terça-feira, 25 de março de 2008

FOTOS DA VISITA A CUBA (IV)






Com esta divulgação, termino a odisseia cubana, onde se passam umas maravilhosas férias (em Varadero, claro...).
Estas fotos foram obtidas em Havana. A partir de Cima:

1-Com Ernest Miller Hemingway
2-À porta do Capitólio.
3-No seu interior.
4-A tomar um sumo.
5-A Praça da revolução.

Nota: Ontem, dia 24, o Governo cubano já autorizou a venda de computadores, televisores e alarmes para viaturas, videogravadores, panelas de pressão e bicicletas, gradualmente e já a partir do próximo mês…

LEMBRANÇA – É amanhã que vou viajar até ao Brasil. Quando regressar, no dia 1 de Abril (não é mentira…) voltarei diariamente ao vosso convívio. Façam o favor de serem felizes!




segunda-feira, 24 de março de 2008

NAQUELE TEMPO (VII)

Do Boletim O Árbitro, número 9, de Março de 1958, divulgam-se os temas mais importantes:

Eis os títulos dos artigos publicados: Palavras para meditar, de Filipe Gameiro Pereira (Presidente da Comissão Central). A propósito de uma entrevista, de Jaime Batista (Lisboa). Árbitros continentais no Funchal, de Humberto Costa Dias da Silva (Madeira). Árbitros e Arbitragens (continuação), de George Boyreau (França). Acaso já pensaste bem o que é ser Árbitros de Futebol? De Carmo Lourenço (Moçambique). Desporto e Arbitragem em Timor, de Pires Duarte (Dili). Um raio de luz nas trevas (de autor não mencionado).

Noticia-se o grande empreendimento levado a cabo pela Comissão Distrital de Lisboa, o ciclo de palestras iniciado pelos jornalistas Ricardo Ornelas (foto) e Raul de Oliveira. A FIFA dos 150 candidatos indicados para serem escolhidos para o 6º Mundial (Suécia-1958), escolherá 10 Árbitros pertencentes às Federações da Escandinávia e 20 do resto do Mundo. Em 6 de Junho de 1958 teve lugar uma reunião de trabalho para instruir os Árbitros do critério de uniformidade a considerar. Explica-se devidamente a questão relacionada com a anulação de golo.

É transcrito o texto do Guia Universal para Árbitros, lei V, destacando-se no seu número 1: Em partidas internacionais os Árbitros deverão usar casco ou blusa de cores que se distingam das usadas pelos grupos em jogo. No 22: Considera-se mau procedimento por parte de qualquer Federação ou Clube, ou qualquer jogador, dirigente ou sócio duma Federação ou Clube oferecer ou tentar oferecer, directa ou indirectamente, qualquer recompensa, seja de que natureza for, a outro clube, jogador ou jogadores de outro clube no intuito de influir no resultado da partida. Considera-se mau procedimento, por parte de qualquer clube, jogador ou jogadores aceitar tais recompensas. Vejamos o que diz o 23: Desde que o Árbitro esteja envolvido em casos desta natureza, deverá a respectiva autoridade futebolística irradiá-lo, ordenando a repetição do encontro. E esta, hein?

A Tribuna do Árbitro continua a responder às perguntas colocadas pelos assinantes.
Curiosidades: A Comissão Distrital de Braga anuncia para breve a realização do Congresso da Arbitragem. A Comissão Central de Árbitros recebeu uma exposição baseada no limite de idade dos Árbitros.

FOTOS: Final da Taça de Inglaterra entre o Aston Vila e Manchester United, realizada em 4 de Maio de 1957 (Sábado), ganha pelo primeiro por 2-1. Mais tarde, em 6 de Fevereiro de 1958, quinta-feira, a equipa do Manchester, quando regressava de Belgrado, onde disputou um encontro para a Taça dos Clubes Campeões Europeus com o Estrela Vermelha, onde garantiu a passagem às meias-finais, ficava dizimada devido a terrível desastre aéreo, ocorrido em Munique, após escala técnica, tendo morrido 8 jogadores (alguns estão nesta fotografia) e 15 acompanhantes.
Os 6 Árbitros que, no Funchal, participaram no Torneio de classificação para apurar o representante da Madeira na Taça de Portugal. A partir da esquerda: Armando Veríssimo, Costa Dias, Dr. Décio de Freitas (Lisboa) e Viriato Maximiano (Lisboa), António Flores Camacho e Henrique Morna. Refira-se que os colegas idos do Continente viajaram no vapor Carvalho Araújo… (Outros tempos)

