sábado, 30 de novembro de 2019

BOLETIM Nº 37 – NOVEMBRO 2019

BOLETIM Nº 37 – NOVEMBRO 2019
Exmº Senhor
Francisco Mota Torres
Junta de Freguesia de Benfica 
Bom dia!
Estas informações para V. Exª já nada têm de novo, mas volta-se ao mesmo, pelo facto de nada ter sido mexido em prol dos moradores desta zona remota do Birro das Pedralvas que merecem tratamento adequado, justo e digno.
Agora é a questão dos novos candeeiros, os ditos inteligentes, colocados há dois meses, há mais de sessenta dias (!), veja-se e, em vez de vermos progresso e dinamismo, vê-se e sente-se mais impedimento nos locais onde temos de andar diariamente, crianças, adolescentes, adultos e idosos, com mais e piores obstáculos, com os novos e os velhos no centro do passeio, mais terra, mais pedras, mais barreiras de proteção, mais tudo… E para mais uns candeeiros estão ligados outros nem por isso… Quando é que retiram os velhos e repõem os passeios como deve ser? Quanto mais tempo vamos aguardar para que esta bagunça acabe? 
A verdade é que estas palavras e as imagens não enganam… 
Enfim, volto a referir que a degradação, o esquecimento e o desleixo continuam por parte das entidades que devem cuidar da qualidade de vida que os moradores desta zona remota do Bairro das Pedralvas tanto aspiram! 
Já sabe V. Exª que existem novos episódios, para além dos que aqui são denunciados há meses, mas nem uns nem outros se verificou qualquer mexida, que os solucionasse! 
Onde mora a qualidade de vida que tanto aspiramos? 
Enfim, coisas sérias a serem tratadas, parece-me, como se brincadeira se tratasse… 
O resto das anomalias desta zona remota continua, desde o primeiro dia, na mesma. 
Mais uma vez volto a dar conta a V. Exª de que tudo o que é para arranjar (ou melhorar) continua na mesma. 
Tudo o resto mantém-se, sem uma pontinha de evolução o que é uma tremenda injustiça para quem quer viver com qualidade de vida e nem com estas pertinentes informações lá chega.
Até quando? 
Contudo, há que aceitar a esperança transmitida pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Fernando Medina Maciel Almeida Correia, na sua comunicação de 13 de fevereiro de 2019, através da Chefe de Gabinete, Drª  Fátima Madureira, onde diz “Encarrega-me o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, de acusar a receção do e-mail de V. Exa. relativamente ao assunto em epígrafe e agradecer a chamada de atenção, e informar que os problemas descritos serão tidos em consideração em futuras intervenções no Bairro das Pedralvas”. 
Continuamos, sem desfalecimentos ou quebra de capacidade, a lamentar que as questões apresentadas e ainda por resolver sejam por nós moradores nesta zona remota do Bairro das Pedralvas entendidas como desprezo, desinteresse, indiferença assustadora da junta de Benfica para com os fregueses. 
Portanto, ainda existe da vossa parte a mesma lentidão/imobilização, o que, lamentavelmente, não é aceitável. 
V. Exª, querendo, pode fazer melhor, atendendo às pertinentes observações, todas elas expressas na lista que à frente dou destaque. 
Magoa-nos muito a vossa incapacidade, complacência e falta de dinamismo para solucionar as questões que lhes vão sendo apresentadas há meses, com cordialidade e sentido de responsabilidade… 
Contudo, a questão da passadeira de peões da rua Ary dos Santos, pese embora a pintura feita a 13 de agosto de 2018 desse um ar de rigor e exigência para os infratores, mas, na verdade e como as imagens desde sempre têm comprovado, continuam a prevaricar, sentindo-se como em casa, isto é, a impunidade que os privilegia é aceite como uma coisa maravilhosa, logo a continuidade no abuso de estacionamento naquele espaço é um convite a continuar na maior…
Nas imensas e diversas imagens que temos divulgado, constata-se o desplante dos infratores que estacionam na passadeira como se fosse o seu parque de estacionamento privativo… 
Com uma pequena obra o assunto é resolvido de vez e para sempre! 
Lembro que a vossa propaganda continua ativa e acérrima, expressando que 
“a nossa obra são as pessoas…”. 
Mas, uma coisa é o que se diz, outra é o que se faz… 
Eis a lista com os problemas que continuam a afetar a comunidade desta zona remota do Bairro das Pedralvas:
- Como já certificámos imensas vezes através de imagem, impedir o estacionamento na mencionada e única passagem de peões da rua Ary dos Santos, com uma pequena obra, ou seja, acrescentar o passeio, como o fizeram na rua Maria Lamas. 
- Pintar a totalidade da referida passagem de peões.
- Tapar 2 enormes buracos feitos pela rataria, agora no relvado existente na frontaria entre o Lar de Cidadãos Deficientes e o prédio da Ary dos Santos nº 1.
- Limpeza da placa toponímica, pelo aspeto nojento que exibe.
- Quando chove, a sarjeta defronte à extinta dependência do Montepio, onde está uma passagem de peões, continua a expelir as águas pluviais que deveria recolher.
- Limpeza das sarjetas em toda a zona das ruas Maria Lamas e Ary dos Santos, todas elas atulhadas de lixo.
- Matagal à volta do prédio nº 1 da Ary dos Santos. 
Quanto à pintura da totalidade da passeira de peões da Ary dos Santos, direi que o trabalho ficou incompleto. A rua tem dois sentidos! 
Será que ninguém tem a sensibilidade para estas eloquentes evidências? 
Até daqui a um mês. 
Saudações. 
Alberto Helder

