnicas quando qualquer jogador
tocava na bola caído, ajoelhado ou apoiado no chão, quando jogava ou tentava
jogar a bola quando apoiado na vedação, quando jogava a bola com a cabeça ou
com o pé, de forma que a fizesse subir a mais de um metro! O guarda-redes
também cometia falta técnica desde que de qualquer forma tocasse a bola, quando
em jogo, fora da sua área.
-ARMANDO ROCHA, NOVO DIRECTOR GERAL DOS DESPORTOS-
Lei XI-Pontapé de penalidade. Para a marcação desta
penalidade, que podia ser efectuada em qualquer direcção, o executante teria de
ter um dos pés fixo junto à bola e não podia tomar balanço… Lei XII-Pontapé de
grande penalidade. A bola tinha de ser pontapeada para a frente e o seu
executante não podia tomar balanço. Esta falta era sempre passível quando um
jogador fazia subir a bola a mais de um metro e o guarda-redes colocava a bola
deficientemente em jogo… Lei XIII-Colocação da bola em jogo quando saía pelas
tabelas laterais. A bola era colocada aproximadamente a 0,50 metro da tabela no
local em que saiu e pontapeada sem balanço.
-VALADÃO CHAGAS, EX-DIRECTOR GERAL DOS DESPORTOS-
Lei XIV-Pontapé de baliza. Quando a bola saía pela vedação do
fundo ou quando entrava na zona vedada, atrás da baliza, deveria ser posta em
jogo pelo guarda-redes para fora da sua área, de qualquer ponto, com o pé ou
com a mão, tendo sempre o cuidado de não a fazer subir mais de um metro! Lei
XV-Remate à baliza.
Considerava-se remate à baliza toda a acção de pontapear ou
cabecear a bola em direcção à rede do adversário por um elemento do grupo
atacante, executado dentro do meio campo do grupo que defende e fora da área do
respectivo guarda-redes, não havendo, neste caso especial qualquer
condicionamento à altura que a bola possa atingir na sua trajectória. Os defensores
poderiam interceptar a bola desde que o seu percurso fosse descendente.
GUINÉ-BISSAU - O árbitro internacional Dr. Décio de Freitas
nesta sua viagem desenvolveu grande actividade quer na direcção de jogos quer
nas palestras destinadas aos Árbitros e desportistas locais, conforme
demonstram as três últimas imagens.
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