Num célebre domingo, no dia 27 de Julho de 1958 (há perto de 50 anos!…), aconteceu-me o que de melhor passei até hoje em termos de convívio futebolístico…
O Comendador Augusto Rodrigues, administrador da firma Rodrigues & Rodrigues (empresa onde trabalhei 31 anos e muitos meses), depois do desaire em Tortosendo resolveu que a equipa não podia continuar a acumular resultados negativos. Para dar a volta aos acontecimentos contratou um Treinador, de seu nome Inácio, jogador de reconhecidos méritos ao serviço do Belenenses e de O Elvas, irmão do famoso ciclista João Rebelo, companheiro de emprego. Depois, acordou um jogo de futebol com um dos seus inúmeros fornecedores, o Comendador Joaquim Fernandes Ferreira Simões, proprietário da Fábrica Vodratex (Vodra-Seia), meu grande amigo que chegou a Presidente da Câmara Municipal local, entre as equipas representativas das duas empresas, o que veio a acontecer no campo 13 de Maio, em Vodra.
Preparamo-nos com afinco para o grande desafio com espírito ganhador, com treinos no velhinho campo do Palmense (Lisboa), de madrugada, pois teríamos que entrar ao serviço às 9 horas, como qualquer outro colega. Após o treino era-nos serviço um galão (café com leite) e um bolo (rocha)! Uma maravilha…
A viagem para a Serra da Estrela foi feita na véspera do jogo, por via-férrea, numa automotora, que saiu da Estação do Rego (Lisboa), com destino a Nelas. No trajecto o Treinador falou-me e disse que contava comigo desde o primeiro minuto de jogo para chegarmos à vitória. Fiquei radiante, pois ser titular da equipa, e com aquela idade, foi muito animador e um bom incentivo.
Fomos pernoitar a Seia, onde houve festa durante toda a noite, mas no dia seguinte lá nos encontrávamos frescos e desejosos de vencer, o que conseguimos por 7-3. No final houve distribuição de medalhas pelos intervenientes. Eu ainda guardo a minha!
Pela vitória o nosso patrão deu a cada jogador efectivo 500$00 (!) e os suplentes receberam metade do prémio. Quando cheguei a casa minha mãe, a Dª Ester ficou encantada pois receber tal maquia num lar carente de numerário foi obra. Que viva o futebol! Na nossa equipa ainda actuou Luís Xavier, gerente da fábrica de camisas Reivax, em Lisboa, antigo jogador do Benfica o qual, ao seu serviço, nas épocas 1935/36, 36/37 e 37/38, ganhou três campeonatos de Portugal! Que rico reforço, de idade, mas muito útil!
Na equipa adversária alinhou o meu grande Amigo José Ré, que, passados 37 anos (uma eternidade…), em 1995, é que voltámos a encontrar-nos… Agora falamo-nos mais a miúdo.
Depois da jogatana foi serviço um lauto almoço e todos convivemos com alegria e esperança no jogo desforra em Lisboa o qual, lamentavelmente, nunca aconteceu.
Fotos, de cima para baixo:
O Comendador Augusto Rodrigues, administrador da firma Rodrigues & Rodrigues (empresa onde trabalhei 31 anos e muitos meses), depois do desaire em Tortosendo resolveu que a equipa não podia continuar a acumular resultados negativos. Para dar a volta aos acontecimentos contratou um Treinador, de seu nome Inácio, jogador de reconhecidos méritos ao serviço do Belenenses e de O Elvas, irmão do famoso ciclista João Rebelo, companheiro de emprego. Depois, acordou um jogo de futebol com um dos seus inúmeros fornecedores, o Comendador Joaquim Fernandes Ferreira Simões, proprietário da Fábrica Vodratex (Vodra-Seia), meu grande amigo que chegou a Presidente da Câmara Municipal local, entre as equipas representativas das duas empresas, o que veio a acontecer no campo 13 de Maio, em Vodra.
Preparamo-nos com afinco para o grande desafio com espírito ganhador, com treinos no velhinho campo do Palmense (Lisboa), de madrugada, pois teríamos que entrar ao serviço às 9 horas, como qualquer outro colega. Após o treino era-nos serviço um galão (café com leite) e um bolo (rocha)! Uma maravilha…
A viagem para a Serra da Estrela foi feita na véspera do jogo, por via-férrea, numa automotora, que saiu da Estação do Rego (Lisboa), com destino a Nelas. No trajecto o Treinador falou-me e disse que contava comigo desde o primeiro minuto de jogo para chegarmos à vitória. Fiquei radiante, pois ser titular da equipa, e com aquela idade, foi muito animador e um bom incentivo.
Fomos pernoitar a Seia, onde houve festa durante toda a noite, mas no dia seguinte lá nos encontrávamos frescos e desejosos de vencer, o que conseguimos por 7-3. No final houve distribuição de medalhas pelos intervenientes. Eu ainda guardo a minha!
Pela vitória o nosso patrão deu a cada jogador efectivo 500$00 (!) e os suplentes receberam metade do prémio. Quando cheguei a casa minha mãe, a Dª Ester ficou encantada pois receber tal maquia num lar carente de numerário foi obra. Que viva o futebol! Na nossa equipa ainda actuou Luís Xavier, gerente da fábrica de camisas Reivax, em Lisboa, antigo jogador do Benfica o qual, ao seu serviço, nas épocas 1935/36, 36/37 e 37/38, ganhou três campeonatos de Portugal! Que rico reforço, de idade, mas muito útil!
