A fim de discutir e aprovar o novo regulamento da Liga Portugueza de Foot-ball, criada em 17 de setembro de 1908, substituindo, assim, a Liga de Foot-ball Association, que não correspondeu inteiramente às necessidades de regular a vida dos clubes, razão da sua liquidação e eleger a Direção que deverá funcionar junto da nova Liga para a próxima época, reuniram no dia 31 de agosto de 1908, na sede do Velo Club de Lisboa, os seguintes delegados que representavam os respetivos clubes: Cândido da Silva, pelo Foot-ball Cruz Negra, E. Ennor, pelo Lisboa Cricket Club, Eduardo Luiz Ferreira Pinto Basto, pelo Club Internacional de Foot-ball, Elysio de Carvalho, pelo Sport Cruz Quebrada, Félix Bermudes, pelo Grupo Sport Lisboa, Gastão Pinto Basto, pelo Ajudense Foot-ball, José Roquette, pelo Sporting Club de Portugal e Luiz Carlos de Faria Leal, pelo Grupo Sport Bemfica. O novo regulamento, que segue muito de perto as leis inglesas e alemães, foi apresentado na reunião por um sócio do Club Internacional de Foot-ball, o senhor José de Castello Branco. Os delegados elegeram também aqueles que geriram o campeonato da 1ª categoria, e que foram: Presidente, Dr. António d’Azevedo Meyreles, do Sport Lisboa. Vice-Presidente, António dos Santos Mendonça, do Club Internacional de Foot-ball. Primeiro-Secretário, Eduardo Ferreira Luiz Pinto Basto, também do CIF. Segundo-Secretário, Luiz Carlos de Faria Leal. Vogal, Norman Ennor, do Lisbon Cricket Club.
O referido regulamento (e Estatutos da Liga), foi publicado nas revistas “Tiro & Sport” 397, de 10 de outubro de 1908, página 15 e nº 398, de 20 de outubro de 1908, página 9 e é composto pelos 48 artigos seguintes:
1º - A Liga Portugueza de Foot-ball compreende duas partes: a Liga do Norte, compondo-se das cidades do norte do país a partir de Aveiro, e a Liga do Sul, compondo-se das cidades ao sul de Aveiro, sendo a sede da Liga em Lisboa.
2º - O fim principal da Liga é desenvolver o gosto pelo foot-ball, permitindo que desta maneira em todas as classes portuguesas haja mais um meio de desenvolvimento físico.
3º - O meio de que a Liga se serve para favorecer este desenvolvimento é estabelecer todos os anos um programa de jogos entre os clubes das duas Ligas, Norte e Sul, permitindo desta maneira apurar o grupo Campeão de Portugal.
4º - As cores representantes da Liga Portugueza de Foot-ball são: camisa metade azul, metade branca com as armas nacionais ao lado esquerdo, e calção branco.
5º - Todos os clubes de foot-ball existentes em Portugal poderão entrar para a Liga tendo, para isso, que apresentar a sua proposta dois meses antes da época, proposta que será juntamente acompanhada da lista dos respetivos sócios jogadores e suplentes, nome do Presidente e do futuro delegado adjunto da Liga e seus suplentes, com as respetivas moradas particulares, sede do clube, campo, etc. Todas as propostas para a admissão à Liga têm de conter uma declaração pela qual o novo clube afirme estar conforme com os Estatutos da Liga. Todas as cartas dirigidas à Liga têm de ser assinadas pelo Secretário desse clube ou então pelo Presidente, caso contrário não terão valor algum.
6º - A proposta de entrada desse clube será oficialmente publicada no órgão da Liga; se no prazo de duas semanas os clubes que já pertencem à Liga não tiverem apresentado por escrito a sua oposição com as respetivas Causas contra a admissão do clube proposto, a Direção resolverá sobre a admissão, como melhor entender. Caso contrário, havendo clubes que se tiverem manifestado contra, far-se-á uma reunião e, por maioria de votos, se resolverá o assunto. Quando haja igual número de votos contra e pró, o Presidente da Liga é quem desempata.
7º - A quota que cada clube terá de pagar por ano é de 10$000 reis além dum imposto de 100 reis por ano, por cada sócio inscrito. Estas quantias têm de ser enviadas até 15 dias depois de publicada oficialmente a admissão do clube na Liga. Caso este artigo não se cumpra o clube mencionado não terá direitos alguns à Liga, até que seja feita a liquidação do assunto.
8º - A época de foot-ball será de outubro até abril.
9º - Os clubes pertencentes à Liga têm direito e obrigação de enviar os seus delegados às Assembleias reunidas pela Direção. O dia das Assembleias será publicado no órgão oficial da Liga.
10º - Cada clube tem um voto nas Assembleias.
11º - A Liga terá duas classes. Primeira classe para os clubes mais desenvolvidos e segunda classe para os segundos grupos dos mesmos e clubes mais atrasados.
12º - O primeiro-Secretário da Liga é obrigado a fazer uma acta sobre todos os assuntos discutidos nas Assembleias. Na Assembleia seguinte é lida e aprovada a mesma acta, devendo ser assinada pelo Presidente da Liga.
13º - A Direção da Liga Portugueza de Foot-ball compõe-se dos seguintes membros: Presidente, vice-Presidente, primeiro-Secretário, Tesoureiro, segundo-Secretário e um Vogal, todos eleitos pelos clubes filiados na Liga.
14º - Todos os anos um mês antes do começo da época haverá nova votação da Direção da Liga que só se pode compor de sócios dos clubes que pertençam à Liga. Na Direção não pode estar mais de um sócio do mesmo clube, a não ser num caso de unanimidade de votos.
15º - Só no caso de acordo da maioria é que se pode reunir uma Assembleia para se depor um membro da Direção do seu cargo.
16º - Todas as resoluções tomadas pela Direção da Liga devem ser anunciadas oficialmente ou por carta aos clubes pertencentes à Liga.
Obrigações e direitos dos membros da Direção da Liga.
17º - O Presidente da Liga determina e dirige todas as Assembleias, e tem a responsabilidade de todos os atos praticados pelos membros da Direção no exercício das suas funções. O vice-Presidente tem as mesmas obrigações e direitos que o Presidente no caso de ausência ou doença do mesmo. O primeiro-Secretário tem a seu cargo toda a correspondência no órgão oficial, correspondência que trate de tudo que diga respeito a jogos, datas dos mesmos, propostas de entrada e nomeações de novos sócios; ficando a cargo do segundo-Secretário fazer as vezes do primeiro e auxiliá-lo. O primeiro Secretário tem mais a seu cargo o serviço de caixa, entrada de quotas, multas, despesas e respetivas correspondências.
18º - No caso de dissolução da Liga, o dinheiro existente será para obras de caridade.
Penalidades.
19º - Os clubes que não seguirem à risca os Estatutos, ficam sujeitos às seguintes penas: Expulsão da Liga: multa até 50$000 reis; desqualificação temporária e definitiva.
20º - Se as multas não forem pagas no prazo de 15 dias sofrerá o clube uma desqualificação até as ter pago.
21º - Todo o clube desqualificado perderá os seus direitos durante o tempo que durar a desqualificação.
22º - Os clubes que tenham jogos ou treinos com clubes ou jogadores desqualificados sofrem a pena de suspensão temporária de 15 dias a um mês.
Parágrafo único: A aplicação destas penalidades é da competência exclusiva da Direção.
Lista negra
23º - A lista negra serve para nela se inscreverem os sócios e os clubes desqualificados, para conhecimento oficial dos outros clubes.
24º - Todos os clubes têm obrigação de assinar o órgão oficial para estarem sempre ao facto do que se determina na Liga.
25º - Os desafios de foot-ball são jogados conforme as regras inglesas de Association, publicadas pela Liga.
26º - É expressamente proibido jogar com profissionais portugueses.
27º - Caso dois clubes, de comum acordo, resolvam adiar um desafio, terão de o comunicar oficialmente à Liga, expondo as razões.
28º - Devem as Direções de todos os clubes envidar todos os seus esforços para que as datas dos desafios não sejam alteradas.
29º - Na mesma classe só pode jogar um grupo por cada clube.
30º - Todos os grupos têm de se apresentar no campo com os seus trajes oficiais, sob pena de multa de 1$000 reis por cada jogador que infringir esta artigo. O juiz de campo terá de participar à Liga qualquer falta.
31º - Todos os clubes terão de jogar duas vezes contra o mesmo clube. Não podendo os dois desafios ser jogados no mesmo campo, salvo caso de força maior.
32º - Caso um clube não jogue duas vezes contra, outro sem causa justificada durante a época, sofre, além da perda dos jogos, o não poder concorrer mais ao campeonato desse ano.
33º - Para a classificação na Liga, cada jogo ganho conta dois pontos para o clube vencedor. Em caso de empate conta um ponto para cada clube.
34º - Caso um grupo não compareça no campo na data e hora determinada pela Liga, perde o desafio e fora disso incorre na multa de 2$500 reis.
35º - Caso os dois grupos não compareçam incorre cada um na mesma multa de 2$500 reis e desconto de um ponto.
Parágrafo único: É estabelecida uma tolerância de quarto de hora, para aplicação dos artigos 34º e 35º.
36º - O clube da primeira classe menos classificado terá de bater-se com o mais classificado da segunda classe no fim da época e caso perca passará este para a primeira classe e o da primeira para a segunda na futura época.
37º - Caso os clubes tenham a mesma classificação terão de bater-se em campo neutro. Em caso de empate ao fim de 2x45 minutos, haverá um intervalo de 5 minutos e jogar-se á 2x15 minutos. Não havendo então ainda nenhuma diferença, continuar-se-á o jogo até que qualquer dos clubes obtenha um golo.
Juízes de campo
38º - Os jogos da Liga serão jogados sob a direção de um juiz de campo indicado pela Liga.
39º - Cada clube pertencente à Liga tem obrigação de adjunto à sua proposta de entrada, inscrever oficialmente um juiz de campo efetivo e o número de suplentes que quiser.