domingo, 23 de março de 2008

XXVII CONGRESSO NACIONAL DAS ENTIDADES DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL

A minha deslocação a Porto Alegre (Rio Grande do Sul) para assistir ao maior acontecimento da arbitragem brasileira no presente ano, irá ser certamente mais uma importante jornada de trabalho promovida pelos companheiros que tanto admiro e respeito.

É a quarta vez que estarei no Brasil (Congressos, 3- Palestras, 1) e estou radiante, pois vou voltar a conviver com inúmeros parceiros de percurso, alguns deles já meus conhecidos de outros lugares e reuniões. Enfim, é uma satisfação enorme que sinto em estar com gente amiga, solidária e que fala a mesma língua e linguagem, sempre em prol da arbitragem, a nossa menina dos olhos!

Para além de um grande leque de personalidades e entidades convidadas, estão previstas as presenças de representações de todas as 27 organizações estaduais inscritas na ANAF-Associação Nacional dos Árbitros de Futebol. Eis a lista dos Presidentes dos Sindicatos e Associações brasileiras: Acre, Sérgio Luiz Santos. Alagoas, Flávio Feijó de Omena. Amapá, Carlos Augusto Almeida Lima. Amazonas, Celso Mota Resende. Bahia, Fernando Andrade Santana. Brasília, Nivaldo Nunes Sousa. Ceará, Manoel Marcio Bezerra Torres. Espírito Santo, Lincoln Pacelli Belfi. Goiás, Elmo Alves Resende Cunha. Maranhão, Raimundo Benjamim Simas Júnior. Mato Grosso, Ismar Gomes Silva. Mato Grosso do Sul, Roberto Soares Colman. Minas Gerais, Eustáquio Álvares Ferreira. Pará, Fernando José Castro Rodrigues. Paraíba, Genildo Januário Silva. Paraná, Afonso Vítor de Oliveira. Pernambuco, Salmo Valentim Silva. Piauí, José Steiffel Araújo Silva. Rio Grande do Norte, Valdir Medeiros Nóbrega. Rio Grande do Sul, Carlos Eugénio Simon. Rondônia, Lourival Domingos Lopes. Roraima, Gervallo Taigo Carvalho Lira. Rio de Janeiro, Jorge Fernando Rabello. Santa Catarina, Marco António Martins. São Paulo, Sérgio Corrêa da Silva. Sergipe, Anderson Menezes Santos e Tocatins, Gasparino Bezerra Maciel.

Já agora, descrevo o elenco dirigente da ANAF: Jorge Paulo Oliveira Gomes, Presidente (Distrito Federal). Salmo Valentim da Silva, Vice-Presidente (Pernambuco). Hélio Prado, Director-Tesoureiro (Santa Catarina). José Pessi, Secretário-Geral (Rio Grande do Sul). Agnel Faria Mozzer, Presidente do Conselho Fiscal (Minas Gerais). Aristeu Leonardo Tavares, Efectivo (Rio de Janeiro). Manuel Márcio Torres Bezerra, Efectivo (Ceará). Lincoln Facelli Belfi, Suplente (Espírito Santo). Alécio Aparecido Lezo, Suplente (Mato Grosso do Sul) e José Steiffeil de Araújo Silva, Suplente (Piauí).

