A mobilização,
iniciada no Regimento de Lanceiros 2 (Lisboa, decorreu ao longo de 774 dias.
Divisa: Os linces!
Saída de Lisboa: 9 de
maio de 1964, no navio Vera Cruz.
Aquartelou na cidade
de São Tomé.
Serviço Postal
Militar: 1052
Publicação editada:
Regresso em: 21 de junho
de 1966, no navio Niassa.
Distinções recebidas:
A distância entre
cidades, em linha reta, é de 4501 quilómetros.
Ordens de Serviço da unidade:
Página na internet:
Este episódio tem 20
páginas e 58 imagens.
CONTINGENTE: 37 MILITARES
CONTINGENTE: 37 MILITARES
OFICIAIS: 1
Eduardo Jorge Magalhães Soares Brandão Montez Nery, Alferes
SARGENTOS: 3
SARGENTOS: 3
Aníbal Amálio Raminhas, 2º Sargento
Carlos Horácio Almeida Pessoa, Furriel
João Viriato Santos Rolin, Furriel
PRAÇAS: 33
PRAÇAS: 33
Adérito Oliveira Diniz, 1º Cabo 1244/63
Alberto Sampaio Costa, Soldado 1222/63
Amílcar Silva Duque Feliciano, 1º
Cabo 1224/63
António Oliveira Dias, Soldado 1221/63
António Rodrigues Almeida, Soldado 1225/63
António Silva Branco, Soldado 1220/63
Aurélio Machado Curto, Soldado 1246/63
Baltazar Pereira Costa Campos, Soldado
1163/63
Carlos Alberto Antunes Ferreira, 1º
Cabo 648/63
Carlos Alberto Mendes Vieira, Soldado
1240/63
David Morais Carvalho, Soldado 1259/63
Domingos Casaca Montes, 1º Cabo 1245/63
Fernando Carvalho Duarte, Soldado 1254/63
Frederico Fernandes Barrocal, Soldado
1243/63
João Manuel Cachão Procópio, Soldado 1226/63
João Manuel Rodrigues Gonçalves, Soldado
1034/62
Joaquim Gonçalves Carvalho Basílio, Soldado
1260/63
Jorge Pinheiro Cego, Soldado 1234/63
José António Antunes Freitas, Soldado
1261/63
José Francisco Costa Martins Dias, 1º
Cabo 1237/63
José Luís Milheiro, Soldado 1257/63
José Manuel Santos Silva, Soldado 1251/63
Manuel Almeida Calado, Soldado 1227/63
Manuel Alves Almeida, Soldado 1239/63
Manuel Alves Lourenço, Soldado 1252/63
Manuel Cardoso Simões, Soldado 1255/63
Mário Jesus Armelão, 1º Cabo 1223/63
Maurício Marques Tomé, Soldado 1238/63
Rui Ferreira Gomes, Soldado 1249/63
Rui Manuel Nora Raleira, 1º Cabo 1246/63
Vítor Manuel Bela Silvério, Soldado 1262/63
Vítor Manuel Figueiredo Lopes, Soldado
1241/63
Vítor Manuel Sousa Boloca, Soldado 1232/63
ALGUMAS NOTAS:
1. O PPM 952 adotou o cognome “Os Linces”.
2. Razão porque a sua mascote, um cão
da raça Serra da Estrela, foi-lhe atribuído esse nome.
3. O PPM 952, durante a sua missão, que
cumpriu integralmente, foi, em termos militares, sociais e desportivos, uma
referência em São Tomé e Príncipe.
4. Elementos do PPM 952, graças aos TAM-Transportes Aéreos Militares, gozaram as suas férias na então Metrópole, junto dos seus mais queridos.
4. Elementos do PPM 952, graças aos TAM-Transportes Aéreos Militares, gozaram as suas férias na então Metrópole, junto dos seus mais queridos.
5. Os veteranos do PPM 952, como
principais motivadores, organizam os convívios anuais, juntando, também
elementos das CPM 589 e 1446, e dos PPM 891 e 1083.
6. Por duas vezes o PPM 952 organizou o
encontro anual nas antigas instalações do Regimento de Lanceiros 2, na Calçada
da Ajuda, mais propriamente em 25 de Junho de 2006 e 5 e Setembro de 2009, como
se pode confirmar nos painéis expostos no Mural da Memória do RL2, no quartel da Amadora.
7. O regresso a casa do PPM 952 foi no Navio Transporte de Tropas “Niassa”, juntamente com o Pelotão de Artilharia Antiaérea 951, que também terminou o seu compromisso na plenitude, tendo à sua responsabilidade a segurança do Aeroporto da então Província Ultramarina de São Tomé e Príncipe.
8. Tive a felicidade de fazer a viagem com estes maravilhosos camaradas de armas de Cavalaria e Artilharia, com quem, ainda hoje, passados 52 anos, continuamos a cultivar amizade, apreço e respeito!
9. Neste retorno ainda tivemos que ir a Angola, mas verificaram-se algumas peripécias dignas de registo, como, em Luanda, terem transferido, de qualquer maneira, todos os bens do pessoal da proa para a popa, sem avisarem quem quer que fosse.