40º - Durante o jogo têm os grupos de se conformar com as decisões do juiz, estando o mesmo sempre habilitado a interromper o jogo quando achar conveniente.
Protestos
41º - Qualquer clube pode protestar contra as decisões do juiz de campo, sendo esse protesto somente válido quando for enviado à Liga por escrito, acompanhado da quantia de 5$000 reis. No caso de ser reconhecida oficialmente a razão do grupo protestante, ser-lhe-á devolvida aquela quantia, caso contrário, perdê-la-á. Os protestos só são válidos quando forem entregues antes de decorridas 48 horas depois do jogo.
42º - A Liga fornecerá a todos os juízes de campo um impresso que terá de ser preenchido e mandado ao Secretário da Liga no mesmo dia do jogo. O juiz é obrigado a fazer nota no impresso de qualquer incidente que tenha havido durante o jogo. Caso tenha tido de pôr fora do campo qualquer jogador, terá de mencionar a razão por que o fez.
43º - Só são considerados jogadores aqueles cujos nomes forem oficialmente publicados no órgão da Liga.
44º - É expressamente proibido a qualquer clube, sob pena de expulsão da Liga, deixar jogar pelo seu grupo jogador que já tenha jogado em desafio da Liga por outro clube; isto é, não pode um jogador jogar por dois clubes na mesma época, dentro da Liga.
45º - No caso de não comparência do juiz de campo a um desafio, têm os dois capitães de escolher um, mencionando no impresso de que a escolha foi feita de comum acordo. O clube a que pertencer o juiz de campo que faltou terá de pagar a multa de 1$000 reis.
46º - Um jogador do primeiro grupo pode ser oficialmente nomeado para o segundo ou terceiro grupo, mas só depois de 20 dias depois de publicada a sua nomeação oficial poderá jogar no segundo grupo. Durante 20 dias não poderá jogar em desafios da Liga. Os jogadores do segundo grupo, suplente ao primeiro, não poderão voltar a jogar pelo seu grupo, depois de terem jogado duas vezes pelo de categoria superior.
47º - Toda a correspondência deve ser dirigida ao Secretário da Liga.
48º - Qualquer caso não previsto neste regulamento poderá ser regulamentado posteriormente, mediante decisão da Assembleia geral da Liga.
Direção da Liga Portugueza de Foot-ball para 1908/1909
Presidente, Dr. Januário Barreto. Vice-Presidente, António dos Santos Mendonça (CIF). Primeiro-Secretário, Eduardo Ferreira Luiz Pinto Basto (CIF). Segundo-Secretário, Luiz Carlos de Faria Leal. Vogal, Norman Ennor.
ORGANIZADOS PELA LIGA PORTUGUEZA DE FOOT-BALL
1ª CATEGORIA
AJUDENSE FOOT-BALL CLUB (AFC), camisa branca com punhos e colarinho azuis; CARCAVELLOS SPORT CLUB (CSC), amarelo, verde e encarnado; CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL (CIF), camisolas às riscas verticais pretas e brancas; SPORT LISBOA E BEMFICA (SLB), encarnado e branco; SPORT UNIÃO BELENENSE (SUB), camisa branca, punhos e colarinho encarnado; e SPORTING CLUB DE PORTUGAL (SCP), verde e branco.
O campeonato iniciou-se a 4 de outubro de 1908, com a previsão de terminar a 25 de março de 1909, após realizarem-se 30 jogos.
Eis os jogadores que representaram os 6 clubes, neste escalão:
AJUDENSE FOOT-BALL CLUB
António Alves, António Costa, Arthur Rogério do Nascimento, Augusto Ribeiro da Silva, Augusto Simões, Henrique da Conceição Silva, João Maria dos Santos, Joaquim da Conceição Silva, Joaquim Ruiz Barruncho, Joaquim da Silva Pereira, José Augusto, José Conceição Silva, José Lopes de Guimarães, José Maria, Júlio Martins, Lourenço do Ó, Silvestre Carlos Augusto de Carvalho e Thomaz Jeremias. Delegado junto da Liga: Gastão Pinto Basto.
CARCAVELLOS SPORT CLUB
F. Harvey, H. A. Barker, H. Foden, H. Lowe, H. R. Harris, J. G. Hammond, K. Saunders, K. Thompson, R. I. Perkins, R. O. Lees, V. Weaver, W. Greene, W. Large e W. Wheler.
CLUB INTERNACIONAL DE FOOTBALL
A. Carneiro, Augusto Bernaud Alves, Augusto Sabbo, Carlos da Cruz Sobral, Cecil Barley, Clyde Barley, Eduardo Luiz Ferreira Pinto Basto (capitão), Ernest Ryder, Fernando Luiz Pinto Basto, Gastão Pinto Basto, João M. Guerra, José de Castello Branco, Lúcio de Azevedo, Merick Barley, P. Smithers, S. Mascarenhas, W. Smith e William Sissener. Delegado junto da Liga: Carlos Villar.
SPORT LISBOA E BEMFICA
António Costa, António Meyrelles, Arthur José Pereira, Carlos França, Constantino da Encarnação, Cosme Damião, Eduardo Corga, Félix Bermudes (capitão), Henrique da Costa, Henrique Teixeira, João de Carvalho Persónio, Leopoldo José Mocho e Luiz A. Vieira.
Delegado junto da Liga: Félix Bermudes.
SPORT UNIÃO BELENENSE
Amadeu da Cruz, Arthur de Carvalho, Bento da Cruz, Elysio Marques Figueiredo, Francisco Bellas, Francisco Viegas, Guilherme Peres, Henrique Fernandes, João Bellas, João Ferreira Gonçalves, Joaquim de Carvalho, José Jesus dos Santos, José Monteiro, Manuel dos Santos, Salvador Ângelo e Serafim Ignácio.
SPORTING CLUB DE PORTUGAL
Albano dos Santos, António Couto, António Neves Vital, António Rosa Rodrigues, Augusto Freitas, Cândido Rosa Rodrigues, Carlos Shirley, Emílio de Carvalho, Fortunato Levi, Francisco Stromp. Henrique Amorim Ribeiro, José Cruz Viegas, José Bello (capitão), Júlio Nóbrega de Lima, Machado, Manuel Carneiro e Manuel Móra.
JOGOS, DATAS, CAMPOS, RESULTADOS, GOLOS E INCIDÊNCIAS
1908
Jogo nº 1 – Em 4 de Outubro de 1908 (domingo), 15H30 – AJUDENSE FOOT-BALL CLUB-PORT LISBOA E BEMFICA (0-5), no campo do Lumiar (Lisboa). Árbitro: António Couto (SCP). Golos: António Meireles, Cosme Damião, Eduardo Corga e Henrique Costa (2). Ao intervalo: 1-0.
Jogo nº 2 – Em 11 de outubro de 1908 (domingo), 12H30 – SPORT UNIÃO BELENENSE-SPORTING CLUB DE PORTUGAL (0-1), no campo do Lumiar (Lisboa). Árbitro: Augusto Bernaud (CIF). Fiscais de linha: Kruss Gomes (CIF) e Gastão Pinto Basto (SUB). Golo: António Nunes Vital. Ao intervalo 0-1.
Jogo nº 3 – Em 18 de outubro de 1908 (domingo), 15H30 – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-CARCAVELLOS SPORT CLUB (1-1), no campo da Quinta Nova (Carcavelos) -
Árbitro: Carlos Etur (SCP). Golos: Augusto Sabbo (CIF) e G. Weeler (CSC). Ao intervalo: 1-0. Uma multidão assistiu a este desafio.
Jogo nº 4 – Em 25 de outubro de 1908 (domingo), 12H30 – SPORT LISBOA E BEMFICA-SPORTING CLUB DE PORTUGAL (2-0), no campo da Feiteira (Benfica), com as medidas de 110x90 metros e os jogadores equiparam-se na sede do SLB. Árbitro: Gastão Pinto Basto (CIF). Fiscais de linha: Kruss Gomes (CIF) e Henrique Marques (SLB). Golos: Cosme Damião e David Fonseca. Ao intervalo: 0-0.
Jogo nº 5 – Em 1 de novembro de 1908 (domingo), 15H15 – SPORT UNIÃO BELENENSE-CARCAVELLOS SPORT CLUB (0-5), no campo da Quinta Nova (Carcavelos) – Árbitro: Augusto Sabbo (CIF). Golos: H. Harris (2), R. Saunders (1) e W. Greene (2). Ao intervalo 0-2.
Jogo nº 6 – Em 8 de novembro de 1908 (domingo), 14H30 – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-AJUDENSE FOOTBALL CLUB (8-0), no campo da Feiteira (Benfica) – Árbitro: Félix Bermudes (SLB). Golos: Fernando Luiz Pinto Basto (2), João Guerra (3), Lúcio Azevedo (1) e M. Barley (2). Ao intervalo 4-0. Devido à chuva, o retângulo de jogo estava bastante enlameado e com muita água.
Jogo nº 7 – Em 15 de novembro de 1908 (domingo), 14H30 – CARCAVELLOS SPORT CLUB-SPORT LISBOA E BEMFICA (1-1), no campo da Quinta Nova (Carcavelos) – Árbitro: Augusto Sabbo (CIF). Golos: Eduardo Corga (SLB) e H. Harris (CSC). O início do jogo atrasou-se meia hora dado os jogadores do Carcavellos estarem um pouco cansados. Foram utilizadas, pela primeira vez, camisolas de malha de qualidade superior às anteriores, que eram de pano. O terreno de jogo estava escorregadio. Assistiram ao jogo muitas senhoras inglesas. Ao intervalo: 0-0.
