“Dissemos no nosso último artigo, inserto no número 347,
de 5 do corrente, que a criação das equipas de arbitragem simplificaria de
forma notável o trabalho do árbitro, que, na prática havia de dar um excelente
resultado. Acentuamos, no entanto, que para isso era necessário bastante
trabalho e um maior cuidado, facilmente compreensível.
Hoje, como ontem, mantemos a tal respeito a mesma
opinião, baseada principalmente, nos jogos já realizados dentro das normas
estabelecidas pelo novo sistema. E não a abandonaremos até que a prática nos
aconselhe o contrário.
-Cândido de Oliveira-
É necessário, no entanto, esclarecer que nunca é demais
aconselhar aos colegiados o máximo respeito pelas leis que regem o futebol.
Todos eles, dentro da missão que publicamente têm a
desempenhar, devem estudá-las com cuidado, mesmo aprofundá-las, conferenciando
a miúdo com os companheiros de equipa para que, algumas possíveis dúvidas,
possam ser resolvidas, podendo-se assim, dentro das normas e sem prejuízo do
estabelecido, eliminar ideias e critérios diferentes.
Isto servirá para evitar, tanto quanto possível, algumas
desilusões, em virtude da equipa se não compreender, dando ocasião a não
conjugar os seus esforços.
As palavras que acima ficam são como que um conselho para
os que o quiserem aceitar. É dado por alguém que já sofreu as consequências do
pouco entendimento da sua equipagem.
-Manuel Alexandre-
Sabido, como é, que ao presente, todos os colegiados são
chamados a dirigir encontros, todos têm, por consequência, responsabilidade nas
arbitragens.
É necessário, porém, não esquecer a missão do árbitro e
do fiscal de linha, como muito bem disse há dias um competente técnico
nacional.
Concordamos, porém, que existem colegiados mais cultos do
que outros e que mais depressa assimilam as regras do jogo, sabendo interpretar
as suas leis, tais quais ela são. Outros há, porém, que são bastante
habilidosos e, digamos mesmo, mais felizes. No entanto, é preciso esclarecer, e
isto para terminar, que cultos ou incultos, infelizes ou não habilidosos, todos
são árbitros, pois ficaram aprovados nos exames a que foram submetidos.
MANUEL ALEXANDRE
Revista Stadium, edição 350, ano VII, 26 de Outubro de
1938, página 14”.
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