Título:
A MULHER DO ÁRBITRO
Autoria:
João Santos Gomes
Senhora da
Hora-Portugal
(1º Prémio Jogos Florais
em 1968)
Domingo,
O Sol há muito
No Poente entrou,
E ele não voltou!
Os ponteiros a
avançar
E ele sem voltar!
Um coração de mulher
Negro como o manto do
Céu,
A palpitar!
Meu Deus,
Algo aconteceu
P’ra não voltar!
A pobre à rua vem
espreitar
O peito a arfar,
Os ponteiro a
avançar,
… e ele sem chegar!
E ela já a chorar,
E ele sem voltar!
Virgem Mãe,
Que se terá passado
P’ra que não tenha
voltado?!
E ela sempre a
chorar,
Os filhos a cantar,
E os ponteiros a
avançar!
E a pobre uma vez
mais
À rua vem espreitar,
O peito sempre a
arfar,
Os ponteiros sempre a
andar,
… e ele sem voltar!
Senhora, que foi?
O seu marido é marinheiro
E não regressou do
mar?
Não!...
É astronauta,
E foi alunar?
Não! Não!...
Foi arbitrar!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário