No boletim “O Árbitro” nº 86 (Ano VIII), publicado já lá vão 50
anos, os assuntos mais importantes foram os seguintes:
CARTA A TODOS OS ÁRBITROS PORTUGUESES
O Presidente Fernando Pimenta apresenta as despedidas do cargo
que exerceu para dar lugar ao Engº Sousa Loureiro e agradece a colaboração
recebida durante o seu mandato.
1.Diogo Manso, de Braga, assina “Os porquês… da arbitragem! “
2.A linguagem nos campos de futebol”, do lisboeta Ilídio Cacho. 3.O aveirense
Manuel Maria Ferreira da Costa (na imagem) continua a desenvolver “O atleta, O
Árbitro e o espectador”.
4.Extrai-se do livro de
Filipe Gameiro Pereira o tema “Discutir as decisões do Árbitro”. 5.Dá-se conta
da palestra do Dr. Fernando Pimenta, subordinada ao tema: “O Árbitro, a sua
função específica e os atributos fundamentais que a mesma exige.”
II CURSO NACIONAL DE APERFEIÇOAMENTO E ACTUALIZAÇÃO DOS ÁRBITROS
DE FUTEBOL
Carlos Martins, jornalista desportivo do Porto faz uma resenha
do que aconteceu, destacando o empenho dos formandos, assim como a excelente
organização que imperou até ao último momento.
Tomamos a liberdade de transcrever o último parágrafo do seu
artigo, sensível, actual e que merece reflexão:
“Não podem existir opiniões diferentes: a valorização do
Árbitro, sob todos os pontos de vista, é cada vez mais necessária e premente,
pois as exigências do futebol, o conhecimento exacto e interpretativo das
dezassete leis que o regem, para além do importantíssimo capítulo da
“psicologia arbitral” (chamemos-lhe deste modo) são capítulos imprescindíveis
que têm de fazer parte do saber de qualquer Árbitro – juiz na aplicação da lei
que é só uma, mas, para além disso, igualmente juiz na parte psicológica, que
não vem no código, mas que o Árbitro tem de utilizar, conforme o grau humano,
sentimental e temperamental. Disse-o alguém: “aplica a lei dos códigos, mas
envolve-a, também, com a lei da tua consciência”.
1.O aveirense Manuel Pereira dos Santos viajou para Joanesburgo
onde está a desenvolver a sua actividade profissional, assim como o terceirense
Reinaldo Melquíades que rumou até aos Estados Unidos. 2.Eduardo Neves, de
Viseu, que teve “alta” clínica, assistiu ao II Curso Nacional. 3.A Comissão Distrital
de Castelo Branco distinguiu o seu filiado João Lopes Gonçalves com o título do
melhor da temporada, entregando-lhe uma medalha oferecida por António Arnel
Afonso, assinante do Boletim. 4.O funeral do Presidente da Comissão de Árbitros
de Vila Real, Álvaro Correia Vilar Figueiredo, falecido em Lisboa, foi uma
imponente manifestação de pesar na capital de Trás-os-Montes. 5.Transferiu-se
de Leiria para Lisboa, Domingos Feliciano Moisés e José Castilho da Silva, de Leiria
para Setúbal. José Lopes, de Angra do Heroísmo, esteve de visita a Lisboa. António
Pereira Silvestre de Santarém viajou até à cidade do Cabo (Moçambique). 6.O
Sport Clube Marítimo fez chegar o seu órgão oficial “Ecos do Marítimo”.
7.Rogério Neves da Silva, ingressou nos quadros da arbitragem de Luanda, e tem
actuado nalguns encontros com geral agrado. 8.O dirigente aveirense António
Almeida Massadas Rino foi acometido de doença súbita.
A COMISSÃO DISTRITAL DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL DO PORTO INAUGUROU
A SUA SEDE
Ivo Araújo escreveu esta peça dando conta que as novas
instalações estão situadas na Rua Fernandes Tomás, 840-2º andar. Esta mudança
deveu-se à necessidade da Associação de Futebol do Porto ter necessidade do
espaço ocupado pela Comissão. Na inauguração, para além de muitos Árbitros,
estiveram as personalidades ligadas ao desporto-rei e Clemente Henriques, o
internacional portuense foi homenageado pelo presidente Orlando Sousa.
O escolhido foi o inglês Arthur Holland que nunca veio a
Portugal. Mineiro de profissão trabalhava em Cerved (Barnsley, Yorkshire) e
praticou futebol localmente. Iniciou a sua actividade arbitral há 25 anos e
atingiu o topo da carreira tornando-se Árbitro FIFA na época 1959/60 até
1963/1964. Foi o Árbitro da final da Taça dos Campeões Europeus entre o Benfica
e o Milão. Seu pai (John Holland) e tio (Rligah Benm) foram Árbitros durante
muitos anos e o seu filho (Pedro) iniciou-se também na arbitragem. Arthur
Holland terminou em beleza a sua carreira pois foi chamado para dirigir
destacados jogos com equipas da elite europeia.
