Quis o Núcleo de
Árbitros de Futebol de Lisboa dar o nome de Pedro Proença à sala onde reúnem os
Árbitros de Futsal quando têm sessões técnicas, acontecimento que se verificou
na quinta-feira, dia 4 de Junho de 2015, na sua sede, com a presença de algumas
personalidades oficiais e convidados. Eu assisti à reunião nesta última
qualidade. Depois de algumas palavras circunstanciais proferidas pelas
individualidades que estavam na mesa, momento que terminou com a intervenção do
patrono e que disse aberta e claramente que era um homem do Núcleo, dando a
entender que sempre esteve ao lado das bases da arbitragem e que muito orgulho
sentia por isso.
Ora, depois de ouvir
o que Pedro Proença disse, fiquei perplexo e meditativo, confesso, como explico a seguir
perante o facto dele ter recentemente escolhido o seio federativo para a
cerimónia da sua despedida, com a pompa e circunstância que lhe foi atribuída,
fica aqui a questão:
A dita Direcção da
Federação Portuguesa de Futebol e o seu dito Conselho de Arbitragem, em 2012,
não lhe ligaram nenhuma pelos feitos inigualáveis que conquistou para a
arbitragem portuguesa ao ser eleito o Melhor Árbitro do Universo e ter
dirigido, com os colegas Jorge Sousa, Duarte Gomes, Bertino Miranda e Ricardo
Santos, os jogos finais da Champions e do Europeu de Nações, dado que jamais
alguém, desde que existe futebol no universo e em Portugal, juntou três títulos
numa só época!
Os federativos
apresentaram na Assembleia-geral, onde sou delegado eleito pelos Árbitros, o respectivo
Relatório e Contas com sumptuosidade e sobranceria, mas nem uma única palavra,
repito, uma só, escreveram sobre a epopeia que todo o mundo assistiu e aplaudiu,
o que veio a merecer o meu voto de desconfiança, aliás o único, pois todas as
restantes criaturas (são oitenta e quatro o grupo dos que votam), sancionaram o
gravíssimo erro infantil cometido, ao ponto dos maiorais pretenderem que eu
mudasse o sentido de voto, caso, ali e em cima do joelho, arranjassem um texto
que me satisfizesse… Disso dei conta na altura neste meu espaço, defendendo que
a tutela teria de tratar bem os seus protegidos, com respeito e dignidade, o
que não foi o caso, bem pelo contrário.
Então, porque não deu
o privilégio de anunciar o abandono da actividade ao Núcleo de Árbitros de
Futebol de Lisboa, que tanto o ajudou? Ou ao Conselho de Arbitragem lisboeta,
onde diz pertencer? Ou à própria Associação de Futebol de Lisboa, que sempre o acolheu
institucionalmente? Ou, por último, à Associação de classe, a APAF-Associação
Portuguesa de Árbitros de Futebol, da qual faz parte dos órgãos sociais?
Na minha opinião,
espero que não seja o caso de “quanto mais me bates, mais eu gosto de ti” ou,
ainda ”sinal dos tempos, onde os interesses por vezes se sobrepõem”, como ouvi
na referida sessão.
Por último, dou conta
que as duas salas destinadas à formação do Núcleo dos Árbitros de Futebol de
Lisboa têm os nomes de dois dos meus formandos, sendo a de Carlos Sales, a
título póstumo.
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