Já estão confirmadas as presenças do Ministro dos Desportos, Orlando Silva de
Jesus Júnior e do Presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol, o meu bom Amigo Sérgio Corrêa da Silva

O Congresso, cuja organização é da ANAF com a preciosa colaboração do SAFERGS-Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado do Rio Grande do Sul, marcado para os dias 28, 29 e 30 de Março no Hotel Albert Internacional, Rua Senhor dos Passos, 105, centro, terá a seguinte programação:

Dia 28 (Sexta-feira)
08H00 às 19H00 – Apresentação e acreditação
20H00 – Abertura oficial do Congresso, com o uso da palavra pelo Presidente do SAFERGS-Sindicato dos Árbitros de Futebol do Rio Grande do Sul, Carlos Eugénio Simon, pelas autoridades presentes e pelo Presidente da ANAF, Jorge Paulo de Oliveira Gomes.
21H00 – Palestra a definir
22H00 – Jantar

Dia 29 (Sábado)
07H30 às 08H30 – Pequeno-almoço
09H00 – Início do Plenário
09H30 – Começo da Assembleia-geral extraordinária da FEBAF-Federação Brasileiras dos Árbitros de Futebol com a leitura, discussão e aprovação da acta da Assembleia anterior.
10H30 – Início da Assembleia-geral ordinária (votação).
12H00 – Almoço.
14H00 – Reinício dos trabalhos da Assembleia-geral extraordinária da ANAF com a leitura, discussão e aprovação da acta da Assembleia anterior, discussão sobre a regulamentação da profissão de Árbitro de futebol, direito de imagem, assuntos administrativos e de interesse para a classe.
17H30 – Intervalo para café.
18H00 – Assembleia-geral ordinária da ANAF, com a leitura, discussão e aprovação da previsão orçamentária e das actividades, assim como do parecer do Conselho Fiscal sobre as contas da época anterior e assuntos financeiros.
21H30 – Jantar.

Dia 30 (Domingo)
07H30 às 08H30 – Pequeno-almoço
09H00 – Início do plenário
11H00 – Palestra de encerramento
12H00 – Almoço de confraternização.

Serei portador de material promocional da APAF-Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol e da Federação Portuguesa de Futebol.

A minha viagem foi programada de forma a proceder, nas ligações previstas, a possíveis contactos, conforme passo a descrever: Sairei a 26 de Março (4ª feira) às 10H40, no voo TAP 173, a caminho do Aeroporto Internacional de Brasília (Presidente Juscelino Kubitschek), com a chegada prevista às 17H05, onde me encontrarei com o Dr. António Teixeira, companheiro da Guiné-Bissau, que pretende auxiliar o futebol da Guiné-Bissau e levar a efeito um grande evento desportivo e está a contar com a minha colaboração em Portugal.
A saída para Porto Alegre será às 19H50, no voo TAM 3071, que chegará ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, às 22H17. Aqui estará à minha espera o meu Bom Amigo José Pessi, Secretário-Geral da ANAF, um dos principais obreiros do Congresso.

Sobre o regresso, direi que está marcado para o dia 31 de Março (2ª feira), às 12H50, no voo TAM 3088 com destino e chegada ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão-António Carlos Jobim, terminal 2, pelas 14H50, onde espero encontrar-me com o meu bom Amigo José Alberto Braga. O regresso a Lisboa será às 17H15, no voo TAP 178 que chegará no dia 1 de Abril (3ª feira) pelas 06H45.

Assim, informo que no espaço de tempo referido não poderei dar a devida assistência ao meu blog, aliás, como já aconteceu quando fui à Guiné-Bissau apoiar a sua selecção, onde granjeei um grande leque de Amigos (17 a 19 de Novembro de 2007) e a Cuba onde passei uns maravilhosos dias (26 de Janeiro a 2 de Fevereiro).

NOTA: Aproveitando a oportunidade dou a conhecer o diploma que me foi atribuído em Caldas Novas (Goiás), em Novembro de 2004, quando participei no meu primeiro Congresso brasileiro.

sábado, 22 de março de 2008

SACAVENENSE-ALTA LISBOA E OLIVAIS-TOJAL, OS ÚLTIMOS JOGOS QUE VI







No dia 16 de Março, domingo, realizou-se no moderníssimo sintético do Complexo Desportivo do Sport Grupo Sacavenense, onde o clube da casa (fundado em 19.03.1910) recebeu a equipa da União Desportiva Alta de Lisboa (f. 20.06.2005) e empatou (2-2). Este encontro contava para 22ª jornada da série 2 da I Divisão Distrital de Lisboa.

