Ontem, dia 13, desloquei-me ao Arquivo Histórico da Força
Aérea Portuguesa (AHFAP) na expetativa de consultar documentação relacionada
com o grave acidente que se verificou na então província ultramarina de São
Tomé e Príncipe, na sexta-feira, dia 23 Novembro de 1962, quando o avião dos
Transportes Aéreos Militares, o Douglas C-54 D Skymaster, com o registo 7502,
não conseguiu levantar voo corretamente, dado o peso que carregava (o máximo de
passageiros e de carga), para mais numa pista extremamente pequena, começando por
colidir com as copas das árvores e veio a despenhar-se e causar uma das maiores
tragédias da Força Aérea Portuguesa, coincidente com a guerra do Ultramar, com
a morte de 12 militares e 8 civis, onde se incluem 5 jovens bailarinas do
Teatro ABC, que tinham estado em Angola, participando em espetáculos dedicados
às nossas tropas, fatalidade que causou grande consternação em todo o país.
Em Alfragide, onde está sediado o AHFAP, foi-me dito que vão
satisfazer a minha solicitação, dado que têm de procurar os processos, que são alguns
e demora o seu tempo.
Entretanto, dei a conhecer quem era e de quem era filho (do
senhor Viriato dos Santos, 08.01.1916/20.10.1995) e, surpresa das surpresas,
logo me dizem que os seus 25 livros que foram doados ao AHFAP pela minha irmã e
por mim, editados desde a sua juventude, todos escritos à mão e cheios de
recortes de jornais a historiar os acontecimentos vividos na aeronáutica militar,
não só foram carinhosa e profissionalmente aprimorados (ver imagens, antes e
agora) como têm sido continuamente uma boa fonte de informação para os
pesquisadores deste ramo das Forças Armadas, como, aliás, já o eram, desde há
muitos anos, quando a Força Aérea solicitava-lhe colaboração e, de imediato, cedia
os exemplares necessários para exposições ou outros eventos.
Como confirmando a sua paixão pela aviação militar,
repare-se nas fotos individuais, nos seus 20 e 44 anos de idade, usa o emblema
que usa é o distintivo da Força Aérea. Sem dúvida que meu pai era um fiel e verdadeiro
aficionado pelo seu ideal. Uma curiosidade: como militar e soldado, fez a
recruta em Cascais, no Grupo de Artilharia contra… Aeronaves!
-Antes-
Gostei imenso de ver o tratamento que deram a algo histórico
que foi feito nas horas vagas, mas com muito amor, dedicação e empenho por
alguém que, sendo funcionário da Carris, condutor nos carros elétricos,
pasme-se, nunca voou…
-Agora-
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