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

A POLÍCIA MILITAR NO ULTRAMAR!

 
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sábado, 23 de novembro de 2019

EFEMÉRIDE - TERRÍVEL TRAGÉDIA AÉREA ACONTECEU EM SÃO TOMÉ HÁ 57 ANOS.

No dia 23 de novembro de 1962, sexta-feira, por volta das três horas da madrugada, com chuva fraca, levantou voo do modesto Aeródromo Trânsito 2, da cidade de São Tomé, capital da então província ultramarina de São Tomé e Príncipe, o quadrimotor Douglas C-54D, Skymaster, registado como sendo o avião 7502 da Força Aérea Portuguesa, registo USAAF 42-72668, oriundo de Luanda e com destino final a Lisboa.

Com a lotação completa, trinta e dois passageiros, entre militares e civis, e com carga máxima, muito pesado e sem a velocidade necessária numa pista relativamente curta, saiu na direção do interior da ilha e não do mar, mas não conseguiu ganhar altura bastante para adquirir sustentação que permitisse superar as copas das árvores pelo que começou a roçar-lhes até perder altitude e se despenhar no solo, perto da praia da Roça Boa Entrada, a 3 quilómetros de distância, explodindo, já que estava atestado de combustível.
Num instante foi um inferno! Arrepiante, chocante, aterrador e o que se passou a seguir, indiscritível, até…

O resultado, na perda de vidas humanas, foi medonho! Em termos militares foram 12 os falecidos (dez tripulantes e dois passageiros) e, nos civis, 8, adultos e criança!
Esta catástrofe atingiu de forma brutal jovens artistas do Teatro ABC, que tinham ido a Angola, participar em espetáculos dedicados aos militares portugueses, dado estar-se em plena Guerra Colonial.

A Força Aérea Portuguesa perdeu 12 dos seus mais dedicados e briosos profissionais, cujos nomes respeitosamente recordam-se a seguir.

Já antes, em 31 de janeiro de 1951, a aeronave 282, com as mesmas caraterísticas técnicas e registo USAAF 42-72477, despenhou-se no mar logo após levantar voo em treino noturno e por caudas desconhecidas, da base aérea das Lages, na Ilha Terceira, Açores, no sentido da Praia da Vitória, tendo morrido os seus 14 ocupantes, todos militares. Foram 17 os aviões deste modelo que, ao serviço da Força Aérea, estiveram a operar em Portugal de 1947 a 1973.


