sexta-feira, 28 de agosto de 2020

OS COMANDOS NOS TRÊS TEATROS DA GUERRA DO ULTRAMAR-APRESENTAÇÃO DA 5ª SÉRIE-COMPANHIAS MOBILIZADAS PARA A GUINÉ-BISSAU (9 EPISÓDIOS)

Dando continuidade ao projecto inicial, que prevejo desenvolver perto de 20 séries à volta do tema, segue-se, agora, o registo das 9 Companhias de Comandos que foram mobilizadas para a  então província da Guiné-Bissau e que estiveram operacionais entre 1966 e 1975.

Antes, porém, entre 1964 e 1966, atuaram no território 7 equipas de Comandos, designados por Grupos Iniciais, criados localmente, cuja atividade foi simplesmente fantástica, arrebatadora e brilhante, dado que nunca deixaram de defender e praticar os ideais que tinham como objetivo!

Foram eles: Fantasmas, Camaleões, Panteras, Vampiros, Apaches, Centuriões e Diabólicos, cujas referências foram neste blog publicadas entre 16.01.2020 e 24.01.2020. As companhias formadas na Guiné-Bissau serão apresentadas oportunamente.

Entretanto, devo dizer que esta série foi mais um trabalho agradável e gratificante de se fazer, já que a procura dos respetivos elementos foi constante, complexa e demorada, tudo isto perante a pandemia que se encontra entre nós, que dificultou, e muito, o encontrar os dados necessários, nos vários e distantes locais onde se procuraram e consultaram.


Mas, felizmente, a situação vai sendo superada, logo, vamos, então, ao que interessa, ou seja, o que se segue.

Eis o número de militares que integraram as 9 Compan

hias, cujo total atingiu 1732 elementos, assim distribuídos:

Oficiais: 72, sendo 11 Capitães, 4 Tenentes e 57 Alferes

Sargentos: 226, com 8 Primeiros-Sargentos, 19 Segundos-Sargentos e 199 Furriéis.

Praças: 1434, logo 375 Primeiros-Cabos e 1059 Soldados.

Na contagem dos óbitos que se verificaram durante o conflito, situação sempre triste, emotiva e saudosamente evocada com respeito, apreço e carinho por aqueles que nos deixaram em plena juventude e vontade de viver, damos conta que o total atingiu os 41 falecimentos, sendo 29 em combate, 11 por acidente e 1 devido a doença.

Sobre os feridos, os dados não são tão precisos, contudo registaram-se 359, sendo de prever que o número total não esteja certo.

Ainda, quanto aos Louvores e Citações Elogiosas (individuais e coletivas) existe o registo de 351 referências e nas punições aplicadas aos militares o número é de 190. Nos dois casos é credível que os números pudessem ser muitos mais, dado que não houve a totalidade das Companhias, prestarem estas e outras necessárias e importantes informações.

   Quanto a condecorações, dá-se conta que, no total, as distinções das 9 Companhias, a nível individual, atingiram as 33, sendo duas Medalhas de Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito; uma de Valor Militar; duas de Serviços Distintos; nove Cruzes de Guerra de 1ª classe; duas de 2ª classe; cinco de 3ª classe; 12 de 4ª classe.


Já a 3ª Companhia de Comandos, a nível coletivo, para além de ter sido condecorada com a Cruz de Guerra de 1ª classe, atribuição publicada no Diário do Governo 129, I série, 30 de maio de 1968, páginas 841 e 842, também foi distinguida com o Guião de Mérito do Exército (Ordem do Exército 7, de 31 de julho de 1982, páginas 422 e 423), e, ainda, três flâmulas de Honra, grau Ouro, do Comando Territorial Independente da Guiné-Bissau, e referentes aos meses de maio, junho e dezembro de 1967, dado o integral cumprimento do dever face a ter resolvido várias e complicadas tarefas operacionais.

Registe-se, também, que a 38ª Companhia foi honrada com a Cruz de Guerra da 1ª classe, conforme publicação no Diário da República 120, II série, de 24 de junho de 2016, página 19673.

Volto a dar conta da minha estranheza pelo facto de os Serviços Competentes do Exército Português não terem dedicado a devida atenção aos registos específicos da Medalha de Mérito Militar e da Medalha de Serviços Distintos, como o fizeram com as restantes honrarias, o que ocasiona só ser possível encontrá-las nas imensas Ordens do Exército, nos seus milhares e milhares de páginas.

Abordados que foram interessantes episódios, já publicados, dou conta dos próximos tópicos relacionados com o projeto, os quais estão em preparação acelerada: Cursos realizados na Guiné e em Moçambique; Companhias de Comandos formadas na Guiné-Bissau e em Moçambique; Comandos guineenses que estiveram ao serviço de Portugal e foram fuzilados na Guiné-Bissau; Desaparecidos; Óbitos; Condecorações; Distintivos usados pelas unidades; e, por último, as Publicações relacionadas com o tema.


ntes de divulgar o programa da publicação dos episódios neste blog, volto a agradecer profundamente a todos aqueles que contribuíram com a sua vontade, paciência, dedicação e entusiasmo para que este empreendimento fosse possível executar com paixão, responsabilidade, rigor e alguma celeridade, pedindo, ainda, que se verificarem lapsos, omissões e
imprecisões neste complexo empreendimento, agradeço que me façam chegar as vossas estimadas observações para proceder de imediato e em conformidade.

Por último, informar, uma vez mais, da oferta que já fiz, graciosamente, a totalidade deste trabalho à Associação de Comandos.


Eis o calendário a cumprir:

3ª COMPANHIA DE COMANDOS

1 de setembro de 2020 (terça)


5ª COMPANHIA DE COMANDOS

2 de setembro de 2020 (quarta)

15ª COMPANHIA DE COMANDOS

3 de setembro de 2020 (quinta)



16ª COMPANHIA DE COMANDOS

4 de setembro de 2020 (sexta)

26ª COMPANHIA DE COMANDOS

7 de setembro de 2020 (segunda)


27ª COMPANHIA DE COMANDOS

8 de setembro de 2020 (terça)

35ª COMPANHIA DE COMANDOS

9 de setembro de 2020 (quarta)


38ª COMPANHIA DE COMANDOS

10 de setembro de 2020 (quinta)

4041ª COMPANHIA DE COMANDOS

11 de setembro de 2020 (sexta)

1 comentário:

António Carlos disse...

Excelente trabalho que tenho vindo a acompanhar.
Eu próprio sou um estudioso da matéria
Talvez pudéssemos trocar algumas ideias, se entender estou ao seu dispor.
ac.augusto@gmail.com
Abraço