Na sequência das
manifestações que tenho aqui exposto, volto ao tema dando conta como os agentes
da arbitragem são tratados por quem deveria zelar e respeitar os seus feitos,
pois o futebol puro e verdadeiro e a sua arbitragem dispensam que os tratem de
forma descuidada, desprestigiante e indigna…
Acontece que Pedro
Proença, Árbitro internacional reconhecido mundialmente pelas excelsas provas
dadas nas competições aquém e além fronteiras, teve, no ano de 2012, a sua
máxima consagração conquistando o título “Melhor do Ano”, isto a nível universal,
assim como, com os seus competentes e ilustres colegas de equipa (Bertino
Miranda, Ricardo Santos, Duarte Gomes e Jorge Sousa), foi o Árbitro principal
que dirigiu, nessa época, os jogos finais da Liga dos Campeões Europeus e do
Europeu entre nações. Registe-se que a aquele título foi atribuído pela IFFHS
(Federação Internacional da História e Estatísticas de Futebol) a um Árbitro de
Portugal pela primeira e única vez, prémio criado em 1987.
Como refiro, Pedro
Proença e seus pares foram protagonistas de um acontecimento inédito e
relevante para a arbitragem portuguesa, dado que jamais uma mesma equipa de
arbitragem dirigiu na mesma temporada duas partidas das mais importantes organizadas
pela UEFA, isto desde que o desporto-rei foi organizado, a partir do ano de
1863!
Estes feitos deveriam
ser comemorados pela tutela de forma elevada e para todo o sempre – como faz
com a exposição no auditório Manuel Quaresma exibindo imagens de jogadoras e
jogadores célebres – mas, com ou sem querer, nem no Relatório e Contas do
exercício de 2012 escreveu-se uma simples linha… Sintomático!
Na altura em que o
documento foi presente para ser discutido e votado na Assembleia-geral, da qual
faço parte como membro eleito, aconteceu ter-me insurgido com tal
“esquecimento” votando, naturalmente, contra o que não fizeram todos os
restantes presentes, incluindo os 4 elementos escolhidos pelos Árbitros e até a
própria Associação de classe, por razões que só eles sabem. Característico!
Nas reuniões magnas
seguintes sempre falei no assunto com a frontalidade requerida, pois omitir
tamanhas epopeias que a arbitragem portuguesa conquistou só por distracção ou
desdenho. O assunto terminou em Outubro de 2014 quando, finalmente, me foi dado
a conhecer as poucas linhas que o assunto mereceu por parte da tutoria, isto é,
levou dois anos para reconhecer que Pedro Proença e seus colegas devem constar
no dito documento oficial, o que só acontece por iniciativa de uma só pessoa,
que, com muito orgulho, insistiu no registo daqueles êxitos que a tutela queria
esquecer… Singular! Agora, sim agora, é o que se vê, doçuras com atitudes tocantes,
despropositadas e irreais a quem tanto deu à arbitragem, mas não deixou de ser
esquecido, logo maltratado, por gentalha que não sabe reconhecer quem bem faz em prol do futebol português. A memória, só existe nas pessoas de bem! Mais: Onde existe muito dinheiro nada se faz
por amor se não ao próprio…
Vamos a outra: O
Mestre Joaquim Campos, o decano da arbitragem portuguesa, foi, em tempos, obsequiado
para integrar a Comissão de Honra dos 100 anos da FPF, que acedeu, informando a
organização sentir-se altamente lisonjeado, por se terem lembrado do seu
inigualável currículo e dos seus noventa anos de idade! Contudo, houve o jantar
de centenário e não foi convidado... Coisas!
Recentemente houve a
gala no Casino Estoril e deram-lhe o mesmo tratamento, isto é, esqueceram-se
dele… Piramidal! Com amigos destes o Mestre não necessita de inimigos. Claro!
Perante estes
desonrosas atitudes comportamentais, considero que a governança do futebol em
Portugal está ao nível do governo português. Ganham o que ganham (e que não é
pouco) muito mas com manifesta e aflitiva incompetência! E não mudam…
Dos dicionários: A hipocrisia é a atitude constante ou esporádica para
fingir crenças, opiniões, virtudes, sentimentos, qualidades ou padrões que não
têm ou não são seguidos.
O hipócrita finge qualidades ou
sentimentos contrários aos que realmente tem ou experiência. Própria hipocrisia
é uma espécie de mentira ou falta de reputação.
Hipocrisia pode vir do desejo de esconder
dos outros motivos reais ou sentimentos. Hipocrisia não é simplesmente a
incoerência entre o que defendemos e que é feito.
Ou seja, uma pessoa hipócrita é aquele que
procura para ver a grandeza ea bondade construído com aparições em si,
espalhando como um exemplo e fingindo ou ligue para a ação da mesma forma, para
além da sua acção seja glorificada, seus objetivos e realizações estão longe da
realidade.
Em muitas línguas, incluíndo francês, um
hipócrita é alguém que esconde suas verdadeiras intenções e personalidade.
4 comentários:
Porquê só no Futebol?
Mais uma vergonha da F.P.F., inaceitável não convidarem o mestre Joaquim Campos, assim como foi uma vergonha não haver uma palavra sobre qualquer jornal desportivo, hipocrisia sem dúvida, é que alguns senhores deste futebol devem muito aos jornalistas do "papel" um beijinho Sr.Alberto Helder Henrique Santos.(Ana Cristina Arsénio, filha com muito orgulho de um jornalista do "papel").
Estou contigo Cristina!
Isto é só para alguns!
Para o meu amigo Alberto Hélder, cada vez mais desiludido, existe gente que se serve da arbitragem, e não serve a arbitragem, forte abraço.
Concordo com a totalidade dos teus considerandos e constatações.
A incompetência e incúria continuam a ser a pedra de toque nos mais variados cargos das nossas instituições.
Uma vergonha!
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