segunda-feira, 15 de maio de 2017

TRIBUTO À POLÍCIA MILITAR - APRESENTAÇÃO DO TRABALHO


Dou hoje a conhecer o que há já algum tempo pretendia: homenagear os militares de todas as 15 unidades de Polícia Militar que foram destacadas para as mais belas ilhas africanas (onde também cumpri serviço militar obrigatório, de 1964 a 1966), dado o especial tratamento que sempre recebi dos elementos contemporâneos dessa famosa e credenciada força de elite do glorioso Exército Português.


Fui igualmente merecedor de destacadas deferências de integrantes de outras também brilhantes e dignas unidades militares, como as Companhias de Artilharia 446 e 840 e o Pelotão de Artilharia Anti-Aérea 951, assim como as unidades a que estive ligado (a Companhia de Caçadores de São Tomé (1964/1965) e a Companhia de Comando e Serviços do Comando Territorial Independente de São Tomé e Príncipe (1965/1966), mas por extrema dificuldade em obter os dados aceitáveis destas ou de outras entidades que estiveram em São Tomé e Príncipe de 1961 a 1975, vou pensar, lá mais para a frente, se irei atrás desse excelente e monumental projecto, apesar de complexo e difícil seria empolgante levá-lo até ao fim.
Como curiosidade direi que a distância entre Lisboa e São Tomé, em linha reta, é de 5.769 quilómetros.


Entretanto, adianto que baseei esta minha iniciativa no facto do Regimento de Lanceiros 2 ter os dados necessários (e muito bem organizados) para, minimamente, trabalhar a informação que, com muito gosto, irei dar a conhecer.


Assim, no que pude encontrar e após muitas, agradáveis e aturadas buscas em diversos locais e entidades e da imensa colaboração recebida, é possível dar a conhecer, em 15 episódios semanais, às segundas-feiras, o seguinte:



 (Quartel da Calçada da Ajuda-Lisboa)


1.Todas as Companhias e Pelotões, que, de 1961 a 1975, serviram no Comando Territorial Independente de São Tomé e Príncipe.
(ver mais abaixo no quadro A).
2.Nomes e patentes dos militares de cada agrupamento, cujo total é de 991 efectivos.
(ver nos 15 episódios).
3.Datas de início e final com a mobilização para prestar serviço em São Tomé e Príncipe.
(ver quadro B).
4.O tempo decorrido com a mobilização, em termos de dias.
(ver quadro B).
5.O número de efectivos de cada unidade e o total de militares da PM nos 15 anos de STP.
(ver quadro C).
6.Os guiões e crachás de cada agrupamento.
(ver quadro D).
7.O modo de transporte utilizado na viagem para STP e no regresso a Lisboa.
(ver quadro B).
8.Imagens dos momentos vividos pelos lanceiros nos catorze anos em STP.
(ver nos 15 episódios).




(Novo quartel na Amadora)
 
Na verdade, este projecto não está completo como eu queria, pois gostaria de dar a conhecer muito mais assuntos de índole pessoal, relacionados directamente com a função militar, e, em especial, com a missão em África, como:

 (Bandeira do Regimento Lanceiros 2)

-datas de nascimento, Freguesias e Concelhos de todos os militares, assim como, no caso de ter infelizmente já acontecido
-falecimentos, suas razões, quando e onde ocorreu o funeral;
-questões relacionadas com a saúde geral, mental e sexual;
-habilitações escolares;
-na área do conhecimento se leccionou ou estudou;
-frequência de cursos os acções de formação;
-presença em festividades, comemorações, cerimónias;
-consequências da adaptabilidade ao ambiente tropical;
-religião professada;
-condições para a prática saudável da higiene pessoal;
-plano de tomada de vacinas e a sua periodicidade;
-doenças contraídas e suas consequências;
-gestão das receitas e das despesas e o seu enquadramento com o câmbio local;
-condição física e a actividade desportiva desenvolvida;
-prémios (individuais ou colectivos) recebidos nas competições militares;
-agregado familiar;
-para além da atribuição da medalha Comemorativa das Expedições e Campanhas das Tropas Portuguesas, cujo valor da aquisição foi suportado pelo militar (?!), outras distinções ou louvores recebidos;
-processos disciplinares, punições e outro género de castigos aplicados;
-períodos de férias e onde e como foram gozados;
-local da residência aquando da mobilização;
-madrinhas de guerra;
-hábitos acentuados (ler, escrever, dialogar, comer, beber, passatempos, descansar, nadar, dançar, coleccionismo, fumar, jogar, estupefacientes, etc.);
-comportamento e atitudes perante a unidade, superiores hierárquicos, camaradas e terceiros;
-vencimentos que auferiam na vida civil e na militar;
-actividades ou profissões que exerciam e as especialidades que vieram a desempenhar militarmente, tudo isto, entre outra diversa e importante informação, como a circunstância dos que por lá ficaram a tratar da sua vida profissional e pessoal ou que se tenham transferido para outras terras e lugares, etc.
-balanço geral individual do cumprimento da missão;
-perspectivas de vida após cumprir o serviço militar, ao passar à disponibilidade.

 (Cais de embarque de tropas para o Ultramar)

Também, no que se refere aos temas colectivos, seria interessante, entre outras matérias, abordar:

(Quartel na cidade de São Tomé)
 
-recenseamento para prestar serviço militar obrigatório ou em regime de voluntariado;
-registo das Portarias de nomeação ou imposição de prestar serviço em STP;
-vigência das Normas de Execução Permanente e de outras directivas;
-equipamento de suporte, como aparelhos de transmissões (rádio, telex, telefones, etc.), geradores, material de cozinha, refeitório, dormitório, etc;
-serviços gerais desempenhados no quartel e no seu exterior, como patrulhas, guardas de honra, desfiles, etc.;
-instalações se condizentes quanto às mais simples exigências na enfermaria, refeitório, camaratas, cantina, cozinha, lavandaria, sapateiro, barbeiro, etc.;
-melhoramentos efectuados no próprio complexo militar;
-viaturas militares registadas e a sua evolução desde 1961;
-acidentes e incidentes que se verificaram;
 -alimentação (menus, rancho geral e melhorado, ração de combate);
-bebidas colocadas à disposição (água, leite, café, cerveja, alcoólicas e outras);
-alojamento (serviços, camaratas, refeitórios, messes, oficinas, ar condicionado, etc.);
-armamento utilizado durante a permanência no arquipélago;
-fardamento se adequado, incluindo o calçado, usado nos catorze anos de STP;
-acção Psico-social junto das populações e seus resultados;
-relacionamento com outras unidades do Exército, Marinha, Força Aérea, Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública e Organização Provincial de Voluntários;
-aquisição de bens no comércio local;
-sessões culturais (leitura, musica, teatro, cinema, exposições, colóquios, etc), recreativas ou de entretenimento (espectáculos, desporto, etc.) e outras iniciativas que visassem o bem-estar dos militares;
-cerimónias religiosas;
-planos de desinfestação no quartel e quais os produtos utilizados;
-serviço de pronto socorro à comunidade, nos incêndios ou desastres, ou de apoio à aeronáutica, à marinha, ao exército;
-serviço médico militar e as suas valências;
-baixas médicas, internamentos, tratamentos e evacuações;
-lemas que as unidades escolheram para seu desígnio;
-mascotes que adoptaram;
-publicações editadas;
-Se, após cumprimento da missão em STP, se realizam convívios e qual a sua periodicidade;
-historial pormenorizado da unidade em STP, com destaque para os melhores e menos bons momentos passados.

 (Momento muito especial e pessoal: escrever aos entes queridos)

O produto final deste estudo deve-se, em grande parte às inúmeras ajudas que recebi, destacando, desde já, os 25 magníficos camaradas de armas que se dispuseram acompanhar-me nesta gratificante tarefa, habilitando-me com tudo aquilo que precisava (informação, documentação, fotografias e esclarecimentos). Ao mesmo tempo peço desculpa pela minha exigência ou por alguma deselegância que tenha cometido. Também manifesto o muito agrado com os incentivos recebidos para concluir este trabalho, único e histórico.

(Em patrulha numa roça)
 
ALCINO MÁRIO DE JESUS DIAS PINTO, CPM 8244

ANTÓNIO NASCIMENTO VAZ, CPM 1754
(Este ilustre Amigo possui a mais completa informação sobre os agrupamentos militares que estiveram em STP. Está sempre disponível e responde com total prontidão, cortesia, rigor e responsabilidade).
ANTÓNIO PEDRO PEREIRA DOS SANTOS, PPM 891

ANTÓNIO VINÍCIO DOS RAMOS MIRA CRESPO, CPM 1754

EDUARDO JORGE MAGALHÃES SOARES BRANDÃO MONTEZ NERY, PPM 952

FERNANDO GONÇALVES DA SILVA, CPM 2578

GILBERTO GOMES ALVES, PPM 2227

GUILHERME ALBERTO GOMES CORDEIRO, CPM 222
 
 (Ler o correio de familiares e amigos era o momento mais desejado)

HIPÓLITO OLIVEIRA BAPTISTA, CPM 3430

JACINTO VALENTIM FREIXA, PPM 2227

JOÃO ALBERTO NETO MENDONÇA, PPM 2026

JOÃO MANUEL CACHÃO PROCÓPIO, PPM 952

JOÃO SEIXAS CARLOS, PPM 1083

JOAQUIM ANTÓNIO SARGO GARRINHAS, CPM 222 e 1446

JOSÉ FERNANDES CARRILHO GOMES, PPM 8270/74

JOSÉ GAGO DE OLIVEIRA PATRÍCIO, CPM 1446

JOSÉ MANUEL DUARTE ROCHA, PPM 37
 
 (Praia da PM - ainda hoje é assim conhecida)

JOSÉ MANUEL MENDES BRAÇO FORTE, PPM 8270/72

JOSÉ MANUEL VIEIRA FERREIRA , CPM 8244

JOSÉ MARIA ABREU CEIÇA, CPM 222

JOSÉ MARTINS NEVES BOUÇAS, CPM 222

LUÍS FIGUEIREDO SERRA, CPM 589

MANUEL JOÃO ALVES LOURENÇO, CPM 3430

MÁRIO DE JESUS ARMELÃO, PPM 952

NORBERTO FERNANDES DO CARMO, CPM 589
 
 (Monumento erigido em São Tomé aos militares da PM que faleceram)

Ter contactado estes Camaradas de Armas, num grandioso, natural e emocionante envolvimento sem paralelo, prova que passados tantos anos a camaradagem militar ainda é um posto. E que posto!

 (Notas que circulavam em STP)

Registo igualmente quais as entidades que contribuíram de forma superior para o êxito desta iniciativa. A saber:

 (Moeda em vigor na altura)

ARQUIVO HISTÓRICO MILITAR,

BIBLIOTECA DO EXÉRCITO,


 (Medalha das Campanhas de África - frente)
 
COLÉGIO MILITAR e

REGIMENTO DE LANCEIROS 2.

(Medalha das campanhas de África - verso)


Naturalmente que no cômputo geral deste trabalho poderão ocorrer incorrecções, omissões ou lapsos, o que me motiva a pedir desculpa por isso, mas apelo, desde já, à vossa disponibilidade e simpatia de me darem a conhecer tais anomalias, o que agradeço.

 (Desembarque de tropas em Lisboa)

Por todas as razões aqui expresso o profundo reconhecimento a todos os que ajudaram a concluir este empreendimento, sem qualquer espécie de excepção, com o abração do

(Memorial no antigo quartel em Lisboa)
 
Alberto Helder

 (O Memorial no novo quartel na Amadora)

PS – De hoje a uma semana, dia 22, vai estar aqui o primeiro de 15 episódios, a serem publicados.
 (Estes são os queridos e saudosos Camaradas que faleceram e que não regressaram)





QUADRO D
 
 
 

 
 
 
 
 

 
 


2 comentários:

Baptista disse...

Fantástico trabalho Amigo. Grande abraço

Ze Luis disse...

Amigo Alberto, antes de mais recebi a sua missiva e sempre, que ache alguma novidade, estarei disponível para o contactar.
Li com atenção, esta parte sobre os Lanceiros 2, e deixe-me dizer-lhe. que o meu pai(que deus o tenha em seu eterno descanso), também foi militar em lanceiros 2, mas 22 anos antes 1946 - 1948, e jáeu tinha um ano, ainda foi chamado para manobras.
Abraço Amigo.