quarta-feira, 22 de agosto de 2018

FUI VOLUNTÁRIO DURANTE 867 DIAS! - 1º DE 29 EPISÓDIOS - JANEIRO DE 2014

A seguir é relatado, passo a passo, o movimento diário da agradável e gratificante atividade desempenhada no Museu da Associação de Futebol de Lisboa, localizado no Chiado, como seu responsável, entre janeiro de 2014 e maio de 2016.
 
 
Nota: este registo, com imagens, nada mais é do que uma forma de preservar a memória do que de bom se passou naquele período, simplesmente…
 

16.01.2014-Quinta
1.Ontem, dia 15, saiu o Comunicado Oficial nº 70 da Associação de Futebol de Lisboa, a dar conta da minha nomeação como Diretor do Museu, não remunerado.
2.Face à greve do Metropolitano de Lisboa, entrei ao serviço às 10H15, procedendo de imediato à minha apresentação pessoal a todos os colaboradores da AFL, bem como no Conselho de Arbitragem (rua dos Fanqueiros).
3.Dada a indicação do presidente Nuno Lobo entrei em contacto com o Sport Lisboa e Benfica (Drª Rita Costa) a programar reunião de trabalho para expor os assuntos já adiantados, caso do tratamento da Taça de Honra.
4.Na expectativa de proporcionar melhor relacionamento entre a AFL e os seus filiados com museus procedi a solicitação de reunião ao Sporting Clube de Portugal, falando com a Engª Lúcia Paula que deu as indicações necessárias para o efeito, destacando o Dr. José Quintela, dirigente e responsável por essa área.
5.Recebi 20 livros “100 anos de futebol”, edição da AFL, cuja capa se divulga, para efeitos de oferta a ilustres personalidades que visitem o Museu da AFL.
6.Falei com um dirigente do Clube Oriental de Lisboa (Diogo Calado), sobre a visita a fazer à sua sala de troféus.
7.Falei com os possíveis membros do Conselho Consultivo do Museu da AFL.
8.Saí às 17H00.
17.01.2014-Sexta
1.Entrei às 09H30.
2.Contactei a responsável do Museu do Clube de Futebol “Os Belenenses”, Dª Argentina Fonseca (filha do saudoso e célebre jogador internacional do mesmo clube Matateu), a programar a visita às suas instalações.
3.Falei com o Atlético Clube de Portugal sobre o mesmo tema, mas dizem não ter sala de troféus.
4.Saí às 17H00.
20.01.2014-Segunda
1.Entrei às 13H45.
2.Contactei o Museu Nacional do Desporto (Drª Ana Semblano) a aceitar a data e hora proposta para apresentação de cumprimentos (4 de fevereiro, às 10H30).
3.Foram-me facultados os contactos do Clube Oriental de Lisboa.
4.Procuro as datas em que o Museu da AFL foi idealizado e construído.
5.Falei com o Dr. Nuno Lobo.
6.Sai às 17H15
21.01.2014-Terça
1.Entrada às 09H30.
2.Procurei saber dos cartões de visita que ainda não estão prontos.
3.Tive a (triste) notícia de que a Hemeroteca Municipal de Lisboa, em mudanças da rua de São Pedro de Alcântara para o complexo da Lapa, só estará em funcionamento em dezembro próximo…
4.Falei com Helder Tavares, responsável pelo Museu do Casa Pia Atlético Clube a marcar a reunião, prevista para a tarde do próximo sábado.
5.Saí às 17H00.
22.01.2014-Quarta
1.Entrei às 09H30.
2.Para poder responder ao presidente do Clube Futebol Benfica quanto à data da sua fundação considerada pela AFL na sua página, pesquisei alguns dados necessários à informação que será prestada amanhã, 5ª feira, de manhã quando me deslocar às suas instalações.
3.Saí às 12H30.
4.À tarde, entre as 14 e as 16H30 estive no Museu do Clube de Futebol os Belenenses, onde fiz a minha apresentação e estabeleci relacionamento institucional com a Dª Argentina Fonseca, como a foto demonstra. Terei que voltar para tratar assuntos mais técnicos, pois a maioria do espaço foi ocupado pela entrevista televisiva ao grande jogador Vicente Lucas, que se verificou no Museu.
23.01.2014-Quinta
1.Entrei às 14H00
2.Dada a greve no Metropolitano de Lisboa aproveitei para falar com o presidente do Clube Futebol Benfica, sr. Domingos Estanislau a quem expus corretamente o assunto que, em tempos, tinha colocado. Sugeri que informasse a AFL que a data da fundação do clube que está na sua página (02.11.1916) corresponde à inscrição e não à sua fundação.
3.O responsável pelo sítio portuense “Zero-Zero”, sr. Pedro Dias, pediu ajuda à AFL para terminar o projeto que tem vindo a desenvolver, pois pretendem historiar o campeonato nacional desde a sua criação até 1979, altura a partir da qual têm os seus dados atualizados. Foram-lhe dadas as informações disponíveis e o convite para visitar o nosso Museu.
4.Iniciei a preparação das dezenas de cromos dos equipamentos dos clubes filiados na AFL, até 1940, com vista à sua colagem nas duas cadernetas existentes (imagens acima).
5.Saí às 17H00.
24.01.2014-Sexta
1.Entrei às 09H30.
2.Falei com Helder Tavares, do Museu da Casa Pia a acertar a visita ao seu Museu.
3.Respondemos ao sr. Vítor Pinto (Real da Buraca) pois solicitou informação de um acontecimento que tinha participado de 1966, elementos encontrados na Revista Futebol, da AFL, de maio e julho do ano em referência.
4.Tomei conhecimento do Registo de jogadores lisboetas das épocas 1965/66 a 1969/70.
5.Elaborei lista pormenorizada dos clubes cujos equipamentos estão reproduzidos em dois volumes, que datam de 1940.
6.Sai às 17H00
25.01.2014-Sábado
1.Durante a tarde, entre as 15H30 e as 17H30, estive no Estádio Pina Manique, nas diversas salas do Museu do Casa Pia, a falar com o seu responsável, Helder Tavares (na foto).
2.Fiquei de lhe enviar pedido da cópia da carta da Liga Portugueza de Football, de 1910, a ceder os seus direitos à AFL, assim como outros documentos de relevante interesse para a AFL.
27.01.2014-Segunda
1.Entrei às 13H15
2.Continuei a tratar dos cromos.
3.Recebeu-se comunicação do Clube Atlético e Cultural a solicitar informação quanto a campeonatos e troféus conquistados. Rui Melo respondeu em conformidade.
Também Fernando Gallego, de Sevilha, pediu informações sobre jogos realizados em 1921 e foram-lhe facultados os elementos possíveis.
4.Das 17H00 às 17H30 estive reunido com o Dr. Tiago Vaz, vice-presidente da AFL.
5.Saí às 17H30.
28.01.2014-Terça
1.Entrei às 13H30.
2.Elaborei o primeiro relatório de atividade do Museu (de 16.01.2014 a 27.01.2014) e enviei-o ao Vice-Presidente Dr. Tiago Vaz.
3.O sr. Paulo Claro, assíduo visitante, recolheu dados na Biblioteca da centenária AFL.
4.Saí às 17H00.
 
