Esta figura
carismática foi sempre acarinhada pelos alfacinhas principalmente nas décadas
que antecederam ao “Gertrudes”, programa que implantou os semáforos em quase
toda a cidade… Era um gosto vê-los actuar no alto das peanhas em tudo o que era
cruzamentos quer nas avenidas mais concorridas quer nos sítios mais
complicados, concretamente na baixa lisboeta. Enfim, eram muitos os sinaleiros.
De verão o capacete que usavam era de cortiça e de inverno de metal. Tradicionalmente
na época de Natal os automobilistas sempre se lembravam deles e, em sinal de
retribuição pelos serviços prestados durante o ano, contemplavam-nos com
ofertas de todo o género… O problema consistia em levar as montanhas de
embrulhos e não só (cheguei a ver um peru vivo) para casa. Já agora deixem-me
contar esta que presenciei. Onde estive empregado (no Rodrigues &
Rodrigues) o Comendador Augusto Rodrigues também gostava de dar a sua dádiva e,
aos sinaleiros fardados que fossem desejar-lhe boas festas (eram imensos que o
faziam), entregava uma determinada quantia. Era um corrupio, durante aquele
período natalício. Numa altura perguntou a um dos agentes da autoridade que o
cumprimentou: Você conhece o Comendador? Resposta pronta do cívico: Não! Então
venha cá amanhã porque ele hoje não está... Coisas…
As imagens foram recolhidas na
Praça do Império/Calçada da Ajuda.
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