Foi preciso chegar aos 79 anos de idade para assistir a mais uma ultrajante displicência aos combatentes do Ultramar!
Hoje, dia 2 de
setembro, por volta das 13 horas, tive que me deslocar a Belém, ao Monumento a eles dedicado, para
conferir algumas situações que não estão ainda claras no trabalho que estou a
desenvolver, o qual é relacionado com a brutal invasão que se verificou no
Estado da Índia, em dezembro de 1961, e a sensação que senti, quando vi que as
lápides que lá se encontram com milhares de nomes de camaradas de armas que
deram a vida pela pátria, estavam sós, abandonadas, foi um autêntico choque
emocional, tudo isto por:
A GUARDA DE HONRA, AQUELA QUE GARANTE PRESENÇA, DIGNIDADE
E RESPEITO NÃO ESTAVA LÁ E AS 2 GUARITAS FECHADAS A SETE CHAVES!
Pasme-se! Tal situação é uma tremenda injustiça, qual falta
de sentido de responsabilidade e consideração por aqueles portugueses que, lá
longe e fora do ambiente familiar, já não regressaram a casa!
O mais impressionante e lamentável é saber a razão porque é
que não existe guarda de honra!
O espaço que as sentinelas ocupam no Museu do Combatente, logo
ali ao lado, durante o dia em que estão ali de serviço, está (ou vai estar) em
obras. E só!
Um esquisito e inacreditável absurdo, pois poderiam
continuar, sem desfalecimentos e com vigor e energia, a fazer o que deve ser
feito diariamente: prestar a devida e honrosa homenagem aos seus camaradas de
armas que morreram no Ultramar, pois haveria espaço para estarem num atrelado,
numa tenda, num lugar digno e seguro de que bem merecem.
Assim, não! Há obras, acaba-se de imediato as guardas de
honra!!!..
Sem mais delongas, quem decidiu tal aberração jamais tem (ou
teve) sensibilidade para tratar de assuntos que nunca viveu ou sentiu, considerando
a questão de somenos, já que, para tal personalidade, actua mal e muito grave,
pois não devia sequer pensar: “deixa andar que ninguém nota”…
Estou triste e muito aborrecido e zangado com aquilo que vi!
E o que dizem os milhares de turistas (estrangeiros e portugueses) que visitam aquela zona de excelência?
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