29.01.2014-Quarta
1.Entrei às 09H00.
2.Recebi mensagem do Vice-Presidente da centenária AFL, Dr. Tiago Vaz a acusar a receção do relatório.
3.O sr. Paulo Claro informa que na Biblioteca Nacional de Lisboa dispõem dos Relatórios e Contas da centenária Associação de Futebol de Lisboa de 1920/1921, 1927/1928 e 1928/1929 (pfa.claro@gmail.com). Na nossa biblioteca não existem os exemplares dos anos vinte.
4.Escrevi para a Drª Rita Costa do Museu Cosme Damião (rcosta@slbenfica.p) sobre o pedido de reunião feito em 16.01.2014 (5ª feira).
5.Iniciei a elaboração de lista com o registo da inscrição dos clubes na centenária AFL desde 1910.
6.Enviado material promocional (pin) ao sr. Artur Manuel Vieira da Costa, de Veirinhos.
7.Saí às 17H00.
30.01.2014-Quinta
1.Entrei às 09H15.
2.Continuei a fazer o registo de clubes.
3.Falei com o sr. António Silva.
4.Saí às 17H00.
31.01.2014-Sexta
1.Entrei às 09H15
2.Continuei o registo de clubes.
3.Da Dª Madalena Louro recebi o espólio institucional que tinha à sua guarda.
4.Esteve presente o sr. António Ribeiro, historiador do Clube Oriental de Lisboa para recolher elementos.
5.Saí às 17H00.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