Jogo nº 8 – Em 22 de novembro de 1908 (domingo), 14H30 – SPORT UNIÃO BELENENSE-CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL (0-1), no campo da Feiteira (Benfica) – Árbitro: António Couto (SCP). Golo: Augusto Sabbo. O jogo termina antes do tempo regulamentar aquando da obtenção do golo do CIF, num pontapé de canto direto. O SUB alegou que tal reposição de bola em jogo, para ser golo, teria de a bola tocar ou ser jogado por outro jogador. Ao intervalo: 0-0
Jogo nº 9 – Em 29 de novembro de 1908 (domingo), 14H00 – AJUDENSE FOOT-BALL CLUB-SPORTING CLUB DE PORTUGAL (0-6), no campo do Lumiar. (Lisboa). Árbitro: José Netto (SLB). Golos: António Rosa Rodrigues (1), Emílio de Carvalho (3), José Lopes Guimarães (1, na própria baliza) e Júlio Nóbrega Lima (1). Jogo disputado de baixo de chuva, o que provocou ter ficado o terreno em péssimas condições, para a prática da modalidade. Ao intervalo: 0-2.
Jogo nº 10 – Em 6 de dezembro de 1908 (domingo), 12H00 – SPORT UNIÃO BELENENSE-SPORT LISBOA E BEMFICA (0-4), no campo do Lumiar. (Lisboa). Árbitro: José de Castello Branco (CIF). Golos: António Costa, António Meireles (2) e Francisco França. Ao intervalo: 0-2.
Jogo nº 11 – Em 8 de dezembro de 1908 (terça-feira), 09H45 – AJUDENSE FOOT-BALL CLUB-CARCAVELLOS SPORT CLUB (0-7), no campo da Quinta Nova (Carcavelos). Árbitro: Carlos Etur (SCP). Golos: H. Harris (2), R. Saunders (4) e W. Wheler. Ao intervalo: 0-4.
Jogo nº 12 – Em 13 de dezembro de 1908 (domingo), 14H00 – SPORTING CLUB DE PORTUGAL-CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL (2-1), no campo do Lumiar. (Lisboa). Árbitro: Cosme Damião (SLB). Ao intervalo: 2-0.
Jogo nº 13 – Em 20 de dezembro de 1908 (domingo), 10H00 – SPORT LISBOA E BEMFICA-CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL (2-0), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro: Daniel Queirós dos Santos (SCP). Golos: António Costa (2). Jogo disputado com muita correção. Ao intervalo: 1-0.
Jogo nº 14 – Em 27 de dezembro de 1908 (domingo), 11H00 – SPORT UNIÃO BELENENSE-AJUDENSE FOOT-BALL CLUB (3-0), no campo do Lumiar (Lisboa). Árbitro: Gastão Pinto Basto (CIF). Ao intervalo: 1-0.
Jogo nº 15 – Em 3 de janeiro de 1909 (domingo), 10H45 – SPORTING CLUB DE PORTUGAL-CARCAVELLOS SPORT CLUB (0-3), no campo da Quinta Nova (Carcavelos). Árbitro: José de Castello Branco (CIF). Golos: H. Harris. Ao intervalo: 0-1.
Jogo nº 16 – Em 10 de janeiro de 1909 (domingo), 14H30 – SPORT LISBOA E BEMFICA-AJUDENSE FOOT-BALL CLUB (4-0), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro: Augusto Sabbo (CIF). Golos: António Costa, António Meireles (2) e Luiz A. Vieira. O desafio começou muito depois da hora prevista, dada a falta de jogadores do AFC. Os capitães acordaram esperar pelos retardatários. Presenciaram o jogo cerca de 1000 adeptos. Ao intervalo: 1-0.
Jogo nº 17 – Em 17 de janeiro de 1909 (domingo), 13H00 – SPORT UNIÃO BELENENSE-SPORTING CLUB DE PORTUGAL (0-4), no campo do Lumiar (Lisboa). Árbitro: Artur José Pereira (SLB). Ao intervalo: 0-1.
Jogo nº 18 – Em 24 de janeiro de 1909 (domingo), 15H00 – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-CARCAVELLOS SPORT CLUB (0-3), no campo da Quinta Nova (Carcavelos). Árbitro: Daniel Queirós dos Santos (SCP). Ao intervalo: 0-1.
Jogo nº 19 – Em 24 de janeiro de 1909 (domingo) – SPORTING CLUB DE PORTUGAL-SPORT LISBOA E BEMFICA (1-2), no campo do Lumiar (Lisboa). Árbitro: Merick Barley (CIF). Golos: SLB, Artur José Pereira e Leopoldo José Mocho. SCP, António Neves Vital. O segundo golo do SLB foi obtido num pontapé de grande penalidade, dado que o Árbitro, erradamente a sancionou, após o jogador do SCP (José Bello), ter jogado a bola duas vezes, num pontapé de baliza. A Direção do Sport Lisboa e Bemfica, desportivamente, oficiou à Liga para que não homologasse o resultado do encontro, devido a tamanho erro, prescindindo, assim, da vitória A Liga iria analisar a pretensão apresentada. Ao intervalo: 0-0.
Jogo nº 20 – Em 31 de janeiro de 1909 (domingo), 14H30 – SPORT UNIÃO BELENENSE-CARCAVELLOS SPORT CLUB (0-11), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro: António Couto (SCP). Golos: H. Harris (1), H. Toden (6), K. Thompson (1), R. Leeds (1), R. Saunders (1) e W. Greene (1). Ao intervalo: 0-6.
Jogo nº 21 – Em 2 de fevereiro de 1909 (terça-feira), – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-AJUDENSE FOOT-BALL CLUB (8-0), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro: José Netto (SLB). Ao intervalo: 4-0.
Jogo nº 22 – Em 14 de fevereiro de 1909 (domingo), 15H00 – SPORT LISBOA E BEMFICA-CARCAVELLOS SPORT CLUB (0-4), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro: Augusto Sabbo (CIF). Golos: H. Harris (2) e W. Greene (2). O jogo foi presenciado por cerca de 5.000 espetadores. O jogador do SLB, António Costa, lesionado, saiu ao intervalo e foi substituído por Virgílio Lopes Paula, por especial deferência do capitão do CSC. A banda de música da Sociedade Euterpe, de Benfica, no coreto do campo, abrilhantou o espetáculo, executando diversas peças, durante o desafio, destacando-se o hino inglês, o “God save the Kink”, aquando da marcação de golos. A entrada do recinto de jogo estava engalanada com as bandeiras portuguesa e inglesa. Houve confraternidade entre adeptos. No final do jogo e num chalé fronteiro ao recinto do jogo, pertença do seu sócio J. Simões Maia Júnior, o SLB ofereceu um serviço volante de chá onde foram servidos bolos, compotas, sandes, vinho, whisky e foram trocados brindes. Ao intervalo: 0-1.
Jogo nº 23 – Em 14 de fevereiro de 1909 (domingo), 12H30 – SPORT UNIÃO BELENENSE-CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL (0-3), no campo de Alcântara. Árbitro: Daniel Queirós dos Santos (SCP). Ao intervalo: 0-0.
Jogo nº 24 – Em 21 de fevereiro de 1909 (domingo), o desafio entre as equipas do AJUDENSE FOOT-BALL CLUB e do SPORTING CLUB DE PORTUGAL marcado para o campo do Lumiar (Lisboa), não se realizou por desistência do SCP, dado a sua Assembleia-geral de 19 de fevereiro de 1909, ter aprovado a sua saída da Liga.
Jogo nº 25 – Em 28 de fevereiro de 1909 (domingo), 13H00 – SPORT LISBOA E BEMFICA-SPORT UNIÃO BELENENSE (5-0), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro João Scarlett (CIF). Golos: Alberto Rio, António Meyrelles, Artur José Pereira, Constantino da Encarnação e Eduardo Corga. Ao intervalo: 3-0.
Jogo nº 26 – Em 7 de março de 1909 (domingo), o desafio entre as equipas do CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL e do SPORTING CLUB DE PORTUGAL, marcado para o campo da Quinta Nova (Carcavelos), não se realizou por desistência do SCP, dado a sua Assembleia-geral de 19 de fevereiro de 1909, ter aprovado a sua saída da Liga.
Jogo nº 27 – Em 14 de março de 1909 (domingo), 11H00 – AJUDENSE FOOT-BALL CLUB-CARCAVELLOS SPORT CLUB (0-16), no campo da Quinta Nova (Carcavelos). Árbitro: B. Friend (CSC). Ao intervalo: 0-5.
Jogo nº 28 – Em 19 de março de 1909 (sexta-feira), 12H00 – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-SPORT LISBOA E BEMFICA (6-2), no campo da Quinta Nova (Carcavelos). Árbitro: F. Wood (CSC). Ao intervalo: 0-2.
Jogo nº 29 – Em 21 de março de 1909 (domingo), 13H00 – O jogo SPORT UNIÃO BELENENSE-AJUDENSE FOOT-BALL CLUB, marcado para o campo da Feiteira (Benfica), tendo como Árbitro: Augusto Sabbo, não se realizou por desistência dos dois clubes.
CLASSIFICAÇÃO FINAL
1º CARCAVELLOS SPORT CLUB – Jogos: 10/Vitórias: 8/Empates: 2/Derrotas: 0/Golos marcados: 51/Golos sofridos: 2/Pontos conquistados: 18.
2º SPORT LISBOA E BEMFICA – Jogos: 10/Vitórias: 7/Empates: 1/Derrotas: 2/Golos marcados: 27/Golos sofridos: 12/Pontos conquistados: 15.
3º CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL – Jogos: 10/Vitórias: 6/Empates: 1/Derrotas: 3/Golos marcados: 28/Golos sofridos: 10/Pontos conquistados: 13.
4º SPORTING CLUB DE PORTUGAL – Jogos: 10/Vitórias: 5/Empates: 0/Derrotas: 3/Faltas de comparência: 2/Golos marcados: 14/Golos sofridos: 8/Pontos conquistados: 10/Desistiu.
5º SPORT UNIÃO BELENENSE – Jogos: 10/Vitórias: 2/Empates: 0/Derrotas: 8/Golos marcados: 6/Golos sofridos 34/Pontos conquistados: 4.
6º AJUDENSE FOOT-BALL CLUB – Jogos: 10/Vitórias: 1/Empates: 0/Derrotas: 8/Faltas de comparência: 1/Golos marcados: 0/Golos sofridos: 60/Pontos conquistados: 2.
Total de golos marcados: 126.