Equipa de arbitragem: José Alberto Pires Graça Borges (Árbitro), Carlos Manuel Santos Costa (à sua direita) e José Manuel Saraiva Santos. Como registo, diremos que o José Borges apita tão forte que os seus colegas, na saudação, não suportam o silvo, razão porque colocam as mãos nos seus ouvidos. Verdade, confirmem na foto…

A classificação das equipas antes deste desafio era a seguinte: Sacavenense, 3º classificado com 38 pontos resultantes de 12 vitórias, 2 empates e 5 derrotas. Marcou 48 golos e sofreu 20. Alta de Lisboa, 2º lugar, com 13 vitórias, 2 empates e 3 derrotas. Sofreu 17 golos e marcou 46.










Ontem, Sexta-feira Santa, feriado nacional, desloquei-me ao campo Branca Lucas onde a equipa principal do Sport Lisboa e Olivais (fundado em 20.9.1934) defrontou e eliminou a turma do Atlético Clube do Tojal (f. 13.3.1944), por 2-1. Encontrei pessoas amigas, casos de Manuel Gonçalves e João Carreira (antigos Árbitros), António Franco (jovem Árbitro) e Xavier Silva (dirigente associativo).


Equipa de Arbitragem: Paulo Alexandre Canossa Cerqueira (Árbitro) e João Miguel Santos Espinheira e Daniel Manso Soares.

Este jogo integrava a 5ª eliminatória (oitavos-de-final) da Taça de Lisboa, cujos resultados anteriores foram os seguintes: 3ª eliminatória, 22.12.2007-Quando as equipas da divisão de honra entraram em compita. Olivais, derrotou Os Bucelenses, fora, por 2-1. O Tojal, ganhou em casa ao Santo António, por 1-0. 4ª eliminatória, 2.2.2008-O Olivais foi ganhar à Associação da Torre por 3-1 e o Tojal, também fora, averbou a vitória perante o Encarnacense, por 2-1. O Olivais disputará a 6ª eliminatória (meias-finais) em 1 de Maio. A final está marcada para o dia 22 do mesmo mês (quinta-feira e feriado nacional).

sexta-feira, 21 de março de 2008

ARMINDO RODRIGUES PIRES – QUE SAUDADE, QUE DOR…

O meu grande companheiro, que comigo fez equipa durante tantos anos e em tantos campos de futebol do Distrito de Lisboa actuámos, deixou-nos na quinta-feira, dia 13 de Março, vitimado pela tal doença incurável. O funeral realizou-se dois dias depois para o Cemitério da Nazaré, sua terra adoptiva. Tinha nascido em 11 de Fevereiro de 1944.

Não me foi possível acompanhá-lo à sua última morada por só ter tido conhecimento deste infausto acontecimento no princípio da noite de domingo. Contudo, consegui expressar o meu sofrimento, expressando condolências, a seus familiares (Dª Maria Emília, viúva, Carla e Fernando, seus filhos e seu netinho, de 7 anos, também de nome Fernando).

O Armindo não era uma pessoa qualquer. Era o que se pode dizer um verdadeiro Amigo, um colega sempre pronto para corresponder à chamada, onde fosse necessária a sua presença. Nunca faltou a nenhuma nomeação. Tinha o seu negócio, mas assumiu comigo o compromisso de estar a tempo para que os jogos se iniciassem à hora prevista e isso acontecia! Por vezes, chegava ao campo em cima da hora e tinha menos de 5 minutos para se equipar! E fazia-o com celeridade, eficiência e aprumo e surpreendia-me todas as vezes que o fazia. Um cumpridor, um servidor da causa que tanto gostava. Se os acordos, mesmo verbais, são para se cumprirem o Armindo honrava-os como ninguém. A sua boa disposição era uma constante entre nós (o Armindo, o Pires Alves e eu) e nunca o vi tristonho, aborrecido ou maldisposto, bem pelo contrário, sempre optimista!

