Pois bem, pensa-se, executa-se e, surpreendentemente, lá vem a saudade, bem acompanhada com lágrimas… Então não é que na reportagem anterior (a de Vodra, ver 9 de Novembro), aconteceu isso mesmo… Contactei o meu Bom Amigo e Senhor José Ré para identificar os nomes dos meus dignos adversários, o que fez, mas ao abeirar-se de alguns deles e ao verem a foto tirada há quase 50 anos a nostalgia contagiante marcou presença de um tempo que, a pesar de tudo, a amizade, convivência e a fraternidade existia no mais elevado patamar do sentimento humano. Com este meu trabalho estou feliz por ter contribuído com recordações que assinalaram uma época.
Voltando, então, ao tema principal, direi que na minha meninice também fui um apaixonado pelo Hóquei em Patins – reflexo dos campeonatos do mundo que Portugal foi ganhando – para além de aprender a patinar no Parque Mayer, Pavilhão dos Desportos, Feira Popular, cheguei a frequentar as escolas do Sport Lisboa e Benfica, no ringue da sua sede, sita na Gomes Pereira, em Benfica, onde as grandes figuras de então (Cruzeiro, Perdigão, Lisboa e outros), tinham a seu cargo o ensinamento dos jovens que aspiravam ser também estrelas (o que não foi o meu caso). Só mais tarde, em São Tomé, é que voltei a praticar a modalidade defendendo as cores do Sport São Tomé e Benfica. Um episódio que me afectou sobremaneira: Num jogo em que decidia o campeão, tendo como adversário local o Hóquei de Lafões, no período de aquecimento ao atirar a bola à baliza, a treinar o meu guarda-redes (António Maximiano Rodyl Silva, na altura, furriel da Polícia Militar), fi-lo de tal forma desastrosa que o atingi numa das arcadas do globo ocular, causando-lhe um enorme ferimento donde jorrou sangue abundantemente. Basta dizer que a sua camisola amarela ficou igual às dos restantes colegas, bem vermelha. Face ao que aconteceu ele teve que receber imediatamente tratamento hospitalar, retirando-se do recinto. Voltou no início da segunda parte com vontade de jogar, mas não estava em condições pois o inchaço era enorme e tinha a vista tapada. Eu até já nem queria jogar, mas lá dei o meu melhor (ou tentei) sem hipóteses de evitar a derrota. O guarda-redes que substituiu o Rodyl foi o António Mendes, meu colega da equipa de futebol do Benfica de São Tomé. Foi tudo muito triste, sem dúvida.
Quanto à foto que hoje dou a conhecer foi obtida no dia 5 de Setembro de 1964 (sábado), no Estádio Sarmento Rodrigues, como se denominava naquele tempo, num jogo entre militares e refere-se à turma dos solteiros que ganharam aos casados por 5-3, tendo marcado 3 dos golos!... (Não sabiam? Eu era avançado e gostava de marcar, quando me deixavam é claro…). Eis a sua constituição, da esquerda para a direita: Em cima, Manuel, Lameirão, Zé, Dinis, Humberto, Gil e Manuel. Em baixo, Camacho, Aleixo, Armindo, Eu (o maior…, com três golos e com a bola), Ivo, Arlindo e Augusto.
Ai que saudades, ai, ai…
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