SÃO TOMÉ E AS SUAS CURIOSIDADES - CORPO DE BOMBEIROS - SEGUNDO E ÚLTIMO EPISÓDIO


14.05.1937 – O governador da então Província Ultramarina de São Tomé e Príncipe, Ricardo Vaz Monteiro, tendo em atenção a existência de algum material de combate a incêndios espalhado por diversos locais (Repartições e Câmara Municipal), e sendo absolutamente indispensável dotar a cidade com uma corporação especializada no assunto, facto detetado há algum tempo, apadrinhou a decisão municipal de 13 de maio de 1937, determinando a criação do Corpo de Bombeiros de São Tomé, encarregando o 2º oficial da Repartição de Serviços Aduaneiros, José de Sacadura Bretes, Vereador municipal, que tinha a seu cargo o pelouro dos incêndios, de assumir desde logo a Direção e Comando deste Corpo, com o compromisso de lhe apresentar um relatório onde constasse um projeto de regulamento, o estado atual do material existente e disperso, assim como as prioridades e orçamento para futuras aquisições, o que fez.
-1938-
Entretanto, foi implantado um conjunto de normas importantes, das quais se destacam:
1 – O efetivo, num total de 40 elementos, teria a sua proveniência do pessoal braçal e assalariado da Repartição dos Serviços Aduaneiros (20), da Câmara Municipal (15) e da Capitania dos Portos (5).
2 – No quartel haverá um livro de inscrição para os interessados que queiram alistar-se.
3 – Antes de integrarem o Corpo de Bombeiros teriam de ser inspecionados pelo Delegado de Saúde.
4 – O pessoal será mandado apresentar no quartel do referido Corpo de Bombeiros (perto do Matadouro Municipal), sempre que haja exercícios.
5 – Estes treinos serão aos sábados das 14 às 16 horas e, aos domingos, das 7 às 9 horas.
6 – Em caso de incêndio, ao toque de alarme, os bombeiros inscritos, apresentar-se-ão imediatamente no quartel.
7 – As faltas aos exercícios, assim como nos casos de incêndio, só poderão ser justificadas por motivo de doença (atestado médico) ou por motivo imperioso de serviço.
8 – As faltas não justificadas serão punidas com a pena de 1 a 5 dias de multa.
9 – Quem sair da Corporação deverá ser substituído por elemento que deverá morar na área da cidade.
10 – As regalias a conceder aos alistados como bombeiros, farão parte integrante do regulamento a elaborar.
-1938-
10.09.1938 – O Comandante do Corpo de Bombeiros, José de Sacadura Bretes, entre outras personalidades, e, dado o cargo que desempenha, é nomeado para integrar a Comissão de Receção ao então Ministro das Colónias, Francisco José Vieira Machado e ao Presidente da República, António Óscar Fragoso Carmona, que simultaneamente visitaram o arquipélago, por duas vezes, em 1938 (24.07.1938, Ilha do Príncipe, e 25 e 26.07.1938, ilha de São Tomé) e em 1939, nos dias 02 e 03.07.1939 (somente São Tomé), tendo a Corporação de Bombeiros de São Tomé o privilégio de ter feito parte da guarda de honra ao magistrado, nos dois anos, como se pode ver nas imagens que se anexam.
-1939-
05.02.1939 – A revista “Humanidade”, na sua edição 96, dedica uma página à Corporação dos Bombeiros de São Tomé, destacando o desejo do seu comandante, José Sacadura Bretes, dotar São Tomé com uma organização especializada e operacional apta a enfrentar os casos de sinistros que possam advir. Fez o milagre de recolher material arcaico e desajustado que se encontrava espalhado por diversos locais, recrutou e preparou um grupo de homens decididos a esmerarem-se e a superarem situações adversas, encetou contatos com os Sapadores de Lisboa no sentido de obter informações e apetrechos que fazem falta na sua corporação.
-1939-
Uma das suas felizes iniciativas foi a criação da seção de educação física para os seus formandos, possibilitando a prática de desporto. E nas últimas festas da cidade a sua colaboração foi efetiva, onde se viu um espetacular salto executado pelo bombeiro João Batista. Também a sua equipa de futebol deu um ar da sua graça, pois venceu o grupo mais forte da ilha, o Andorinha Sport Clube, por 2-1. No final, os elementos das duas turmas, brindaram com um “Porto de honra”, na parada do quartel.