CAMPEONATOS 1908/1909
ORGANIZADOS PELA LIGA PORTUGUEZA DE FOOT-BALL
2ª CATEGORIA
ESTE ESCALÃO É COMPOSTO PELOS 7 CLUBES SEGUINTES, IDENTIFICANDO-SE AS CORES QUE UTILIZARAM NOS SEUS EQUIPAMENTOS:
CARCAVELLOS SPORT CLUB (CSC), amarelo, verde e encarnado; CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL (CIF), preto e branco; SPORT CLUB ESTEPHANIA (SCE), camisa branca e calção azul; SPORT GRUPO IMPÉRIO (SCI), tudo branco; SPORT LISBOA E BEMFICA (SLB), encarnado e branco; SPORT UNIÃO BELENENSE (SUB), camisa branca, punhos e colarinho encarnados; e SPORTING CLUB DE PORTUGAL (SCP), verde e branco.
O campeonato iniciou-se a 4 de outubro de 1908, com a previsão de terminar a 28 de março de 1909, após realizarem-se 42 jogos.
A lista dos jogadores dos 7 clubes da segunda categoria:
CARCAVELLOS SPORT CLUB
B. Friend, C. Aparks, C. Coghlan, E. Barr, E. Mac Donald, F. Leith, F. Wood, L. Hiel, R. Graham, R. Jennings, T. Jekins e W. Bayten.
CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL
Álvaro Barreto, Augusto Talone, Carlos Burnay, Charles Ryder, Francisco de Araújo, Frederico Villar, Joaquim Barreto, José Sousa Prego, Júlio Guedes, Kruss Gomes, Lopes de Figueiredo, Luiz Vieira da Silva, Mário Levy, Norman Ennor, Paulo Bernaud, Plácido Duro (capitão), Raul Conceição Dias da Silva, Urchia Tocha e Vítor Ryder. Delegado junto da Liga: Carlos Villar.
CLUB SPORT ESTEPHANIA
António Cândido Bento, Augusto Amadeu de Borges, Bazílio Duarte, A. Borges Bicudo José Hansch, Carlos Júlio da Costa, Daniel Freitas, Francisco Augusto Xavier da Silva, Francisco Damião Cannas Franco, Jayme de Sousa Cadete, Joaquim Luiz Teixeira de Pinto e Sepúlveda, José Carlos Correia, José Hansef, Luiz António Barreto Borges, Manuel Maurício Rodrigues, Mário Jorge de Lemos Pistacchini, Pedro Moraes Costa, Robert Mattos, Theodoro da Costa Duarte e Virgílio Gomes da Rocha.
SPORT GRUPO IMPÉRIO
Albino Abranches, Alfredo dos Santos Camecelha, Alfredo Viegas (capitão), Álvaro Ferreira, Ângelo Campos, António Borja Santos, António Costa, Carlos de Abreu, Filipe Mendes, João Bensaud, João Mendes, Jorge Aldim, Júlio Simões, Manuel Maria Lima, Manuel Pires, Miguel Simões, Raul de Oliveira, Ricardo Del-Negro e Travassos Lopes.
SPORT LISBOA E BEMFICA
Adelino Fontes, Alberto Alves, Alberto Rio, Alfredo Machado, Alfredo Machado, Álvaro Corga, Álvaro Eugénio Vivaldo, António Marques, Carlos Monteiro, Constantino da Encarnação, Custódio Joaquim Xavier, David da Fonseca, Domingos Simões, Eduardo Corga, Eugénio da Vasconcelos Correia, Félix Bermudes, Francisco França, Germano de Vasconcelos, Henrique Teixeira, João Mattos, Joaquim Manuel Lucas, Júlio de Castro, Marcial Freitas e Costa e Virgílio Lopes Paula (capitão). Delegado junto da Liga: Félix Bermudes.
SPORT UNIÃO BELENENSE
Alfredo Augusto Barbosa, Alfredo Pedroso, Amadeu da Cruz, António Cardoso, António José Coelho, Arthur de Carvalho, Arthur Miranda, Carlos Ferreira, Constantino José Maria, Fausto dos Santos, Francisco Gonçalves, Herculano Marques, José Augusto Ferreira, Manuel Augusto Menino e Raul Manuel do Nascimento. Delegado junto da Liga: Gastão Pinto Basto.
SPORTING CLUB DE PORTUGAL
António Bentes, António Stromp, César de Mello, Carlos Etur, Daniel Queirós dos Santos, George Taylor, Guilherme Shirley, Henrique Leite, Horta Machado, Jacob Eagleson, J. Bastos, J. Villa Franca, James Eagleson, João Bentes, João da Costa Macedo, João Vieira, Joaquim Neves Vital, Jorge Rodrigues, José Borges de Castro, José F. Stromp, José Rosa Rodrigues, Manuel Carneiro, Octávio Teixeira Bastos e Robert Mattos.
JOGOS, DATAS, CAMPOS, RESULTADOS, GOLOS E INCIDÊNCIAS
1908
Jogo nº 31 – Em 4 de outubro de 1908 (domingo), 10H30 – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-SPORT UNIÃO BELENENSE (3-1), no campo do CIF (Alcântara). Árbitro: Silvestre da Silva (SLB). Golos: CIF, José Prego, Lopes de Figueiredo e Paulo Bernaud. SUB, Manuel Menano. Ao intervalo: 2-1
Jogo nº 32 – Em 11 de outubro de 1908 (domingo), 15H30 – SPORTING CLUB DE PORTUGAL-SPORT CLUB ESTEPHANIA (0-2), no campo do Sporting Club de Portugal (Lumiar). Árbitro: Plácido Duro (CIF). Fiscais de linha: Lopes Figueiredo e Carlos da Cruz Sobral (CIF). O Sporting Club de Portugal alinhou com menos um jogador. Golos: A. Borges Bicudo e Mário Jorge de Lemos Pistacchini. No decorrer do jogo houve um incidente entre dois jogadores adversários (Daniel Freitas, do CSE, e Joaquim das Neves Vital, do SCP, tendo a Liga punido este último, com um mês de suspensão. Ao intervalo: 0-2.
Jogo nº 33 – Em 18 de outubro de 1908 (domingo), 10H45 – SPORT GRUPO IMPÉRIO-CARCAVELLOS SPORT CLUB (4-4), no campo da Quinta Nova (Carcavelos). Árbitro: Daniel Queirós dos Santos (SCP). Golos: SGI, A. Cancela (2), Carlos Abreu e Miguel Simões. CSC, R. Jennings (2) e Parkens (2). Ao intervalo: 2-1
Jogo nº 34 – Em 25 de outubro de 1908 (domingo), 14H40 – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-SPORT LISBOA E BEMFICA (2-2), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro: Joaquim Luiz Teixeira de Pinto e Sepúlveda (SCE). Fiscais de linha: Hermenegildo Pereira e Américo Costa (SCE). Golos: CIF, Álvaro Barreto e Plácido Duro. SLB, Francisco França e Virgílio Lopes Paula. Ao intervalo: 2-0.
Jogo nº 35 - Em 1 de novembro de 1908 (domingo), 10H30 – SPORT UNIÃO BELENENSE-SPORT CLUB ESTEPHANIA (0-2), no campo de Alcântara (Lisboa). Árbitro: Luiz Raul Nunes (SGI). Golos: Júlio Carlos Costa e Manuel Martins. Jogo tumultuoso. Ao intervalo: 0-0.
Jogo nº 36 – Em 8 de novembro de 1908 (domingo), 11H30 – SPORTING CLUB DE PORTUGAL-SPORT GRUPO IMPÉRIO (1-3), no campo do SCP (Lumiar). Árbitro: José Netto (SLB). Choveu durante todo o desafio. O campo de jogo era um autêntico lago! Ao intervalo: 0-0.
Jogo nº 37 – Em 15 de novembro de 1908 (domingo), 10H45 – SPORT LISBOA E BEMFICA-CARCAVELLOS SPORT CLUB (1-1). Árbitro: Carlos Etur (SCP). Golos: SLB, David Fonseca. CSC, B. Friend. Assistiram ao jogo imensos espetadores, onde se incluíam muitas senhoras da comunidade inglesa. Ao intervalo: 1-1.
Jogo nº 38 – Em 22 de novembro de 1908 (domingo), 11H30 – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-SPORT CLUB ESTEPHANIA (2-1), no campo de Alcântara (Lisboa). Árbitro: José Netto (SLB). Golos: CIF, Plácido Duro e Álvaro Barreto. SCE, Carlos Júlio Costa. O Sport Club Estephania protestou oficialmente o jogo, mas não teve provimento. Ao intervalo: 1-1.
Jogo nº 39 – Em 29 de novembro de 1908 (domingo), 10H30 – SPORT GRUPO IMPÉRIO-SPORT UNIÃO BELENENSE (4-0), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro: Cosme Damião, que substituiu Félix Bermudes. Golos: Alfredo dos Santos Camecelha, Miguel Simões (2) e Travassos Lopes. Ao intervalo: 2-0.
Jogo nº 40 – Em 6 de dezembro de 1908 (domingo), 15H00 – SPORTING CLUB DE PORTUGAL-CARCAVELLOS SPORT CLUB (1-5), no campo de Lumiar (Lisboa). Árbitro: João Scarlett (CIF). Golos: SCP, J. Vila Franca. CSC, B. Friend (2) e H. Toden (3). Ao intervalo: 1-2. Devido ao facto de o relógio do Árbitro ter avariado, o primeiro tempo teve 32 minutos e não os 45 regulamentares, uma vez que o Fiscal de linha inquirido sobre o tempo decorrido, não informou corretamente o Árbitro.
Jogo nº 41 – Em 8 de dezembro de 1908 (terça-feira), 10H30 – SPORT CLUB ESTEPHANIA-SPORT LISBOA E BEMFICA (0-1), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro: João Scarlett (CIF). Ao intervalo: 0-1.
Jogo nº 42 – Em 13 de dezembro de 1908 (domingo), 11H00 – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-SPORT GRUPO IMPÉRIO (0-0), no campo de Alcântara (Lisboa). Árbitro: Carlos Etur (SCP). O desafio foi disputado com muita agressividade, por vezes violento. Por ter havido desentendimento entre os jogadores, o encontro terminou dez minutos antes do tempo regulamentar.
