Na noite da passada
sexta-feira, dia 17, em Ançã, reuniu-se a fina flor das Árbitras e dos Árbitros
portugueses, procedentes de muitos distritos e que voluntariamente compareceram
a dar força a um ideal comum: apoio incondicional à causa que defendem, em que
a sua Associação de classe é a única e verdadeira mentora.
Gostei de ver, saudar
e cumprimentar inúmeros e leais amigos, alguns deles não os via, há algum
tempinho, assim do convívio, alegre, fraterno e acolhedor ao qual compareceram,
entre tantos filiados, três com o título de Fundador, casos de Joaquim Campos
(o decano de todos nós, com 88 anos de idade), Mário Real (2º Presidente da
APAF, mandato de 6.1.1981 a 6.1.1983) e eu. (Já agora, para quem queira
aceder ao meu currículo e tenha paciência para o ler, poderá fazê-lo em: http://albertohelder.blogspot.pt/2007/08/apresentao-e-tributo.html).
A festa em si foi bem
organizada, logo, mereceu os mais elevados encómios. Contudo, entendo que,
neste género de celebração, por respeito e consideração se deva também dar voz
aos Fundadores, afinal a razão de ser da APAF, pois têm muito que contar dos
tempos idos, historial praticamente do desconhecimento geral…
Quanto aos discursos proferidos
pelos elementos que constituíam a mesa principal, devo dizer, ou melhor, afirmar,
que a intervenção do representante da Federação Portuguesa de Futebol (FPF),
Hermínio Loureiro, foi hipócrita, vazia e irresponsável, quando se referiu à arbitragem.
Hermínio Loureiro,
político que conheço há muito tempo, quer no Governo quer na oposição, sempre
considerei ter um comportamento ziguezagueante sobre a mesma matéria, conforme
e em resultado do cargo que exercia.
Mas aqui, no
aniversário da APAF, entre os elogios institucionais à estrutura a que pertence
e que lhe paga principescamente, disse, circunstancialmente, que os feitos do
Pedro Proença (o melhor Árbitro do mundo em 2012 e que dirigiu os jogos das
duas finais mais conceituados das competições da UEFA) e de Eduardo Coelho
(presença no 7º Campeonato do Mundo de Futsal, 2012-Tailândia), foram
simplesmente fantásticos e que muito dignificaram Portugal e a sua Federação!
O que é que o levou a
não pronunciar os nomes dos meritórios e lídimos embaixadores da arbitragem de
Portugal que acompanharam e ajudaram Pedro Proença naqueles momentos históricos
para todos nós, os verdadeiros amantes do nosso sector, casos de Bertino
Miranda, Ricardo Santos, Duarte Gomes e Jorge Sousa?
Mais, então não é que
no dia 27 de Outubro de 2012, na Assembleia-geral da FPF a direcção põe à
votação o Relatório e Contas dessa época e quanto aos sucessos dos ilustres
Árbitros nem uma linha lhes é dedicada! Sobre esta matéria, para além do meu sentido
de voto na referida reunião magna e do repugnante comportamento do Presidente
da Mesa da Assembleia-geral, poderá ler mais pormenores em: http://albertohelder.blogspot.pt/2012/10/a-federacao-portuguesa-de-futebol-zela.html
Mais gritante e
contrariando naturalmente as afirmações de Hermínio Loureiro, no passado mês de
Abril, no dia das mentiras, li a nova revista oficial da FPF e, espante-se,
voltaram a cometer o mesmo e nefasto erro (intencional ou por ignorância?). Atente-se:
é que suas 92 páginas nem uma letra quanto aqueles acontecimentos que
enobreceram e dignificaram a arbitragem portuguesa… Pode-se ver mais detalhes
em: http://albertohelder.blogspot.pt/2013/04/a-federacao-portuguesa-de-futebol-zela.html
Mais ainda, e para
vermos como a arbitragem feminina está considerada na FPF, a presença das talentosas
Árbitras Sandra Bastos e Natércia Velez na Sérvia, onde actuaram com distinção
no grupo 4 de apuramento para o Europeu Feminino-Sub 19, trazendo mais créditos
para Portugal, foi, simplesmente ignorada, pois quanto a este sucesso, Hermínio
Loureiro, disse zero, nada!
Sem dúvida que tudo
isto é perturbador, maquiavélico e não faz sentido nenhum, vindo de quem, pois
dizem ser pessoa de bem…
É verdade que a
Arbitragem não vive de parangonas, de sensacionalismos ou de loas, mas deve,
isso sim, ser respeitada, considerada e reconhecida por todos, especialmente pela
entidade que a rege desde 1979, o que infelizmente não se verifica actualmente,
como se pode constatar nas situações que relatei, as quais não chegam livremente
ao grande público.
Já não basta a arbitragem lidar com as montanhas de casos
que, vindos dos mais diversos quadrantes, a afligem no seu dia-a-dia, quanto
mais suportar tratamentos da própria tutela que deveria, a toda a linha, zelar garantidamente
pelos seus princípios, pelos seus direitos e a pela dignidade e reconhecimento que
lhes são devidos.
Por último, Hermínio
Loureiro protagonizou “uma” de mal-educado pois sendo eu membro eleito como
delegado à Assembleia-geral da FPF, por um grupo de 5.077 Árbitros distritais e
equiparados (89,66% do total de 5.663 Árbitros, censo de Setembro de 2012), no
seu discurso e na sua postura não só não evocou o meu nome como lhe competia,
pois estava ali oficialmente (mas disse-o de outros presentes), como não me
cumprimentou… Arrisca-se a ter o mesmo trato que apliquei ao presidente da FPF
que já ficou duas vezes com a mão estendida.
Estarei, como
compromisso assumido desde a primeira hora, a defender acérrima e voluntariamente
a causa da arbitragem e, consequentemente, combaterei todos aqueles que a
queiram ferir por qualquer modo ou forma, seja quem for e onde estiver.
OS ÁRBITROS SÃO OS AGENTES MAIS SÉRIOS QUE ESTÃO NO FUTEBOL!
Esta frase foi por
mim proferida de viva voz em plenário da Assembleia-geral da Federação
Portuguesa de Futebol.
COMENTÁRIO QUE
COLOQUEI EM 17.5.2013 NO FACEBOOK, NO ESPAÇO DA APAF: 12 de Maio de 1979, um vasto grupo de Árbitros deu corpo à
Associação de classe na expectativa de defender os seus direitos, apresentar
justas reivindicações e fortalecer toda uma categoria que se sentia abandonada,
mal tratada e esquecida. Só em 1993 é que passou a ser a organização dos
Árbitros de Futebol para ter assento na Assembleia-geral da Federação
Portuguesa de Futebol. Contudo, passados estes anos constato, como seu
fundador, que todos os Árbitros portugueses deveriam dar o apoio total à APAF,
fazendo-se sócios e pagar a quotização, procedimento que a libertaria de
dependências da hierarquia (financeiras e outras) que assim contínua a
controlar a seu belo prazer quando e como quer... Recordo com saudade a memória
dos camaradas de percurso que já não estão entre nós e que muito deram para que
a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol chegasse ao topo.
VIVA A APAF!
Nota: A foto refere-se ao jantar-convívio
realizado em 10.3.1979, para dar conta das actividades da Comissão Instaladora
e angariação de fundos. Apurou-se 2.829$70 (hoje, catorze euros e onze cêntimos).
Destaca-se à esquerda António Mata, Jorge Gonçalves, António Marçal, Joaquim Reis,
etc. À direita, Fradique Figueiredo, Mário Real, eu, João Morais, Frederico
Lourenço e outros camaradas.
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