sábado, 2 de novembro de 2013

A ÚLTIMA ASSEMBLEIA-GERAL DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL

Esta sessão magna foi realizada no final da tarde da passada quinta-feira e, mais uma vez, tive motivos bastantes para intervir, sempre baseado no princípio de que “quero o melhor para o futebol e para a arbitragem”!
 
Assim, no primeiro ponto da ordem de trabalhos, a leitura da acta anterior, mereceu a minha crítica construtiva no sentido de que a elaboração deste documento seja feita com esmero, responsabilidade e profissionalismo, para que não venham a ser feitas rasuras na própria Assembleia, correcções até de âmbito acriançado, como os exemplos que a seguir demonstram: Escreveram “Aos dezassete dias do mês de Julho do ano de dois mil e doze”, quando deveriam redigir 27 de Julho de 2013, data em que, efectivamente, se efectuou! O nome do Presidente da Associação de Futebol da Guarda é o sr. Amadeu Poço, mas “baptizaram-no” como sendo “Amadeu Couço”... Estas anomalias já não são a primeira vez que aponto no plenário, mas os incompreensíveis e intoleráveis erros continuam. Entendo que este serviço deverá ser sempre impecavelmente bem. Alvitrei a sua conferência exaustiva e só depois enviado para os habituais destinatários. Incrível e lamentavelmente, o mesmo se passou com a simples convocatória, com umas meras linhas, mas com dois erros de bradar aos céus!...
 
Quanto ao Relatório mereceu o seguinte comentário: Disse que sou português, com a quarta classe da instrução primária e como não sei ler inglês, repudiava a existência de um quadro escrito nessa língua. No mínimo que tivesse a correspondente tradução. A segunda questão, ou seja, a consideração que a Federação liga à arbitragem no seu todo, constata-se que não vem em lado nenhum a composição dos quadros de Árbitros a nível nacional e regional, como os jogadores mereceram no mesmo documento. Conclusão: através do documento oficial da Federação não se sabe quantos fazem parte do sector, as Árbitras, os Árbitros, os Árbitros Assistentes, os Observadores, os Formadores e restantes… A falta deste dado importantíssimo tem sempre reflexo negativo na história e na estatística da arbitragem portuguesa!
 
Em termos de votação direi que, para além de se terem concretizado duas abstenções, fui o único a votar contra.
 
Ainda na Assembleia e na rubrica “outros assuntos” voltei a questionar temas já por mim debatidos: O porquê da Federação na sua página da net não dar o mesmo tratamento às Associações de classe, casos dos Treinadores, Jogadores, Massagistas, Árbitros, Médicos e Dirigentes, assim como a Liga, como dá às 22 Associações de Futebol? Esquecimento é! Intencional ou não? A questão coloca-se aqui…
 
O segundo tema é mais grave e gritante, pois descrevo integralmente o que disse de viva voz: “Continuo à espera de ler a adenda ao Relatório e Contas da época 2011/2012 com a merecida referência ao feito inédito protagonizado por Pedro Proença – como tendo dirigido os jogos finais da Liga dos Campeões e do Euro 2012 – que lhe valeu o título “O Melhor Árbitro do Mundo! Isto com a colaboração dos seus colegas Bertino Miranda, Jorge Sousa, Duarte Gomes e Ricardo Santos, que o acompanharam naqueles importantes e decisivos jogos. Mais, recordo que este acrescento foi aqui assumido rigorosamente pelo porta-voz da Direcção em 27 de Outubro de 2012, desde então, continuo à espera que este feito pela arbitragem portuguesa seja reconhecido pela tutela!
 
Lembro, ainda, que naquela Assembleia de Outubro de 2012, mereceu o meu seguinte repúdio:
 
DECLARAÇÃO DE VOTO AO PONTO DOIS DA ORDEM DE TRABALHOS DE 27 DE OUTUBRO DE 2012.
 
Ao ler os papéis que me foram enviados no passado dia 12 e que estão em análise nesta Assembleia, fiquei estupefacto pelo facto desta Direcção se ter esquecido de mencionar a parte mais importante do relatório de actividades desportivas, ou seja todo o labor desenvolvido pelos Árbitros na época 2011/2012, os agentes mais sérios que estão no futebol e que nas suas atribuições têm a subida honra de garantirem a verdade, a idoneidade e a validação das competições federativas e demais.
É verdade, nem uma única referência ao seu digno trabalho o que me leva a crer que para além da omissão que se constata, a grossa negligência está presente em não dizer o que os Árbitros fizeram aquém e além-fronteiras.
Interinamente, não se sabe quantos agentes da arbitragem existem, não só a nível nacional (onde participaram em 7.256 desafios), como nas 22 Associações Distritais e Regionais.
Já a nível internacional, para além de não se evocar, com merecimento, os nomes dos 28 portugueses que estão ao serviço do futebol, futsal e futebol de praia e que atingiram o estatuto FIFA, pelo menos para memória futura, passou despercebida, passou ao lado, a honrosa nomeação dos Árbitros Pedro Proença, Duarte Gomes, Jorge Sousa, Bertino Miranda e Ricardo Santos para actuarem, o que fizeram de forma superior, nos jogos finais da Liga dos Campeões (19.05.2012) e no Campeonato da Europa (01.07.2012), dupla escolha que nunca tinha acontecido até então.
Enfim, tudo isto é mau de mais para a arbitragem portuguesa, principalmente vindo da própria Federação que deveria ser a primeira a registar tudo o que a arbitragem portuguesa tem contribuído para a elevação do nome de Portugal em todo o mundo, o que se verifica há 60 longos anos, desde o mundial do Brasil.
Naturalmente, frustrado e entristecido por ver a arbitragem portuguesa ser assim tratada por quem lhe deve o máximo de respeito, a tutela, direi que não aprovo a papelada em apreciação, expressando-me, ainda, com esta declaração de voto.
Lisboa, 27 de Outubro de 2012.
Alberto Helder Henrique dos Santos
-Delegado eleito para a Assembleia-geral da Federação Portuguesa de Futebol, conjuntamente com Joaquim Alberto da Silva Jesus, pelo grupo de 5.077 (cinco mil e setenta e sete) Árbitros distritais e equiparados, em 12 de Setembro de 2011- 

Concluindo: Enfim, mais uma banal Assembleia, sendo mais do mesmo… Para mais que antes houve uma reunião da Direcção somente com os presidentes da Associações para tratarem assuntos relacionados com a mesma Assembleia… Coisas… Como se constata a arbitragem, com esta Direcção, continua a não estar na primeira linha das suas prioridades... Como consequência, continuo a afirmar “onde há muito dinheiro nada se faz por amor, senão ao próprio…” E, nesse comprimento de onda e nessa direcção, é ver a desbragada bajulice doentia e repugnante que impera em determinada mente dita pensante…

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