-EXERCÍCIO-
Outras provas desportivas ocorreram, como corridas de sacos, corridas de bicicletas, de obstáculos e luta de tração. O público pagante acorreu em grande número, contribuindo assim para a Misericórdia de São Tomé, para o Cofre de Previdência da Associação dos Empregados do Comércio e Agricultura e para a Corporação dos Bombeiros.
14.05.1939 – Na cidade de São Tomé, aquando da inauguração da sede do Sport Lisboa e São Tomé (mais tarde, Sport São Tomé e Benfica), sita na avenida Dr. António José de Almeida, nºs 2 a 6, cerimónia que ocorreu com pompa e circunstância e com muitos convidados, na altura de discursar, o comandante José Sacadura Bretes, dá conta que também é dirigente do Grupo Desportivo dos Bombeiros, cuja equipa de futebol jogou com a do clube em festa e, segundo suas palavras, “empatou” por 4-0, e viu os jogadores de ambas as turmas a abraçarem-se. Prova, disse, que os praticantes vão aprendendo a saber ganhar, a saber perder, a saber jogar.
Mais adiantou: que o público está interessado cada vez mais no desporto, o que é uma realidade. A razão desse interesse provém do facto dos poderes públicos – Câmara Municipal e Governo da Província – terem construído um campo de jogos decente, um espaço que em breve será qualquer coisa de bom e de bonito. Antigamente jogava-se o futebol num pântano perto da cadeia, sem conforto, nem para os espetadores nem para os futebolistas.
Hoje existe um retângulo vedado que permite aos clubes realizarem algumas receitas para atender à grande despesa da manutenção das suas equipas. Julgarão muitas pessoas que fazer desporto é apenas chegar ao campo e dar pontapés na bola (isto quanto ao futebol que para isso não é preciso dinheiro), é um engano. Só o calçado para um grupo de futebol custa perto de mil escudos. Cada marcação de campo para um desafio leva 30 quilos de cal. E é preciso contar que os praticantes após o desafio precisam ter à sua disposição, álcool puro, tintura de arnica, vinagre aromático, etc., quando não necessitam de socorros mais caros.
Realçou: ainda há poucos dias um futebolista do Grupo Desportivo dos Bombeiros teve a infelicidade de fender o perónio da perna direita. Baixou ao hospital onde esteve uns tempos. Teve alta, mas durante muitos dias não pode ir trabalhar, no entanto não perdeu qualquer vencimento.
Por fim, destacou: os desenvolvimentos que se verificaram em São Tomé, no decorrer do ano de 1939, com o aparecimento dos Estatutos da Associação de Futebol, do Andorinha Sport Clube, do Sporting Clube de São Tomé, do Sport Lisboa e São Tomé; mais duas equipas, a dos Bombeiros e dos Soldados. Construção do campo de jogos. Terminou agradecendo o trabalho feito pelo Governo da Província em prol do desporto santomense.
José Sacadura Bretes (nas três últimas imagens), nasceu em São Tomé, em 5 de novembro de 1897, na Ponta Figo, Freguesia da Nossa Senhora das Neves e veio a falecer em Casalinhos de Alfaiata, Concelho de Torres Vedras, em 1960. Depois de ter exercido atividade nos serviços alfandegários de São Tomé foi transferido, em 1949, para Angola, Moçâmedes, para ocupar lugar de Diretor da Alfândega local. Não perdeu o ensejo de reativar o Corpo dos Bombeiros de Moçâmedes, criado em 19 de maio de 1904, inativo há 45 anos, e ser o seu Comandante. A Liga dos Bombeiros Portugueses, em 1 de abril de 1955, delega-lhe a sua representatividade em Angola. Doou a história da Corporação de Moçâmedes, toda ela por si manuscrita, à Liga dos Bombeiros Portugueses, acontecimento registado em 17 de julho de 1958.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