JOSÉ LUÍS GOUVEIA SHERMAN DE LEMOS MACEDO
Capitão Piloto Aviador, nasceu em 10 de julho de 1932 (30 anos),
em Santa Maria dos Olivais, Tomar, Santarém.
Incorporado no serviço militar em 3 de novembro de 1950.
ANTÓNIO SIMÃO PEREIRA
Aspirante a Oficial Navegador, nasceu em 7 de dezembro de 1937 (24 anos),
em Atalaia do Campo, Fundão, Castelo Branco.
Incorporado em 10 de novembro de 1955.
ELEUTÉRIO CAMILO SOARES CABELO
Sargento Ajudante Piloto Aviador, nasceu em 18 de julho de 1933 (29 anos),
na freguesia de Alcântara, Lisboa.
Incorporado em 9 de junho de 1952.
ANTÓNIO MANUEL DAS NEVES GOMES
2º Sargento Piloto Aviador, nasceu em 12 de março de 1938 (24 anos),
na freguesia da Sé, Évora.
Incorporado em 19 de dezembro de 1956.
RAÚL SOARES BARBEITO
2º Sargento Operador Radiotelegrafista, nasceu em 7 de dezembro de 1928 (33 anos),
na freguesia de São Pedro, Vila do Porto, Angra do Heroísmo.
Incorporado em 1 de janeiro de 1954.
VÍTOR MANUEL DA COSTA FERNANDES
Furriel MMA, nasceu em 8 de abril de 1934 (28 anos), na freguesia de
São José, Ponta Delgada.
Incorporado 6 de dezembro de 1952.
CARLOS NUNO DOS SANTOS MACHADO
1º Cabo MMA, nasceu em 23 de fevereiro de 1935 (27 anos), em
Vila Velha de Ródão, Castelo Branco.
Incorporado 10 de abril de 1956.
BRÁS DE SOUSA BARROSO
1º Cabo MMA, nasceu em 26 de Julho de 1938 (24 anos), em
Paços de Ferreira, Porto.
Incorporado em 17 de setembro de 1957.
ARMANDO GASPAR FERNANDES
1º Cabo Operador Radiotelegrafista, nasceu em 11.10.1939 (23 anos),
em Chaves.
Incorporado em 4 de fevereiro de 1958.
JOSÉ FERNANDO MARQUES DA SILVA
1º Cabo MMA, nasceu em 2 de fevereiro de 1943 (19 anos), na
freguesia de São Sebastião da Pedreira, Lisboa.
Incorporado em 13 de setembro de 1960.
 
PASSAGEIROS MILITARES:
 
ELVINO GASPAR ALEIXO
Tenente Paraquedista, brevet 486, nasceu em 1 de novembro de 1935 (27 anos),
em Mação, Santarém.
Incorporado em 15 de outubro de 1955.
JOSÉ VENÂNCIO BARROSO DE ARAÚJO
2º Sargento SAS, nasceu em 27 de janeiro de 1935 (27 anos), em São Nicolau,
Cabeceiras de Basto, Braga.
Incorporado em 7 de abril de 1956. Faleceu em 8 de dezembro de 1962.
 
PASSAGEIROS CIVIS:
MANUELA EMÍLIA DUARTE
Encarregada do Guarda-Roupa do Teatro ABC, 49 anos de idade.
MARIA AMÉLIA PINTO
Corista do Teatro ABC, 30 anos.
MARIA FILOMENA COELHO BENTO (GINA)
Corista do Teatro ABC, 26 anos.
MARIA JÚLIA SANCHES
Corista do Teatro ABC, 21 anos.
MARIA ODETE BARBOSA ANTUNES
Corista do Teatro ABC, 22 anos.
MARIA ODETE CORREIA MARTINS
Corista do Teatro ABC, 27 anos, natural de Parchal, Lagoa, Algarve.
VÍTOR MANUEL BATISTA
Agente da PIDE, 25 anos, natural de Setúbal.
ISABEL MARIA LÁZARO BATISTA
Filha de Vítor Manuel Batista, de 3 anos de idade.
 
SOBREVIVENTES:
JOÃO OLIVEIRA AMARAL
Alferes Mecânico Material Terra 
FRANCISCO COSTA SIMÕES
Alferes Serviço Geral 
JOSÉ VINHAS RIBEIRO
1º Cabo 866/A 
AVELINO ALMEIDA GONÇALVES
1º Cabo 369/RD
EVARISTO DIAS JOAQUIM
Soldado 128/60 
JOSÉ REBELO FERREIRA
Soldado 130/60 
FRANCISCO GONÇALVES MARRAFA
Soldado 106/60 
DAVID PEREIRA DA COSTA
Soldado 1101/60 
CARLOS CARVALHO MIRA
Soldado 115/61 
DELFIM PEREIRA
Soldado 120/61 
JOSÉ SOUSA LEITE
Soldado 122/59 
ANTÓNIO SILVA
Contramestre do Teatro ABC

Esta fatalidade ocorreu precisamente há 57 anos e aqui fica uma sentida e profunda homenagem de saudade a todos aqueles que pereceram em tão arrepiante e desastroso acontecimento, que muito afetou o mundo português. 
Nota: este registo só foi possível graças à preciosa colaboração, que muito agradeço, das seguintes entidades: Arquivo Central da Força Aérea, Arquivo Histórico da Força Aérea, Hemeroteca Municipal de Lisboa e Radiotelevisão Portuguesa. Foram, ainda, consultados os seguintes periódicos: JORNAIS - Diário de Lisboa, Diário de Notícias e O Século. REVISTAS - Flama, Mais Alto e Século Ilustrado.