terça-feira, 26 de abril de 2011

NAQUELE TEMPO (XLIV) – ABRIL 1961

O exemplar 46 (Ano IV) do Boletim O ÁRBITRO, editado pela Comissão Central dos Árbitros de Futebol, destacava, há 50 anos, os seguintes temas: Dá-se o devido realce na primeira página, como demonstra a imagem, a componente arbitragem que assegurou a direcção dos jogos do Torneio Internacional de Juniores que decorreu entre nós. Esta competição já teve honras de ter sido aqui divulgada. Ver:
http://albertohelder.blogspot.com/2009/05/primeira-grande-competicao-de-futebol.html PÁGINA DA COMISSÃO CENTRAL – A Circular 26, de 27 de Março de 1961, determina o preenchimento de ficha de inscrição para todos os que fazem parte dos quadros nacionais, Árbitros e Assistentes, devendo ter atenção mais aos seguintes pontos: Responder aos quesitos utilizando máquina de escrever, foto actualizada, número de telefone para casos urgentes, anotar incidentes verificados em que campos e equipas envolvidas. Estes documentos deverão ser avalizados pelos Conselhos Distritais. No documento 27, de 29 de Março, chama a atenção que os Árbitros não podem iniciar os jogos sem a equipa de arbitragem estar completa, sob pena de severa sanção. Faltando um ou os dois auxiliares o Árbitro deve proceder à respectiva substituição e quando se verifique absoluta impossibilidade de a efectuar, o jogo não poderá realizar-se. David Costa, responde a uma questão colocada desde Moçambique. Aquando da marcação de pontapés a partir da marca de grande penalidade para se encontrar um vencedor, um dos executantes pontapeia a bola que foi à barra, mas não entrou na baliza. Verificou o Árbitro que o guarda-redes tinha movido os pés, antes da bola partir, pelo que mandou repetir esta execução. Certo ou errado? A repetição foi acertada, pois houve infracção cometida por jogador da equipa que defende. UM ÁRBITRO ESTRANGEIRO DE MÊS A MÊS – Daniel Mellet, de Lausanne, Suiça, (na foto) internacional de 1957 a 1964, instrutor diplomado pela Associação dos Árbitros Suíços, foi a figura convidada para constar nesta página dedicada aos nossos colegas de além fronteiras.TEM A PALAVRA UM JORNALISTA – Com o título “Os Árbitros, seus direitos e o dever da crítica” Cardoso Ribeiro (na foto) diz de sua justiça.Manuel Lousada regressou da Ilha da Madeira onde foi dirigir os jogos da eliminatória Açores Madeira, nos dias 16 e 23. Vai ser criado o emblema dos Árbitros portugueses. A ideia da concepção do distintivo é de Carlos Lopes, chefe da secretaria da Comissão Central. O futuro emblema será idêntico ao do Boletim, apenas com a substituição do escudo da Federação por uma bola com as cinco quinas. Lamenta-se a morte do presidente da FIFA Arthur Drewny, que esteve entre nós em 1956, quando decorreu o Congresso da FIFA.Viagens, aniversários (o jornal Mundo Desportivo comemorou 17 anos de actividade), transferências, nascimentos, falecimentos e demissões foram os assuntos mais focados.
Os Árbitros, nos escalões de jovens, procuram chamar a atenção de pormenores técnicos perante os jogadores, mas o público não está pelos ajustes e lá vai disto: Um coro de assobios, garantido! Num dos jogos do Torneio Internacional de Juniores o delegado da equipa alemã dirigiu-se à cabina de arbitragem e acertou o seu relógio pelo do Árbitro. Homem prevenido vale por dois… Ainda o Torneio: não caiu bem aos Árbitros que nele actuaram não terem recebido uma simples lembrança da sua participação. Coisas… Lamenta-se, também, que determinado público é ofensivo para com os Árbitros Assistentes quando não levantam a bandeira a seu gosto. Reclamam por tudo e por nada. Até nos lançamentos da bola na linha lateral! Nada percebem para além da sua clubite… Continuam a despertar interesse as palestras promovidas pela Comissão Distrital de Lisboa. O pagamento aos Árbitros foi regularizado, esperando-se que no futuro não se verifiquem mais atrasos, tão perniciosos para quem tem de estar a subsidiar o futebol. TÍTULOS – Mário Bravo, na rubrica Enciclopédia do Desportista, assina Esta Palavra: Árbitro. Hugo Silva, escreve o segundo artigo Da Secretária do Secretário, intitulado A Fúria do Poder. Fernando Gomes Barbosa evoca Joaquim da Costa Deitado (na foto), como um grande valor do Desporto Moçambicano. Patrício Álvares, Árbitro lisboeta, apresenta O Árbitro e o anti-jogo. Qualidades do Bom Árbitro, título escolhido por Carmo Lourenço. Dr. Joaquim da Costa Reis continua a divulgar o seu trabalho sobre O Árbitro: seus poderes e responsabilidade, questões de direito e questões de facto. DOIS BONS AMIGOS DOS ÁRBITROS – José Adriano da Mota, do Funchal (na foto) e José Ferreira, de Peniche (na foto de baixo), são exemplos da boa convivência que deve imperar no relacionamento entre os Árbitros e os restantes agentes necessários ao futebol. Nas suas terras não só recebem como ninguém como acompanham aqueles que, em cumprimento das nomeações, vão dirigir jogos onde intervenham os clubes da região. Há que dar valor a quem o tem! BIBLIOTECA – Neste mês de Abril regista-se que o valor total entrado é de 1.514$10. E quem comanda a lista das dávidas é António Jesus Santos Júnior, com 29 pontos. CURSO DE CANDIDATOS NOS AÇORES – Adalberto Pinheiro Bettencourt relata e ilustra nestas três imagens colectivas o êxito alcançado nesta iniciativa promovida em boa hora pela Comissão Distrital de Angra do Heroísmo. ACTIVIDADE DAS COMISSÕES DISTRITAIS – Coimbra levou a efeito um Curso de Candidatos, sob a direcção do Mestre Amadeu Rodrigues. José Paulo Guimarães leva a efeito em Almada (Setúbal), colóquios de aperfeiçoamento para os seus filiados. Corre em Leiria o processo de nomeação de novo presidente da Comissão Distrital, dado que o Tenente João Rodrigues Góis Ramalho, que ocupava o lugar, foi mobilizado para a Índia para cumprir serviço militar. Portalegre examinou os candidatos Alberto Margarido Martins e Severiano Atanásio Ferro que acabaram o curso levado a efeito, com a presença de um elemento da Comissão Central. A Comissão Distrital de Braga examinou os seis candidatos de Viana do Castelo, que vão reforçar os seus quadros. PÁGINA DO ULTRAMAR – Joaquim Campos, editor do Boletim, num escrito, faz um elogio às gentes da arbitragem que vive no Ultramar, dada a situação que se estava a viver em Angola com os naturais a lutarem pela sua independência.

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