Mais triste estou por nada ter sabido do seu padecimento com a doença que o levou, que lhe apareceu em Dezembro, há meros 3 meses… Quando me deslocava ao campo do Camarate era habitual encontrá-lo e recordávamos as peripécias que passámos juntos, durante muito tempo. A nossa convivência era uma alegria pegada. Ao ponto de até brincarmos com o seu apelido, o Pires. Após os jogos, quando nos juntávamos para lanchar e eu levava a minha mulher e meu filho, de tenra idade, na mesa havia sempre a mais 4 pires… Ele, os meus e o Alves)… Mais um pequeno registo: A nossa equipa de arbitragem estava nomeada para dirigir dois jogos na mesma tarde, um no campo do Charneca às 14 horas e outro às 19 em Moscavide. Chegámos ao local do primeiro e, por não terem o rectângulo marcado, não houve jogo. Dirigimo-nos para Moscavide, onde haveria o segundo, onde, antes do nosso, realizava-se um encontro da 3ª Divisão nacional e um dos assistentes faltou. O Armindo ofereceu-se para actuar e fê-lo como sempre, com muita categoria. Quando terminou começámos a preparar o nosso que, também, não se efectuou por falta de policiamento… Conclusão: estávamos nomeados para dois jogos, que não se fizeram, e o Armindo actuou num que não estava indicado…

A Amizade que nos uniu por toda a vida nada teve a ver com o facto dele ser do Sporting e eu do Benfica, a diferença era motivo de franca harmonia. E o entendimento, o respeito, a cordialidade eram referências que cultivávamos e desenvolvíamos, sempre com humor e elevação que nos envolvia e aproximava cada vez mais.

Resta-me recordá-lo em vida. Resta-me sentir que perdi um Amigo, um companheiro de bons e maus momentos por que passámos numa altura conturbada do nosso Portugal, logo após o 25 de Abril. Resta-me curvar perante a sua memória e agradecer-lhe tudo o que fez por mim. Armindo, nunca te esquecerei!

E, para aqueles que, por diversas razões, não puderam acompanhar a tua carreira desportiva aqui divulgo, com muito gosto, as crónicas do jogo mais importante onde actuámos, a final da competição de Amadores, realizada em 5 de Julho de 1975, entre duas equipas do Casal Ventoso, o Lisboa Futebol Clube (fundado em 1934) e o União Desportivo Clube (f. 1953), no Estádio Engº Carlos Salema (Oriental). Em primeiro lugar A Bola, depois o Record e o Mundo Desportivo. Nota: O hábito dos Pires também chegou a este último periódico, envolvendo o apelido aos três elementos da equipa de arbitragem. Coisas…

Contudo estes documentos têm uma história que vale a pena contar, conforme carta que enviei aos colegas que comigo estiveram neste jogo, com data de 2 de Agosto de 2006. A saber:

Mais vale tarde do que nunca… Dado que desde actuámos na célebre final de amadores (já lá vão 31 anos…, como o tempo passa!) pretendi obter os recortes das notícias que se referiam ao jogo Lisboa-União, mas, pelas causas mais diversas, só agora – nas minhas férias – é que me foi possível concretizar esta velha ideia. Por tal atraso as minhas desculpas… Realço a colaboração fraterna, amiga e leal que recebi, não só nesta partida, como nos restantes jogos onde colaborámos, razão pela qual a Amizade perdura, cada vez mais forte e duradoura. Assim, é com gosto redobrado que anexo cópias com as referências que fizeram divulgar. Saudações do sempre amigo, Alberto Helder.

quinta-feira, 20 de março de 2008

CRUZ DOS SANTOS E CARLOS ARSÉNIO – AS REFERÊNCIAS DO JORNALISMO DESPORTIVO…

Estes meus bons Amigos, jornalistas de profissão, formados na velha escola, escrevem nos dois mais antigos jornais (rivais, mas não inimigos) desportivos portugueses, respectivamente, para o Record, cujo primeiro número saiu em 26 de Novembro de 1949 e A Bola, em 29 de Janeiro de 1945!!! Uma montanha de anos…