SÃO TOMÉ E AS SUAS CURIOSIDADES - CORPORAÇÃO DE BOMBEIROS (1º DE 2 EPISÓDIOS)

A cidade de São Tomé, em 1924, teve uma corporação de bombeiros voluntários!
 Para tal, foi criada a delegação da Associação dos Bombeiros Voluntários da Ajuda, Cruz Verde, cuja fundação se verificou em 10 de abril de 1880 e em Lisboa e tinha a sua sede principal na praça da Alegria, 27, bem perto da avenida da Liberdade. Bem recentemente mudou-se para o Bairro da Ajuda, voltando às suas origens, para as instalações sitas na rua Sá Nogueira, Edifício Bombeiros Voluntários da Ajuda, 1300-664 Lisboa.
Eis alguns episódios do historial dos tempos idos da sua presença em São Tomé, obtidos no então Boletim Oficial de São Tomé e Príncipe:
26.07.1924 – A corporação avisa os seus associados de que, a seu pedido, o Dr. Luiz Gonçalves de Souza Machado Júnior acedeu dar consultas grátis aos sócios às segundas, quartas e sextas-feiras, das 9 às 11 horas, na Drogaria Africana (!), onde provisoriamente funciona o Posto de Socorros Urgentes.
Aceitou o mesmo pedido da Corporação o Dr. Joaquim António de Oliveira, que começou as consultas nas mesmas condições na Farmácia Alves de Sá, em 1 de agosto, das 8 às 9 horas, em dias a anunciar.
Um grupo de associados irá levar a efeito, no dia 27, domingo, um encontro de futebol em honra da instituição.
Nesse sentido a Delegação convida os senhores comerciantes, agricultores, empregados do comércio e agricultura, funcionários e o povo em geral para assistirem ao desafio, visto o interesse que está despertando o despique entre as equipas representativas da Delegação dos Bombeiros Voluntários da Ajuda e da Associação dos Empregados do Comércio e Agricultura de São Tomé.
16.08.1924 – Dado que o jogo realizado, não teve vencedor, a Direção informa que no domingo, dia 17 de agosto, irá disputar-se novo encontro (desempate), para se atribuir, a quem ganhar o desafio, o prémio oferecido pela Delegação da Cruz Verde, o qual se encontra em exposição na Farmácia Alves de Sá. Apela-se à presença de todas as pessoas que queiram assistir a este espetáculo desportivo.
20.12.1924 – Através de Artur Alves Dias, pela Direção, e Rafael Croner Trigueiros, pela Delegação, é dado a conhecer que a Corporação, a seu pedido, conseguiu o concurso gracioso dos médicos a seguir referidos para exercerem a sua atividade clínica nos locais das consultas: Dr. Luiz Gonçalves de Sousa Machado Júnior, na Farmácia Alves de Sá; Dr. António Bonifácio de Oliveira, Farmácia Américo Mendes; e Dr. Justino António dos Santos, na Farmácia Africana. Os boletins de consulta devem ser pedidos na Farmácia Alves de Sá ao presidente da Direção, mediante apresentação do cartão de identidade. Os sócios beneficiam de um bónus de 20% em todo o receituário aviado nas Farmácias Alves de Sá e Américo Mendes.
08.04.1925 – O Governo da Província aprova, ao abrigo do § único, do artigo 252º, do Código Administrativo de 4 de maio de 1896, os Estatutos da Corporação, os quais são constituídos por 11 capítulos e 79 artigos.
A publicação do Alvará verificou-se no suplemento nº 6, do Boletim Oficial nº 18, de 8 de maio de 1925, páginas 11 e seguintes.
NOTA: Para o trabalho que estou a desenvolver (Futebol em São Tomé e Príncipe), tentei saber algo mais e sobre este surpreendente serviço público desempenhado em São Tomé, em Lisboa, junto das direções, quer da Associação dos Bombeiros Voluntários da Ajuda, assim como da Liga dos Bombeiros Portugueses, mas nada adiantaram, o que me leva a supor ser matéria que não se lembram ou desconhecem. É pena.
Para adensar ainda mais a perplexidade, direi que, sobre o tema, nada é referido nas publicações editadas pela própria Cruz Verde: a primeira, editaram o jornal
“Voluntários da Ajuda”, aquando da comemoração do 50º aniversário da sua fundação, em 10.04.1930, alusivo à efeméride, com 4 páginas e; na segunda, novo jornal, com o título
“O Voluntário da Ajuda”, em 10.04.1942 (62º aniversário), com 8 páginas; assim como na terceira, na revista
“Bodas de Diamante”, quando comemorou os 75 anos de existência, isto em 10.04.1955, documento com 56 páginas, bem como num simples prospeto, a sua
“Breve referência histórica”, de abril de 2000, com 4 páginas.
Contudo, a excelente obra “Bombeiros Portugueses-seis séculos de história”, de 1995, gigantesco trabalho supervisionado pelo Dr. Francisco Hermínio Pires dos Santos, dois volumes com mais de 820 páginas, tem o seguinte apontamento sobre o serviço de bombeiros em São Tomé:
 