Jogo nº 43 – Em 20 de dezembro de 1908 (domingo), 14H30 – SPORT UNIÃO BELENENSE-CARCAVELLOS SPORT CLUB (0-6), no campo da Quinta Nova (Carcavelos). Árbitro: Carlos Etur (SCP). Ao intervalo: 0-3.
Jogo nº 44 – Em 27 de dezembro de 1908 (domingo), 14H00 – SPORTING CLUB DE PORTUGAL-SPORT LISBOA E BEMFICA (4-4), no campo Lumiar (Lisboa). Árbitro: Plácido Duro (CIF). Ao intervalo: 2-1.
1909
Jogo nº 46 – Em 3 de janeiro de 1909 (domingo) – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-CARCAVELOS SPORT CLUB (8-0), no campo da Quinta Nova (Carcavelos). Árbitro: Silvestre da Silva (SLB). Golos: Álvaro Barreto (1), Charles Ryder (3), José Prego (2) e Vieira da Silva (2). Ao intervalo: 4-0.
Jogo nº 47 – Em 6 de janeiro de 1909 (quarta-feira) – SPORTING CLUB DE PORTUGAL-SPORT UNIÃO BELENENSE marcado para o campo do Lumiar (Lisboa). Árbitro: José Netto (SLB). O SCP averbou os dois pontos em disputa por falta de comparência do adversário.
Jogo nº 48 – Em 10 de janeiro de 1909 (domingo), 12H30 – SPORT GRUPO IMPÉRIO-SPORT LISBOA E BEMFICA (0-1), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro: Plácido Duro (CIF). Ao intervalo: 0-0.
Jogo nº 50 – Em 22 de janeiro de 1909 (sexta-feira), 12H00 – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-SPORTING CLUB DE PORTUGAL (6-0), no campo de Alcântara (Lisboa). Árbitro: Silvestre da Silva (SLB). Ao intervalo: 4-0.
Jogo nº 51 – Em 24 de janeiro de 1909 (domingo), 10H45 – SPORT UNIÃO BELENENSE-SPORT LISBOA E BEMFICA (2-1), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro: António Dinis (SGI). Ao intervalo: 0-0.
Jogo nº 52– Em 31 de janeiro de 1909 (domingo), o desafio entre as equipas do SPORT CLUB ESTEPHANIA e do SPORTING CLUB DE PORTUGAL, marcado para o campo de Alcântara (Lisboa), não se realizou por desistência do SCE, o qual, em 30 de dezembro de 1908, na Assembleia-geral da Liga, anunciou ter terminado a sua filiação na Liga.
Jogo nº 53 – Em 2 de fevereiro de 1909 (terça-feira), 09H45 – SPORT GRUPO IMPÉRIO-CARCAVELLOS SPORT CLUB (1-1), no campo da Quinta Nova (Carcavelos). Árbitro: João Scarlett (CIF). Ao intervalo: 1-0.
Jogo nº 54 – Em 2 de fevereiro de 1909 (terça-feira), 12H30 – CLUBE INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-SPORT UNIÃO BELENENSE (9-1), no campo de Alcântara (Lisboa). Árbitro: Félix Bermudes. Ao intervalo: 3-0.
Jogo nº 55 – Em 7 de fevereiro de 1909 (domingo), 09H30 – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-SPORT LISBOA E BEMFICA (2-2), no campo de Alcântara (Lisboa). Árbitro: António Couto (SCP). Ao intervalo: 1-1.
Jogo nº 56 – Em 7 de fevereiro de 1909 (domingo), o desafio entre as equipas do SPORT UNIÃO BELENENSE e do SPORT CLUB ESTEPHANIA, marcado para o campo de Feteira (Benfica), não se realizou por desistência do SCE, o qual, em 30 de dezembro de 1908, na Assembleia-geral da Liga, anunciou ter terminado a sua filiação nesta entidade.
Jogo nº 57 – Em 14 de fevereiro de 1909 (domingo) – SPORTING CLUB DE PORTUGAL-SPORT GRUPO IMPÉRIO, marcado para o campo do Lumiar (Lisboa). O SGI averbou os dois pontos em disputa por falta de comparência do adversário.
Jogo nº 58 – Em 14 de fevereiro de 1909 (domingo), 15H00 – CARCAVELLOS SPORT CLUB-SPORT LISBOA E BEMFICA (4-0), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro: Augusto Sabbo (CIF). Golos: H. Harris (2) e W. Greene (2). Ao intervalo: 2-0. A Banda de música presente executou várias obras do seu reportório, especialmente o hino inglês aquando dos golos do Carcavellos. Foi retirado do recinto um espetador que estava a ter comportamento inconveniente. O Sport Lisboa e Bemfica serviu, após o final do desafio, um finíssimo copo de água aos visitantes.
Jogo nº 59 – Em 21 de fevereiro de 1909 (domingo), o desafio entre as equipas do CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL e do SPORT CLUB ESTEPHANIA, marcado para o campo de Alcântara (Lisboa), não se realizou por desistência do SCE, o qual, em 30 de dezembro de 1908, na Assembleia-geral da Liga, anunciou ter terminado a sua filiação nesta entidade.
Jogo nº 60 – Em 28 de fevereiro de 1909 (domingo), 11H00 – SPORT GRUPO IMPÉRIO-SPORT UNIÃO BELENENSE, marcado para o campo da Feteira (Benfica). Árbitro: Augusto Sabbo (CIF). O SUB recusou-se a jogar por terem comparecido 7 dos seus jogadores. O SGI averbou os dois pontos em disputa por falta de comparência do adversário.
Jogo nº 61 – Em 28 de fevereiro de 1909 (domingo) – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-CARCAVELLOS SPORT CLUB (2-0), no campo de Carcavelos. Árbitro: Luiz Raul Nunes (GSI). Ao intervalo: 1-0.
Jogo nº 62 – Em 28 de Fevereiro de 1909 (domingo), o desafio entre as equipas do SPORTING CLUB DE PORTUGAL e do CARCAVELLOS SPORT CLUB, marcado para o campo da Quinta Nova (Carcavelos), não se realizou por falta de comparência do SCP. Os dois pontos em disputa foram averbados pelo CSC.
Jogo nº 64 – Em 7 de março de 1909 (domingo), 10H30 – CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-SPORT GRUPO IMPÉRIO (3-0), no campo da Feteira (Benfica). Árbitro: José Netto (SLB). Ao intervalo: 1-0.
Jogo nº 65 – Em 14 de março de 1909 (domingo), 13H00 – SPORT UNIÃO BELENENSE-CARCAVELLOS SPORT CLUB, marcado para o campo da Quinta Nova (Carcavelos), com o Árbitro: Félix Bermudes, não se realizou por desistência do SUB. Foram averbados os dois pontos em disputa ao CSC.
Jogo nº 66 – Em 14 de março de 1909 (domingo), o desafio entre as equipas do SPORTING CLUB DE PORTUGAL e do SPORT LISBOA E BEMFICA, marcado para o campo da Feiteira (Benfica), não se realizou por falta de comparência do SCP. Ao SLB foram creditados os dois pontos em disputa.
Jogo nº 68- Em 21 de março de 1909 (domingo), o jogo SPORTING CLUB DE PORTUGAL-SPORT UNIÃO BELENENSE não se efetuou por falta de comparência do SCP. O SUB usufruiu dos dois pontos em disputa.
Jogo nº 69 – Em 25 de março de 1909 (quinta-feira), 11H30 – SPORT GRUPO IMPÉRIO-SPORT LISBOA E BEMFICA (0-0), no campo da Feiteira (Benfica). Árbitro: João Scarlett.
Jogo nº 70– Em 25 de março de 1909 (quinta-feira), o desafio entre as equipas do SPORT CLUB ESTEPHANIA e do CARCAVELLOS SPORT CLUB, marcado para o campo da Quinta Nova (Carcavelos), não se realizou por desistência do SCE, o qual, em 30 de dezembro de 1908, na Assembleia-geral da Liga, anunciou ter terminado a sua filiação nesta entidade.
Jogo nº 71 – Em 28 de março de 1909 (domingo), o jogo CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL-SPORTING CLUB DE PORTUGAL, não se efectuou por falta de comparência do SCP. O CIF averbou os dois pontos em disputa.
Jogo nº 72 – Em 28 de março de 1909 (domingo), 12H30 – SPORT UNIÃO BELENENSE-SPORT LISBOA E BEMFICA, marcado para o campo de Alcântara, não se realizou por desistência do SUB. Árbitro: António Diniz (SGI).
CLASSIFICAÇÃO FINAL
1º CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL – Jogos: 12/Vitórias: 9/Empates: 3/Derrotas: 0/Golos marcados: 37/Golos sofridos: 7/Pontos conquistados: 21.
2º CARCAVELLOS SPORT CLUB – Jogos: 12/ Vitórias: 7/Empates: 3/Derrotas: 2/Golos marcados: 21/Golos sofridos: 17/Pontos conquistados: 17.
3º SPORT GRUPO IMPÉRIO – Jogos: 12/Vitórias: 6/Empates: 4/Derrotas: 2/Golos marcados: 12/Golos sofridos: 10/Pontos conquistados: 16.
4º SPORT LISBOA E BEMFICA – Jogos: 12/Vitórias: 5/Empates: 5/Derrotas: 2/Golos marcados: 12/Golos sofridos: 15/Pontos conquistados: 15.
5º SPORTING CLUB DE PORTUGAL – Jogos: 12/Vitórias: 2/Empates: 1/Derrotas: 4/Faltas de comparência: 5/Golos marcados: 6/Golos sofridos: 20/Pontos conquistados: 5.
6º SPORT CLUB ESTEPHANIA – Jogos: 12/Vitórias 2/Empates: 0/Derrotas: 2/Faltas de comparência: 8/Golos marcados: 5/Golos sofridos: 3/Pontos conquistados: 4.