Na equipa adversária alinhou o meu grande Amigo José Ré, que, passados 37 anos (uma eternidade…), em 1995, é que voltámos a encontrar-nos… Agora falamo-nos mais a miúdo.
Depois da jogatana foi serviço um lauto almoço e todos convivemos com alegria e esperança no jogo desforra em Lisboa o qual, lamentavelmente, nunca aconteceu.
Fotos, de cima para baixo:
1. A equipa da Vodratex, de pé e a partir da esquerda: Marcelino, Pita, Manuel Gouveia, Comendadores Augusto Rodrigues e Fernandes Simões, Luís Figueiredo, Lisboa, Mota e Eduardo Manta. De joelhos: Carvalho, Janato, Nuno Fernandes, José Ré (o meu grande Amigo e o que tem a bola), Lúcio e José Carlos.
2. A equipa do R&R, a mesma ordenação: Eu (claro…), Francisco Nunes, Carlos Santos, Albino Rebelo, Comendadores Augusto Rodrigues e Fernandes Simões, Inácio Rebelo (Treinador-jogador), Fernando Marinho, Armando Miguel, João Rebelo e Domingos Teles. Em baixo, pela mesma ordem: Diamantino Rebelo, Aldino Silva, Amadeu Fernandes, Alfredo Gonçalves, José Bandeira, José Duarte, Julião Correia e Luís Xavier. Repare-se que só Rebelos, predestinados para o futebol, eram 4!
3. As três equipas. A de arbitragem era maioritariamente do R&R, o Árbitro, Manuel Gonçalves e um do auxiliares, Albano Ribeiro. Sem comentários...
4. Golo da Vodratex.
5. Um ataque do R&R, onde estou englobado (como sempre…)
6. O inesquecível e monumental repasto-convívio.
2. A equipa do R&R, a mesma ordenação: Eu (claro…), Francisco Nunes, Carlos Santos, Albino Rebelo, Comendadores Augusto Rodrigues e Fernandes Simões, Inácio Rebelo (Treinador-jogador), Fernando Marinho, Armando Miguel, João Rebelo e Domingos Teles. Em baixo, pela mesma ordem: Diamantino Rebelo, Aldino Silva, Amadeu Fernandes, Alfredo Gonçalves, José Bandeira, José Duarte, Julião Correia e Luís Xavier. Repare-se que só Rebelos, predestinados para o futebol, eram 4!
3. As três equipas. A de arbitragem era maioritariamente do R&R, o Árbitro, Manuel Gonçalves e um do auxiliares, Albano Ribeiro. Sem comentários...
4. Golo da Vodratex.
5. Um ataque do R&R, onde estou englobado (como sempre…)
6. O inesquecível e monumental repasto-convívio.
Ai que saudades, ai, ai...
7 comentários:
Estimado Alberto Hélder,
Numa das minhas viagens pela net, boa hora encontrei o seu blog. E mais entusiasmado fiquei com os comentários a essa figura a quem eu fiquei a dver tudo o que aprendi. INACIO REBELO. Além dos aspectos futebolisticos foi com ele que entendi, percebi e passei a ter um respeito enorme pelos árbitros.
Parabéns.
Marçalo de Almeida
Senhor Alberto, sou filho de Inácio Rebelo, o Zé Manel e estou realmente sem palavras para descrever todas as emoções que me fez despertar este seu blog, agradeço as palavras do Tó-zé a respeito do meu pai, e dizer-lhe Senhor Alberto que o futebol tem de ter memória,uma memória construida no passado através do respeito entre todos os intervenientes no jogo, era isso que fazia Inácio Rebelo, para além de treinar, ensinava-nos a todos a compreender o jogo, que saudades das prelecções no restelo e no palmense, não é Tó-zé. Bem haja Sr. Alberto, voltaremos a falar, por hoje estou emocionado.Um abraço.
Sr. Alberto.
Sou Hugo Fernandes, neto de Joaquim Fernandes Ferreira Simões, e quero aqui agradecer as suas palavras e as suas fotos, que permitem a quem quiser ver, testemunhar como eram: outros tempos em que as pessoas se conheciam respeitavam e tratavam por nome; assim como pessoas como o meu avô, que muito fez por todas que lhe eram próximos.Obrigado
Hugo Fernandes.
o que eu estava procurando, obrigado
o SR. JOAQUIM FERNANDES FERREIRA SIMÕES, um grande homem natural (salvo erro)de Vila Verde, Seia, grande empreendedor e Chefe de uma Família maravilhosa, criou mais de 3.000 postos de trabalho em Vodra, Seia, São Romão, Loriga, e até, em Béjar, Espanha, junto à fronteira, cidade das "moquetas" (alcatifas), geminada com a cidade da Guarda.
Inesquecível este GRANDE EMPREENDEDOR senense.
Assino-me:- José OBRIGADO da Silva em nome de todos os trabalhadores verdadeiramente GRATOS E HONESTOS.
Sobre este post, o qual me agradou muito. Gostaria de perguntar se poderei utilizar as fotos assim como alguma da informação disponível para elaborar um post sobre o Comendador Joaquim Fernandes. Onde será referida a proveniência de toda informação.
O post será publicado no lanificiosdoc.blogspot.com.
Grato pela atenção dispensada.
Nuno Pinheiro
Estimado Nuno Pinheiro
Grato pela mensagem e também pelo seu interesse em dar corpo a uma referência ao Comendador Joaquim Fernandes.
Pode, pois, utilizar a informação (texto e fotos)que achar por bem.
Saudações
Alberto Helder
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