quinta-feira, 2 de abril de 2015

EQUIPAS DE ARBITRAGEM E O SISTEMA DIAGONAL (1ª PARTE)



Pela oportunidade que representa para quem não conhece o porquê da adopção do sistema da diagonal, que ainda hoje vigora na técncica da arbitragem, dou conta em três episódios, o que se escreveu sobre a matéria há 77 anos, quando se iniciou!

“Na passada sexta-feira, 16, realizou-se nas salas da Associação de Foot-ball de Lisboa, gentilmente cedidas pela sua Direcção, uma das muitas palestras que a Direcção do Colégio de Árbitros de Lisboa resolveu iniciar para preparação e elucidação dos seus colegiados e já para que na época de 1938/1939 os seus ensinamentos pudessem servir, com vista à vantagens do nosso sistema de arbitragem, bem como do sistema de colocação no terreno, seguido pelo Árbitro e juízes de linha.

 -Cândido de Oliveira-

Para assistirem a esta palestra foram convidados os colegiados que nos passados domingos 18 e 25 actuaram no Estádio Nacional, na Tapadinha, nas Amoreiras e Santo Amaro.

Cândido de Oliveira começou por apontar as vantagens do novo sistema, por ele verificadas quando estagiou em Londres e também quando da realização do Campeonato do Mundo.

Por meio de um gráfico, desenhado numa ardósia, apresentou claramente o sistema, dando esclarecimentos àqueles que deles necessitaram. Quanto a Cândido de Oliveira, a missão do árbitro está facilitada; assim a equipa saiba corresponder-se com perfeição, mesmo compenetrar-se do dever, ajudando-se convenientemente.

-Manuel Alexandre-

Com a criação da equipa de arbitragem todos – jogadores e futebol – ganham, porque a maior dificuldade do árbitro, dentro dum terreno de jogo, é ver os “off-sids”.

Ora, com a nova orientação o árbitro está mais à vontade, pois o juiz de linha é a pessoa que se encontra em melhor posição para lhe indicar, com precisão, a posição do jogador. Para isso, é, porém, necessário que jogadores e público se compenetrem da sua obrigação. Os primeiros, acatando, sem discussão e prontamente, as decisões dos juízes. Os segundos, facilitando, ao máximo, o trabalho dos juízes, não censurando asperamente e com atitudes que só deslustram e só aborrecimentos trazem àqueles que se dedicam a uma causa tão ingrata.

a) Manuel Alexandre

Transcrição da Revista Stadium, edição 346, Ano VII, de 28 de Setembro de 1938, página 7.”


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