1.A Comissão Distrital de Aveiro levou a efeito as provas
físicas para os seus filiados no Estádio Mário Duarte e a festa de
confraternização, com um almoço muito concorrido. 2.O Árbitro jubilado angrense
João Avelino de Sousa, sargento, foi distinguido pelo Exército Português com a
medalha de ouro. 3.Fernando Pimenta e Luís Gaspar frequentaram em Itália o
Curso de Informação para Árbitros da primeira categoria. 4.Marques de Matos
ultima o segundo volume do trabalho a ser publicado proximamente. 5.Faleceu o
Árbitro santareno António Marques Inês, que tinha sido submetido a intervenção
cirúrgica. Tinha 42 anos de idade e iniciou-se na arbitragem em 1952. Em 1961
foi indicado para dirigir jogos da I e II divisões federativas.
Joaquim Caixeiro, Árbitro da Comissão Distrital de Luanda,
apresenta duas questões, que são respondidas na oportunidade: 1.O Árbitro dá a
partida terminada antes do tempo regulamentar, mas verifica que se enganou.
Como recomeçar? Se com bola ao solo, se o jogo estava a decorrer. Se o jogo
estava parado, recomeça com a execução da bola em jogo nos termos da lei. Se o
Árbitro constatou o lapso e as equipas ainda estão em campo em campo ou já
estavam nas cabinas. Resposta: O encontro é recomeçado conforme as duas
hipóteses colocadas. O facto das equipas se encontrarem nas cabinas não é
importante, pois terão de voltar ao rectângulo para concluir o tempo que falta
para jogar. 2.Quando se inicia o jogo uma das equipas não tem o guarda-redes e
o Árbitro só se apercebe quando a equipa adversária introduziu a bola na baliza
desguarnecida. Como resolver a questão? Resposta de David Costa: Para além de
considerar uma grave violação dos regulamentos por parte do Árbitro, empurra a
decisão para a idêntica ao sr. Vagueiro (Julho de 1964).
MEDITANDO…
O delegado da equipa madeirense Clube de Futebol Carvalheiro,
José Mendonça (na foto), ao ver um seu jogador expulso pelo juiz Jaime de
Freitas (do Funchal), durante uma partida, tem, para com este, a seguinte
frase: “Senhor Árbitro, desculpe a atitude do meu atleta para consigo, porque
todo esse procedimento é contra a minha norma!”
São transcritas as alterações aprovadas pelo International Board
a serem postas em prática no início da época.
Eduardo Gouveia informa: 1.Em Espanha os dirigentes zelam pelos
seus filiados a quem irão pagar quatro mil pesetas por jogo da I divisão. 2.Sobre
o pagamento de despesas de transportes ficou definido o local da
partida/chegada na deslocação dos Árbitros portugueses, que será a residência
de cada qual, quanto são convocados para os jogos. 3.O Árbitro jubilado Oliveira
Machado, jornalista do “Record”, tomou a iniciativa de propor a realização de
palestras sobre as leis do jogo nas sedes dos diversos clubes lisboetas. 4.Não
foi pacífica a escolha dos frequentadores do II Curso de Aperfeiçoamento,
enquanto uns pagaram largas dezenas de escudos para a Comissão Central, outros
nada contribuíram. 5.Por fim deseja felicidades a todos os que vão actuar na
época 1964/1965!
Equipa da Comissão Distrital de Castelo Branco
José Antunes Baptista, 33
anos, funcionário público. Arbitrou pela primeira vez em 2 de Janeiro de 1957.
João Lopes Gonçalves, 38
anos, funcionário público. Começou a dirigir jogos a partir de 16 de Abril de
1950.
José Joaquim Cardoso, 35
anos, industrial. Iniciou-se na arbitragem em 2 de Janeiro de 1957.
José Carrola Pinheiro,
apesar de não estar nesta imagem, também faz parte desta equipa. 40 anos,
industrial. Árbitro desde 20 de Novembro de 1956.
Equipa da Comissão Distrital de Santarém
José Freitas Maia, 50
anos, escriturário dos Caminhos de Ferro. Começou em 1949 e em três anos foi
indicado aos quadros nacionais.
Manuel Lousada, 45 anos,
comerciante. Iniciou-se na actividade em 1944 e ingressou aos nacionais em
1950. É Árbitro internacional e já actuou na Bélgica, Espanha, Canárias e
Holanda. Esteve nos Açores e na Madeira. Participou nos Torneios Europeus de
Juniores em 1960 e 1963.
José Pereira, 43 anos,
bate-chapa e antigo jogador de futebol. Principiou em 1955 e em 1958 passou aos
nacionais.
Equipa da Comissão Distrital de Braga
Mário Matos, É natural
dos arredores de Braga, onde nasceu em 11 de Maio de 1924. Funcionário dos
Serviços Municipalizados. Passou no exame para Árbitro em 2 de Fevereiro de
1958 e indicado aos nacionais em 1961/1962.
Carlos Alberto Silva,
Nasceu em Luanda (Angola), em 12 de Abril de 1930. Torneiro. Fez exame em 2 de
Fevereiro de 1953 e indicado aos nacionais em 1958/1959.
Valdemar Azevedo, Nasceu em
Braga no dia 23 de Maio de 1936. É encadernador. Superou o exame inicial em 7
de Maio de 1960 e indicado aos nacionais em 1964/1965.
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