EXCELENTE JORNADA DE CONFRATERNIZAÇÃO, DESPORTIVA E GASTRONÓMICA!

Graças à boa vontade, dedicação e empenho de gente responsável da Câmara Municipal de Peniche, no domingo, 12 de agosto, foi levada a efeito a 19ª edição da Corrida e Caminhada da Praia Norte, num percurso de sete quilómetros, com saída da Praia Gamboa pelas 10 horas, ida até ao Baleal e volta, sempre pelo areal, percurso realizado pela maioria dos 600 inscritos.
Foi bonito de se ver o entusiasmo de muitos atletas de vários escalões etários e de diversos lugares de Portugal nesta credenciada prova, que cada vez mais concorrida e elogiada.
 Manuel Ferreira e eu, com os números 70 e 69, fomos participantes da progressão mais moderada e o tempo que demorámos a fazer o percurso foi de uma hora e cinco minutos.
Não tivemos classificação oficial, mas sabemos que cortaram a meta, depois de nós, 189 valorosos e ilustres concorrentes.
Após a participação desportiva passámos à cerimónia protocolar, a chamada entrega de prémios e então fomos merecedores duma fantástica, fumegante, rica e apetitosa “Caldeirada à pescador” que estava simplesmente divinal, assim como os respetivos aditivos e não só!
Este momento especial e único foi celebrado na própria cidade de Peniche em casa dos amigos Ferreira (Adília e Manuel), com a presença de casal amigo (Teresa e Agostinho Leitão) e eu, evidentemente.
Dia inesquecível, dia memorável, que será recordado por muitos e bons anos!
 O meu profundo agradecimento pelo que me foi proporcionado! 
Bem hajam!










 
 


quinta-feira, 2 de agosto de 2018

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE E AS SUAS CURIOSIDADES - O TRÂNSITO RODOVIÁRIO

Em tempos que já lá vão (há 90 anos!), nas mais belas ilhas africanas, também o movimento de peões, viaturas e de animais de tração, que circulassem nas vias de rodagem, fazia-se pela esquerda.

O Governador interino de então, Sebastião José Barbosa, com seis meses de atraso, determinou que, partir das zero horas do dia 1 de janeiro de 1929, a circulação rodoviária alteraria e começava a movimentar-se pela direita, tal como se verifica nos dias de hoje.
 
Para tal assinou, em 23 de novembro de 1928, o Diploma Legislativo 73, com o primeiro Código de Estrada, composto de 8 capítulos e 44 artigos, que entrou (parte) em vigor a 2 de dezembro de 1928.

A seguir dou conta de algumas preciosidades relacionadas com o texto, saído em duplicado, do Código de Estrada (Boletim Oficial STP 47 e 48, respetivamente, de 24 e 30.11.1928), que podem merecer a vossa atenção:

1 – Veículo estacionado na via pública à noite só possível com, pelo menos, uma luz branca.
2 – Os veículos quando se aproximarem de bifurcação ou cruzamento devem anunciar a presença com sinal sonoro.
3 – É rigorosamente proibido o uso do escape livre dentro das cidades e povoações, bem como queimar óleo ou substâncias que produzam fumo denso e incómodo.
4 – A velocidade das viaturas mecânicas não pode ultrapassar, dentro das povoações, os seguintes limites: ligeiros, 30 quilómetros hora. Pesados, 15 quilómetros hora.
5 – A sinalização de obstáculos na via pública, permanentes ou acidentais, serão colocados a 150 metros para cada lado.
6 – Antes de se atravessar a via férrea os condutores devem deter a marcha para se certificarem que a passagem está livre.
7 – Documentação necessária para a obtenção da carta de condução: bilhete de identidade; certificado de registo criminal; atestado de bom comportamento moral e civil; atestado médico; fotografias (2); e documento emitido por pessoa idónea que se responsabilizasse pelas indemnizações que venham a ser devidas por danos causados.
8 – Condutor encontrado sem carta de condução é punido com 500$00 de multa e 15 dias de prisão, não remíveis.
9 – Os autores de acidentes que causem morte, ferimentos ou lesões internas graves serão presos.
10 – Será definitivamente privado de conduzir o condutor encontrado em estado de embriaguez ou condenado por crimes de furto, roubo, abuso de confiança e burla, assim como aquele que atropelar alguém e não parar imediatamente para prestar socorro.

Resta acrescentar que a mesma mudança no território continental se verificou, desde as 5 horas da manhã do dia 1 de junho de 1928.
As imagens reportam-se, a partir de cima, a viaturas que circulavam em 1928: CHEVROLET, FIAT, FORD, VOLVO. Segue-se a publicidade à mudança na metrópole: a prepararem os cartazes elucidativos; a divulgação para o cumprimento da decisão e o registo de um dos primeiros acidentes na praça Luís de Camões, em Lisboa, após a alteração dos sentidos de trânsito.

 

segunda-feira, 30 de julho de 2018

BOLETIM Nº 21 – JULHO 2018

Bairro das Pedralvas, em Lisboa, 30 de Julho de 2018

Exmº Senhor
Francisco Mota Torres
Junta de Freguesia de Benfica 

Boa tarde!

Depois de mais um mês de inércia, desprezo e desleixo, aqui expresso, novamente o lamento de constatar que tudo está na mesma, nesta zona remota do Bairro das Pedralvas!

É flagrante e constatável a ineficácia dos serviços autárquicos de apoio aos cidadãos, os quais alertam, cordial e objetivamente, para casos que têm barbas.

Entendo que é assim porque os serviços assim o querem, ou será as pessoas que mandam, que nada querem fazer em prol do bem-estar, da harmonia dos fregueses, mas que não deixam de afirmar a pés juntos:

“a nossa obra são as pessoas…”.

Pergunto: com este tratamento?
 
Enfim…
 
Contudo, continuarei a dar-vos notícias, mensais e atualizadas, daquilo que devia estar há muito feito e não está, continuando a verificar-se que continuam a ter a velha imagem de marca em aborrecer, maçar e sacrificar os moradores das Pedralvas e que nada melhora por vossa causa…

E o que continua mal, é o que se sabe há muito, muito tempo:

- Impedir o estacionamento na mencionada e única passagem de peões da rua Ary dos Santos, com uma pequena obra, ou seja, acrescentar o passeio, como o fizeram na rua Maria Lamas.  

- Pintar a referida passagem de peões.

- Colocar sinalização vertical, para avisar os incautos de que há que respeitar as pessoas que a usam, especialmente os utentes do Lar dos Cidadãos Deficientes, mesmo ali ao pé.

- Tapar buraco feito pela rataria.

- Limpeza da placa toponímica, pelo aspeto nojento que exibe.

- Ainda na Ary dos Santos, no final da rua, colocar sinalização que avise não ter saída, o que obriga a que os condutores de veículos percorram cerca de 200 metros e optem em seguir em frente, em sentido contrário, na Maria Lamas. Um mimo o que se vê a todo o momento… Mas um perigo para todos, mas mais para as crianças que frequentam o Externato! 

- Quando chove, a sargeta defronte à extinta dependência do Montepio, onde está uma passagem de peões, continua a expelir as águas pluviais que deveria recolher.

- Limpeza das ervas daninhas vulgo “Matagal” existente à volta do prédio nº 1, da Ary dos Santos.

Por último, olhando para a imagem de hoje, destaca-se a falta de limpeza nas sargetas da rua Ary dos Santos (estão assim há semanas), cujo mau exemplo é nefasto para quem gosta das coisas limpas e asseadas que é o caso dos moradores deste espaço habitacional, os quais, por tudo o que se relata, se sentem desrespeitados e excluídos.

Até daqui a um mês.

Saudações.

Alberto Helder