Em boa hora a Biblioteca Museu República e Resistência, pólo Grandella, superiormente dirigida por José Paulo Sousa, volta a levar a efeito esta série, possibilitando a muitos e diversos autores a apresentarem os seus livros sobre a sua vivência em África e dialogarem com os presentes, o que é sempre agradável, pelas muitas recordações (boas e más) que se cruzam nestas conversas… No final da tarde do dia 7 de Maio foi a vez de Jaime Froufe Andrade, jornalista, expor o seu original NÃO SABES COMO VAIS MORRER. Natural de Massarelos, Distrito do Porto, onde nasceu em 30 de Junho de 1945, Jaime Andrade cumpriu serviço militar em Moçambique (1968/1970), com a patente de Alferes Miliciano de Operações Especiais.
Um dos episódios relatado no livro O RÁDIO PORTÁTIL tem o seu quê de fantástico, senão vejamos: num golpe de mão efectuado à famosa e bem abastecida Base Beira, lá para os lados do rio Kapoche, quando o seu grupo de combate se aproximava do local vinha um guerrilheiro da Frelimo na sua direcção com um rádio de pilhas a ouvir música africana. Detectaram-se mutuamente, e, da troca de tiros, o moçambicano é ferido numa perna e calcanhar. Foi-lhe poupada a vida e, dentro das limitações existentes, foi evacuado e recebeu o tratamento adequado dado pelo Exército português. Passados que são estes anos Froufe Andrade, mantém uma forte esperança de voltar a Moçambique, encontrar-se e abraçar o seu adversário e devolver-lhe o rádio que está, ainda, à sua guarda, como se pode ver na imagem seguinte. Recomenda-se a leitura desta obra, editada pela Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, colectânea Memória Perecível.
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