quinta-feira, 8 de maio de 2008

43 ANOS DEPOIS É MUITO TEMPO…

-São Tomé, 1964-
Mas mesmo assim não arrefeceu a amizade, o respeito a consideração que, desde essa altura, partilhámos nas longínquas ilhas africanas de São Tomé e Príncipe…
-Lisboa, 2008-

Pois é verdade…
-São Tomé, 2002-
Eu e o meu bom amigo Diamantino Augusto Cunha Silva, que, naquele tempo, também cumpria o serviço militar obrigatório (era radiotelegrafista) voltámos a encontrar-nos, mercê da sua iniciativa, na terça-feira, dia 6, passadas que foram mais de quatro décadas, e, nalgumas horas – que muito depressa correram – recordámos com saudade momentos de alegria, de tristeza, de frustração, de desânimo, mas também o companheirismo, a solidariedade, o entendimento, enfim, o que jovens 21/22 anos sentiam muito longe dos seus, metidos em problemas para os quais nunca contribuíram, mas que os sentiram profundamente no corpo (fome, calor, humidade, doenças tropicais, condições infra-humanas de habitabilidade, etc.), na mente (o ter de cumprir uma missão contra vontade, distância que separava dos nossos queridos, solidão, isolamento, controlado pela Polícia política e muito mais) e nos seus projectos (de constituir família, consolidação do emprego, ser útil à sociedade). Nada fácil, como se vê...
-São Tomé, 2002-

Bem, o que lá vai, lá vai. Neste almoço o diálogo foi-se desenvolvendo e, surpresa fantástica: temos amigos comuns em Angola!... É gratificante este acontecimento. As pessoas de bem, são assim! Estamos a preparar a ida a Lamego, no dia 24 próximo, para participarmos num convívio com outros companheiros daquele tempo.
-Aerograma-
Entretanto, aqui fica uma pontinha de nostalgia com estas imagens (de cima) …
-A primeira foi obtida em São Tomé e no dia 1 de Outubro de 1964 e identifica-se os camaradas de armas da seguinte forma (a partir da esquerda): No primeiro plano, Álvaro, Diamantino e Lourenço. Atrás: Machado, Rodrigues, Pires e eu.
-Esta é actual…
-A fachada do quartel onde permanecemos durante dois anos (1964/1966).
-O local onde existia o Café Rialto (estou com o amigo Adérito), onde se convivia livremente com todos os companheiros militares: do Pelotão de Artilharia (estacionados no Aeroporto), da Polícia Militar (localizados na Cidade) e das Companhias de Artilharia 446 e 840, que estiveram connosco em diferentes períodos (1962/1965 e 1965/1967). Éramos uma grande família, mas só havia homens... As duas últimas fotografias foram tiradas em Março, aquando da minha visita àquelas maravilhosas ilhas.
Por fim, o famoso aerograma que nos ofereciam e que servia para escrevermos a quem quisessemos, quantas vezes desejassemos e absolutamente de borla...

Ai, que saudades, ai, ai...

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