7º SPORT UNIÃO BELENENSE – Jogos: 12/Vitórias: 2/Empates: 0/Derrotas: 6/Faltas de comparência: 4/Golos marcados: 4/Golos sofridos: 25/Pontos conquistados: 4.
Total de golos marcados: 97
CAMPEONATOS 1908/1909
ORGANIZADOS PELA LIGA PORTUGUEZA DE FOOT-BALL
3ª CATEGORIA
ESTE ESCALÃO É COMPOSTO PELOS 9 SEGUINTES CLUBES: AJUDENSE FOOT-BALL CLUB, CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL, CLUB SPORT ESTEPHANIA (viria a desistir em 1 de janeiro de 1909), GRUPO LUZO FOOT-BALL, GRUPO SPORT DE QUELUZ (viria a desistir em 10 de janeiro de 1909), SPORT CLUB IMPÉRIO, SPORT GRUPO MADEIRENSE, SPORT LISBOA E BEMFICA e SPORT UNIÃO BELENENSE.
Estes clubes, neste escalão, realizaram imensos treinos e desafios entre si, sem caracter oficial:
O campeonato iniciou-se a 20 de novembro de 1908 e estava previsto terminar a 4 de abril de 1909.
Eleita a comissão desta categoria, ficou assim constituída: Presidente, Félix Bermudes (SLB); Secretários, Franco (CIF) e Luiz Raul Nunes (SGI).
O vencedor da terceira categoria, foi:
SPORT CLUB IMPÉRIO
4ª CATEGORIA
Académico Sport Club, Avenida Foot-ball Club, Foot-Ball Club Torpedeiros, Foot-ball Lisboa Club, Grupo de Foot-ball da Amadora, Grupo Foot-ball Bemfica, Grupo Sport da Cruz Branca, Grupo Sport da Cruz Quebrada, Grupo Sport Estrella, Grupo Sport Ideal, Grupo Sport União Académico, Grupo Sportivo Ateneu, Grupo Sportivo Aurora, Grupo Sportivo União, Luzo Académico, Sport Arsenal, Sport Club Dramático “A Liberdade”, Sport Club Estephania, Sport Club Preto e Branco, Grupo Sport Cruz Verde, Sport Grupo Aliança, Sport Grupo Leão, Sport Grupo Lusitano, Sport Grupo Madeirense, Sport Grupo Nacional, Sport Grupo Portugal, Sport Império, Sport Lisboa e Bemfica, Sport Luzo Campolide, Sport Universo, Sporting Club União e Sporting Grupo Imperial.
5ª CATEGORIA
Colégio Militar, Grupo Sport da Cruz Quebrada, Sport Avenida, Sport Club Estephania, Sport Grupo Aliança, Sport Grupo Leão, Sport Lisboa e Bemfica, Sport Luzo Nacional e Sporting Grupo Imperial.
6ª CATEGORIA (Infantil)
Académico Foot-ball Club, Club Internacional de Foot-ball, Club Inglês, Foot-ball Bemfica, Grupo Sport Cruz Verde, Grupo Sport da Cruz Quebrada, Sport Grupo Madeirense e Sport Lisboa e Bemfica.
CAMPEONATOS 1908/1909
ORGANIZADOS PELA LIGA PORTUGUEZA DE FOOT-BALL
CAMPEONATO ESCOLAR
REGULAMENTO DA TAÇA SENNA CARDOSO
É constituído pelos catorze artigos seguintes:
1º - A Liga Portugueza de Foot-ball, com o fim de desenvolver na mocidade escolar o gosto pelos exercícios físicos, indispensáveis à instrução intelectual, criando nela qualidades morais, tais como a disciplina, coragem, tenacidade, solidariedade e iniciativa, que devem formar homens fortes e uteis ao seu país, institui uma taça que será destinada ao jogo de futebol e denominada “Taça Senna Cardoso”.
2º - Esta taça será disputada anualmente por todos os liceus e escolas oficiais e particulares da capital que para esses efeitos se inscrevam na Liga Portugueza de Foot-ball e ficará pertencendo ao liceu ou escola vencedora em três anos consecutivos ou intervalados.
3º - O nome do liceu ou escola vencedora em cada ano será inscrito na taça por conta da Liga, ficando aquela na posse do referido vencedor, por espaço de onze meses, a partir da data da sua entrega feita pela Liga.
4º - A entrega da taça a que se refere o artigo anterior será feita dentro de 15 dias a partir do último desafio do ano, sendo devolvida à Liga findo o prazo a que se refere o mesmo artigo.
5º - Para a classificação do liceu ou escola vencedora, cada um dos inscritos terá de jogar duas vezes contra o mesmo adversário, contando cada jogo ganho 2 pontos para o vencedor e cada jogo empatado um ponto para cada clube.
6º - Os desafios da Taça devem ser regulamentados por forma a não irem além das férias da Páscoa.
7º - Os liceus ou escolas que desejem inscrever-se na Liga devem pagar a importância de 5$000 reis anuais , e nomear um delegado junto da Liga para efeitos de reclamações e informações.
8º - Os liceus ou escolas devem indicar à Liga o uniforme do seu grupo, fazendo com que todos os jogadores se apresentem em campo uniformizados.
9º - A Liga, de acordo com os delegados dos liceus ou escolas, marcará a data, o tempo e horas dos diferentes desafios, e nomeará os Juízes de campo.
10º - Caso um grupo não compareça no campo no dia e hora marcada, perde o desafio, havendo uma tolerância de 15 minutos.
§ único - Nenhum grupo pode jogar com menos de 8 jogadores para efeitos deste artigo.
11º - Os grupos dos liceus ou escolas devem ser constituídos exclusivamente pelos alunos que as frequentem na época do jogo e que tenham idade inferior a 20 anos no doía 1 de novembro, data em que começa a época de futebol para as escolas.
§ único - Nenhum aluno pode jogar por duas escolas na mesma época. Caso qualquer aluno mude de escola, deverá ser participado à Liga e só poderá jogar pelo novo grupo depois de aceite e publicado no órgão da Liga essa mudança.
12º - Para os efeitos de fiscalização na composição dos grupos terá cada grupo um capitão, o qual será responsável junto da Liga pela constituição do seu grupo.
13º - Os desafios de futebol são jogados conforme as regras inglesas, adotadas pela Liga.
14º - Este regulamento pode ser alterado nas suas disposições por qualquer caso de força maior, providenciando, então, a Liga como houver por melhor, de acordo com os delegados interessados, não alterando, porém, o espírito do regulamento.
ESTA COMPETIÇÃO DISPUTOU-SE DE 8 DE NOVEMBRO DE 1908 A 11 DE ABRIL DE 1909, PELAS SEGUINTES 9 EQUIPAS, UTILIZANDO CADA QUAL O EQUIPAMENTO QUE SE MENCIONA. REGISTAM-SE IGUALMENTE OS NOMES DOS JOGADORES QUE MAIS PARTICIPARAM NOS DESAFIOS PROGRAMADOS:
ESCOLA ACADÉMICA (camisola às riscas azuis e brancas e calção branco). A. Canuto Lisboa, Alberto José da Costa, António Vaz Monteiro. Arnaldo Fortes, Francisco Ignacio Mendonça, H. Monteiro de Castro, João Guerra, José Canuto Lisboa, Júlio José da Costa (capitão), Manuel Gomes Pereira, Manuel Sousa Pessoa e Numa Figueiredo.
ESCOLA ESTEPHANIA (camisola verde e cor-de-rosa e calção branco). Desistiu em 23 de novembro de 1908. A. Bicudo, Basílio Dantas, F. Villar, J. Alves, J. Cadete, J. Carmo, J. Homem, J. Pacheco, J. Pinto, M. Antunes e Schultz.
ESCOLA POLYTECHNICA (camisola branca com braçadeiras azuis e calção branco). A. Barreto, Adelino Fontes, Anapaz, António Mascarenhas, F. Cabral, Fernando Castro, J. Romero, Joaquim Silveira, Macedo dos Santos, Pelian, Saldanha, Tocha e Virgílio Paula.
INSTITUTO INDUSTRIAL DE LISBOA (camisola branca, com faixa azul e branca e calção branco). A. Vivaldo, Alfredo Azevedo, António Duarte, Barros, Figueiredo, G. Andrade, Germano de Vasconcelos Júnior, Gomes Cal, J. Araújo, J. Gil, Júlio Castro, Leopoldo Mocho, Octávio Bastos e Vítor Lopes de Azevedo.
LICEU CAMÕES (SÃO DOMINGOS) (camisola branca, com escudo azul e amarelo e calção branco). André João Pereira, António Carvalho Lima, António Stromp, Arthur Carvalho, Francisco Stromp, H. Borges de Castro, Horácio Gomes da Silva, José Caldas, José Stromp (capitão), Lourenço Neves, Motta, Pinto Coelho, Virgílio Gomes da Silva e Xavier.
LICEU DA LAPA (camisola branca com faixa azul) e calção branco. Augusto Santos, Boaventura Bello, Borja Santos, Cruz, Ernesto Simões, Filipe Mendes, João Villa Franca, Júlio Simões, Miguel Simões, Queiroz Andrade e Raymundo Vieira.
LICEU PASSOS MANUEL (CARMO) (camisola encarnada e branca e calção branco). Ayres de Menezes, Fernando Pereira, Geraldes Barba, Guilherme C. Pereira, J. Câmara Pestana, Jayme Almeida Leal, Luiz Pereira, Manuel Ryder da Costa, Marcial Freitas da Costa, P. Marques da Silva, P. Tito Pagani e V. Valente.
REAL CASA PIA DE LISBOA (camisola azul e calção branco). A. Santos, António Ambrósio, António Maria Aleixo Dias, António Martins, Ernesto Correia, F. Boa-viagem, F. J. Sousa, F. Tavares, Florindo Dias Serras, Florindo Simões, Francisco Correia, Ignacio Carreira, J. Eugénio, J. Exposto, , J. Raposo, J. Silva, J. Simões, P. Fernandes e Raul Borges.