7. O regresso a casa do PPM 952 foi no Navio Transporte de Tropas “Niassa”, juntamente com o Pelotão de Artilharia Antiaérea 951, que também terminou o seu compromisso na plenitude, tendo à sua responsabilidade a segurança do Aeroporto da então Província Ultramarina de São Tomé e Príncipe.
8. Tive a felicidade de fazer a viagem com estes maravilhosos camaradas de armas de Cavalaria e Artilharia, com quem, ainda hoje, passados 52 anos, continuamos a cultivar amizade, apreço e respeito!
9. Neste retorno ainda tivemos que ir a Angola, mas verificaram-se algumas peripécias dignas de registo, como, em Luanda, terem transferido, de qualquer maneira, todos os bens do pessoal da proa para a popa, sem avisarem quem quer que fosse.
Foi o caos!
Depois carregaram melaço, com o seu
odor fortemente adocicado e enjoativo, no fundo dos porões, onde o pessoal
permanecia em condições sub-humanas.
Sem a mínima ventilação e com
cheiros nauseabundos (suor, restos de comida, de excrementos, o calor, húmido e
bafiento, com a entrada do dormitório (?!) cheia de gordura e por aí fora…),
quem conseguisse descansar tinha direito a prémio!
Os soldados não
tinham direito a tomar banho com água doce; só com água salgada e com um produto
disponibilizado em barricas para fazer espuma no corpo.
As refeições (?!) eram consumidas
por grupos de 10 praças que se equipavam de alguidares para transportar a
comida (sopa, conduto, fruta, pão, copos, pratos e talheres) e que se distribuíam
ao longo do barco (convés), com os inconvenientes naturais, pois quem deitava
os restos de comida ao mar na proa, com o vento, voltavam ao navio e atingiam
os que estavam a comer que reagiam com palavrões e ameaças impublicáveis.
Por vezes, quando alguém “gritava
pelo gregório” o resultado era o mesmo…
As mascotes, os macacos, que vinham
para a então Metrópole, também contribuíam para este estado de coisas, quando
lançavam os seus dejetos em todas as direções.
Todos os dias tivemos de suportar
este martírio, apesar de estarmos a caminho de casa…
A poucos dias da chegada
distribuíram comida que não estava a cem por cento e houve desarranjo
intestinal generalizado.
Nem as 6/8 retretes provisórias
colocadas à frente do barco deram vazão a tanto, contínuo e volumoso “despacho”.
Todo o convés era uma repugnante
latrina!
Só visto!
Por fim, para culminar tão rocambolesca
viagem, chegámos a Lisboa ao lusco-fusco e, por essa razão, não foi possível
acostar o barco.
Tivemos de passar toda a noite
debaixo da atual Ponte 25 de Abril, a olhar para o cais onde centenas de
familiares aguardavam cansados e angustiados pelos seus entes queridos,
acenando-lhes, gritando, manifestando-se, ocasionando situação muito caricata,
pois os que estavam a chegar a Lisboa e ainda retidos no “Niassa”, eufóricos e desesperados,
queriam lançar-se à agua para sair daquele que foi um navio preparado para 322
passageiros (mais 132 tripulantes) e transportava tropas para cima de 1000
homens, em cada viagem!
Os seus 5 porões tinham capacidade
para 13.250 m3 de carga, portanto…
10. O saudoso e brioso soldado PM Manuel Alves de Almeida, que está na última fotografia, e eu, fomos vizinhos e companheiros desde tenra idade e criados no mesmo ambiente (Bairro Alto/Jardim do Príncipe Real, em Lisboa). No primeiro dia que cheguei a São Tomé ele estava de guarda ao aquartelamento da Polícia Militar e, ao reconhecê-lo perguntei: “Então Manuel o que está aí a fazer?”. Rápido e objetivo, como sempre, afirmou: “Estou a tomar conta disto…”. Disse-lhe que ia deixar a minha bagagem no Comando, que ficava 3/4 quilómetros de distância e que vinha logo para baixo para conversarmos. E, pronto, a partir daí eu e a PM estivemos sempre juntos!
10. O saudoso e brioso soldado PM Manuel Alves de Almeida, que está na última fotografia, e eu, fomos vizinhos e companheiros desde tenra idade e criados no mesmo ambiente (Bairro Alto/Jardim do Príncipe Real, em Lisboa). No primeiro dia que cheguei a São Tomé ele estava de guarda ao aquartelamento da Polícia Militar e, ao reconhecê-lo perguntei: “Então Manuel o que está aí a fazer?”. Rápido e objetivo, como sempre, afirmou: “Estou a tomar conta disto…”. Disse-lhe que ia deixar a minha bagagem no Comando, que ficava 3/4 quilómetros de distância e que vinha logo para baixo para conversarmos. E, pronto, a partir daí eu e a PM estivemos sempre juntos!
11. Mário de Jesus Armelão assegura, desde sempre, a confeção e a oferta do bolo alusivo a cada convívio.
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