domingo, 19 de maio de 2013

APAF – COMEMOROU O 34º ANIVERSÁRIO, MAS…

Na noite da passada sexta-feira, dia 17, em Ançã, reuniu-se a fina flor das Árbitras e dos Árbitros portugueses, procedentes de muitos distritos e que voluntariamente compareceram a dar força a um ideal comum: apoio incondicional à causa que defendem, em que a sua Associação de classe é a única e verdadeira mentora.
Gostei de ver, saudar e cumprimentar inúmeros e leais amigos, alguns deles não os via, há algum tempinho, assim do convívio, alegre, fraterno e acolhedor ao qual compareceram, entre tantos filiados, três com o título de Fundador, casos de Joaquim Campos (o decano de todos nós, com 88 anos de idade), Mário Real (2º Presidente da APAF, mandato de 6.1.1981 a 6.1.1983) e eu. (Já agora, para quem queira aceder ao meu currículo e tenha paciência para o ler, poderá fazê-lo em: http://albertohelder.blogspot.pt/2007/08/apresentao-e-tributo.html).
 
A festa em si foi bem organizada, logo, mereceu os mais elevados encómios. Contudo, entendo que, neste género de celebração, por respeito e consideração se deva também dar voz aos Fundadores, afinal a razão de ser da APAF, pois têm muito que contar dos tempos idos, historial praticamente do desconhecimento geral…
 
Quanto aos discursos proferidos pelos elementos que constituíam a mesa principal, devo dizer, ou melhor, afirmar, que a intervenção do representante da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Hermínio Loureiro, foi hipócrita, vazia e irresponsável, quando se referiu à arbitragem.
 
Hermínio Loureiro, político que conheço há muito tempo, quer no Governo quer na oposição, sempre considerei ter um comportamento ziguezagueante sobre a mesma matéria, conforme e em resultado do cargo que exercia.
 
Mas aqui, no aniversário da APAF, entre os elogios institucionais à estrutura a que pertence e que lhe paga principescamente, disse, circunstancialmente, que os feitos do Pedro Proença (o melhor Árbitro do mundo em 2012 e que dirigiu os jogos das duas finais mais conceituados das competições da UEFA) e de Eduardo Coelho (presença no 7º Campeonato do Mundo de Futsal, 2012-Tailândia), foram simplesmente fantásticos e que muito dignificaram Portugal e a sua Federação!
 
O que é que o levou a não pronunciar os nomes dos meritórios e lídimos embaixadores da arbitragem de Portugal que acompanharam e ajudaram Pedro Proença naqueles momentos históricos para todos nós, os verdadeiros amantes do nosso sector, casos de Bertino Miranda, Ricardo Santos, Duarte Gomes e Jorge Sousa?
 
Mais, então não é que no dia 27 de Outubro de 2012, na Assembleia-geral da FPF a direcção põe à votação o Relatório e Contas dessa época e quanto aos sucessos dos ilustres Árbitros nem uma linha lhes é dedicada! Sobre esta matéria, para além do meu sentido de voto na referida reunião magna e do repugnante comportamento do Presidente da Mesa da Assembleia-geral, poderá ler mais pormenores em: http://albertohelder.blogspot.pt/2012/10/a-federacao-portuguesa-de-futebol-zela.html
 
Mais gritante e contrariando naturalmente as afirmações de Hermínio Loureiro, no passado mês de Abril, no dia das mentiras, li a nova revista oficial da FPF e, espante-se, voltaram a cometer o mesmo e nefasto erro (intencional ou por ignorância?). Atente-se: é que suas 92 páginas nem uma letra quanto aqueles acontecimentos que enobreceram e dignificaram a arbitragem portuguesa… Pode-se ver mais detalhes em: http://albertohelder.blogspot.pt/2013/04/a-federacao-portuguesa-de-futebol-zela.html
 
Mais ainda, e para vermos como a arbitragem feminina está considerada na FPF, a presença das talentosas Árbitras Sandra Bastos e Natércia Velez na Sérvia, onde actuaram com distinção no grupo 4 de apuramento para o Europeu Feminino-Sub 19, trazendo mais créditos para Portugal, foi, simplesmente ignorada, pois quanto a este sucesso, Hermínio Loureiro, disse zero, nada!
 