Fernando Cruz dos Santos, nasceu em Lisboa em 10 de Dezembro de 1931, e da sua espantosa carreira jornalística, sobressai o facto de ter-se iniciado no diário em 1954 (são 54, claro) e, pasme-se, continua ainda a ter o seu espaço, exageradamente apreciado pelos leitores. Mais: no ano seguinte, com a bonita idade que resulta ter 24 primaveras, frequentou com aproveitamento o curso de candidatos a Árbitro de futebol, só não seguindo a actividade por ter considerado incompatível com a emprego que escolheu e, confirmando os seus altos méritos e qualidades, chegou até ser sondado, por 3 vezes, para Presidente dos Árbitros da Federação…

Carlos Matias Arsénio, natural da Golegã, onde nasceu a 25 de Maio de 1936. Do seu fantástico currículo profissional, destaque-se o ter começado a trabalhar no jornal em 1961 (já lá vão 47!) e que ainda se mantém em pleno, e era, até há bem pouco, membro do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Santarém.

Estas pessoas são simplesmente extraordinárias. Têm assinado os mais brilhantes trabalhos sobre a arbitragem e os seus agentes. As suas palavras e o sentido que lhes dão são de uma sensibilidade e objectividade sem paralelo. Quem as lê apreende com simplicidade e clareza, saboreia até o elevado sentido pedagógico que encerram. Vale a pena ensinar, vale a pena continuar, vale a pena apreciar os seus artigos.

No dia 12 de Maio de 2004, no vigésimo quinto aniversário da APAF, Carlos Arsénio e Cruz dos Santos (sempre os dois) foram distinguidos com a atribuição da medalha de Honra pelo muito que têm contribuído para a dignificação, prestigio e valorização da arbitragem portuguesa. Contudo, considero que a Associação de classe está em dívida para com Carlos Arsénio, já que concedeu o Título de Sócio Honorário a Cruz dos Santos (em 13 de Março de 1998), faltando, naturalmente e com toda a justiça, distinguir o outro seu grande amigo de sempre.

Também o Governo da República Portuguesa, através da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, conforme despacho de 14 de Julho de 2004, distingui-os com a Medalha de Bons Serviços Desportivos entregues (novamente em simultaneidade), numa sessão organizada pelo CNID-Associação dos Jornalistas de Desporto, onde tive o privilégio de presenciar a merecida homenagem a estas duas gradas e queridas figuras públicas.

No meu caso pessoal, ao longo dos tempos que tenho o prazer de com eles conviver, tenho aprendido muito e, para além de serem os meus mentores, fazem o favor de, por vezes, ouvir a minha opinião a qual, normalmente, até coincide com o raciocínio de cada um deles, ou não estivéssemos no mesmo comprimento de onda, no mesmo lado, onde é gratificante estar… A reciprocidade na recolha de opiniões, conselhos ou ideias tem sido uma constante e vai continuar por muitos e bons anos!

Desde sempre que os seus temas têm um sentido formativo e informativo, mantêm uma forte matriz baseada em princípios e valores, onde se incluem os sempre importantes e oportunos esclarecimentos quando necessário. Estão sempre prontos para colaborar em tudo o que diga respeito ao sector.


O reconhecimento das suas impares qualidades, dos seus saberes, da sua postura e a humanidade que colocam nos seus actos, levou a que fossem seleccionados a darem os seus nomes, como patronos, a cursos de candidatos realizados em Lisboa. Também foram justamente escolhidos para integraram júris de exames a Árbitros dos quadros da Federação. Sem dúvida alguma: são exemplos que gostaríamos de ver multiplicados nas restantes regiões do país, mas até agora…

Aqui fica o meu preito de homenagem aos que há tanto tempo se dedicam com afinco, saber e seriedade numa uma área tão sensível como a nossa. A arbitragem está agradecida por tudo o que têm feito por ela, mesmo quando é motivo de alguma observação mais objectiva e adequada. O meu obrigado, também, e reafirmo que é um prazer e uma enorme honra tê-los como bons Amigos!