REAL COLÉGIO MILITAR (camisola e calção azuis). Elton Dias, Ernesto Chianca Maia, Faria de Morais, Gastão Rego, Jacintho Pires, José Mendia, Leite, Lemos, Neves, Palma, Perestrello Silva, Prestes Salgueiro, Rosado e Sacramento Monteiro.
CLASSIFICAÇÃO:
1º LICEU DA LAPA, 29 PONTOS; 2º INSTITUTO INDUSTRIAL, 23; 3º ESCOLA ACADÉMICA, 21; 4º REAL CASA PIA, 18; 5º ESCOLA ESTEPHANIA, 14; 6º ESCOLA POLYTECHNICA, 13; 7º LICEU CAMÕES (SÃO DOMINGOS), 9. DESISTIRAM: LICEU PASSOS MANUEL (CARMO) E REAL COLÉGIO MILITAR.
DESTAQUES MAIS RELEVANTES
*A Liga Portugueza de Foot-ball, desejando que a época 1908/1909 fosse toda ela um êxito absoluto, voltou a reuniu, desta feita em 7 de outubro de 1908, pelas 21H00, nas instalações do Real Gymnásio Club Portuguez, onde traçou linhas de rumo, com vista ao objetivo, como procurar que todos os grupos que tenham recintos desportivos facilitem as entradas aos espetadores, sejam de que clubes forem; proceder à edição das novas regras do jogo, cujo responsável será Carlos Villar, tendo como base e modelo as utilizadas em Inglaterra; os Juízes de campo que tenham o bom senso de escolherem os fiscais de linha que não pertençam às equipas em confronto e que tenham completo conhecimento da função que desempenham; manifestando organização e atualidade a Liga elaborou a lista dos Árbitros e dos campos onde se realizarão os desafio, até ao final do campeonato das 1ª e 2ª categorias, previsto para finais do próximo mês de março.
*Conforme decisão assumida na reunião anterior, a Liga Portugueza de Foot-ball decidiu alterar as seguintes regras do jogo, extraídas das leis inglesas: Lei 6 (a juntar ao texto) “Não é considerado “fora de jogo” o jogador que estiver dentro da sua metade do campo no momento de a bola ser jogada ou metida em jogo da linha de touch por qualquer jogador da sua equipa.” A juntar às decisões oficiais: “Na direção da linha do meio-campo do jogo podem ser colocadas bandeiras, contando que fiquem à distância de uma jarda (0,914 metros) para fora da linha de touch e sejam colocadas sobre paus de altura mínima de 1,65 mts. (5 pés)”. Lei 9 (a juntar ao texto) “Quando um jogador volta a frente para a sua baliza, ao ser atacado, ou estando para o ser por um adversário, pode ser empurrado pelas costas, visto estar intencionalmente fazendo obstrução”. Lei 13 (a juntar às decisões oficiais. “É considerado comportamento grosseiro ou inconveniente para os efeitos desta lei, a persistência de infrações às leis do jogo”. Lei 17 (a juntar ao texto) “No caso de expulsão de algum jogador o Juiz tem o direito de conceder um free kick ao partido contrário”.
*Na Assembleia-geral da Liga Portugueza de Foot-ball, em 30 de dezembro de 1908, foi eleita a direção para o ano de 1909, apurando-se o seguinte resultado: Presidente, Dr. Januário Barreto (GSB); Vice-presidente, António dos Santos Mendonça (CIF); Secretários, Eduardo Luiz Pinto Basto (CIF) e Luiz Carlos Faria Leal (GSB). Vogal, J. Mellis (CSC). O Sport Club Estephania desistiu da sua filiação, nesta entidade.
*O Sporting Club de Portugal reuniu em 2 de janeiro de 1909, nas instalações do Ateneu Comercial, os delegados das equipas concorrentes aos Torneios de Futebol por si organizado, de terceira e quarta categorias, para elegerem a direção dos torneios e elaborarem os calendários dos jogos, cujos participantes são:
No primeiro grupo (8): Ajudense Foot-ball Club, Club Internacional de Foot-ball (Carlos Villar), Club Sport Estephania (Mário Jorge Lemos Pistacchini), Grupo Sport de Queluz (Gouveia e Silva), Grupo Sport Ideal, Sport Grupo Império (Luiz Raul Nunes), Sport Luzo Nacional (Mário Navarro) e Sporting Club de Portugal (José Holtreman Roquette). No segundo escalão (7): Académico Sport Club (Amílcar Brêa), Club Sport Estephania, Clube Internacional de Foot-ball, Grupo Sport Ideal (Fernando Galhardo), Sport Grupo Império, Sport Luzo Nacional e Sporting Club de Portugal.
Entre parêntesis, os delegados presentes.
A direção é assim constituída: Presidente, Carlos Villar; Vice-presidente, Luiz Raul Nunes; Secretário, José Holtreman Roquette.
Estes torneios iniciaram-se em 10 de janeiro de 1909.
O regulamento desta iniciativa, tem os seguintes 34 artigos:
1º - Tomam parte nestes torneios unicamente os grupos convidados pelo SCP para esse fim.
2º - A inscrição é absolutamente gratuita, correndo todas as necessárias despesas por conta do Club organizador
3º - O grupo convidado que deseje inscrever-se deve enviar à direção do SCP uma declaração em que afirme aceitar as condições impostas por este regulamento.
4º - É igualmente necessário indicar o número de grupos que o clube deseja inscrever , os nomes e moradas particulares do capitão ou capitães dos grupos concorrentes e do representante ou delegado (maior de 20 anos) que deverá assistir às futuras reuniões , qual o uniforme adotado, qual a sede oficial do clube, e se este possui campo com as dimensões regulamentares que possa ceder para estes torneios.
§ único - Só é permitida a inscrição no torneio da quarta categoria aos clubes que tomem parte no torneio de terceiras categorias.
5º - O capitão de cada grupo enviará uma lista dos jogadores efetivos e suplentes do seu grupo.
6º - Cada clube é obrigado a inscrever um Juiz de campo com reconhecida competência e o número de suplentes que quiser, também competentes.
7º - Não poderão tomar parte nestes torneios jogadores da primeira e segunda categoria inscritos na Liga de Futebol, a não ser que deixando de pertencer definitivamente a esses grupos superiores, permaneçam 30 dias consecutivos sem jogarem em desafios oficiais das primeira e segunda categorias. Para cumprimento rigoroso desta disposição, os clubes que tenham grupos inscritos na Liga deverão apresentar uma lista dos jogadores das suas primeiras e segundas categorias, na totalidade de 25 jogadores, ou de 14 caso só tenha segunda categoria inscrita.
8º - A inscrição para os torneios fechará quinze dias antes da data fixada para o seu começo. Todas as informações já mencionadas deverão ser apresentadas à direção do Sporting Club de Portugal antes da data do encerramento da inscrição.
9º - No mesmo torneio, cada clube não poderá inscrever mais do que um grupo em cada categoria.
10º - Todos os jogadores da quarta categoria podem ser suplentes à terceira categoria. O número de suplentes é ilimitado.
11º - Nenhum jogador inscrito para a terceira categoria poderá jogar na quarta categoria.
12º - Todos os clubes durante os torneios podem inscrever novos jogadores, respeitando as condições impostas pelos artigos 7º, 13º e 14º e designando a categoria a que esses novos jogadores ficam pertencendo.
13º - Nenhum jogador poderá jogar por dois clubes na mesma época em desafios destes torneios. O jogador despedido de um clube durante os torneios não poderá tomar parte nos desafios a favor de outro clube.
14º - Todo o jogador que, depois de começados os torneios, jogue mais do que uma vez em desafios oficiais por um grupo de categoria superior, considera-se agregado definitivamente a esse grupo e não poderá jogar mais, em desafios destes torneios, por grupos de categorias inferiores.
§ único - Não são considerados oficiais para os efeitos desta disposição, os desafios de torneios ou campeonatos escolares.
15º - É obrigatório o uso do uniforme do clube para os jogadores dos grupos concorrentes.
16º - Se um ou mais jogadores se apresentar sem o uniforme completo não poderão tomar parte no desafio, devendo, portanto, o seu grupo jogar sem eles. É, contudo, permitido ao jogador que ocupa o ligar de goal-keeper o uso de uniforme especial.
17º - A sorte indicará os grupos que se devem bater em desafios a pôr fora no melhor de três desafios jogados em dias diferentes, batendo-se por sua vez os vencedores pelo mesmo processo até se apurar um único vencedor.
18º - Os desafios serão jogados pelas regras inglesas de Association de 1906/1907 (únicas que se encontram traduzidas em português). Todos os clubes são obrigados a adquirir um exemplar dessas regras, que será posto à disposição dos jogadores para sua instrução.
19º - A duração dos desafios será de 70 minutos para a terceira categoria e 60 para a quarta categoria com um pequeno intervalo (10 minutos o máximo, salvo caso de força maior) entre as duas partes. Em caso de empate será aumentado em 20 minutos a duração do jogo, trocando de campos ao fim de 10 minutos, sem intervalo. Caso continue o empate depois deste tempo, será transferido o desafio.
20º - A comissão de delegados determinará em que os desafios os clubes deverão fornecer as bolas, de modo que esta obrigação, seja dividida com a maior igualdade possível por todos os clubes concorrentes. O clube a quem couber este encargo deverá apresentar uma bola nova ou em muito bom estado, devidamente cheia, e o grupo adversário outra que possa imediatamente substituir a primeira, em caso de avaria.
21º - Os desafios começam à hora marcada com o número de jogadores presentes (oito jogadores de cada clube pelo menos), podendo os retardatários ocupar os seus lugares à medida que forem chegando. Se um dos grupos não comparecer no campo, um quarto de hora depois da hora marcada, será o outro considerado vencedor.
22º - Nos casos de chuva excessiva ou de mau estado do campo e não havendo acordo por parte dos capitães, o Juiz de campo resolverá se desafio se deve realizar ou não, consultando a direção do clube proprietário do campo sobre se permite o jogo nessas condições.
23º - Um desafio pode ser transferido no caso exposto no artigo 22º, ou caso os capitães concordem por qualquer motivo nessa transferência, mas o adiamento de um desafio não deve alterar a ordem dos já estabelecidos.