Sem dúvida que tudo isto é perturbador, maquiavélico e não faz sentido nenhum, vindo de quem, pois dizem ser pessoa de bem…
 
É verdade que a Arbitragem não vive de parangonas, de sensacionalismos ou de loas, mas deve, isso sim, ser respeitada, considerada e reconhecida por todos, especialmente pela entidade que a rege desde 1979, o que infelizmente não se verifica actualmente, como se pode constatar nas situações que relatei, as quais não chegam livremente ao grande público.
 
Já não basta a arbitragem lidar com as montanhas de casos que, vindos dos mais diversos quadrantes, a afligem no seu dia-a-dia, quanto mais suportar tratamentos da própria tutela que deveria, a toda a linha, zelar garantidamente pelos seus princípios, pelos seus direitos e a pela dignidade e reconhecimento que lhes são devidos.
 
Por último, Hermínio Loureiro protagonizou “uma” de mal-educado pois sendo eu membro eleito como delegado à Assembleia-geral da FPF, por um grupo de 5.077 Árbitros distritais e equiparados (89,66% do total de 5.663 Árbitros, censo de Setembro de 2012), no seu discurso e na sua postura não só não evocou o meu nome como lhe competia, pois estava ali oficialmente (mas disse-o de outros presentes), como não me cumprimentou… Arrisca-se a ter o mesmo trato que apliquei ao presidente da FPF que já ficou duas vezes com a mão estendida.
 
Estarei, como compromisso assumido desde a primeira hora, a defender acérrima e voluntariamente a causa da arbitragem e, consequentemente, combaterei todos aqueles que a queiram ferir por qualquer modo ou forma, seja quem for e onde estiver.
 
 Para mim, a Verdade, a Justiça e a Honra, doa a quem doer, sempre em primeiro lugar!
OS ÁRBITROS SÃO OS AGENTES MAIS SÉRIOS QUE ESTÃO NO FUTEBOL!
Esta frase foi por mim proferida de viva voz em plenário da Assembleia-geral da Federação Portuguesa de Futebol.
 
COMENTÁRIO QUE COLOQUEI EM 17.5.2013 NO FACEBOOK, NO ESPAÇO DA APAF: 12 de Maio de 1979, um vasto grupo de Árbitros deu corpo à Associação de classe na expectativa de defender os seus direitos, apresentar justas reivindicações e fortalecer toda uma categoria que se sentia abandonada, mal tratada e esquecida. Só em 1993 é que passou a ser a organização dos Árbitros de Futebol para ter assento na Assembleia-geral da Federação Portuguesa de Futebol. Contudo, passados estes anos constato, como seu fundador, que todos os Árbitros portugueses deveriam dar o apoio total à APAF, fazendo-se sócios e pagar a quotização, procedimento que a libertaria de dependências da hierarquia (financeiras e outras) que assim contínua a controlar a seu belo prazer quando e como quer... Recordo com saudade a memória dos camaradas de percurso que já não estão entre nós e que muito deram para que a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol chegasse ao topo.
VIVA A APAF!
 
Nota: A foto refere-se ao jantar-convívio realizado em 10.3.1979, para dar conta das actividades da Comissão Instaladora e angariação de fundos. Apurou-se 2.829$70 (hoje, catorze euros e onze cêntimos). Destaca-se à esquerda António Mata, Jorge Gonçalves, António Marçal, Joaquim Reis, etc. À direita, Fradique Figueiredo, Mário Real, eu, João Morais, Frederico Lourenço e outros camaradas.

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