Duas pequenas notas: 1-Recentemente ofereci-lhes o trabalho da pesquisa que efectuei sobre os prémios instituídos por aqueles periódicos para reconhecer o Árbitro da 1ª categoria nacional que chegue ao fim da competição maior em lugar cimeiro, depois de jornada a jornada os cronistas atribuírem a pontuação condizente com a prestação de cada qual. Aproveito para dizer que este estudo será oportunamente divulgado. 2-Estou a liderar a recolha de assinaturas dos filiados da APAF, necessárias para colmatar a falha havida com Carlos Arsénio.

quarta-feira, 19 de março de 2008

MIRANDA DE SOUSA – MAIS UM DOS NOSSOS QUE SE FOI…

António Manuel Miranda de Sousa, antigo Árbitro que militou na primeira categoria nacional, faleceu na passada sexta-feira, dia 14, vítima de doença súbita e mortal. Casado, o extinto nasceu na Freguesia do Canidelo (Vila Nova de Gaia) em 3 de Janeiro de 1951.

Instrutor conceituado, estudioso, competente e muito elogiado no nosso sector integrava a área técnica nacional como Assessor e Observador, razão porque era o eleito para frequentar, em nome de Portugal, os cursos anuais de aperfeiçoamento promovidos pela UEFA para todos os Formadores de Árbitros europeus, onde esteve presente nos últimos cinco.

Em memória deste saudoso e meu bom Amigo, que tanto estimava, aqui deixo algumas imagens do que tanto gostava fazer pela arbitragem: ensinar, colaborar, ser prestável.

terça-feira, 18 de março de 2008

SANDRA SILVA – ANIVERSARIANTE.

Pois esta jovem Árbitra da primeira categoria nacional da variante de Futsal, está de parabéns pelo dia de aniversário que hoje comemora e aqui estou a saudá-la com Amizade, Respeito e Consideração. Aproveito para dar a conhecer as suas respostas a um breve questionário, documento que vale a pena ler e meditar.

Entretanto, não deixo de divulgar que esta minha boa Amiga, na época passada (2006/2007) ficou classificada em 3º lugar num conjunto de 33 colegas que, à partida, lutam pelo melhor lugar. É obra, é de mulher!...

Só é pena que o Conselho de Arbitragem da Federação não seja sensível à dedicação, ao esforço, ao trabalho desenvolvido pelas duas jovens experientes e superiormente cultas e capazes que fazem parte da elite da arbitragem portuguesa de futsal, pois qualquer outro país teria enorme honra e imenso orgulho em que as suas filiadas fizessem parte do quadro das Árbitras internacionais, criado pela FIFA em 2007. Agora, só em 2009, e Portugal incompreensivelmente já perdeu 2 anos!


Dados biográficos:
Nome completo: Sandra Maria Novais da Silva
Filiação: José Isidro Almeida da Silva e Maria de Lurdes Novais de Oliveira;
Data de Nascimento: 18-03-1976
Naturalidade: Republica Federal da Alemanha, cidade de Wiesabaden
Profissão: Técnica Superior de Higiene e Segurança no Trabalho
Línguas estrangeiras que domina: Alemão e Inglês.

Carreira desportiva:
1994/1997- 1993-Frequenta com aproveitamento o Curso de Oficial de Mesa de Basquetebol e exerce até 1997.
1997/1998-Concorre ao curso de candidatos a árbitros de Futsal no Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol do Porto e é aprovada
2003/2004- Ascende à 3ª categoria Nacional, e nessa época fica classificada em 13º lugar. É chamada para prestar provas para a 2ª categoria como suplente e fica apta, mas não tem vaga.
2004/2005- Nesta época ficou classificada em 1º lugar e ascende à 2ª Nacional.
2005/2006- Actuou durante uma época na 2ª categoria, tendo ficado em 3º lugar e é promovida à 1ª Nacional, onde se mantém.
2006/2007- Após ter sido convidada aceitou colaborar na Comissão de Apoio Técnico da Associação de Futebol do Porto.