24º - O Juiz de campo deve ser nomeado pela comissão de delegados e deve pertencer a um clube diferente dos dois clubes em campo.
25º - Os juízes de campo deverão preencher uns impressos especiais, que lhes serão fornecidos, e enviá-los ao secretário da comissão de delegados no próprio dia do desafio. Os juízes são obrigados a mencionar qualquer incidente que tenha havido durante o jogo.
26º - Durante o jogo têm os clubes de se conformar com as decisões do juiz.
27º - Qualquer clube pode protestar contra as decisões do Juiz, sendo esse protesto somente válido quando for apresentado à comissão de delegados por escrito e entregue antes que sejam decorridas 48 horas depois do jogo. No caso de se provar que o Juiz procedeu com manifesta má-fé ou que foi propositadamente parcial, será este suspenso do exercício das suas funções e o desafio anulado.
28º - A comissão de delegados será composta por um representante de cada clube inscrito. Este representante, em caso de força maior, poderá enviar um substituto (maior de 20 anos) às reuniões.
29º - A comissão reunirá duas vezes por mês, enquanto durar os torneios e extraordinariamente sempre que seja preciso.
30º - A comissão tem por fim: a) Registar e confirmar os resultados dos desafios dos torneios e marcar as datas da sua realização; b) Resolver quaisquer incidentes sobre assuntos relativos a estes torneios e executar as disposições dos artigos 20º e 24º; c) Resolver qualquer dúvida a que possa dar lugar a interpretação do presente regulamento.
31º - Caso falte a qualquer reunião um membro da comissão, entende-se que ele concorda com as resoluções tomadas.
32º - Dentre os membros da comissão serão eleitos um presidente e um secretário, devendo todas as reclamações e correspondência serem dirigidas a este último, o qual consultará o presidente sempre que lhe pareça necessário reunir extraordinariamente a comissão.
33º - Ficam a cargo do secretário as actas das reuniões, os convites para as reuniões, indicando aos delegados o local, dia e hora em que se realizam, e toda a restante correspondência.
34º - Conforme a disposição do artigo 2º, todos os impressos, papel timbrado, selos postais, etc., serão fornecidos ao secretário pelo clube organizador.
TAÇA ALVALADE
Artigo 1º - Será entregue ao grupo vencedor da terceira categoria a taça Alvalade, que ficará um ano em poder do mencionado clube, devendo este, trinta dias antes da data fixada para o novo torneio, enviá-la à direção do Sporting Club de Portugal para ser novamente disputada.
TAÇA HOLTREMAN
Artigo 1º - Será entregue ao grupo vencedor da quarta categoria a taça Holtreman, que ficará um ano em poder do mencionado clube, devendo este, trinta dias antes da data fixada para o novo torneio, enviá-la à direção do Sporting Club de Portugal para ser novamente disputada.
Artigo 2º - Esta taça ficará pertencendo definitivamente ao clube duas vezes vencedor deste torneio, nesta categoria.
Os vencedores foram:
SPORT GRUPO IMPÉRIO – Na terceira categoria
SPORTING CLUB DE PORTUGAL – Na quarta categoria.
*Na sua reunião de 5 de janeiro de 1909, a Direção da Liga Portugueza de Foot-ball, cuja sede situava-se na Praça Luiz de Camões, 6-2º andar, em Lisboa, aprovou um voto de profundo sentimento pela horrorosa catástrofe em Messina (Itália), terramoto ocorrido às 05H20, do dia 28 de dezembro de 1908 (segunda-feira) que causou 156.400 mortos, e determinou, em favor das vítimas, organizar um desafio de futebol entre portugueses e ingleses, com entradas pagas, no dia 17 de janeiro (domingo), mas não se realizou nesta data devido ao mau tempo. Mas tal acontecimento verificou-se às 14H00, do dia 2 de fevereiro de 1909 (terça-feira), no magnifico campo do Sporting Club de Portugal, no Lumiar, que estava impecável, com excelentes marcações do terreno e bem resguardado, tendo os grupos apresentado os seguintes jogadores: portugueses, António da Costa (SLB, 1 golo), António Meyrelles (SLB), Arthur José Pereira (SLB), Augusto Sabbo (CIF), Carlos França (SLB), Cosme Damião (SLB), Fernando Pinto Basto (CIF, 3 golos), João Carvalho Persónio (SLB), José Bello (SCP e foi quem escolheu a equipa), Leopoldo Mocho (SLB) e Luiz A. Vieira (SLB). Foram, ainda, selecionados António Rosa Rodrigues (SCP) e Henrique Costa (SLB), mas não atuaram por motivo de doença.
Os ingleses: C. Barley (CIF), C. Large (CSC), F. Harvey (CSC), G. Barley (CIF), H. Harris (CSC), J. Hammond (CSC), K. Thompson (CSC), M. Barley (CIF), R. Perkins (CSC, 1 golo), V. Weaver (CSC) e W. Greene (CSC).
Árbitro: Eduardo Luiz Ferreira Pinto Basto (CIF). Fiscais de linha: Lowe (inglês) e Daniel Queirós dos Santos (SCP). Fiscais de baliza: Félix Bermudes (SLB) e João Bentes (SCP).
O resultado no final do desafio foi de 4-1, favorável ao grupo português, com 2-1 ao intervalo.
O número de espetadores rondou os 3.000, responderam assim ao apelo, designadamente, centenas de senhoras.
A banda de música faltou a este compromisso. Pese embora estivesse a sua presença mencionada no programa deste espetáculo.
*Em 18 de fevereiro de 1909 estimava-se que os jogadores existentes em Portugal deveria rondar os 3.000 filiados e o Foot-ball Bemfica iria organizar o seu 6º grupo.
*O Sporting Club de Portugal, na sua Assembleia-geral de 19 de fevereiro de 1909, deliberou a sua saída da Liga Portugueza de Foot-ball, com efeitos imediatos para a sua equipa a disputar o campeonato da primeira categoria, assim como também aprovou, aqui por maioria, a exclusão do associado e capitão da primeira categoria, José Bello.
*A Liga Portugueza de Foot-ball, em sessão especial, realizada na quinta-feira, dia 22 de abril de 1909, às 21H00, nas instalações da liga Naval, promoveu a entrega dos prémios aos clubes que se classificaram nos primeiros lugares das 1ª, 2ª e 3ª categorias e no escalão de Escolas.
Entre muitos, estiveram presentes o Dr. Januário Barreto, Presidente da Liga; o Dr. Reis Santos, da Liga da Educação Nacional, que foi incumbido de dirigir os trabalhos, tendo falado na influência do futebol na sociedade portuguesa; o senhor Álvaro Lacerda, que abordou o tema vencedores e vencidos; o Tenente Joaquim Costa que tratou da implantação do futebol em Portugal, a Liga e as Escolas, e a integração do jogo nas classes populares; o Dr. Sá Oliveira historiou o futebol nos Liceus e destacou a ginástica, como sendo a base fundamental na regeneração do povo de Portugal.
As respetivas taças, que estiveram em exposição no Chiado, na Retrosaria David & David, foram recebidas pelos representantes dos seguintes participantes:
CARCAVELLOS SPORT CLUB, vencedor do campeonato da 1ª categoria: J. Hammond. Taça da Liga.
CLUB INTERNACIONAL DE FOOT-BALL, vencedor do campeonato da 2ª categoria: Plácido Duro. Taça da Liga.
SPORT CLUB IMPÉRIO, vencedor do campeonato da 3ª categoria: J. Carmo Ferreira. Taça da Liga.
LICEU DA LAPA, vencedor do campeonato Escolar: Borja dos Santos. Taça Senna Cardoso.
*A
revista “Tiro e Sport”, no seu número 418, de 10 de maio de 1909, página 2,
regista algumas observações pertinentes sobre o desempenho da Liga Portugueza
de Foot-ball, que aqui se transcrevem: O povo português quer sair da atrofia
física e mental, que se vem mantendo há séculos, e cria, nesta altura,
estruturas capazes de superarem tal estado de coisas, entre elas a Liga
Portugueza de Foot-ball, a qual, por bem, está a tentar ultrapassar situações
nada condizentes com a atualidade. Pretendeu, a Liga, organizar campeonatos de
futebol, mas com regulamentação inadequada, baseada no desporto alemão, que
nada serviu o jogo, em Portugal. A falta de rigorosa vedação e fiscalização dos
campos de futebol, estabelecendo que houvessem entradas pagas pelo publico nos
jogos oficiais, cobrando a Liga, para si, uma pequena percentagem, ficando o
restante para os clubes que colocam os seus campos à disposição dos
organizadores, o que lhes permitiria adquirirem um desenvolvimento e um vigor
que de nenhum outro modo poderão atingir. Há que acertar a definição dos actos
de profissionalismo em matéria de futebol. Houve falha na não criação da Liga do Norte, impedindo a concretização do título de campeão de Portugal. A classificação dos Juízes de campo,
optando melhorar o seu desempenho, que poderá passar por exames técnicos e
provas práticas, evitando-se os constantes protestos, habituais cá por casa. A
desistência dos clubes no decorrer dos torneios, é, também, um mal que poderia
ser resolvido se houvesse um depósito de garantia, avultado, de onde sairiam as
multas, perdendo o clube o direito, no caso de desistência. A mudança de clube
por parte dos jogadores é, também, um tema a ter em consideração, dificultando
tais facilitadas trocas, com legislação objetiva e rigorosa. Á parte destas
irregularidades, o editor, reconhece que o funcionamento da LPF foi auspicioso
e brilhante, demonstrativo de um manifesto progresso e de uma criteriosa e ativa
gerência. Destaca, a seguir, os nomes dos membros da direção (Dr. Januário
Barreto, presidente; Eduardo Luiz Pinto Basto, 1º secretário; Luiz Carlos de
Faria Leal, 2º secretário; J. Mellis, vogal), prestando culto sincero aos
verdadeiros apóstolos da santa cruzada da educação física, deixando registado o
seu aplauso à direção da Liga.
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