sexta-feira, 17 de junho de 2011

JOSÉ ISIDRO ÁLVARO LANÇA – QUE SAUDADE, QUE SAUDADE…

Este meu bom amigo faria hoje, 17 de Junho, 58 anos de idade se estivesse entre nós, mas o destino assim não quis e veio a falecer num brutal acidente de viação no dia 24 de Dezembro de 1988!

Pertencia aos quadros do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Lisboa e, aproveitando a quadra festiva que, na altura, se passava, foi até à sua terra natal (Odivelas-Ferreira do Alentejo) para passar junto dos seus mais próximos aquele dia em que a família se reúne com mais a-propósito, com mais sentimento e emotividade.

Já faltavam poucas horas para o jantar de natal se realizar, eram 19 horas, quando teve de se deslocar numa viatura R-5 ali bem próximo para buscar algo que estava a fazer falta.

Consigo levou o pai, Isidro Lança, de 66 anos, o irmão, Isidro José Alcobia da Silva, de 23, seu filho, Bruno Miguel Horta da Lança, de 13, a sobrinha, Rute Isabel Alcobia Lança Penedo, de 5 e o sexto passageiro, um jovem que desconheço o nome.

A esposa Dª Felicidade Martins Horta da Lança e outros parentes e amigos ficaram em casa a aguardar o seu regresso.

Porém, numa curva, sem ser feita a grande velocidade, surgiu o inesperado, o carro despistou-se e foi embater com tal violência numa árvore que o motor do veículo veio parar ao banco de trás roubando a vida àqueles cinco familiares. Salvou-se milagrosamente o moço que acompanhava a família Lança, ficando, mesmo assim, muito ferido.

Que grande desgraça familiar e não só, pois o Isidro Lança, como carinhosamente o tratávamos, com 35 anos de idade, deixou-nos duma forma abrupta, pungente e muito sentida.

Naquela altura Manuel Joaquim Leite, outro bom amigo que já partiu, fazia equipa com ele, procurou-me, enquanto Secretário-Geral da APAF, para lhe entregar a bandeira da Associação que levou até ao Alentejo e que viria a cobrir a urna no funeral que no dia 27 de Dezembro rumou ao cemitério da Amadora (Distrito de Lisboa).

José Lança, amava a arbitragem, dedicado e fiel aos seus princípios e valores, disse, em vida, que se viesse a morrer e estivesse em actividade, queria deixar este mundo equipado como se fosse dirigir um jogo de futebol, desejo esse que se concretizou.

Que coisa mais terrível aconteceu na véspera daquele Natal! Todos ficámos mais pobres, amargurados e inconsoláveis!

A Associação de Futebol de Lisboa determinou no fim-de-semana de 7 e 8 de Janeiro de 1989, que se cumprisse um minuto de silêncio dedicado à memória do seu filiado, cerimónia que foi respeitada em todos os campos onde se realizaram jogos das suas competições.

Foi atroz, dolorosa e trágica a estatística de sinistralidade de 15 a 25 de Dezembro de 1988. Acidentes: 1223. Feridos: 814, sendo 182 graves. Mortos: 72! Nos dias 23, 24 e 25, 426 acidentes e 42 mortos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Boas,Eu cheguei ao local passados minutos(poucos).....e vi uma tragedia....brutal...iam mais 2 pessoas(adultos), alem das mencionadas... no carro....(ficaram feridas),1, dos quais morreu passados poucos anos,tambem de acidente de carro,(zona do 1º acidente)!!!Paz ás suas almas!!!RIP