Como se iniciou na arbitragem?
Costumo dizer que iniciei na arbitragem para colmatar algo que faltava na minha vida.
Desde sempre que pratiquei desporto, segui a opção desporto até ao 12º ano escolar pois queria seguir Educação Física.
Tive no entanto um problema de saúde, nas provas de acesso à faculdade e fui obrigada a abandonar a prática desportiva.
Segui outro curso, o de Higiene e Segurança no Trabalho, e, assim, preenchia a falta do desporto, com os jogos que fazia como oficial de mesa de basquetebol.
No entanto passados uns dois anos, após os exames de rotina a que estava sujeita, foi-me informado pelo médico que poderia voltar a praticar desporto, pois o meu problema estava estagnado.
Voltar a concorrer a Educação Física, era uma hipótese mas seria perder tudo o que já tinha conquistado….
Até que vi um anúncio para candidatos a árbitros de futsal e incentivada por um amigo lá fui eu tentar a minha sorte…Gostei, aqui estou e espero continuar por muitos e bons anos!!!
Quais as motivações que sente para estar na arbitragem?
Quando comecei na arbitragem confesso que não sabia até onde podia ir, mas cedo consegui perceber apesar de, na altura, sermos muito poucas Árbitras, aliás a única no nacional era a Filipa Santos, e a nível distrital éramos duas, que podia chegar a um lugar privilegiado na arbitragem.
Tinha e tenho sempre a Filipa como referência, tudo o que ela conseguisse conquistar, era mais uma porta que ficava aberta para mim e para as restantes colegas.

Quais as suas referências?
Tenho imensas, felizmente. O relacionamento desportivo que fui tendo ao longo destes anos foi uma grande aproximação a pessoas exemplares que foram muito importantes na minha evolução no seio de arbitragem, pessoas que acreditaram sempre em mim, através de actos ou palavras, souberam dar-me o apoio necessário, para poder superar tudo o que há de bom e mau.
Prefiro não citar nomes, pois corro o risco de me esquecer de mencionar alguém. Mas não podia de deixar de dizer pelo menos um nome… A Filipa! Foi sem dúvida um grande exemplo para mim… Era o querer chegar onde ela chegou, obter o que ela tinha conquistado. Ela é, sem dúvida, uma referência para todas as mulheres na arbitragem, pois proporcionou-nos a expectativa e o incentivo de que, trabalhando e insistindo, também temos um lugar no Futsal.


Quais os jogos em que actuou e pretenda destacar?
Todos os jogos são importantes, e devem ser encarados da mesma forma, no entanto há alguns que nos marcam mais, por diversas razões.
Lembro-me do meu primeiro jogo de futsal, jogo de jovens Miramar-A.C.Gaia, tive como madrinha a Filipa. Ela actuou neste meu primeiro jogo. Lembro-me que o meu nervosismo era tal, que sempre que a bola saia da superfície de jogo eu corria para a ir buscar e entregar aos jogadores, nunca me vou esquecer deste jogo…
O meu primeiro jogo no campeonato nacional 3ª divisão, o primeiro da 2ª também vão ficar bem guardados na minha memória.
No final da época em que actuava na 2ª categoria com a colega Tânia Martins (na altura na 3ª nacional) fui surpreendida com duas nomeações para jogos de 1ª divisão, um deles com transmissão televisiva a contar para os play offs acompanhados por um árbitro de elite no mundo do futsal o Pedro Paraty, internacional, que para mim foi uma grande honra.
A época passada como 3ª árbitra na Final da Taça de Portugal e no início desta época o jogo da Supertaça entre o Benfica e o Braga, são encontros que se distinguem, graças ao seu imediatismo e às equipas de gabarito.


Já sentiu alguma decepção?
Eu penso que as desilusões fazem parte da nossa vida, e sobretudo neste meio onde qualquer um de nós já as sentiu, independentemente da razão, e eu não fujo à regra.
Claro que quando falo numa decepção foi algo temporário, não me lembro assim de um grande desapontamento que me tenha marcado.


Tem alguma experiência internacional no domínio da arbitragem?
Já fiz vários torneios internacionais. É pelo segundo ano consecutivo que dirijo o jogo da final do Torneio Internacional da Cidade do Porto.

Aspirações quanto ao futuro?
Tentar errar o menos possível e aperfeiçoar-me analisando os jogos em que participo. Pretendo estar muitos anos na 1ª categoria. Atingir a internacionalização!?, essa resposta só o tempo a tem. Claro que qualquer árbitro anseia por ser internacional (não custa sonhar), e obviamente não fujo à regra. Vou continuar a esforçar-me para ser cada dia melhor.