GUARNIÇÃO EFETIVA DA “VEGA”
OFICIAL E COMANDANTE
Jorge Manuel Catalão Oliveira Carmo, 2º Tenente (faleceu em combate)
PRAÇAS
António Fernandes Silva Gonçalves, Cabo 2195
António Ferreira, Marinheiro 10030 (faleceu em combate)
António Silva Nobre, Marinheiro 6788
Armando Cardoso Silva, Marinheiro 5645
Francisco Mendes Freitas, Marinheiro 5353
João Lopes Costa Baguim, Marinheiro 11037
Venâncio Ramos, 1º Grumete 13032
GUARNIÇÃO EFECTIVA DA LANCHA “FOLQUE”
José de Azevedo, Cabo 2590
Aníbal dos Santos Fernandes Jardino, Marinheiro 10519 (faleceu em combate)
António José Botinas, Marinheiro 5646
Este pessoal embarca na Lancha “Vega”.
ÁREA DE ATUAÇÃO EM 18.12.1961
Sob o comando do Agrupamento António da Silveira exerceu, a partir do local Fortim do Mar, a defesa antiaérea de Diu.
CRONOLOGIA DA INTERVENÇÃO
Tendo saído de Diu em 17 de Dezembro, a "Vega" fundeou frente a Nagoá às 22H00 do mesmo dia. Na madrugada do dia 18, por volta das 01H40, foram ouvidos tiros em terra pela praça de serviço. Alertado por esta, mandou o Comandante ocupar postos de combate e dirigiu a lancha para junto de um contato radar não identificado que navegava a cerca de 12 milhas da costa.
-Fausto Brito, da Lancha "Antares" e Jorge Oliveira e Carmo-
Por volta das 04H00, o navio, visualmente identificado como um cruzador, lançou granadas iluminantes e abriu fogo de metralhadora pesada sobre a "Vega", que retirou para Diu e fundeou.
Às 06H15 suspendeu e aproximou-se novamente do cruzador, onde foi vista, içada no mastro, a bandeira da União Indiana. A lancha regressou ao fundeadouro e Oliveira e Carmo fardou-se de branco para, segundo afirmou, morrer com mais honra. Às 07H00 foram avistados aviões a jato efectuando bombardeamento sobre terra. O Comandante reuniu a guarnição e leu-lhes as ordens do Estado-Maior da Armada, segundo as quais a lancha deveria combater até à última bala.
-Homenagem à memória de Oliveira e Carmo, em Alenquer-
Cerca das 07H30 aproximaram-se dois aviões para bombardear a Fortaleza e Oliveira e Carmo mandou abrir fogo sobre eles com a peça de 20 mm (um dos aparelhos acabaria por ser atingido e obrigado a aterrar). Estes, naturalmente, ripostaram. Agilmente manobrada pelo seu comandante, a "Vega" esquivou-se às primeiras rajadas.
-António Ferreira-
No entanto, um novo ataque, desta vez em fogo cruzado, matou o marinheiro artilheiro António Ferreira e cortou pelas coxas as pernas de Oliveira e Carmo que, ainda com vida, retirou do bolso e beijou as fotografias da mulher e do filho pequeno. Deflagrara, entretanto, um violento incêndio, que rapidamente se propagou à casa da máquina e à ponte.
-Aníbal dos Santos Fernandes Jardino-
A lancha foi abandonada, em virtude do seu reduto se ter tornado intransitável devido aos buracos causados pelos projéteis inimigos e pelo incêndio, que atingia, já, o convés.
A guarnição tentou, então, arriar o bote para evacuar o Comandante, mas um novo ataque aéreo feriu mortalmente Oliveira e Carmo, tendo também sido atingidos três marinheiros (um deles, marinheiro artilheiro Fernandes Jardino, com a perna esquerda cortada pela canela, viria a falecer no trânsito para terra).
Com o bote inutilizado e a lancha completamente tomada pelas chamas, viram-se os sobreviventes obrigados a nadar em direcção a terra, agarrando-se os feridos a uma balsa.
Sacudida pelas explosões das suas próprias munições, a "Vega" acabaria por se afundar, por volta das 09H00, arrastando consigo o corpo do seu heroico Comandante.
-Armando Cardoso da Silva (1995)-
Oliveira Carmo foi, a título póstumo, condecorado com a Medalha de Valor Militar, grau Ouro, com Palma, e agraciado com a Ordem Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito, grau Comendador e promovido por distinção ao posto de Capitão-Tenente.
-Pintura de Raul Sousa Machado-
Já os dois marinheiros que morreram devido aos ferimentos sofridos em
combate, Aníbal dos Santos Fernandes Jardino e António Ferreira, foram-lhes
atribuídas as Medalha de Valor Militar, grau Cobre e promovidos ao posto de
Marinheiro.
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