Alberto Helder: OS COMANDOS NOS TRÊS TEATROS DA GUERRA DO ULTRAMAR-APRESENTAÇÃO DA 3ª SÉRIE-COMPANHIAS MOBILIZADAS PARA ANGOLA (22 EPISÓDIOS)

Dando continuidade ao projecto inicial, que se prevê desenvolver um total de 14 temas sobre o assunto, segue-se o registo das 22 Companhias de Comandos que foram mobilizadas para a então província de Angola e que estiveram operacionais entre 1965 e 1975.

Devo dizer que este trabalho foi complexo e sem descanso, mas feito com imensa dedicação, pois a procura dos elementos a ele necessários foi persistente, extenuante e demorada, tudo isto perante a pandemia que se encontra entre nós, que dificultou, e muito, o encontrar dos dados, nos vários e distantes locais onde se procuraram e consultaram.

Mas, felizmente, a situação foi superada, logo, vamos em frente, ao que interessa, ou seja, o que se descreve a seguir.

O número de militares que integraram aquelas unidades (5.312), foram 720, dos Grupos Iniciais e 4592, das Companhias. Desconhece-se o número de efetivos que serviram no Centro de Instrução de Comandos.

A distribuição dos 23 Grupos Iniciais, que atuaram naquele território entre 1962 e 1964: Oficiais: 23, todos Alferes. Sargentos: total 90. Segundos Sargentos, 5; e, Furriéis, 85; Praças, 607. Primeiros Cabos, 194; e, Soldados, 413.

Nas 22 Companhias, 4592. Oficiais, 232. Capitães, 34; Tenentes, 10; Alferes, 186; e Aspirantes a oficial, 2. Sargentos, 749. Primeiros Sargentos, 38; Segundos Sargentos, 23; Furriéis, 662; e, Primeiros Cabos Milicianos, 26. Praças, 3611. Primeiros Cabos, 851; e, Soldados, 2760.

Na sempre lamentável contagem dos óbitos que se verificaram no conflito, situação sempre triste, emotiva, com a saudade sempre presente, com o respeito, apreço e carinho dos que partiram em plena juventude e vontade de viver, damos conta que o total atingiu 144 falecimentos, sendo 61 em combate, 76 por acidente e 7 devido a doença.

Nos Grupos Iniciais: são 14 (9 em combate e 5 por acidente). Nas Companhias: 88 (48 em combate , 37 por acidente e 3 por doença). No Centro de Instrução de Comandos de Angola, 42 (sendo 4 em combate, 34 por acidente e 4 por doença).

Sobre os feridos, os registos não são tão precisos, contudo estão anotados 294 (só nas Companhias), sendo de prever que o número foi substancialmente superior.

-Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito-

Quanto a condecorações, dá-se conta que, no total, os distinguidos receberam 192 galardões, sendo, nos Grupos Iniciais, 36 (quatro Medalhas de Valor Militar, Cruzes de Guerra de 1ª classe, uma, de 2ª classe, uma; de 3ª classe, cinco, e, de 4ª classe, vinte e cinco). Já nas Companhias, os dados, no total, são: 156, sendo duas Ordens Militares de Torre e Espada, seis de Valor Militar, cinco de Serviços Distintos, dez Cruzes de Guerra de 1ª classe, quinze de 2ª classe, quarenta e oito de 3ª classe, e, setenta de 4ª classe.

-Medalha do Valor Militar-

Volto a sublinhar a minha estranheza pelo facto dos Serviços competentes do Exército Português não terem dedicado a devida atenção aos registos específicos da Medalha de Mérito Militar e da Medalha de Serviços Distintos, como o fez com as restantes honrarias, o que ocasiona só ser possível encontrá-las nas imensas Ordens do Exército, nos seus milhares e milhares de páginas.

-Medalha de Serviços Distintos-

Abordados que foram estes dados, dou conta dos próximos tópicos relacionados com o projecto, os quais estão em preparação acelerada: Companhias de Comandos mobilizadas para a Guiné e Moçambique, Cursos realizados na Guiné e em Moçambique, Companhias de Comandos formadas na Guiné e em Moçambique, Comandos guineenses que estiveram ao serviço de Portugal e que foram fuzilados na Guiné, Desaparecidos, Óbitos, Condecorações e, por último,
as Publicações relacionadas com o tema.

-Medalha de Cruz de Guerra-
Antes de divulgar o programa da publicação dos episódios neste blog, quero agradecer profundamente a todos aqueles que contribuíram com a sua vontade, paciência, dedicação e entusiasmo para que este empreendimento fosse possível executar com paixão, responsabilidade, rigor e alguma celeridade, pedindo, ainda, mais um favor: se verificarem lapsos, omissões e imprecisões neste trabalho, peço que me façam chegar as vossas estimadas observações para proceder de imediato e em conformidade.

Ainda, quanto aos louvores e citações elogiosas (individuais e colectivas) existe o registo de 618 referências e nas punições aplicadas aos militares o número é de 446.
Nos dois casos é credível que os números pudessem ser muitos mais, dado que as indicações disponíveis não abrangem a totalidade das unidades militares, mas somente 31,8%